UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
CURSO DE PEDAGOGIA




JAKSON QUEIROZ RAMOS




LITERATURA INFANTO JUVENIL






ITABUNA
03/2011
JAKSON QUEIROZ RAMOS





MEMORIAL












Itabuna
03/2011
DEGRAUS

A primeira vez que minha mãe mandou-me para escola, eu tinha três anos de idade, na verdade ela almejava que eu encontrasse outros colegas para socializar-me e assim desenvolver o meu lado afetivo que era só para ela.
Quando eu estava com uns quatro anos para cinco, minha mãe deu-me um livro de estórias com letras bastante grandes, onde destacava as letras do alfabeto e em seguida, tinha uma estória curta. Neste livro o que mais eu gostava era as cores e como suas folhas eram grosas e bem resistentes.
Quando estava cursando a 7° série acho, fui aluno de um excelente professor, o nome dele é Dilsom Cardoso, à aula era sobre feudalismo e o sistema feudal, nunca tinha tido uma aula como aquela, ele realmente conhecia o assunto e passava com dinamismo, emoção e paixão os acontecidos daquela idade média.
O meu primeiro contato com uma biblioteca, não foi na escola em que eu estudava, e sim em uma pública, que funcionava no calçadão da Ruí Barbosa, desativado alguns anos. Na verdade estudei meu primário na escola Lúcia Oliveira, e lá não se tinha biblioteca, contudo éramos motivados constantemente a pesquisar, por isso comecei cedo freqüentando as bibliotecas públicas.
Quando cheguei ao primeiro ano de formação geral, fui contemplado com uma super professora, ela lecionava filosofia, foi uma coisa muito marcante, consegui nota máxima nas quatro unidades, até hoje posso lembrar como a professora Sueli Maria, ministrava sobre ética, alienação, educação e dos principais fundamentos filosóficos que são à base de qualquer disciplina.
Na verdade na disciplina de filosofia, aprendendo o que é ética principalmente, pude fundamentar a minha ideologia, no que acreditar, neste mesmo ano, fundamos o grêmio estudantil do Colégio Maria de Lourdes Veloso, fui eleito vice-presidente e mudamos em muitas cosias as rotinas da escola, sempre com o apoio da professora Sueli, que nos dava suporte filosófico em tudo.
Tive uma disciplina chamada PEI, bom eu não gostava da matéria, apesar de fazer. Hoje eu percebo que a matéria é importante, contudo a escola poderia fazer um trabalho de explicação da importância do PEI, não só a do PEI, mas como também sempre começar explicando da importância de qualquer disciplina, qual sua aplicabilidade no dia-a-dia: pois assim saberíamos para que usar tantos pontinhos.
Na verdade no meu ensino médio não tive um livro que marcasse de verdade. No entanto, na oitava série tive dois romances, o primeiro foi, Isso Ninguém me Tira, uma bela estória que retratava uma escola e um triangulo amoroso, que tinha ali seu cenário principal. O livro de Ana Maria Machado foi assim uma das principais leituras que despertava o desejo de terminar e ler outra vez. O outro livro é perfeito, até hoje o procuro, pois o queria em meu acervo, mas nunca o encontro, acho eu que não o põe mais a venda. O título do romance é: Doze horas de Terror, na verdade, quando meu professor mandou que o comprasse, fiquei muito preocupado, pois não gosto do gênero "terror", só que valia nota e tinha que responder o suplemento do romance como se fosse uma prova e eu tinha que encarar essa. Para meu espanto, descobri porque tem o ditado popular que diz, "não julgue o livro pela capa". O romance era um suspense policial, em que tinha uma mala com dinheiro e todos queriam para si. Terminei o livro em três dias, e o re-li outras tantas vezes. Este livro tirava meu sono e fome também, pois ficava mais interessado a cada capitulo que eu lia, muito interessante como fiquei apaixonado por ele.
Aprendi que a graduação é só o comecinho, a ponta da linha, de um carretel infinito que se chama conhecimento. Na faculdade pude entender que muita gente só respeita aquilo que se fala, com faculdade, ou seja, com saber; e na faculdade aprendi que todos temos faculdades, porém faculdades diferentes, de diferentes faculdades. Sendo assim, todos temos saberes, e os saberes são diferentes.
Na faculdade, aprendemos e passamos a fundamentar, não só saber que existe, mas refazer modificar aquilo que já foi feito. Muito mais do que aprender, pude entender que devemos debater, contestar, contrastar; e certezas passam a ser questionadas e com a dúvida surge o novo aprendizado.
