MERCADO E SUAS IMPERFEIÇÕES: A EFIFIÊNCIA DO MERCADO DENTRO DA ECONOMIA. 

Aluno: Evandro Grassiani Lemos1

Prof. Orientador: Eloi Frederico Grutzmacher 2 

RESUMO 

Este trabalho tem como finalidade apresentar as estruturas de mercado existentes na economia, apresentando de forma clara os conceitos e definições, bem como os tipos de estruturas e características de cada uma, demonstrando exemplos dentro da economia, além das imperfeiçoes deste. Estaremos também conceituando e explicando consumidor, produtor e seus excedentes e a eficiência de mercado dentro da economia. 

Palavras chave: Estruturas de mercado, preços, produtor, consumidor

INTRODUÇÃO 

Devido a sua formação completa e global, a economia é, nos dias de hoje, uma das áreas mais desafiantes e interessantes, com habilidades voltadas, por exemplo, para o entendimento dos desafios relacionados com a conquista de novos mercados, a descoberta de mecanismos relacionados com a internacionalização e a obtenção de eficiência produtiva, a compreensão do funcionamento do mercado financeiro e o entendimento dos efeitos de choques internacionais sobre nosso orçamento.

          A economia atualmente pode ser classificada em macroeconomia e em microeconomia. Microeconomia estuda o comportamento dos indivíduos e das empresas, com foco no micro, como funcionam os mercados, inclusive os mercados de trabalho, Macroeconomia estuda os determinantes das flutuações econômicas, como a renda nacional, crescimento econômico, produção, investimento, inflação, taxa de juros, e desemprego, aquilo no amplo.

         Dentro da microeconomia estaremos apresentando e o estudando o funcionamento dos mercados e como eles funcionam.

         A pesquisa foi elaborada através de livros de economia/ microeconomia e sites científicos de consulta, os mesmos serão apresentados no final do trabalho.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

O QUE É MERCADO?

           Mercado é o local onde consumidor e produtor se encontra para realizar compra e venda de mercadorias.  O mercado existe desde os primórdios da humanidade e ele evolui conforme o desenvolvimento da sociedade, mas mantém a sua característica comum: é o local onde se realizam transações entre compradores e vendedores.

         O mercado regula o interesse de produtores e consumidores: os produtores querem ganhar o máximo possível enquanto consumidores querem pagar o mínimo possível, esta é a lógica do mercado

TIPOS E ESTRUTURA DE MERCADO

          Os economistas distinguem quatro modelos teóricos de mercado, que se indicam por ordem decrescente de competição, estes modelos formam a estrutura do mercado: concorrência perfeita que é também chamada de pura, concorrência monopolística, oligopólio e monopólio. A seguir serão citadas e explicadas as características de cada estrutura de mercado.

  • Concorrência perfeita: É uma estrutura de mercado onde existe um elevado número de produtores e consumidores. Numa situação de concorrência perfeita nenhuma empresa pode, por si só, influenciar o mercado. O conjunto das empresas é quem determina a oferta de mercado, a qual interagindo com a demanda, determina o preço de equilíbrio. Independentemente da quantidade que uma empresa produz, essa empresa terá obrigatoriamente que vender a sua produção ao preço determinado pelo mercado. Todos os produtos apresentados são padrões ou homogêneos, ou seja, para o consumidor tanto faz de quem comprar, dada a transparência do mercado visto que há pleno conhecimento dos compradores e vendedores de tudo que se refere aos processos de produção e níveis de oferta.

Nenhum ofertante tem poder de determinar o preço, há livre entrada e saída de empresas. Se existe um grande número de vendedores e o produto de fato for homogêneo, nenhum vendedor conseguirá vender por um preço acima do mercado, pois sabe que o consumidor pode optar pela concorrência, na mesma medida em que se exista um grande número de compradores os mesmos não conseguirão adquirir a mercadoria por preços inferiores, pois o vendedor sabe que se não vender para ele, venderá para qualquer outro.

Neste tipo de mercado os empresários visam maximizar seus lucros ao mesmo tempo em que proporcionam a satisfação ao consumidor.

É importante relatar que na concorrência perfeita não há barreiras ou “externalidades”. Os fatores de produção são móveis. Eles estão livres para se mover de uma empresa a outra, ou seja, não há privilégios ou maiores dificuldades para adquirir matéria-prima e as habilidades dos trabalhadores podem ser facilmente adquiridas, sem grandes custos de aprendizado. Bons exemplos de concorrência perfeita são os camelôs em shoppings.

