TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

 MESCLANDO TEORIA E PRÁTICA

Paulo Ribeiro Cantuaris Neves

Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC EAD

 

RESUMO

 

O presente trabalho é um relato sobre a formação inicial do licenciado em geografia, o seu desempenho nas aulas teóricas em sala de aula e práticas durante os períodos de estágios, como também o seu desenvolvimento maturativo durante o curso. 

 

Palavras-chave: Educação. Estágios. Práticas. Práxis. Reflexivo.

 

  1. 1.    INTRODUÇÃO

 

Este trabalho de conclusão de curso em formato de artigo tem a intenção e a finalidade de relatar, discutir, auto-avaliar e sistematizar sobre as aprendizagens produzidas e as experiências adquiridas consecutivamente no decorrer do curso de licenciatura em geografia. Como também apresentar as propostas e perspectivas com objetivo de possibilitar o conhecimento acerca da formação do docente com as suas teorias e metodologias estudadas durante os seis períodos do curso de licenciatura em geografia.

 

No campo das teorias adquiridas dentro do contexto da fundamentação abordamos as tendências pedagógicas e correntes do pensamento geográfico insinuando e alicerçando um meticuloso exercício de reflexão, como também no campo da praticidade com os referidos estágios curriculares I e II, nos respectivos estabelecimentos de ensino, Colégio Ministro Pires de Albuquerque e Colégio Mário Augusto Teixeira de Freitas, por meio destes delineamos vertiginosamente a construção teórica-metodologica alcançadas na graduação.

Contando também com os alicerces dos grandes pensadores da área geográfica, geológica, biogeográfica, psicanálise e filosófica e da disciplina de pesquisa e prática pedagógica I – educação na sociedade da informação; pesquisa e prática pedagógica II – gestão escolar e do projeto político-pedagógico no olhar do educador geográfico; pesquisa e prática pedagógica III – reflexão e discussão sobre a docência na geografia na (o)s séries/anos finais do ensino fundamental; pesquisa e prática pedagógica IV – geografia escolar das séries finais do ensino fundamental e do ensino médio; pesquisa e prática pedagógica V – formação profissional e capacitação didático-pedagógica na área da geografia escolar do ensino médio.  

 

Todas essas disciplinas foram acompanhadas consecutivamente pelos seus temas transversais. Pois, é por influência das obras destes pensadores e por intermédio de tais disciplinas que o discente de licenciatura tem o embasamento teórico para ser aplicado durante a experiência prática nos estágios curriculares que faz parte da formação inicial do docente.  

 

  1. 2.    DESENVOLVIMENTO

 

Dentro do curso de licenciatura em geografia, o principal objetivo foi analisar o desenvolvimento e a efetivação do modelo atual de ensino que um mestre ensina simultaneamente a vários alunos, ou seja, uma classe, que o escuta com muita atenção, subjugando a forma histórica baseada na relação dualista entre um educador e um discípulo. O ser humano na verdade inerente ao aprender, ele aprende empiricamente, e percebe-se que o ensino não é uma condição necessária nem suficiente para se analisar uma aprendizagem. Asseverando este pensamento nos estágios curriculares realizados pelos discentes aprendem-se coisas que não são ensinadas no dia a dia das aulas da faculdade, e, é em sala onde acontecem vários experimentos teóricos e metodológicos que assessoraram o alargamento intelectual dos acadêmicos como profissionais da educação.

 

As práticas objetivas nas disciplinas de pesquisa e prática pedagógica com os seminários presenciais, estágio supervisionado I e II, e estratégias para o ensino da ciência geográfica proporcionaram e alicerçaram a capacidade de reflexão acerca da educação atual e do novo perfil docente.

Tornar a unir as varias atividades consolidadas e colecionadas no transcorrer do curso de licenciatura em geografia e averiguar a relação entre ética, educação e sociedade e de como o educador deve se preparar como profissional da docência que educa o ser humano para a democracia neste começo de século, com a missão de identificar as principais características deste novo modelo educacional com inserção das transformações das inovações tecnológicas.