A palavra cognitivo foi um marco, pois todos os professores que adentravam falavam, mas não explicavam o que era, e eu sempre fazia que estava entendendo quando os professores relacionavam cognitivos a alguma coisa.
Quando eu tive minha primeira disciplina de prática, com Leninha, ela perguntou assim: Quantos livros vocês já leram? Então respondi um monte professora e ela indagou, e relativo ao seu curso? Fiquei mudo. Na verdade ainda não tinha pensado nestes tipos de leitura. Eu não esqueço que ela disse assim, pessoal, comprem livros do curso, vocês vão precisar, se comprarem um livro por mês, terão no final do curso 48 livros, e tem professores formados que não tem nem metade disto. A partir disto passei, a comprar livros ligados ao meu curso. Hoje eu devo ter uns dez livros de conteúdos pedagógicos, é muito pouco eu sei, mas eles são caros, comprei alguns de segunda mão dentre eles tem um de Orientação Infantil de Isabel Adrados, o que mais me chamou atenção neste livro é que a publicação dele é de 1980, e todos os temas tratados no livro se aplicam até os dias de hoje. Isso mostra a potencialidade de um livro de psicologia infantil, e como nossa sociedade se encontra paralisada, estática em diversos aspectos que já deveriam estar extinto.
Outro livro ao qual estou apaixonado é Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, este livro é um referencial, na verdade procuro tentar seguir os conselhos posto nesta obra pelo mestre, é um livro de bolso, de consulta, onde posso espelhar minha prática e valorizar os conhecimentos que consegui no curso. Neste livro é que eu tento me valer da frase: "Que em um dado momento, minha fala, seja minha prática". (Paulo Freire).
No decorrer do curso, pude entender como se é preciso ler, ressalto aqui uma fala da senhora professora, quando relatou a respeito de uma moça que lhe escolheu para orientadora de monografia e que perguntou a discente, quais livros já tinha lido, e a mesma respondeu nenhum. E a senhora disse a ela, então você quer que eu faça a monografia pra você. Isso a senhora relatou na sala acho que no 2° semestre, me marcou muito pois pensei durante muito tempo como seria não saber argumentar e fundamentar algo. Aquela aula foi diferente tentei imaginar o que a discente pensou naquele momento, quais seriam as alternativas para ela, e não gostei muito do que pensei pra ela não. Quando estava no 3° semestre tive uma disciplina de práxis com a professora Tatiane, em uma aula, ela chamou-me em particular e disse, Jakson você argumenta muito bem, e sei que pelo que demonstra nas aulas irá se destacar muito no curso, mas isto depende só de você, sendo assim tem que ler mais para fundamentar suas falas, ou seja, leia mais leia muito mais, conheça os teóricos e verá.
Nas primeiras aulas depois disto, fiquei mais quieto na sala, eu estava com receio de falar, mas depois pude entender que o que ela queria era que eu realmente estivesse embasamento teórico, quando entendi isso melhorei muito meu vocabulário, expressividade e argumentação também.
Depois veio a professora Gilvânia com a LDB, os Referenciais Curriculares e a Constituição Federal. Em seguida a professora Maria Luiza com os PCNS e no mesmo semestre a professora Siomara com didática sempre falando em Paulo Freire entendendo melhor a Importância do ato de Ler e a humanização de Carl Rogers. Na verdade cada professor que passava vinha com uma bagagem nova e eu passei aproveitar e gostar de todos os tipos de leitura, o ECA, também me ajudou bastante nos fundamentos e direitos da criança e do adolescente.
Quando participei da oficina no semestre passado ministrada pela senhora, fiquei encantado e refleti muito, porque as pessoas, professores, comunidade, políticos, todos não fazem educação daquela forma? Hoje eu aprendi, que eu quero ser o melhor em tudo que eu faça; mas quero ser o melhor para eu mesmo, e sendo o melhor para eu, serei o melhor no que eu faço para os outros também, porque eu estarei dando o meu melhor.
Na disciplina de Literatura Infanto-Juvenil, estou descobrindo coisas novas, e já percebi que a Literatura pode ser trabalhada ou inserida em qualquer matéria em sala de aula. Por exemplo, usarei as Fabulas de La Fontaine na matéria de história, trabalhando um tema transversal ética.
Contudo, considero-me ainda descobrindo as primícias da leitura, hoje eu entendo que a leitura liberta e vivemos uma constante batalha entre a caneta e a palavra. A leitura nos proporciona sentimentos únicos de alfa.
Sendo assim mergulho sem medo nas Literaturas, na magia dos contos e na fundamentação dos grandes autores.