  • Monopólio: Esta estrutura encontra-se no extremo oposto da concorrência perfeita. A principal característica é a existência de uma única firma vendendo um produto que não tenha substitutos próximos. Neste caso, o vendedor tem total poder sobre o preço ofertado, o mesmo pode fixar o valor que lhe for mais conveniente.

Outra característica essencial do monopólio são as barreiras existentes que impedem o surgimento de competidores que possam afetar sua posição no mercado. Essas barreiras dizem respeito sobre alguns fatores como: a existência de economias de escala, controle sobre o fornecimento de matérias-primas, posse de patentes, concessão em certos casos onde o governo concede determinado direito de exclusividade para a empresa num específico ramo de produção. Nesta situação determina-se a atuação como monopólio legal, sendo como grandes exemplos os direitos de extração e refino do petróleo concedido a Petrobrás.

Existe também o chamado monopólio natural que é definido como quando se existe uma grande escala de produção, e o preço compensa para o consumidor sai mais baixo se estiver sendo produzida em uma só empresa. Um bom exemplo são as companhias de saneamento que fazem o abastecimento de água nos municípios.

  • Monopsônio: é uma estrutura análoga ao monopólio, pois se caracteriza pela presença de um único comprador. Como exemplo, citamos uma região em que há um número expressivo de pequenos produtores de leite e apenas uma grande usina onde esse leite pode ser pasteurizado. Logo a usina será a única opção de venda para esses produtores, de modo que ela poderá impor os preços de compra que lhe convém.
  • Oligopólio: é a situação de mercado onde existe um pequeno número de vendedores ou em que apesar de existir um grande número de vendedores uma pequena parte destes domine a maior parte do mercado. Indústrias automobilísticas, indústrias de viação civil (TAM, GOL), indústrias de bebidas, farmacêuticas, cosméticos, são exemplos dessa estrutura.

Não existem barreiras explícitas a entrada de novos concorrentes, contudo em função do grande porte das empresas já existentes desestimula a entrada de novos concorrentes. Os oligopolistas geralmente se unem e negociam os preços a serem impostos no mercado, pois como são poucos não é viável serem agressivos e gerar uma concorrência, entretanto os fluxos de informações sobre fontes supridoras, processo produtivo, níveis de oferta, etc. existe uma pequena rivalidade.

O oligopólio é dividido em três categorias:

  1. Oligopólio concentrado: caracteriza-se pela alta concentração técnica (a tecnologia e fornecimento de insumos) e a grande homogeneidade do produto. A disputa se dá pela introdução de processos que reduzam os custos e/ou pela capacidade da pronta reação ao crescimento da demanda. Este tipo de oligopólio abrange os fabricantes de insumos (como aço) e de bens de capital (máquinas e equipamentos).
  1. Oligopólio diferenciado: apresenta menos concentração técnica, porém com elevado grau de diferenciação do produto. A disputa se dá através dos gastos com Pesquisa e Desenvolvimento para criação de novos produtos, modelos e desenhos que atendam diferentes faixas de consumidores, seja quanto ao nível de renda, hábitos, idade, entre outras variáveis. Este tipo de oligopólio atua na produção de bens duráveis (geladeiras, fogões, automóveis) e não duráveis (remédios, perfumes, cigarros, bebidas).
  1. Oligopólio concentrado-diferenciado ou misto: prevalece à combinação dos outros dois tipos citados, resultando em produtos diferenciados como a forma de disputa, sendo a escala pouco eficiente para tornar viável a produção dos bens típicos desta estrutura, tais como: acessórios de automóveis, produtos eletrônicos domésticos, etc.
  • Oligopsônio: O domínio do mercado está nas mãos de pequeno número de compradores. A indústria automobilística possui um pequeno número de empresas e possui o poder em relação à indústria de autopeças, uma vez que a segunda depende do volume de produção da primeira. Outro exemplo são os donos de terras que arrendam essas terras para o plantio de eucalipto como a Aracruz Celulose.
  • Concorrência monopolística: Mescla o grande número de vendedores (típico da concorrência perfeita) com a diferenciação do produto (típica do monopólio).