 

Analisar dentro da perspectiva da construção da cidadania a valorização do cidadão, como também contextualiza a sua própria identidade local inferindo o seu crescimento vertical. Verificar também se houve integração dos discentes em formação com as experiências dos docentes das instituições onde foram praticados os referidos estágios, que foram empregados em sala de aula com prodigioso aproveitamento ou não; Verificar a práxis desenvolvida durante a realização das aulas tanto nas apresentações da disciplina de pesquisa e prática pedagógica, como também no campo do estágio curricular com os materiais alternativos utilizados como jornais, revistas, computadores, vídeos, slides. Abordando assuntos relacionados à sociedade contemporânea, a política e educação no sentido modificador e balizador de um futuro promissor para a sociedade como num todo.

 

2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

Este trabalho de conclusão de curso relata um desenvolvimento de uma práxis educativa no contexto cognitivo e maturativo, correspondente a uma criticidade e reflexão decorrente das ações e atividades realizadas em sala e no campo de estágio. Proporcionando para a consecução e realização das aulas a instituição de critérios e acordos entre docentes e discentes, pois ambos buscam um mesmo objetivo a aprendizagem.  Fazer uma reflexão acerca dos planos de aulas nos estágios curriculares I e II, balizando a importância dos mesmos pelos parâmetros curriculares nacionais, como também a importância das respectivas experiências práticas.

 

E foi no momento dos Estágios I e II, que o discente atuando como docente, coloca esses princípios teóricos destes grandes mestres a prova, e adquiri-se durante esses dois períodos experimentais a percepção da importância de ser professor/educador, pois até então se atuava em sala de aula na faculdade por intermédio dos seminários presenciais (PPP I, II, III, IV e V), e esses momentos são imprescindíveis e habilita-nos a realizar uma coerente e meticulosa opção de rever as várias concepções e fazer uma reflexão sobre a prática educativa:

 

Para mim, existem quatro fatores principais: em primeiro lugar, Maturação..., uma vez que este desenvolvimento é uma continuação da embriogênese; segundo, o papel da Experiência adquirida no meio físico sobre as estruturas da inteligência; terceira Transmissão Social num sentido amplo (transmissão lingüística, educação, etc.); e quarto, um fator que freqüentemente é negligenciado, mas que, para mim, parece fundamental e mesmo o principal fator. Eu denomino esse fator de Equilibração ou, se vocês preferem auto-regulação. (PIAGET, 1964, p. 178).

 

Constata-se que o amadurecimento é um fator preponderante e imprescindível, na probabilidade de dar continuação no processo de formação do indivíduo, mas que não explica todo o desenvolvimento.  Desempenhando o limitado papel de abrir possibilidades para novos desempenhos, que precisam ser atualizados continuamente, o que automaticamente leva à consideração de outras qualidades, das quais a mais imediata, é a experiência.  Além disso, quando se referimos à experiência, como é de fato o intuito e intenção atribuída ao estagio e suas etapas, é preciso considerar as várias instâncias em que se dá esse processo.

 

Nesse sentido, as mudanças ocorridas na capacidade do acadêmico durante as etapas do estágio, terão sempre abrangências ilimitadas. Por que a nossa sociedade deve repensar e debater argumentos relacionados à educação com mais veemência do que de costume, tomando por base as expressões “que discentes a docentes as Universidades e Faculdades estão formando e colocando no mercado de trabalho na nossa sociedade presente” e “como irá ser a nossa posteridade com esses tipos de profissionais que estão inserindo-se na docência.” Segundo Fernandes (1989, p. 9) traz que “A questão, hoje, consiste em colocar os trabalhadores, os excluídos e os oprimidos - os incultos ou semicultos nas malhas da rede escolar.”

 

Seguindo o mesmo pensamento balizador do educador Paulo Freire (1997), com referencial em temas geradores, fazendo ajustamentos dentro dos contextos dos conteúdos escolares com a vida dos estudantes. Os estudantes inserem-se também na licenciatura em Geografia a procura de metodologias para organizar pensamentos e atuações de configuração crítica. Paulo Freire (1991, p. 97), que enquanto educador dizia:

 

Saber que não posso passar despercebido pelos alunos, e que a maneira como me percebam me ajuda ou desajuda no cumprimento de minha tarefa de professor, aumenta em mim os cuidados com meu desempenho. Se a minha opção é democrática, progressivas não podem ter uma prática reacionária, autoritária, elitista. Não posso discriminar o aluno em nome de nenhum motivo. A percepção que o aluno tem de mim não resulta exclusivamente de como atuo, mas também de como o aluno entende como atuo.

 

A escola evoluiu deliberadamente da sua forma histórica em que a conhecemos e correspondeu à transição de um modelo “magistrocêntrico” baseado na relação dualista entre mestre e um discípulo para um modelo que em um mestre ensina simultaneamente a muitos alunos, ou seja, uma classe.  Essa modalidade de organização representou uma invenção prodigiosa, que permite de maneira deliberada e sistemática, o acesso rápido e democrático a um patrimônio universal de saberes, contando com a ajuda incondicional das novas tecnologias educacionais.

 

Considerando o exposto, quando se constitui um acordo entre professor e turma, os estudantes deixam de serem apenas aqueles que estão designados a obedecer, mas se tornam iguais em direitos e deveres. O melhor caminho para se produzir um acordo com a turma, é o docente estar atento ao planejamento pedagógico; partilhar suas experiências com os discentes, e isso aconteceu durante todo transcorrer do curso da FTC EAD.  É importante deixar que os discentes se expressem e o que estão esperando da disciplina. Assim, destacam-se alguns pontos que podem cooperar para a condução do aprendizado:

 

  • Os discentes necessitam entender o que o professor espera deles no decorrer do desenvolvimento da disciplina;
  • Ajustar a cada início de aula (as), regra (as) de procedimento, metas de proveito do conhecimento adquirido;
  • Dialogar individualmente com o discente que ficar com problemas de aprendizagem;
  • Desenvolver atividades que os discentes priorizem e sejam capazes de trabalhar coletivamente;
  • Aquilatar as produções individuais e coletivas;
  • Propiciar ocasiões de conversação, observar a expressão do estudante.

 

2.2 REFLETINDO SOBRE AS TEORIAS ESTUDADAS

           

A escola no passado com o seu modelo escolar tradicional implantado pelos jesuítas no século XVI, perpassando para o modelo idealizado por John Dewey com a pedagogia de projetos e o modelo da escola nova que duraram ambas com seus ideais até meados de 1964, com a ascensão da ditadura militar que instituiu o modelo tecnicista que tem origens nos Estados Unidos. Como foi muito complexa a linha de desenvolvimento escolar, com os seus modelos, e sempre será uma instituição complexa.

 

 No cenário atual buscar-se a reconstrução da humanidade com a inserção nos parâmetros curriculares nacionais da educação e sustentabilidade ambiental, para poder termos na nossa posteridade dias bem melhores, visto que as forças hegemônicas da dominação multipolar estão cada vez mais se afirmando inserindo a degradação e a alienação no contexto geral.  

 

Inicialmente para refletimos sobre as teorias estudadas durante o curso de geografia, realizou-se uma vasta revisão bibliográfica referente ao ensino de geografia como aporte para a educação popular. Teve-se a intenção de instrumentalizar e alicerçar o incremento teórico-metodológico do conhecimento humano balizando e direcionando uma práxis pedagógica critica e com totalidade reflexiva para uma analise concisa da vida acadêmica. 

