UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ, NÚCLEO DE MARABÁ, CURSO DE CIÊNCIAS NATURAIS-HAB FÍSICA, MAIO DE 2009

Microbiologia, células, bactérias e fungos, uma alternativa pedagógica de ensino não formal

Cristiane V. da Cunha1Carlos A. N. Farias1, , Felipe A. Oliveira1, Jerffeson dos S. Alves1, Ricardo P. de Souza1, Valdiane S. Cruz1

1 Departamento de Ciências Naturais, Universidade Estadual do Pará, Marabá, 68500-000, Brasil

Resumo — A interação de um sujeito de criar e buscar determinados objetivos como o entendimento da educação formal e não formal na prática, fora de uma instituição formal (UEPA) através de uma avaliação formal, foi muito significativo pois nos facilitou aprendizagem e nos mostrou um processo de interagir como docente e discente. Essa interação como docente na práticanos revelou que ensinos não formais são bons aliados das aulas formais e os resultados obtidos suplementam fatos e conceitos fundamentais para compreensão do assunto abordados, dentre esses assuntos, organizamos em um espaço formal na Escola Municipal de Ensino Fundamental São Jose temas de microbiologia com a ajuda de microscópios óticos para que os alunos possam assimilar na pratica conceitos visualizando células animais, células vegetais, seres unicelulares, fungos e larva de pernilongo, dentro de uma aprendizagem significativa da interação sociocultural não-formal, onde eles participaram dessa dinâmica através de um Workshop organizado pelos discentes da turma de Ciências Naturais da Universidade do Estado do Pará.

Palavras chave: microbiologia, células, bactérias e fungos, aço.

Introdução

A

prendizagem não formal, consiste em transferir o conhecimento significativo, que influencie em seu dia a dia, por meio de um processo que o leve ao pleno conhecimento científico por métodos não enquadrados no processo de aprendizagem formal oferecido na escola convencional.

A aprendizagem não formal no ensino de Ciências Naturais é um reflexo dos avanços educacionais que vem contribuindo para o processo de aprendizagem do aluno. O trabalho nos quais os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Jose participaram consiste em processo de aprendizagem dinâmico, por um método ainda desconhecido por eles, a observação em microscópio, que suplementou a assimilação de conceitos antes vistos em sala de aula, como o formato de célula vegetal, célula animal, seres unicelulares e fungos através de livros e esquemas dado pelo professor em um método formal.

II. BASE TEÓRICA

Conteúdos de Biologia Abordados

Em contraste às crescentes abundância e qualidade de pesquisas em Ensino de Ciências nos últimos tempos, verifica-se uma limitação na aplicação de pedagogias alternativas que visem à melhoria do quadro educacional atual. Nesse sentido, a Educação não-formal, situada entre os âmbitos formal e informal e definida como qualquer tentativa educativa organizada e sistemática que se realiza fora dos quadros do sistema convencional de ensino, representa um conveniente campo de estudo e aplicação na tentativa de sugerir métodos pedagógicos alternativos aos tradicionais. Além disso, quando conciliada ao uso da experimentação de forma investigativa, crítica e questionadora como foi aplicado, torna-se um recurso extremamente enriquecedor na busca por uma alfabetização científica. O presente trabalho retrata uma experiência não-formal na disciplina de Biologia realizada através de um curso experimental de cunho dialógico e problematizado disponibilizado aos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Jose, localizada na cidade de Marabá-Pa. O objetivo principal foi o de testar os efeitos da aplicação de uma proposta educacional não-formal no colégio citado com sua respectiva clientela.

Em todas as etapas de observação, procurou-se fazer com que os alunos se percebessem como sujeitos agentes da produção de conhecimento e de sua própria aprendizagem. Tal autonomia, voluntariamente delegada, gerou um contexto do eixo ensino/aprendizagem mais aberto e dinâmico, motivando tanto os alunos como os futuros professores, que por sua vez passaram a atuar como orientadores. O estímulo às observações ambientais na escola despertou diversas questões relativas ao ensino de Biologia. A excessiva flexibilidade da seqüência didática não prejudicou, ao contrário do que se esperava, a consistência dos conteúdos da disciplina, os quais surgiram de maneira natural nos entremeios das vivências investigativas. Além dos conceitos biológicos específicos, a utilização de uma postura não-formal nas atividades experimentais possibilitou trabalhar com os alunos conteúdos de extrema relevância, seja em nível conceitual (como aprender a natureza e os métodos da Ciência e as complexas interações entre Ciências, Tecnologia, Sociedade e Ambiente), através do microscópio óptico sobre as células que: são unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos, ou seja, todos os seres vivos são formados por células - compartimentos envolvidos por membrana, preenchidos com uma solução aquosa concentrada de substâncias químicas. As formas mais simples de vida são células individualizadas que se propagam por cissiparidade.

