MEMORIAL-ESTÁGIO SUPERVISIONADO I – ENSINO DE HISTÓRIA 

Jacilene Souza da Silva[1]

  1. 1.    CONCEITO DE MEMÓRIA

A memória é a faculdade psíquica através da qual se consegue reter e (re) lembrar o passado. A palavra também permite referir-se à lembrança/recordação que se tem de algo que já tenha ocorrido, e à exposição de fatos, dados ou motivos que dizem respeito a um determinado assunto.

Por outro lado, a memória é uma dissertação escrita podendo ser do foro científico, literário ou histórico. Também é sinônimo de memorando, isto é, um impresso usado comercialmente para pequenas correspondências, ou ainda um simples apontamento destinado a lembrar de qualquer coisa (uma consulta no dentista, o pagamento da fatura da eletricidade, etc.).

No plural, dá-se o nome de memórias a um escrito narrativo em que são compilados fatos a que o autor assistiu ou participou. Também se pode chamar de memória a um monumento comemorativo. Ao longo da história, foi mandado construir monumentos e/ou edifícios em memória de alguém (pessoas que se sacrificaram/perderam a vida em nome da pátria, por exemplo).

            É fundamental para que conheçamos nossa história e nos identifiquemos como indivíduos e como sociedade. Apesar disso, a chamada memória coletiva existe apenas na forma dos registros coletivos, tanto orais quanto escritos ou reais, como monumentos e ícones. Não há um meio de todos recordarem-se coletivamente, fisiologicamente falando.

            A própria memória parece ser um fenômeno individual, algo ao escrever as páginas que seguem, precisei de muita concentração – apesar de as memórias evocadas serem classificadas como sendo de longa duração. Normalmente, organizamos as memórias de forma caótica, conforme vão ocorrendo. Quando precisamos relatar os acontecimentos, o cérebro precisa pôr em ordem as informações e separar apenas as que são relevantes ao que queremos contar. Por isso dizemos que uma memória “puxa” a outra. Meu relato foi feito com base nesse princípio: uma lembrança traz e no fim todas compõe um relato mais fidedigno que a simples ordem cronológica.

 

 

  1. 2.    AUTOBIOGRAFIA

Eu sou Jacilene Souza da Silva, nasci na cidade no dia 01 de julho de 1985, na cidade Marabá no Estado do Pará, sendo o pai Celso Correa da Silva e a mãe Jacinete de Jesus Souza. De minha infância pouco me recordo, mas me lembro bem do minha mãe contava, que não tínhamos uma vida muito favorável.

Meu pai trabalhava em uma olaria fabricando tijolos e minha mãe trabalhava a noite em uma banca vendendo espetinhos, e assim vivi em Marabá por quatro anos. Logo em seguida a eu completar quatro anos de idade nos mudamos para o Estado do Mato Grosso, na cidade de Juruena, lá eu passava o dia inteiro brincando com minha irmã mais velha, que por sinal é a única. Papai agora já trabalhava em um garimpo no rio Juruena, minha mãe havia montado um estabelecimento comercial, um restaurante. Ficamos no Mato Grosso por um ano, lá era um lugar legal fica à beira de um rio.

Sempre ouvíamos falar de uma vila garimpeira, mas muito promissora que ficava no Sul do Pará, diziam que lá era um lugar bom trabalhar, porém muito perigosa, era um lugar de disputas de garimpo, e essa notícia coincidiu justamente com um momento de crise na área do garimpo em Juruena, esse foi o estopim para que meu pai decidisse que mudaríamos novamente de cidade, tudo em busca de uma melhoria de vida.

E assim aconteceu nos mudamos para a tão falada cidade de Castelo dos Sonhos, que na verdade ainda nem tinha esse nome era apenas uma vila sem nome, chegamos em dezembro do ano de 1989, recordo-me que era uma vila feia assustadora, por que, pra todo lado que se olhava via-se muito mato e poucas casas. Como não tínhamos onde morar meu pai tratou logo de construir uma casa de lona, para que nos pudéssemos morar por um tempo, em um terreno que nem sabíamos se tinha dono. Assim feito, passamos então a morar ali, passava maior parte do tempo brincando com os poucos brinquedos que eu e minha irmã tínhamos.

Logo nos mudamos para uma casa melhor, meu pai agora já trabalhava em um garimpo e minha mãe já estava trabalhando como lavadeira em um pequeno hotel.

Aos cinco anos de idade iniciei minha vida escolar, comecei a estudar em uma escola recém-fundada Escola Municipal de Ensino Fundamental Armindo Dociteu Denardin, onde a mesma tinha apenas três salas de aula. Estudávamos pela manhã e passávamos a tarde toda brincando em casa com minha irmã.

Na escola sempre fui bem dedicada, mas na 4ª série tive minha primeira e única decepção escolar, foi quando eu reprovei. Da 5ª a 8ª série, eu fui aprendendo e desenvolvendo mais rápido o meu intelecto. Foi um período muito legal de minha vida, as aulas já era sempre no período da tarde então, sempre depois das aulas, eu me reunia com minhas amigas de sala de aula para jogar futebol, era uma das maiores alegrias que eu tinha fazer essas programações eram as melhores coisas da minha vida, uma época que não se tinha preocupações, e o mais importante era estar sempre rodeada de amigos e ter a família por perto.

Sempre tive minha família por perto me incentivando em tudo que eu iria fazer. Passando para o Ensino Médio, fui fazer o Magistério, era modular, então tive bastante dificuldade. Às vezes tínhamos que estudar no período de férias, muitas vezes ficava sem professor durante um longo tempo. Foram quatro árduos e longos anos, mas valeu muito apena, no final do curso tivemos uma linda festa de formatura que me recordo bem de cada detalhe, estava tudo muito lindo, concluí o magistério no ano de 2004.

No ano seguinte, sofri uma grande uma grande decepção, foi quando meus pais se separaram, foi um forte abalo emocional. Mas, com fé em Deus, sempre aos poucos, tudo foi se organizando e a dor emocional foi sendo superada. Nesse mesmo ano, comecei a trabalhar como professora na Escola Municipal de Ensino Fundamental Leo Heck, trabalhava com uma turma de 1ª série e uma de 4ª série e assim foi durante cinco anos.

Fiquei sem estudar durante cinco anos, porque, nesse intervalo de tempo, eu me casei e engravidei, então tive que esperar meu filho chegar a certa idade para que eu pudesse retornar meus estudos e enfim obter uma graduação.

No final do ano de 2009, conheci um amigo pela internet, que morava na cidade de Itaituba, foi por meio dele que eu comecei minha faculdade em Licenciatura Plena de História, na instituição de ensino FAI- Faculdade de Itaituba.

A experiência da aprendizagem na faculdade foi indescritível, vim para Itaituba sem conhecer ninguém, tinha apenas um amigo, que muito me ajudou. Logo no primeiro semestre pude ampliar meus conhecimentos de como atuar em sala de aula. A cada dia que se passava o nível de aprendizagem só aumentava. Aprendi a ter mais segurança em seminários, pude aprender também muito sobre a História Geral.

A obtenção de conhecimentos foi de grande importância para mim. Hoje sei que tenho potencial de conquistar ainda mais meus objetivos. Pude conhecer pessoas maravilhosas que só complementaram ainda mais a minha vida. Hoje me sinto bem mais preparada para entrar em uma sala de aula.



[1] Jacilene da Silva é paraense de Marabá e acadêmica do Curso de História da Faculdade de Itaituba-FAI,2013.