INTRODUÇÃO

No contexto educacional que atualmente vivemos, é explicito a dificuldade de formar seres pensantes e críticos, os desafios são enormes, mas a luta pela educação e valorização do profissional da docência é contínua, na esperança de progredir e alcançar as competências que são estipuladas pelos parâmetros curriculares nacionais, que segundo Gonçalves (1992) “a educação brasileira é marcada por um conjunto de deficiências e problemas, que requererem urgentes mudanças, e em relação às ciências naturais o problema é ainda mais grave”. Segundo Ventura et al (2015) “as dificuldades vivenciadas ocorrem no ensino das ciências, e da Física em particular,”.A Física faz parte do currículo do Ensino Médio desde a introdução desse nível de escolarização no Brasil. Inicialmente era ensinada apenas para parte dos alunos, para aqueles que pretendiam seguir cursos universitários na área de ciências. A partir da década de 70, passou a fazer parte do currículo de todo o Ensino Médio, então denominado segundo grau.

As causas apontadas para os discentes não apreciarem e terem dificuldades em aprender a Física, parte de vários fatores aos quais estão de acordo com Bonadiman (2005), relacionados à “pouca valorização do profissional do ensino, condições precárias de trabalho do professor, qualidade dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula, enforque demasiado na chamada Física/matemática”. O fato citado complementa o ponto de vista entre vários autores sobre as dificuldades do ensino da física, isso nos faz refletir e questionar sobre “Quais as metodologias que podem proporcionar melhoria no ensino da Física no Ensino Médio?” A partir disso teve-se como objetivo geral: Analisar o Ensino da Física entre os alunos do Ensino Médio da Escola Deputado João Evaristo Curto na Cidade de Jauru- MT.

Trata-se de um estudo de caso e revisão bibliográfica que conforme Fidel (1992, apud ARAÚJO et al. 2008) refere que “o método de estudo de caso é um método específico de pesquisa de campo, e a revisão bibliográfica, de metodologia qualitativa, onde as principais fontes foram as últimas publicações de trabalhos científicos relacionados a abordagens metodológicas dirigidas ao Ensino de Física. Essa pesquisa será realizada utilizando o método qualitativo Segundo Gil (2002) “por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenômeno”. A coleta de dados se dará através dos questionários aplicados aos alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Dep. João Evaristo Curvo na cidade de Jauru- MT, a coleta também se dará de dados das médias de notas das últimas edições do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio. A análise dos questionários aplicados se dará através de gráficos e tabelas elaborados com as informações obtidas, e ao mesmo tempo as análises terá citações de autores das pesquisas ligadas a disciplina de Física, a fim de dar embasamento teórico as informações fornecidas.

Este estudo justificou na necessidade de se repensar em uma nova estrutura de ensino e práticas educacionais em apoio à melhoria do ensino de Física no Ensino Médio que visou contribuir no preenchimento de lacunas existentes no que condiz ao ensino da física e buscar melhores didáticas de aprimoramento das práticas realizadas por muitos docentes, tendo como objetivos específicos: Analisar a importância do ensino de Física no Ensino Médio na Escola Estadual Deputado João Evaristo Curvo em Jauru – MT; Verificar os pontos de vistas dos alunos do Ensino Médio relacionado a abordagens metodológicas dirigidas para o Ensino Médio na Escola Estadual Deputado João Evaristo Curvo em Jauru – MT; Avaliar o desempenho do ensino das Ciências da Natureza, através das notas médias do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), com propósito socializar  o resultados dos questionários aplicados, e com essa pequena amostra ampliar o conhecimento quanto as opiniões expressas pelos discentes desta comunidade, analisando assim, a forma como a Física vem sendo ensinada aos mesmos.

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 2.1 O Ensino da Física no Brasil 

A Física faz parte do currículo do Ensino Médio desde a introdução desse nível de escolarização no Brasil. Inicialmente era ensinada apenas para parte dos alunos, para aqueles que pretendiam seguir cursos universitários na área de ciências. A partir da década de 70, passou a fazer parte do currículo de todo o Ensino Médio, então denominado segundo grau. Atualmente, conforme as Diretrizes Nacionais para o Ensino Médio (1996), a Física está incluída no currículo da Base Nacional Comum, na área de Ciências Naturais e suas Tecnologias. Segundo Ventura et al (2015) “apesar dessas transformações em cada um desses países em desenvolvimento, as dificuldades vivenciadas no ensino das ciências, e da Física em particular, são várias e muitas delas, semelhantes”. Para Gonçalves (1992) “a educação brasileira é marcada por um conjunto de deficiências e problemas, que estão a requerer urgentes mudanças, e em relação às ciências naturais o problema é ainda mais grave”. Na visão de Araujo&Abib (2003): 

Sabe-se que as dificuldades e problemas que afetam o sistema de ensino geral e particularmente o ensino de Física não é recente. Sendo assim, o desafio que o sistema educacional tem pela frente é de implantar no espaço escola, atividades que envolvam a participação plena dos alunos, ou seja, que eles possam realmente por “a mão na massa” e também que os conteúdos sejam ministrados levando em consideração o cotidiano do aluno, só assim despertaram interesses pela à ciência e consequentemente aprenderam e compreenderam de fato os fenômenos da Física. (ARAUJO & ABIB, 2003, p. 32). 

