INTRODUÇÃO

O presente artigo trata-se sobre um Trabalho de Conclusão do Curso de Design de Móveis, referente ao projeto de uma mesa pedagógica infantil que auxilie na aprendizagem desde a fase de iniciação à vida escolar.
A escolha do tema foi possível graças à observação de mobiliários infantis existentes nas escolas. Observou-se que estes não possuem preocupação em estimular o interesse da criança em estudar, não obtendo diferencial no que diz respeito aos aspectos estéticos e simbólicos. É comum encontrar móveis infantis que atendem apenas aos requisitos funcionais básicos de um móvel, preocupando-se essencialmente em reduzir o tamanho e atender a principal função prática, que é a de apoiar objetos. Somente nos últimos anos o usuário infantil vem se beneficiando com o interesse por parte dos arquitetos e designers na aquisição de conhecimentos de sociologia, psicologia e ergonomia infantis com o objetivo de atender as reais necessidades das crianças.
A criança em fase de iniciação escolar necessita de uma atenção especial. Ela precisa sentir-se familiarizada com o ambiente escolar e atraída por este, de modo que possa ser estimulada a aprender, relacionando o ambiente de estudo com algo prazeroso e benéfico para ela. Pensando nisso, chegou-se a proposta de projetar e desenvolver uma mesa pedagógica infantil, que fosse esteticamente atrativa e ergonomicamente confortável para as crianças, possuindo formato interessante, cores chamativas e fosse um produto diferenciado, com a intenção de influenciar positivamente na aprendizagem da criança.

METODOLOGIA

A metodologia do presente artigo consiste em: conceito sobre desenvolvimento infantil, na idade entre 4 a 6 anos, aprendizagem infantil, importância do brincar, pesquisa de campo, levantamento das necessidades e protótipo.
Tamanho do trabalho. O trabalho completo, incluindo figuras e tabelas, deve ser limitado a quatro (4) páginas em papel de tamanho padrão A4 (21 cm x 29,7 cm). Por favor não reduza figuras e tabelas a tamanhos que sacrifiquem o entendimento dos símbolos e legendas nelas contidos.
A Infância e o desenvolvimento Infantil A criança é um ser humano em desenvolvimento que explora o mundo ao seu redor, através de situações vivenciadas no seu espaço. É através de sua atitude de curiosidade, juntamente com o auxílio dos pais, professores e do meio em que vive, que a criança aprende a identificar situações, pessoas e objetos e a interagir com eles. Segundo Rochael (2009), a infância é o período que vai desde o nascimento até aproximadamente o décimo primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade.
De acordo com Vieira (2007) a infância é uma fase de muitas mudanças, formulações, experiências, significações, ressignificações e aprendizados. Porém, como as mudanças no mundo infantil acontecem de uma forma dosada e gradual, o adulto tende a interpretar erroneamente, que o mundo da criança é semelhante ao seu; todavia a criança possui uma natureza singular, sente e pensa o mundo de um jeito muito próprio. Ela inclusive pode ser caracterizada por certas características referentes ao estágio de seu crescimento e desenvolvimento.
A criança passa por inúmeras mudanças durante seu processo de desenvolvimento:
mudanças físicas, motoras, biológicas e psicológicas. Baynes (1992) defende que a infância é um período de desenvolvimento físico e mental rápido e intenso, e, portanto, a importância das experiências para o desenvolvimento sadio da criança, não pode ser menosprezada. Porém é necessário lembrar que o amadurecimento de cada criança é algo pessoal, ou seja, não é verificado da mesma maneira em todas as crianças. O desenvolvimento infantil envolve muitas variáveis, como saúde física e mental, a influência das relações sociais e ambientais, o acesso à educação, entre outras características psicológicas próprias de cada um. Porém, de acordo com diversos estudos no ramo da psicologia e pedagogia, podem-se determinar gradientes de desenvolvimento, que facilitem o estudo acerca do desenvolvimento infantil.
Estes gradientes servem para determinar as tendências e os esquemas de comportamento infantil. De acordo com Gessel (1987), gradiente do desenvolvimento é uma série de fases ou graus de maturidade por onde a criança vai progredir em direção a um nível mais elevado de comportamento. O gradiente de desenvolvimento serve como um quadro de referência, pois o plano geral de desenvolvimento encontra-se fora do nosso alcance.