 

Com esses entendimentos embasados e articulados com ações planejadas que abrangem o fazer educador e as procedentes reações dos acadêmicos a esse fazer; e estas que satisfazem naturalmente em decorrência do que é desenvolvido e inferido pelos próprios docentes, contando com a ajuda essencial dos documentos curriculares relacionados à disciplina de grande referencial teórico e bibliográfico, não deixando de lado a vasta pesquisa eletrônica na web realizada pelos docentes e pelos discentes. Alguns teóricos fizeram-se presentes no decorrer do curso como: Gerardo Mercartor,  Friedrich Ratzel, Vidal de La Blache, Humboldt, Karl Marx, Jean Piaget, Vigotsky, Antonio Christofoletti, Ruy Moreira, Paulo Freire, Milton Santos e outros.

 

  Se não fosse por esses homens com capacidades e habilidades voltadas para a ciência e com visão inovadora não teríamos a capacidade de analisar, planejar, educar, refletir, aprender e muitas outras coisas. Proferiria que as teorias e obras destes fantásticos educadores, geógrafos, cientistas, psicanalista e filósofos tiveram importância fundamentais para o nosso engajamento e aprimoramento no curso.

 

Enfim, abriram-se os acessos para as informações e aprendizagens com as quais tenho plena certeza que fortaleceram os conteúdos curriculares e a prática pedagógica. Tratando sobre prática pedagógica, um bom referencial é Jean Piaget, que influenciou muitos pedagogos com as suas teorias principalmente a tendência progressivista e a tendência do construtivismo seqüencial e os fatores que intervêm no desenvolvimento. Que não propôs um método de ensino, mas elaborou varias teorias voltadas para o conhecimento. Jean Piaget demonstra com os seus experimentos que a pedagogia tradicional é totalmente empírica.

 

  Para Piaget o desenvolvimento da inteligência e advindo de processos naturais ou espontâneos, ele procurou desenvolver muitas investigações cujos resultados são experimentados por psicólogos e pedagogos a mais de trinta anos.

 

2.3 DIALOGANDO SOBRE OS TEMAS TRANSVERSAIS

                                                    

Referindo-se sobre as atividades realizadas tivemos o trabalho com os temas “transversais” propostos para cada andamento do curso, que foram bastante eficazes, no sentido metodológico, para os discentes, em processo de desenvolvimento e afirmação das capacidades e habilidades adquiridas com os referidos temas, com o intuito de auxiliá-los na sua formação absoluta, e de seus futuros alunos, ocupando-se em desenvolver o seu espírito crítico e reflexivo para tornar-se, cada vez mais criativo e conceptivo.

Os temas transversais no transcorrer do curso, sempre ressaltaram a respeito da necessidade da coexistência harmoniosa, entre homem e natureza, e acima de tudo balizando uma visão ética e comprometedora, dentro do contexto da educação e consciência ambiental. Porque além de ser um dos temas trabalhado no momento, é um tema presente no dia a dia das pessoas, pois contribui na reflexão acerca das nossas condutas e escolhas como ser humano. E o atual contexto da educação tem muito a contribuir com esse afloramento, mas ainda carece e deve ser revisto sistematicamente. Pois o processo de aprendizagem emergente exige ainda mudanças. Gadotti (dem, 2005, p. 11) afirma que:

 

O mundo hoje é favorável às mudanças sonhadas por educadores como Antônio Gramsci, que entendia o educador como um intelectual organizador da cultura, Paulo Freire, que defendia o diálogo crítico como essência da educação e Florestan Fernandes, que sustentava que a emancipação só poderia vir a partir da organização “dos debaixo”.

 

Destacando sempre sobre o sentido ético da coexistência harmoniosa entre ser humano e natureza e as suas várias extensões dentro da vida social. O trabalho com os temas transversais fortaleceu o que se pede nos parâmetros curriculares nacionais para a educação, e para a cidadania, abordando a flexibilidade temática no ensino atual. O processo educacional habitualmente ocorre quando é distinguido por concepções, valores e atitudes, muitas vezes, conflitantes com a realidade dos alunos. E desta forma, é importante relembrar e refletir metacognitivamente à disciplina de pesquisa e prática pedagógica e os seus temas transversais, e o que eles expressaram em conceitos e valores fundamentais para a formação docente do curso de licenciatura em geografia da FTC EAD, e para o exercício da cidadania como num todo.

