Economia em baixa, crise financeira generalizada e diversos projetos interrompidos. Esta é a situação de milhões de brasileiros no atual cenário político. O desemprego alcançou um patamar elevado e assustador para milhares de pessoas em nosso país. Diante da situação evidente de retração de recursos, baixo poder de compra e desvalorização da moeda nacional, qual tem sido sua posição quanto as suas finanças? Tem se comprometido a manter seu bolso e sua carteira dentro do controle?

     Muitas vezes, por falta de opções de recursos, por necessidade ou até mesmo vaidade, nos desprendemos de qualquer cuidado e planejamento e sucumbimos à vontade extrema de gastar até com o que não precisamos e acabamos nos endividando através de nosso cartão de crédito. Não que seja proibido o seu uso, mas você o tem feito com consciência e objetivo pré-estabelecido? É muito comum nos desviarmos do foco daquilo que realmente precisamos para alimentarmos uma vaidade passageira e sem propósito concreto. Apenas transferimos o prazer momentâneo do consumo inflando o nosso ego.

     Há que se tomar cuidado e só gastar se houver planejamento e reserva para que, caso você passe pelas chamadas “vacas magras”, você possa cobrir esse gasto sem se endividar e ter seu nome negativado por falta de controle orçamentário pessoal. Eu mesma já fui vítima da falta de controle e, quando me vi desempregada, devia ao banco empréstimo, cheques, cartões de créditos estourados e sem previsão de pagamento por falta de reserva. Resumo, nome inserido nos órgãos de proteção ao crédito e muita, muita dor de cabeça. Como passei por tudo isso? Com muito suor, trabalho árduo e negociações desgastantes. Algumas destas negociações não foram cumpridas no prazo e tive de tentar novamente. Sobre os juros, seu montante é a pior parte do problema da dívida.

     É difícil dizer não quando não existe uma educação financeira sólida, quando não há o costume de guardar, investir, aplicar ou o que estiver dentro de seu perfil de investidor. Muito mais difícil é ver-se em uma situação de endividamento e total falta de controle. Situações como estas podem levar qualquer indivíduo ao estresse máximo e até mesmo a problemas de saúde, como depressão por exemplo, ao sentir-se encurralado, sem dinheiro e com seu nome descreditado na praça.

     O que fazer? Se reeducar, ler, compartilhar experiências, analisar a si mesmo, descobrir seu potencial e enfrentar a situação com criatividade, persistência, ânimo e resiliência. O desespero não contribui com nada e ainda enfraquece diminuindo consideravelmente nossa disposição para revertermos o quadro. Sem contar que de nada adiantará perder a cabeça com o problema. Enfrente-o, mas aprenda com as circunstâncias e organize-se para que você mesmo seja capaz de mudar sua história e tomar as rédeas sobre seu dinheiro e sobre a forma correta de gastá-lo e aplicá-lo.

     O segredo número 1 é: não gaste tudo ou mais do que ganha. A partir daí, busque ser uma pessoa informada e entenda sobre como administrar suas finanças pessoais. Cuidado para não misturar as estações e sair gastando mais hoje achando que amanhã poderá repor. Seja equilibrado, saiba separar o essencial do supérfluo e os gastos fixos dos seus investimentos. Com poucas atitudes diárias você poderá aprender e focar num objetivo maior mais a frente. Mas atenção, não seja avarento guardando tudo. Entenda que você é humano e precisa investir em você também, seja com lazer, com um mimo, com uma viagem, educação, enfim. Tudo é questão de equilíbrio, pois nunca sabemos o dia de amanhã.

Ludmila Faria

Administradora Hub