Aprendizagem Infantil A partir do nascimento a criança vai sendo apresentada ao mundo, fazendo uso de seus sentidos para explorá-los, internalizando nomes, cores, sensações, sentimentos, percepções, gostos, cheiros, fazendo associações entre as informações que recebe. A arrumação ou disposição dessas informações recebida pela criança é chamada aprendizagem.
Segundo Bee (1984) a aprendizagem é algo que deve ser significativo na vida do indivíduo, onde se sobressai a qualidade de um envolvimento pessoal permanente e que vai ao encontro das necessidades do sujeito.
É importante lembrar que ocorre aprendizagem sempre que, ao receber estímulo, de alguma forma o indivíduo responde ao ambiente. A interação, portanto, é um fato que está presente nas aprendizagens.
Foi a partir do século XX , com os estudos mais aprofundados em psicologia, que começaram a surgir teorias explicativas do funcionamento do processo do aprender. A partir dos estudos realizados ao longo do século XX, percebeu-se que era através da aprendizagem que o homem adquiria hábitos e comportamentos. Além disso, a aprendizagem passou a ser definida como o processo de aquisição de novos conteúdos a partir de um sistema de trocas (homem-meio) constante. Nesse ponto nota-se alguns elementos do processo de aprendizagem. São eles: memória, atenção, interesse e inteligência.
A importância do Brincar e do jogar Uma das primeiras teorias sobre o brincar infantil surgiu no século XVIII e entendia esta atividade como o produto de uma energia excedente (GROOS,1976). Já os estudiosos que dominaram as teorias do brincar na primeira metade do século XX, como Piaget e Vygotsky, definem o brincar a partir da sua relação com o desenvolvimento psicológico mais amplo. Posteriormente, teóricos como Berlyne (1963) explica o brincar como um comportamento intrinsecamente motivado; e Bruner (1976) postula o brincar como uma atividade que deve facilitar a aprendizagem e/ou a prática de comportamentos específicos.
O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os tempos mais remotos. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensinoaprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição ou em outras situações. (CAMPOS, 1986).
Oliveira (2002) afirma que o desenvolvimento humano decorre das trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a vida entre indivíduos e o meio, cada aspecto influindo sobre o outro, por isso não se pode ignorar a significativa contribuição que a brincadeira traz à infância. Ela favorece as trocas de experiências vividas por cada criança, ajudando-a no processo de inserção na sociedade em que vive, pois a auxilia na compreensão dos signos sociais que a rodeia.
Desenvolvimento do Projeto O projeto foi desenvolvido a partir dos resultados de pesquisas teóricas, pesquisas de mercado e pesquisas de campo realizadas durante o trabalho. As pesquisas de campo foram realizadas em 4 centros de educação infantil de Curitiba: CMEI da prefeitura, Centro Educacional Pequeno mundo, Pólo Educacional Jesus menino, e Centro Educacional Colmeia's, nas quais foram aplicados questionários aos professores e alunos. A íntegra da pesquisa pode ser conferida no referido Trabalho de Conclusão de Curso. Percebeu-se com a que a maioria dos Centros de Educação Infantil utiliza móveis padronizados, sendo fabricados em compensado, revestidos em fórmica e a estrutura em aço. Até mesmo a cor é padronizada, sendo a verde a principal escolhida pelas instituições de ensino, por se tratar de uma cor considerada "calmante", visto que as crianças nessa fase são muito agitadas.
A única instituição pesquisada que utilizou a madeira como principal material (tanto na estrutura, como no assento da cadeira e tampo da mesa), conferindo ao móvel um aspecto mais "aconchegante", foi o Centro Educacional Pequeno Mundo, uma Instituição de Ensino privada. Por outro lado, a única instituição pesquisada que se preocupou em diversificar as cores dos móveis para torná-los mais atraentes às crianças, foi o Centro de Educação Municipal Infantil da prefeitura, localizado ao lado da Faculdade OPET. Além disso, os móveis, apesar de não possuírem conforto aparente, devido ao material (assento e fórmica e estrutura em ferro) estavam adequados em seu tamanho e altura para as crianças.
Os móveis referentes às outras duas instituições pesquisadas (Centro Educacional Jesus Menino e Centro Educacional Infantil Colméias) não apresentaram nenhum elemento atrativo para as crianças. Porém pôde-se perceber que ambas as Instituições se preocuparam em manter a ergonomia, adaptando as medidas da mesa e cadeira para as crianças a partir da média das alturas e medidas do corpo das crianças.
Pôde-se perceber que houve preocupação por parte de todos os Centros Infantis pesquisados em deixar os móveis mais seguros para as crianças. As instituições que se destacaram nesse aspecto foi o Centro de Educação Infantil Colméia's - que além de arredondarem os cantos das mesas e cadeiras, também disponibilizaram mesas redondas especialmente para as crianças menores- e o Centro de Educação Infantil Pequeno Mundo, que disponibiliza uma linha de móveis em madeira, feita especialmente para as crianças da Escola.
Com relação ao aspecto funcional, todas as mesas pesquisadas atendem a função básica - apoiar objetos. Os únicos mobiliários que atendem a função de guardar materiais, são os existentes no Centro educacional Infantil Jesus Menino e o Centro Educacional Infantil Colméia's, em que as carteiras possuem um espaço localizado abaixo da mesa para essa função.
Observa-se que em todas as Escolas pesquisadas há uma preocupação grande com o incentivo da leitura, a prática de jogos pedagógicos em sala de aula e as atividades em grupo.
Após analisar todos esses aspectos (funcionais, estéticos, ergonômicos e pedagógicos) e após comparar as respostas dos questionários avaliados, algumas necessidades e características foram identificadas abaixo:
- O móvel deverá ser colorido, respeitando a preferência de 100 % das crianças entrevistadas e levando em consideração a opinião dos professores, tomando o cuidado para não utilizar cores fortes em grande quantidade, como o vermelho e laranja, visto que essas cores trazem sensação de "agitação" à criança.
- O material escolhido para fabricar o Conjunto de mesa e bancos foi a chapa de madeira de MDF, por se tratar de uma chapa resistente, de boa qualidade e economicamente acessível;
- O móvel deve possuir medidas ergonômicas que sejam compatíveis para a idade de 4 a 6 anos, baseando-se nas medidas já utilizadas pela Escola Colméia's.
- O conjunto de mesa e banco deve ser seguro, confortável e atrativo para as crianças.
A mesa deve possuir cantos arredondados e o banco deve ser estofado para oferecer o conforto exigido.
- O móvel deverá servir para até 4 crianças, já que é importante que elas trabalhem em grupos e equipes para se socializarem;
- Como a mesa será pedagógica, haverá jogos em seu tampo, que deverão ser compatíveis com a idade de 4 a 6 anos.
- O móvel deverá possuir espaços para guardar objetos como mochilas, cadernos, lápis, tesouras, entre outros materiais didáticos.
Memorial Descritivo do Móvel O projeto de móveis infantis para crianças de 4 a 6 anos de idade contém:
- 1 mesa com tampos arredondados, medindo 1000x600mm; h= 500 mm;
- 2 bancos de 820x320 mm; h= 300mm;
- 4 porta-lápis, medindo 210x85mm; h=175mm;
A mesa pedagógica infantil é feita de MDF, possuindo 2 pés retangulares de 470 mm, que se encaixam abaixo do tampo retangular com cantos arredondados. A mesa possui 4 porta-lápis coloridos, distribuídos da seguinte maneira: 2 porta-lápis na parte externa do pé direito da mesa ( sendo um vermelho e o outro amarelo) e 2 porta-lápis na parte externa do pé esquerdo da mesa, possuindo as mesmas cores.
Os porta-lápis são feitos de MDF e possuem em sua extremidade superior o desenho de uma estrela vazada, o que ofereceu ao móvel um aspecto ainda mais infantil e lúdico. Eles podem ser utilizados para guardar lápis coloridos, giz, tesouras, colas ou outros objetos, como agendas e cadernos de desenho. A mesa também possui 4 pequenas gavetas, podendo ser utilizadas para guardar pequenos objetos, como as peças dos jogos existentes na mesa.
A mesa possui 4 jogos diferentes: 1 trilha do alfabeto, 1 jogo da velha, 1 jogo de xadrez (que também pode ser utilizado para jogar damas) e 1 trilha de números. Estes jogos podem ser utilizados pelas crianças, tanto em dupla (no caso do jogo da velha e jogo de xadrez) como em trio ou em 4 pessoas (no caso das trilhas). Procurou-se distribuir estes jogos de maneira a facilitar sua utilização pelas crianças e de aproveitar o espaço oferecido pela mesa: os jogos que geralmente são jogados em dupla estão dispostos no centro da mesa, um em cada extremidade. Dessa maneira, as crianças que sentarem-se em dupla poderão jogá-los facilmente. Já os jogos que contém as trilhas, estão dispostos nos cantos direito e esquerdo da mesa, podendo ser jogados em dupla (dois jogadores sentados do mesmo lado da mesa ou cada jogador em um lado da mesa), em trio ou em quatro crianças, podendo alternar os lugares.