                                                           

Com esse entendimento começamos o primeiro tema transversal que foi o papel da educação, onde foram sistematizados e analisados pontos importantes e relevantes dentro do panorama atual da educação no Brasil e no mundo, ficaram consolidados junto aos discentes que a educação em sua essência é primordial, e, é elemento chave para a construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado e que a possibilidade de educar em uma sociedade da informação significa investir na criação de competências que permitam uma atuação efetiva na produção de bens e serviços.

No PPP II, tivemos o segundo tema, que foi o educador critico e reflexivo, e ficaram demonstrados que atualmente os docentes devem partir para uma temática de mediador da construção e do desenvolvimento do convívio democrático na escola. Que é um processo que se realiza a cada dia, com a participação de toda a comunidade interna e externa com a inserção do projeto político pedagógico que abarca conceitos subjacentes à educação.

 

Relatando sobre o terceiro tema transversal que fora ilustrado na disciplina PPP III, que ressaltou sobre cartografia e ensino, e ficou bem embasado que no contexto educacional deste começo de século e no panorama de um mundo globalizado e conturbado em que vivemos, onde os valores são invertidos, a educação na área cartográfica é componente essencial para balizar o ensino interdisciplinar da geografia e ciências afins, em sala de aula valorizando a totalidade espacial, cultural, econômica e intercontinental, e foram extremamente significantes os frutos dos estudos obtidos pelos futuros docentes em licenciatura em geografia, que foi a consumação da pesquisa e observação associada a uma investigação dialógica junto aos professores de geografia acerca dos conhecimentos sobre cartografia inserida nos planos de ensino dos alunos do 2º ciclo (5º, 6º), ao momento da entrada no 3º ciclo do ensino básico (7º, 8º, 9º ano) e à entrada no ensino secundário.

 

Referindo-se a disciplina de PPP IV, com o tema transversal sobre geografia e cidadania que relatou para a compreensão dos futuros docentes de licenciatura em geografia, assuntos relevantes, tendo como base a cidadania, a informação, a comunicação e a globalização no contexto geral e irrestrito, como também foi ressaltado sobre a inserção e instalação de indústrias em certas regiões do Brasil, e os seus resultados, que podem ser benéfico, tanto, quanto prejudicial. Pois ao mesmo tempo em que contribui para o crescimento, ela pode estar executando a massificação da cultura de um povo. Na conjuntura da escola do século que se findou, há 11 anos passados, que foi o século XX, ainda formava-se alunos desprovidos de meios intelectuais para se informar ou para formar uma opinião e defender uma concepção através do dialogo argumentativo, no milênio que se inicia ainda têm-se alguns resquícios desta lacuna educacional.

 

A cidadania se torna menor do que sua percepção. O cidadão pretende transcender o seu espaço primitivo. Todavia, o mundo, expresso desigualmente, não tem como regular os lugares em suas diversidades e, por conseqüência, a cidadania se faz menor. (SANTOS, 2000, pag.02)

 

 

Em PPP V, tivemos o tema: A formação profissional e capacitação didático-pedagógica na área de geografia escolar do ensino médio, que relutantemente busca através das tecnologias de informação e comunicação (TICs), pela melhoria da qualidade do ensino e que deve ser uma constante atualmente na vida profissional dos educadores.

 

“A capacitação e a valorização do professor devem ser prioritárias, quando se quer garantir qualidade na educação.” (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS)

 

Partindo desta concepção, entende-se que repensar a ação docente é uma provocação incitante para os atuais educadores, especialmente quando se deseja desenvolver um aluno cidadão, consciente, crítico, reflexivo, inventivo e atuante na sociedade em que se correlaciona e habita.

