MOEDA COMUM ÚNICA DE CURSO LEGAL OU VIRTUAL?

 

A união econômica de vários países dá certo? Com certeza a maioria dos políticos e dos economistas dirá que sim.

 

Ampliar os mercados econômicos, criando grandes blocos, como a União Europeia, o Mercosul e de outras regiões, sem dúvida é muito importante, tendo em vista a criação de uma área de comercio livre de restrições tarifárias eliminando ainda burocracias alfandegárias e sobretudo criando uma área de atuação com uma profusão de agentes econômicos.

 

Não existe a menor dúvida de que isto fortalece todos os envolvidos no mercado comum, atrai investimentos e alavanca o desenvolvimento.

 

Mas daí a criar uma moeda única de curso legal na comunidade econômica, além de temerária, pode se tornar uma enorme dor de cabeça para os envolvidos, haja vista os acontecimentos que estão ocorrendo na zona do euro.

 

Como disse um ex-presidente do Banco Central do Brasil, “a união é incompleta. É monetária e aduaneira, mas não fiscal, nem política."

 

É extremante difícil criar uma integração completa, e sem a integração completa, de muito pouco adiantará fazer uma integração monetária.

 

Ante a total impossibilidade de se promover uma integração política e fiscal, o ideal é fazer uma integração econômica, que minimize as barreiras alfandegárias visando a expansão da economia dos países membros, porém sem a criação de uma moeda única de curso legal.

 

Viável pode ser a criação de uma moeda cambial virtual para o bloco que seja resultante do valor médio ponderado do valor da moeda de cada país membro, cotada ao cambio de uma moeda mundial de uso geral, que leve em conta ainda vários fatores tais como crescimento do PIB, da situação fiscal, do desenvolvimento humano, do nível inflacionário, do grau de endividamento, do nível de reservas econômicas, da estabilidade política e do nível democrático de cada país membro.

Sem estabelecer critérios como este, certamente os países mais desenvolvidos do bloco, em que pese beneficiarem-se da ampliação de um mercado de consumo e de terem um maior volume de comercialização de seus produtos, certamente terão que ajudar a resolver problemas internos de alguns países membros cuja economia interna não ande bem, como o filme hoje em cartaz na zona do euro.

 

Um pouco de conservadorismo não faz mal a ninguém, senão vejamos a Grã Bretanha que manteve sua moeda e não abriu suas fronteiras.

 

Que estes exemplos possam ser intensamente avaliados pelos países do Mercosul, especialmente o Brasil.

 

Oxalá o Mercosul, que volta e meia vive transtornos tarifários e alfandegários entre os seus maiores parceiros, não acabe por trazer problemas de uns para serem sanados ou suportados pelos outros.

 

O importante e ser comerciante, ser negociante, como o Chile que é o país que detém o maior número de acordos comerciais internacionais.

 

Num simples produto, o vinho, podemos avaliar a capacidade do Chile de ampliar mercados para seus produtos.

 

Em qualquer supermercado brasileiro ou de outro país é simplesmente comum encontrarmos uma diversidade de vinhos chilenos.

 

Isto não acontece por acaso, mas é o resultado de acordos comerciais e de acordos tarifários de via de mão dupla, eu compro os produtos de seu país e o seu país compra produtos do meu, ou seja, é a politica do ganha- ganha, eu ganho, você ganha e assim ganham todos.

Conclui-se então que o melhor mesmo é a criação de acordos comerciais que favoreçam o intercambio comercial, cada um vende ao outro aquilo que produz mais ou com mais habilidade e compre do outro parceiro aquilo que precisa e que lá e produzido com mais racionalidade.

 

O que não podemos fazer, com mercado comum ou não, e permitir que os agentes econômicos de um país promovam a criação e geração de empregos e empresas em outro país, como temos observado em grandes economias que produzem produtos de ponta, símbolos do seu desenvolvimento, em outras economias que, outrora emergentes e agora gigantes impõem seus caprichos ao mundo inteiro.