A superfície lisa da mesa oferece a possibilidade das crianças a utilizarem apenas como apoio, para desenho e pintura.
Os bancos também foram feitos de MDF, possuindo 2 pés quadrados cada, com um acabamento arredondado no apoio. Os bancos possuem prateleiras internas que podem ser utilizadas para guardar mochilas ou materiais escolares. O assento possui uma almofada feita de espuma e revestida em corino vermelho, fixada com velcro, o que ofereceu maior conforto para as crianças.
Além de possuírem a função de sentar, os bancos também podem ser utilizados como estante infantil de duas maneiras:
- Se forem colocados um sobre o outro, de maneira que seus assentos se encontrem (como pode ser visto na figura 70), a fixação se dará através do próprio velcro existente no assento.
É interessante observar que a estante infantil obtém um jogo de cores interessante.
- Se forem colocados um sobre o outro normalmente, na mesma posição "de pé", a fixação deverá ser feita com parafusos. Observa-se que o aspecto da estante muda totalmente, ficando mais harmoniosa e ganhando mais uma prateleira, o próprio assento do banco.
Percebe-se que nos dois casos as almofadas deverão ser retiradas para tal finalidade.
A mesa pedagógica infantil possui um aspecto alegre, com cores primárias e vivas. É um móvel especialmente voltado para crianças na faixa etária de 4 a 6 anos. A mesa mostra-se extremamente funcional e pedagógica, já que os jogos estimulam o desenvolvimento das crianças e socializam as mesmas. É importante lembrar que na fase da infância é muito importante as crianças terem contato com outras crianças da mesma faixa etária, já que elas devem se comunicar, aprender a dividir, a brincar juntas, respeitar regras, aprender a ganhar e a perder.
Além disso, observa-se que os bancos oferecem conforto às crianças, característica pouco encontrada nos móveis escolares atuais. Outra característica que foi levada em consideração ao fabricar o móvel infantil foi com relação à segurança, buscando sempre arredondar os cantos do móvel para evitar possíveis acidentes.
A figura 01 ilustra a mesa pedagógica infantil. A figura 02 e 03 mostram a mesa pedagógica sendo utilizada como estante.
Figura 01: mesa pedagógica infantil Figura 02: Estante Infantil Figura 03: Estante Infantil Figura 04: Utilização da Mesa Pedagógica DISCUSSÃO E CONCLUSÕES O trabalho apresentado foi de grande importância, pois mostrou a importância da aprendizagem e do lúdico na infância e, demonstrou-se isso na prática, com o desenvolvimento do protótipo da mesa pedagógica infantil e dos bancos. Pôde-se aprender e conhecer a cerca do mobiliário infantil inserido nas escolas e quais as necessidades existentes.
Foi interessante observar que as mesas e cadeiras infantis nessas instituições geralmente são padronizadas, podendo ser encontradas, tanto em instituições públicas, como em instituições privadas, sem muitas diferenças entre si.
Com relação à realização das pesquisas de campo nas escolas com professores e alunos, foi uma oportunidade importante de conhecer as necessidades das crianças e a opinião dos professores, que puderam sugerir maneiras de melhorar o mobiliário. Percebeu-se que, tanto os professores, quanto as crianças, deram extrema importância para as cores dos móveis, desejando móveis coloridos no ambiente de estudo. Também foram observadas outras necessidades, como ergonomia, conforto e funcionalidade.
As pesquisas de campo foram essenciais para o desenvolvimento do projeto, pois foram através delas, é que as necessidades para sua realização foram listadas.
Um aspecto negativo encontrado durante as pesquisas, é que muitas escolas mostraram-se receosas, muitas vezes, acreditando que a pesquisa faria uma espécie de
"fiscalização" dos móveis existentes ou da Instituição escolar. Outras escolas exigiam um processo muito burocrático para a realização da pesquisa e foram, portanto, descartadas.
Outro aspecto negativo é que não foi possível em nenhuma das escolas, tirar fotos dos alunos utilizando as carteiras, pois deveria haver uma autorização dos pais, que não estavam presentes no dia da pesquisa.