 

Segundo os parâmetros curriculares nacionais os discentes em processo de desenvolvimento têm que ser submetido a uma formação integral, os procedimentos significantes para a maturação dos discentes e futuros docentes de licenciatura em geografia é quando se exige uma formação critica que perpasse o contexto sala de aula, com saídas de campo, visitas a museus e bibliotecas cartográficas, encontros de estudantes da área geográfica, jornadas pedagógicas, passeios ecológicos com intuito de favorecer a educação ambiental, biogeográfica, pedológica e geomorfológica.

 

E, falando-se ainda sobre formação integral não podemos deixar de lado a leitura reflexiva dos parâmetros curriculares nacionais do ensino médio principalmente da pagina nº 57, art. 2.4, que ressalta sobre a preparação cientifica dos docentes do ensino médio procurando inserir com essas tecnologias os alunos na sua totalidade, procurando a intercorrelação do currículo escolar e a facilidade dos meios tecnológicos de inferir os conhecimentos de maneira abrangente, e a capacidade de emprego das diferentes tecnologias (TICs) relativas a cada área de atuação.    

 

2.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

Pontuou-se a relevância das aulas para os estudantes do 6º/7º ano da educação de jovens e adultos - EJA e do 1º ano do ensino médio, uma vez que tiveram a possibilidade de discutir e refletir sobre a realidade social local e do mundo globalizado em que estão inseridos.  Contudo, os três anos de envolvimento e desenvolvimento na área educacional na FTC tiveram, e, está tendo grande contributivo na formação dos saberes docentes dos futuros professores de geografia.  Maria Tereza Niedelcoff (1991, p. 38), nos mostra que:

 

Um mestre apático: que trabalha com notícias da atualidade, mas que não se sente interessado e comprometido com a realidade do país ou do mundo, que não tem idéias claras nem uma atitude crítica diante dos fatos, não pode incentivar... Atitudes que ele mesmo não tem.

 

Entretanto, para se realizar um trabalho significativo que apresente resultados aceitáveis necessita-se colaborar para que apuradas potencialidades dos discentes ampliem-se, e que se relacione ao conteúdo estudado como também a sua própria vida, e os seus problemas. Para isso, conforme Vesentini (1989) a geografia do ensino, tem a finalidade da compreensão e transformação do real, na percepção da política do espaço, onde o estudante pode tornar-se co-autor do saber.

 

Integrar o estudante significa possibilitar que ele torne-se sujeito de sua história.  Para Oliveira (1987) é preciso participar da transformação da sociedade e tal participação só pode ser feita com entendimento do momento. E o modelo do entendimento do momento é muito importante para a ciência geográfica e para o geógrafo.

 

Então asseverando um entendimento de certa época remota que foi relatado e exemplificado durante aulas teóricas da disciplina de cartografia que foi o fato histórico que a ciência da localização, a geografia que fora negada em parte, não se sabe explicar, se foi realmente intencional ou por falta de preparo profissional e científico para aquela época, que foi o século XVI, com a projeção criada para a época pelo cartógrafo Flamenco Gerardus Mercartor em 1569, que colocou em destaque os continentes situados no hemisfério sul, dilatando sua extensão territorial, procrastinando ou negando a verdade cartográfica daquela localidade que era muito importante para aquele período histórico.  Mas, depois veio o cartógrafo e historiador Arno Peters, e consertou o suposto erro, depois de 404 anos em 1973, que aludiu uma nova projeção que, em vez das distâncias, privilegiasse a representação mais eficaz dos limites, baseando-se no trabalho do clérigo britânico James Gall, de 1855. Foi realizada com êxito, e a projeção de Mercartor sendo Intencional ou não “para atacar psicologicamente os lideres das nações não hegemônicas”. Foi deixada de lado.    A projeção de Peters mostrou com a sua visualização que o “primeiro mundo” era desproporcional, em área, ao “terceiro mundo”.

 

Os bons resultados virão se os estudantes se sentirem responsáveis pela identificação de seus objetivos atuais e futuros e pela criação dos meios para alcançá-los. Os estudantes só admitem a própria aprendizagem quando é oferecida, a eles, a conveniência de uma participação ativa.

