INTRODUÇÃO: O grande fio condutor do trabalho é tentar fortalecer a relação estabelecida entre experiências culturais e memórias, relacionadas ao processo de saúde e doença dos anos 30, 40 e 50. Já que, para a população de uma cidade interiorana desse período, saúde se resumia a fé e doença era falta desta. OBJETIVOS: Observar e tentar entender como indivíduos que viviam isolados da sociedade moderna da época conseguiam sobreviver a tais doenças, providos apenas de uma cultura baseada na religiosidade e na cresça, refletindo uma filosofia cristã associada às culturas africanas e indígenas. METODOLOGIA: A pesquisa foi do tipo qualitativa-etnografia. Utilizando observação direta, com entrevistas semi-estruturadas. RESULTADOS: Foram alvo das entrevistas, pessoas simples, agricultores e donas de do lar que tinham algo em comum: o conhecimento empírico e "a memória como arma", como fora escrito no livro de Eclea Bosi. Essas pessoas, residentes na cidade de pitombeira (Itapajé-ce), nos ajudam a entender como foi o passado e como poderíamos estar melhorando a qualidade de vida de uma comunidade, agora e no futuro. Matutinos que encaravam a vida sempre de bom humor. Podemos identificar esse bom humor e alegria em todas as entrevistas, até porque diversão, mesmo que em lembranças, trás alegria. Alguns confessam estarem em estado de alegria, outros não dizem com todas as letras, mas deixam transparecer em suas faces. Alegria essa que também pode ser nominada saúde. Por tanto, observei que aquelas pessoas humildes do sertão do ceará, pitombeira, dos anos 30,40 e 50 tinham um conhecimento nato muito arraigado. Eles tinham uma fé natural. A crença de que, com a ajuda de Deus, tudo ficaria bem. Inclusive pude observar como um dos entrevistados dizia se sentir conformado ao falar da morte prematura de seus dois filhos. Esta pessoa simplesmente colocou toda a situação nas mãos de Deus e disse ter continuado a sua vida normalmente. Quando perguntei se ela não achava que se tivesse um médico ali próximo, no momento do acontecido, seu filho teria sobrevivido, a mesma me disse que não.Então declarou-me com tranqüilidade que aquele dia era o momento de seu filho partir para os braços do "pai". No entanto eles não tinham o conhecimento cientifico para dar sustentação teórica aquela fé. A Fé sem a ciência é cega. A ciência sem a fé é brusca. Já que nenhum cientista pode falar de Deus sem ser taxado de espiritualista ou místico, fica aqui um apelo para que o criador e a ciência andem sempre de mãos dadas. Assim talvez encontremos a felicidade e a vida eterna. CONCLUSÃO: A importância da fé, mesmo que embasada num conhecimento empírico. Além do empirismo, o conhecimento lapidado baseado na junção da ciência e Deus, já que os maiores cientistas do mundo foram, acima de tudo, teólogos iluminados com um saber divino. BIBLIOGRAFIA: 1. Bosi, Eclea. Memória e sociedade: lembranças de velhos. Companhia das letras, 2009.2. Goswami, Amit. O universo autoconsciente. Editora Aleph.