Além disso, as atividades experimentais e de investigação - ferramentas eficazes à contextualização do ensino de Física, segundo Ruiz, Ramos e Hingel (2007) “são pouco utilizadas devido à falta de preparação adequada dos professores, de tempo e de incentivo institucional e material. Esse problema multifatorial resulta no desinteresse dos estudantes”, o que converte posteriormente na carência crônica de professores de Física que enfrentamos comprometendo a educação e a ciência do País.

Diversos são os fatores que têm contribuído para o alto índice de reprovação e desinteresse dos alunos pela disciplina de Física no Ensino Médio, sendo que uma das principais causas para este quadro preocupante é a desarticulação dos conteúdos ensinados com a realidade e cotidiano da maioria dos alunos. (RUIZ, RAMOS E HINGEL, 2007). Isso pode ser comprovado conforme Luckesi (2008) “os alunos têm sua atenção centrada nas promoções, o que predomina é a nota, não importam como elas são obtidas, nem por quais caminhos”, dessa forma os estudantes só se preocupam com a aprovação no final do ano, e isso é comprovado nas provas que existem de nível nacional, como prova Brasil, Olimpíadas de Matemática, Olimpíadas de Física, Enem entre outros, onde as escolas públicas estão sempre no último lugar no pódio. 

2.2 A qualidade da educação nas escolas do Ensino Médio 

            Como embasamento para medirmos a qualidade da educação o trabalho se orientou através dos indicadores estipulados pelo Ministério da Educação. Os indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qualificar algo.

            Podemos observar através do gráfico 1, dados retirados do Relatório Educação Para Todos no Brasil, que as disciplinas de Português e Matemática, tiveram decréscimos na qualidade do ensino nos últimos anos, o mais evidente na matemática, um percentual de -12,1%. Segundo o site Todos Pela Educação (2014) “o País não atingiu nenhuma meta de qualidade nos anos finais (5.º ao 9.º ano) do Ensino fundamental e no Ensino médio – tanto na rede pública quanto na particular”. Também esclarece que a média de nota do Ensino médio está estagnada: “o Brasil teve 3,7 pontos (redes pública e particular), em uma escala de zero a dez, a mesma nota de 2011”. Esses dados revelam que a educação brasileira, não constatou nenhuma evolução durante os últimos anos, o que consistem na piora do ensino. 

 

Tratando da leitura dos estudantes, o Gráfico 2 apresenta os resultados do País em Leitura na série histórica 2000 – 2012 e revela que nesse período o Brasil registra um crescimento de 3,5%, colocando o País em 4º lugar no ranking de crescimento dos países da América Latina. É importante ter a percepção desse crescimento, pois a leitura é a base fundamental para o desenvolvimento das outras disciplinas.

 

É interessante destacar que a média entre os países da américa latina são bem parecidos, ou seja, estamos mutua evolução no que condiz a leitura, podemos destacar também que todos são países em desenvolvimento, e que possuem muitas deficiências, que é comum nessa tipologia de país, esses problemas poderão ser melhorados através de novas políticas públicas que segundo Doroteu (2015) no que tange “as Políticas Educacionais como sendo um fator de que se precisa reverter investimentos para combater a exclusão social” e esclarece que “a exclusão social precisa ser analisada e pensada por todos os atores que envolvem a vida da nação”. Não ter práticas que visam retirar os excluídos é carregar estigma de que uns podem se alimentar, comer, vestir e ter lazer, enquanto as outras pessoas isto é vedado.

2.3 Dificuldade do ensino da Física e o incentivo a pesquisa

Os ensinos da Física nas escolas brasileiras apresentam duas vertentes contraditórias, conforme Gomes e Castilho (2010) tanto por parte de quem ensina como por parte de quem aprende: “de um lado, a constatação de que se trata de uma área de conhecimento importante, de outro, a insatisfação diante dos resultados negativos obtidos, com frequência em relação à sua aprendizagem”. Conceitua também que: 

“a insatisfação revela que há problemas a serem enfrentados, tais como a necessidade de reverter um ensino centrado em procedimento mecânicos, desprovidos de significados para o aluno. Sendo assim, para revertermos tal situação deve-se reformular objetivos, rever conteúdos e buscar metodologias de ensino compatíveis com a formação que hoje a sociedade requer (Gomes e Castilho, 2010, p. 1) ”. 

Para Piassi (1995) o desinteresse dos alunos pela Física, se explica pelas deficiências e falhas na formação dos professores.

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