 

  1. 3.  CONCLUSÃO

 

O professor pesquisador e reflexivo tem a grande capacidade técnica aliada às mudanças constantes que ocorrem no panorama mundial e local, com o advento do meio técnico científico informacional, que é ter a capacidade crítica e reflexiva, e o poder de desconstruir e reconstruir arquitetando novos paradigmas, constantemente, sem estar angustiado com o que vão achar ou julgar, em suas ações, porque nelas estão explícitas as suas finalidades.

 

 A formação de seres humanos suscetíveis, a coexistência pacífica, demarcada pela ética, o respeito a todas as formas de esclarecimentos e interpretações, sempre em busca da excelência na construção de cidadãos.  Sendo assim, é notório inferir que a perspectiva de transformar o mundo permitira seu entendimento. Hoje em dia podemos está inseridos no sistema atual em cargos e funções onde o livre arbítrio e censurado, regulado, controlado por estatutos ou leis autoritárias, mas, o nosso pensamento sempre estará liberto para pensar, interpretar, menticular dentro do silogismo filosófico.

 

Considero esses pontos de muita importância e relevantes para o momento atual da educação e da ciência geográfica, afinal de contas a interdisciplinaridade é sem dúvida o grande leque da educação para promovermos uma posteridade educacional bem melhor dentro do ponto de vista dos paramentos curriculares.

 

Os atuais acadêmicos inseridos em cursos de licenciaturas de geografia afins, como futuros professores de geografia e geógrafos, não podem focalizar uma única disciplina, dentro contexto da ciência geográfica, eles terão que adentrar outros contextos interdisciplinares, como a própria geografia já, é com várias subdivisões, como num todo. É, pois, uma grande ocasião para largarmos de lado as divergências de pensamento dicotômico entre alguns professores de geografia e uma pequena parcela dos acadêmicos em formação sobre aptidões intectuais uns para a geografia física e outros optam a se dedicarem integralmente a área da geografia humana, vamos deixar de lado essa dicotomia e agirmos como verdadeiros geógrafos e educadores, que aprendem como num todo sobre espaço geográfico e outras disciplinas, sem porteiras ou instantes, localizando pontes sólidas, adequadas para agüentar o peso da aflição na busca incessante pela inovação.

 

Pelo contrário do que muitos debatem, as geografias se suplementam, se completam, e devido à vasta área de atuações do geógrafo e do professor de geografia, sem ostentações físicas ou humanas, deve colaborar para a ampliação e entendimento da própria ciência geográfica, estas, sem precedentes, visto que o momento não é tênue entre as eternas estradas. As probabilidades de um desenvolvimento aparecem a cada instante.

 

 4.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática            educativa. 17. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.      

 

FREIRE, Paulo. Política e educação. 5. Ed. São Paulo, Cortez, 2001.

 

GADOTTI, Moacir. Economia Solidária como práxis pedagógica. Ed. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2009.

 

______Geografia Crítica e Ensino. IN: Para onde vai o ensino da Geografia? São Paulo: Contexto, EDUCSP, 1989. p. 30-38.

 

LIBÂNEO, J.C. Democracia da Escola Pública. São Paulo: Loyola, 1987.

 

Moll, J. Educação de Jovens e Adultos.  p. 144, Ed. Meditação.

 

NIELDOKOFF, M.T. A Escola e a Compreensão da Realidade. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1991, 101p.

 

OLIVEIRA, A.U. Educação e Ensino de Geografia na Realidade Brasileira. IN: Para onde vai o ensino da Geografia? São Paulo: Contexto, EDUCSP, 1989.

 

PIAGET, J; GRECO, P. Aprendizagem e conhecimento. São Paulo: Freitas Bastos, 1974.

 

 SANTOS, Milton. Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência universal. São Paulo: Record, 2000.

 

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Geografia: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental (5ª a 8ª). Brasília: MEC/SCF, 1998.