Por outro lado, algumas escolas foram muito receptivas com relação às pesquisas e ao fornecimento de informações, como a Escola Colméias e a Escola Jesus Menino, que enxergaram uma oportunidade de aproveitar o trabalho em benefício próprio, valorizando o trabalho da aluna e oferecendo o suporte necessário para sua realização, visando à possibilidade de comprar o protótipo posteriormente.
O interessante é perceber que durante a geração das alternativas, muitos aspectos foram sendo observados e estudados, principalmente com relação à viabilidade técnica, sendo modificados e aperfeiçoados com o tempo. Todos estes estudos foram de extrema importância para a definição do projeto final. Mesmo depois de ter definido o projeto, durante a confecção do protótipo, algumas características foram modificadas a fim de facilitar e otimizar a fabricação, como por exemplo a fabricação das almofadas soltas, que antes seriam estofadas junto à seus respectivos bancos. Esta característica permitiu mais uma funcionalidade aos bancos: utilizá-los como estante infantil.
Com relação à inserção do móvel na escola não foi possível realizá-la, em vista da dificuldade de transportar o móvel até a instituição, sabendo-se que após sua inserção, o móvel deveria ser transportado novamente para a Universidade no dia da apresentação.
Foi possível notar durante o trabalho, que muitas idéias, quando modificadas, em decorrência da falta de viabilidade técnica ou econômica, podem gerar novas idéias que podem facilitar o desenvolvimento de um projeto e a fabricação de um protótipo, sem deixar de manter sua qualidade e atender suas necessidades.
O Conjunto de mesa pedagógica infantil e bancos superaram as expectativas, pois além de ser um móvel especialmente fabricado para crianças de 4 a 6 anos de idade, possuindo preocupação com conforto (almofadas removíveis revestidas em espuma), ergonomia (tamanho adequado da mesa e banco), estética (possuindo cores alegres e vivas, além de motivos infantis), funcionalidade (possuindo espaços para colocar objetos, tanto na mesa, quanto nos bancos), segurança (arredondando os cantos da mesa e dos bancos) mostrase pedagógica, oferecendo variedade de jogos que estimulam o desenvolvimento das crianças e ajudam no processo de socialização das mesmas. Por ser um móvel para 4 crianças, incentiva-se ainda mais a socialização, visto que na fase pré-escolar é essencial as crianças terem contato com outras crianças da mesma faixa etária, já que elas devem se comunicar, aprender a dividir, a brincar juntas, respeitar regras, aprender a ganhar e a perder. Dessa maneira, observando todos esses aspectos, é possível atingir o objetivo principal do trabalho, que é o de estimular o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças na fase de iniciação escolar.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que me ajudaram de alguma maneira durante o referido Trabalho de Conclusão de Curso, especialmente à minha mãe Carmem, à minha orientadora Daniela e ao marceneiro Senhor Francisco.

REFERÊNCIAS

[1] BAYNES, K. Children designing: progression and development in design and technology at key stage 1 and 2. Loughborough: DD&T / Loughborough University,1992.
[2] BEE, H. A criança em desenvolvimento. 3 ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1984.
[3] BERLYNE, D. E. Motivacional problems raised by exploratory and epistemic behavior. Em S. Koch (Org.), Psychology: A study of science (pp. 284-364). NY:
McGraw-Hill, 1963. BERLYNE, D. E. Motivacional problems raised by exploratory and epistemic behavior. Em S. Koch (Org.), Psychology: A study of science (pp.
284-364). NY: McGraw-Hill, 1963.
[4] BRUNER, Jerome et al. Play: its Role in Development Evolution. New York:
Penguin Books, 1976.
[5] CAMPOS, D. M. S. Psicologia da Aprendizagem ,19º ed. Petrópolis: Vozes, 1986.
[6] GESELL, Arnold, AMATRUDA, C. Diagnóstico do desenvolvimento: avaliação e tratamento do desenvolvimento neurológico no lactente e na criança pequena normal e o patológico. 3 ed. São Paulo: Atheneus, 1987.
[7] GROOS, K. The play of animals: Play and instinct. Em J.S. Bruner, A. Jolly & K. Sylva (Orgs.). Play. Its role in development and evolution (pp. 65-67).
(Originalmente publicado em 1896). Middlesex: Penguin Books, 1976