Há muitos tipos diferentes de células, que variam enormemente em tamanho, forma e funções especializadas. Apesar das muitas diferenças visíveis, várias espécies de células são admiravelmente semelhantes nas suas características estruturais básicas¹.

Alem é claro da Microbiologia que é definida, como a área da ciência que dedica - se ao estudo dos microrganismos, um vasto e diverso grupo de organismos unicelulares de dimensões reduzidas, que podem ser encontrados como células isoladas ou agrupados em diferentes arranjos (cadeias ou massas), sendo que as células, mesmo estando associadas, exibiriam um caráter fisiológico independente¹.

Assim, com base neste conceito, a microbiologia envolve o estudo de organismos procariotos (bactérias), eucariotos inferiores (algas, protozoários, fungos) e também os vírus.

Esta área do conhecimento teve seu início com os relatos de Robert Hooke e Antony van Leeuwenhoek, que desenvolveram microscópios que possibilitaram as primeiras observações de bactérias e outros microrganismos, além de diversos espécimes biológicos. Embora van Leeuwenhoek seja considerado o "pai" da microbiologia, os relatos de Hooke, descrevendo a estrutura de um bolor, foram publicados anteriormente aos de Leeuwenhoek. Assim, embora Leeuwnhoek tenha fornecido importantes informações sobre a morfologia bacteriana, estes dois pesquisadores devem ser considerados como pioneiros nesta ciência³.

III.Material e Método

Foram utilizados para o desenvolvimento do trabalho sobre Microbiologia, planejamento prévio do que seria transmitido aos alunos e foi elaborado um roteiro de experiências no laboratório e todo material foi selecionado e separado para levar até aescola para realização do trabalho.

No laboratório foi formulado o roteiro das experiências e formulado o Meio de Cultura Sintético para semeadura de fungos e bactérias para observação de culturas pelos alunos.

Materiais

-05 placas de Petri

- 10 tubos de ensaio

-cotonetes

-queimador

-Becker

-vidro de relógio

-balança

-espátula

-tripé

-placa de amianto

-alça de platina

Glicose 2g

Sulfato de amônio 4,72g

Cloreto se sódio 5g

Agar 7,5g

Gelatina sem sabor e incolor 24g

Água destilada 250g

Preparo do Meio

Pesar em balança de precisão e separar e vidros de relógios pequenos a glicose, o sulfato de amônio, o cloreto de sódio, o Agar, a gelatina. Em um Becker colocar 100ml de água e reservar, acender o queimador e sobre ele colocar um tripé com uma placa de amianto,sobre a placa de amianto colocar o Becker e ir adicionando os matérias já pesados, menos a gelatina, mexendo com freqüência até dissolver todo o material. Após dissolvido todo o material adicionar o restante da água separada e mexer. Levar o liquido aos tubos de ensaio até a metade do tubo, coloca-os inclinados nos armários para tubo de ensaios e tapar com algodão até a semeadura. O restante do liquido levar novamente até sobre a placa de amianto e aquecer acrescentado aos poucos a gelatina e mexer sem parar até que se torne uma solução homogênea, após dissolvido passar a solução para as 5 placas de petri, tendo o cultuado para não transbordar, tampar até a semeadura.

Semeadura

Após 24 horas semear ao meios de cultura. Com a ajuda de conta gotas, pegar algumas gotas de água de esgotos, abrir três tubos de ensaio e semear uma gota da água na solução, tapar novamente com um tampão de algodão, identificar e deixar inclinado no armário.

Destampar um dos tubos de ensaio, identificar e colocar dentro da estufa utilizada no laboratório.

Destampar um dos tubos de ensaio, identificar e colocar dentro do armário de reagentes do laboratório.

Destampar quatro dos tubos de ensaio, identificar e deixar sobre as bancadas do laboratório.

Com a ajuda de uma alça de platina, passar vigorosamente sobre a pele e inocular a alça na solução, tapar e colocar no armário.

Após 48 horas as culturas de fungos e bactérias começarão a aparecer e estarão prontas para observação a olho nu.

Resultados e discussões

As experiências vivenciadas pelos alunos na escola foi á observação no microscópio óptico de células animais por método do esfregaço bucal, observação de células vegetais por método da epiderme de cebola, observação seres unicelulares por meio da coleta de água de esgoto, observação de fungos por meio de cultura sintético e observação de larvas de pernilongo. O resultado esperado obteve - se ao início do curso quando os alunos interagiram, respondendo um questionário, onde obtiveram um bom resultado nas respostas, para tanto fizeram várias perguntas e elogiaram a iniciativa, agradeceram pela disponibilidade de levarmos até eles o conhecimento técnico – cientifico antes não disponibilizado.