Muitos produtores fazem produtos semelhantes, porém diferenciados, ou seja, embora existam vários produtores cada um age monopolizando seu produto já que este se diferencia dos demais. Essa diferenciação é devido às características de qualidade como marca (grife), padrão de acabamento, existência ou não de assistência técnica. Através destes atributos o vendedor pode ter autonomia na determinação do preço. No Brasil se tem como exemplos monopolísticos empresas como a Bombril e Cimento Votorantin.

CONSUMIDORES PRODUTORES E EFICIÊNCIA DE MERCADO

O art.2º da lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) estabelece:
 “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.

O Excedente do Consumidor mede a diferença entre a valorização que o consumidor atribui ao bem e o preço pago pelo mesmo. (ex. se o consumidor paga 10 euros por um bem que valorizam em 30 euros, ganha 20 euros com consumo daquele bem).

O Excedente do Produtor mede a diferença entre o preço que o produtor recebe e o preço mínimo que ele exige para vender o bem. Na medida em que o preço mínimo exigido pelo produtor é idêntico aos respectivos custos por unidade, então o Excedente do Produtor mede a diferença entre o preço e o custo por unidade, sendo uma medida daquilo que o produtor ganha por unidade vendida.

 

EFICIÊNCIA DE MERCADO:

 

       A eficiência do mercado é atingida quando a alocação dos recursos maximiza o excedente total.

     Conforme FAMA (1970) existe 3(três)  formas de eficiência de mercado.

  • Mostra que os preços refletem toda a informação contida nos preços passados, os testes dessa forma procuram mensurar como o passado prediz o futuro.
  • Além dos preços refletirem as informações passadas, eles também, absorvem toda nova informação pública, os testes dessa forma mostram quão rápido uma informação pública é refletida nos preços.
  • Além dos preços refletirem as informações públicas, eles também refletiriam as informações privadas.

O mercado é eficiente quando não há possibilidade de se obter lucro econômico com base em informações disponíveis. Quaisquer transações de compra ou venda de titulo ao preço vigente no mercado nunca deveria apresentar um valor presente liquido positivo. Em um mercado eficiente, é possível confiar nos preços, porque eles apreendem todas as informações disponíveis sobre o valor de cada título. Isso significa que, em um mercado eficiente, não há nenhuma maneira para a maioria dos investidores obterem taxas de retorno consistentemente superiores. Assim, para conseguir isso, o investidor não precisa saber apenas mais do que qualquer outra pessoa, mas precisa saber mais do que todas as outras pessoas.

CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS:

            Conforme apresentado neste relatório, é visto que as estruturas de mercado apresentam inúmeras características, sendo algumas bem distintas uma das outras. Podemos concluir que para cada setor da economia e do mercado se encontram sob diferentes estruturas que podem ser benéficas ou maléficas sob cada ponto de vista, tanto do comprador como do vendedor. Através de uma visão geral das estruturas, o monopólio representa no cotidiano o mais agressivo ao consumidor devido os preços serem ditados pelas empresas de forma em que não haja como fugir dessa cobrança, uma vez que não existam concorrentes. Demais estruturas abrangem a maior parte do mercado, podendo o consumidor ora ter maior poder de escolha na compra, e ora o vendedor ter maior controle dos preços ofertados. Ainda que o preço e a quantidade sejam os fatores mais importantes a ser determinadas na interação entre oferta e a demanda, aspectos como a eficiência das empresas e a legislação vigente merecem certo destaque no comportamento dos mercados. Concluímos que o estudo das estruturas de mercado, se bem orientadas, representam valiosa ferramenta de promoção de bem-estar social, visando à distribuição de renda e a materialização de políticas públicas que objetivam a evolução e funcionamento do sistema social.

REFERÊNCIAS:

STIGLITZ, Joseph E.; WALSH Carl E. Introdução à Macroeconomia. 3° Ed. Rio de janeiro: Campus, 2003.

MONTELLA, Maura. Micro e macroeconomia: Uma Abordagem Conceitual e Prática. São Paulo: Atlas, 2009.

GALBBRAITH, John Kenneth. A economia ao alcance de quase todos. São Paulo, Guazzelli, 1980.

ROSSETTI, J.P. Introdução à economia. 18 ed. São Paulo: Atlas; 2000.

GREGORY, Mankiw N. Macroeconomia. 5°ed. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Informe científico. In: Fundamentos de meto-dológica científica. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1993. p.243

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado

http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br

http://www.infopedia.pt/$estruturas-de-mercado



1 Aluno do Curso de Gestão Comercial – FARGS ([email protected])

2 Professor Orientador – FARGS. ([email protected])