RESUMO

Este artigo objetiva apresentar sugestão a respeito de formas prazerosas de se abordar a metodologia do ensino da arte no espaço escolar, esse artigo foi escrito para despertar no profissional da arte o desenvolvimento da sensibilidade artística, e, por conseguinte do potencial criador. O professor, além de ser o mediador da aprendizagem dos alunos, é um conhecedor de práticas que estimulem a sensibilidade e a habilidade artística dos indivíduos com os quais trabalha, sejam eles crianças, adolescentes, jovens ou idosos.

Palavras-chave: Metodologia. Ensino. Artes.

1 INTRODUÇÃO

O espaço escolar deve ser visto como local de aprendizagens significativas, de desenvolvimento da sensibilidade artística e, em consequência, do potencial criador. Não há dúvidas, de que o papel do professor diante dos desafios cotidianos que perpassam o contexto escolar pode ser fator decisivo no desenvolvimento de um trabalho bem acontecido e envolvido com questões relativas às realidades dos alunos.

As reflexões aqui desejadas podem beneficiar a prática pedagógica de outros docentes e colaborar com um ensino de arte que favoreça o desenvolvimento integral e inclusão social de crianças e adolescentes. Contudo, tem-se o descuido para com o ensino de arte associada as práticas descontextualizadas que resultam em impedimentos à aprendizagem e ao desenvolvimento total das capacidades e habilidades dos alunos.

2 METODOLOGIA DO ENSINO DA ARTE

Entender a arte como área do conhecimento e como lócus de desenvolvimento pleno das potencialidades, são começo fundamental para se implementar práticas inovadoras e estimulantes dentro da escola.

Hernández (1975) discute que a metodologia de trabalho concretizados no ensino de arte, ainda hoje, está pautada em enfoques que apareceram em outros contextos históricos, cujo fundamental objetivo era desenvolver habilidades manuais.

Em outro olhar, a “[...] Arte é um importante trabalho educativo, pois procura, por meio das tendências individuais encaminhar a formação do gosto, estimulando a inteligência e contribuindo para a formação da personalidade do indivíduo” (EDUCAÇÃO, 2010). Um entendimento que parece integrar o pensamento de Fusari (2000) ao assegurar que

A Arte é uma das mais inquietantes e eloquentes produções do homem. Arte como técnica, lazer, derivativo existencial, processo intuitivo, genialidade, comunicação, expressão, são variantes do conhecimento arte que fazem parte do nosso universo conceitual, estreitamente ligado ao sentimento da humanidade (FUSARI, 2000, p. 99).


Entretanto, embora diante de tantas possibilidades que o ensino de arte ocasiona, é imperioso que o docente designado de tal missão, tenha uma formação adequada ao trabalho que irá ser desenvolvido. Outrossim, a formação do pedagogo, de modo geral, é muito limitada no que se refere às matérias específicas da arte. Cabe a este profissional, estar atento a formação continuada. Coutinho (2016) relata esclarece que:

É preciso cuidar da formação do sujeito/professor formador, e aprender a aprender ensinar […] somente os cursos que basearam-se no fortalecimento dos bacharelados, aprofundando as linhas de pesquisa e propondo um deslocamento das disciplinas de licenciatura para os centros de educação, apresentando uma reforma da educação coerente. Entretanto, essa separação pode acentuar o distanciamento entre quem faz Arte e quem ensina Arte, devido à maioria dos cursos de Pedagogia não estarem preparados na formação atualizada de seus próprios educadores […] (COUTINHO, 2016, p. 7).

Com medo de que a aula se torne um momento de ‘bagunça’, muitas vezes faz com que o professor tenha receio de ofertar aulas e produções contextualizadas com conteúdos sugeridos. Alguns professores simplesmente desvalorizam o potencial criador dos estudantes, e com essa atitude não valorizam as propostas de trabalhos que desenvolvam as aptidões.

Duarte Junior (2005, p. 38) revela que “[...] é lamentável que a disciplina de arte ainda sofra com o descaso de escolas, professores e, por extensão, alunos no Brasil”. Os professores esquecem que o  ensino das artes pode colaborar de forma significativa com o desempenho de outros conteúdos, como o processo de alfabetização e letramento. Para Ferreiro (2001), é primordial que os professores contextualizem suas propostas e tenham os objetivos bem claros, como realizar um diagnóstico para saber o nível de conhecimento prévio dos alunos, identificando as hipóteses e fases conceituais de desenvolvimento dos alunos, estimulando também a construção de habilidades cognitivas, desde que respeite o tempo de aprendizagem de cada criança, desenvolvendo propostas significativas e interdisciplinares.

O professor deve também incentivar o desenvolvimento social da criança, trabalhando com sucatas, confeccionando painéis, trabalhando datas comemorativas, decorando salas, pátio da escola, deixando que as crianças o façam, pois é um espaço deles por boa parte do dia e deixar que sintam que podem e que devem fazer com que este espaço seja sempre bonito e que foram eles que fizeram.

A expressão artística exige motivação e organização, e muitas vezes depara-se com a desmotivação das crianças para com a produção de artes. Cabe ao professor criar clima de inspiração, de liberdade, igualdade e estrutura para a realização dos trabalhos, e principalmente organizar a sala com uma grande variedade de materiais: tintas, sucatas, papeis, pincéis etc. Além dos recursos materiais, há uma diversidade de técnicas que incentivam e estimulam as crianças.

A educação em arte, que deve ocorrer dentro e fora da escola, é uma realidade em muitos países, cujas tradições culturais são respeitadas em todas as suas formas de expressão artística, fazendo parte do dia a dia do povo. Quanto a isso, Haymam afirma que (2004, p. 20),

A arte poderia e deveria ser uma grande experiência compartilhada por todos os homens a cada dia de vida, o que não quer dizer que todos os homens devem ser pintores, arquitetos, escritores, compositores, nem que passem a noite em teatro e sala de consertos. O que se quer dizer é que se deve permitir que a sensibilidade inata do homem no que diz respeito à arte se expresse e se desenvolva e que, estimulando o educando, o ser humano desde a infância, deve-se se fazer com que essa sensibilidade se afirme para que surja o homem completo e pleno.

E para que isso aconteça, o profissional precisa de formação continuada e de estudos sistematizados e concretos. Para Negrini (2005, p. 25), “[...] a formação do educador infantil deve estar embasada sobre três pilares que ele denomina de formação teórica, formação pedagógica e formação pessoal”. Para o autor, a formação teórica focaliza fundamentalmente as principais teorias que tratam do desenvolvimento e da aprendizagem, as diferentes linhas metodológicas da Educação Infantil, assinalando bem suas diferenças.

Quanto à formação pedagógica, esta deve oportunizar uma vivência concreta com crianças, paralelamente à formação teórica, não deixando só para o final do curso, quando ocorre o estágio supervisionado. Convivendo com crianças durante todo o tempo de seus estudos, os profissionais em formação terão oportunidades de fazer uma reflexão sobre os conteúdos que os professores costumam indicar, já que muitos deles nunca tiveram um contato efetivo com crianças pequenas em experiência educativas.

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