Conclusão

Na experiência relatada foi vivenciado um exemplo relativamente bem sucedido da utilização da experimentação não-formal como um artifício no Ensino de Ciências, mais especificamente no de Biologia. É importante salientar que esse caso foi concebido em circunstâncias particulares (escola publica, com suporte adequado e alunos diferenciados) e que deve ser tomado antes como aplicação de uma alternativa pedagógica do que propriamente como um modelo educativo. Onde através do questionário que os doze alunos participantes responderam, pudemos observar que na primeira bancada (observação de células animais), os esfregaços bucal fixado e corado os alunos responderam com certa dificuldade, pois era a primeira vez que utilizavam um instrumento (microscópio óptico) para observação de células e obtiveram êxito na observação da membrana plasmática e o núcleo. Na segunda bancada (observação de células vegetais) os alunos conseguiram obter um bom resultado, onde dos oitos alunos que responderam o questionário, optaram pela letra B, observando três estruturas diferentes da epiderme da cebola (parede celular, membrana plasmática e núcleo).

Observamos que a bancada onde se encontrava as culturas de células, a larva de mosquito e água de esgoto pra análise no microscópio chamou mais a atenção dos alunos, quanto ao resultado da resposta do questionário, que foi restrito ao seres unicelulares, tiveram um bom aproveitamento das observações realizadas. Dos doze alunos, todos observaram organismos vivos ao microscópios, quanto a essas respostas podemos notar eles relacionaram os pequenos organismos observados que foram retirados da água de esgoto como bactérias, um conceito já pré estabelecido através da escola e de seu conhecimento do dia a dia, relacionando a sujeira a bactéria.

No mais observamos que os alunos foram receptivos e gostaram da iniciativa e o mais importante, participaram e tiveram aproveitamento do tema oferecido. A experimentação não-formal, quando bem planejada, transmite autonomia aos alunos necessária à aprendizagem e ainda tem o potencial de promover interação entre quem faz e quem ensina Ciências. Os resultados mostraram que experiências não-formais de ensino funcionaram, não só como prática de aprendizagem significativa, mas também como um fator motivador aos estudos em sala de aula. Tendo em vista a Escola contextualizada num mundo em transformação onde é preciso se atentar a um amplo espectro de saberes, a execução de cursos experimentais não-formais deve ser estimulada como forma de aprimorar o ensino de Ciências frente a uma realidade multicultural e multifacetada.

Apêndice

O questionário realizado no workshop foi:

1.Ao visualizar no microscópio óptico uma célula animal, conseguimos observar:

a)Membrana plasmática e núcleo

b)Membrana plasmática e mitocôndrias

c)Somente o núcleo

d)Nada

2.Quantas estruturas celulares a pessoa consegue observa ao microscópio ótico, analisando a epiderme da cebola:

a)duas

b)tres

c)Nenhuma estrutura

3.Que tipo de organismos você observou ao microscópio óptico?

a) Células, Fungos, bactérias e larva de pernilongo

b)Somente bactérias

c)Protozoários

d)Todos

e)Nenhum

4.Você conseguiu observar algum organismo vivo no microscópio?

Respostas: 1) a, 2) b, 3) a, 4) Sim

Referências

1. CITOLOGIA. 1. Introdução: Uma Visão Geral da Célula. Disponível em: http://www.biomania.bio.br/citologia/textos/cito_geral.doc. Acesso em 10 de maio de 2009.

2. CÉLULAS. As células animal e vegetal são células eucariontes que se assemelham em vários aspectos morfológicos como a estrutura molecular da membrana plasmática e de ...Marabá, 2009. Disponível em
http://www.ufmt.br/bionet/conteudos/15.08.04/cel_an_veg.htm- 17k. Acesso em 9 de maio de 2009.

3. PELCZAR JR, Joseph Michel. MICROBIOLOGIA: CONCEITOS E APLICAÇÕES. Vol. 1 . Ed. 2ª – São Paulo: MAKRON Books, 1996

4.A MICROBIOLOGIA. Disponível em: <HTML// www.unb.br/ib/ce/microbiologia>Acesso em: 9 de maio de 2009.5.

5.NEDER – Nelly Rahme. MICROBIOLOGIA – Manual de Laboratório, pg. 8-30 Ed. Nobel 1992



Cristiane Cunha, Marabá, Brasil.(e-mail: [email protected]).

Carlos A. Farias, Marabá, Brasil. (e-mail: [email protected]).

Felipe Araújo, Marabá, Brasil. (e-mail: [email protected]).

Jerffeson Alves, Marabá, Brasil. (e-mail: [email protected]).

Ricardo de Souza, Marabá, Brasil. (e-mail: [email protected]).

Valdiane Cruz, Marabá, Brasil. (e-mail: [email protected]).