Memorial Descritivo

Meu ingresso na Universidade

Maria Luiza de Souza Amorim

1 – INTRODUÇÃO

Iniciei minha formação acadêmica em 2009, momento no qual desejei ser professora. Esse desejo colocou-me em movimento, pois ser professora e vivenciar um circuito de interações de limites e possibilidades com o Outro. Pois este Outro que não é como eu, aquele que é diferente de mim constitui-se como um ser em movimento, demarcando sua importância na construção bio-psico-sócio-cultural dos indivíduos. Ao escrever as páginas que seguem, precisei de muita concentração - apesar de as memórias evocadas serem classificadas como sendo de longa duração. Normalmente, organizamos as memórias de forma caótica, conforme vão ocorrendo. Quando precisamos relatar os acontecimentos, o cérebro precisa pôr em ordem as informações e separar apenas as que são relevantes ao que queremos contar. Por isso dizemos que uma memória “puxa” a outra. Meu relato foi feito com base nesse princípio: uma lembrança traz outra e no fim toda compõe um relato mais fidedigno que a simples ordem cronológica. 

MEU INGRESSO NA UNIVERSIDADE

A minha formação acadêmica começou em 2009 quando iniciei o curso Pedagogia realizado no IADE pólo de Colatina. O papel desempenhado pelos professores nas diferentes disciplinas de minha formação tem sido  fundamental para o meu envolvimento com as questões da didática. Comecei a ampliar o meu repertório com leituras direcionadas ao fazer pedagógico. O curso está sendo um período de aprendizagem intensa, a equipe de professores sempre empenhada, fazem questão de articular situações que permitiam construir e desconstruir as certezas, gerando dúvidas; dúvidas que me levavam a busca de respostas para os questionamentos que eram apresentados. A excelência e comprometimento do corpo docente do curso refletem na qualidade das atividades realizadas. A educação pelo IADE considera como conceito obtido resultado do envolvimento e compromisso do professor orientador acerca do trabalho que foi realizado. O levantamento das dificuldades, limites e possibilidades dos professores na proposição de ações, considerando as suas práticas pedagógicas em um ambiente favorável a reflexão coletiva desses profissionais ao utilizar a informática na realização de um Projeto de Trabalho. Tendo em vista que todos os trabalhos vêm sendo feitos no AVA. E assim passei a realizar as minhas leituras e estudos procurando conhecer um pouco mais sobre a importância da formação de professores e da articulação do uso das tecnologias da informática como ferramenta pedagógica dentro desse processo de formação. Não tenho  experiência profissional  ,mas fui aprovada em concurso Público em 2007 , para auxiliar administrativo , tomando posse em 2008 do cargo e desde então venho trabalhando em escolas da rede Municipal como secretária escolar   já participei da elaboração da Proposta Pedagógica, do Regimento Escolar, e do Conselho Escolar.  Mas meu sonho é exercer a função de Professora. Diante destes fatos decidi escolher um curso de pedagogia que me leve a sistematizar melhor as minhas leituras e direcione meus objetivos de estudo. Acredito que a escolha do curso deve ser pautada em critérios que definem a confiabilidade e segurança ao aluno. Outro motivo que considero relevante é oportunidade de estar em contato com uma diversidade de temas que possibilitarão situações de aprendizagem tanto para a minha vida acadêmica quanto para a minha vida. O papel do professor, nos dias atuais é visto como uma abordagem de mediação pedagógica. Outro conceito que eu tive contato é discutido pela teoria piagetiana: a aprendizagem por conteúdos e a aprendizagem por estruturas apresentados por Becker (2003), ao discutir a relação entre esses dois conceitos, enfatiza a necessidade de concebermos os conteúdos como elementos auxiliares que devem ser disponibilizados e utilizados a serviço da capacidade de aprender do indivíduo, vistos dessa forma, como condição necessária para a construção de estruturas cognitivas. Outro momento importante em minhas leituras foi quando me deparei com as teorias que permitem identificar a construção do conhecimento pelo aprendiz, em um ambiente em que o professor atua como mediador e organizador das situações de aprendizagens (Piaget); levando em conta o processo de cooperação em contraposição ao processo de coação e a aprendizagem por estruturas (PIAGET, 1973). Tive a oportunidade, também, de ler sobre os aspectos teóricos específicos das concepções sobre os diferentes usos da informática na educação (VALENTE, 1999 ) com fundamento em aprendizagem cooperativa e processos investigativos na construção do saber.

Conclusão

Este memorial foi descrito a partir de associações livres de episódios que constituem a memória do meu movimento de construção /(des) construção/(re) construção na trajetória acadêmico-profissional na constituição  da minha identidade profissional .

REFERÊNCIAS :
BECKER, Fernando. A Origem do Conhecimento e a Aprendizagem Escolar. Porto Alegre: Artmed, 2003. Da Ação à Operação. O caminho da Aprendizagem em J. Piaget e Freire. Porto Alegre: Palmarinca E&R, 1993.
BEHRENS, Marilda Aparecida. Projetos de Aprendizagem Colaborativa num Paradigma Emergente. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 2000.
MASETTO, Marcos T. Mediação Pedagógica e o uso da Tecnologia. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 2000.
MORAN, José Manuel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 2000.
PIAGET, Jean. Estudos sociológicos. Rio de janeiro: Forense, 1973.
VALENTE, José Armando. O Computador na sociedade do conhecimento. Campinas, SP: