MELHORAMENTO DE PASTAGEM COM INTRODUÇÃO DE AGRICULTURA
-UMA VISÃO PRÁTICA
INTRODUÇÃO:
Nos últimos anos a agricultura brasileira vem mostrando taxas de crescimento crescente. O aumento da produção nacional é destaque em todos os meios de comunicação mundial, sendo considerado um dos principais produtores de alimento no mundo.
A agricultura familiar, os pequenos e médios produtores são responsáveis por quase 80 % da produção dos alimentos que vão a mesa dos brasileiros.
No mato grosso, as áreas de produção de cereais e de pluma, está concentrada nas mãos de poucos produtores altamente tecnificados e organizados. Este setor do agronegócio contribui com 50 % do PIB do Mato Grosso, levando desenvolvimento econômico nas regiões onde se instala.
Este desenvolvimento econômico patrocinado pela agricultura fez nascer cidades distantes das Antigas cidades pólo, como é o caso de Diamantino, Poxoréo, Cáceres, entre outras cidades que possuíam suas economias alicerçadas no Garimpo, madeira e Pecuária extensiva.
O Mato Grosso teve suas fronteiras abertas por diversos migrantes vindos de todas as regiões do Brasil, destaca-se o Sudeste e Sul.
Na sua grande maioria os Sulistas vieram e se estabeleceram em regiões propícias à agricultura, com relevo plano e solos pobres, em contrapartida os migrantes que vieram com tradição pecuária se estabeleceram em regiões de solos mais férteis e com boas aguadas, sem entretanto, se preocupar com o relevo.
As aberturas destas áreas de mata deu-se com a derrubada e posterior limpeza com fogo, utilizado até hoje por alguns. Esta técnica de abertura de áreas para formação de pastos era barata e rápida, onde plantava-se, as sementes, nas Cinzas e posteriormente introduzia-se o gado. Estes métodos de abertura não levavam em consideração os futuros problemas que adviriam no manejo. A erosão laminar ocasionada pela chuva e a erosão em sulcos exacerbada pelos caminhos do gado, fez nascer milhares de pequenas voçorocas, assoreando as nascentes e rios, diminuindo-se o volume de água corrente. Segundo a EMBRAPA , no Mato grosso, 95% das pastagens estão degradadas, necessitando reformas com adubações e correções pesadas para que possam suportar uma capacidade de apascentamento multiplicada por quatro.
Entretanto, boa parte das pastagens encontram-se em solos arenosos, com alto índice de degradação. O pecuarista passa por dificuldade financeiras para reforma de pastos e posterior plantio de capim, pois sabe ele que a atividade não remunera os altos investimentos em adubação/correção/conservação/adequação ambiental. Aliado ao alto custo da pecuária extrativista, exercida até então, por produtores tradicionais, temos: a falta de conhecimento técnico dos produtores; pouca pesquisa local que possibilitem a visualização e o convencimento, e mudanças na maneira de ver este setor do agronegócio como atividade econômica de longo prazo.
As diversas fontes de renda que a terra pode nos proporcionar, na mesma unidade de área, já está consolidada no Mato Grosso, entretanto permanece como monocultura ou binômio soja/Milho safrinha.
A sustentabilidade das economias agrícolas está intimamente alicerçada no enriquecimento do solo, qualquer atividade agrícola que torna o solo menos produtivo, com a monocultura e a sucessão de cultivos é , certamente, uma atividade com a "Morte Anunciada". O tempo de exploração depende de vários fatores, sendo a fertilidade e erosão os que mais contribuem para encurtamento da vida útil das Pastagens.
Em visitas às propriedades rurais, percebe-se a frustração do produtor diante do grande desafio que é recuperar suas áreas degradadas e adequar-se as novas normas ambientais. São homens e mulheres que trabalharam muito para criar seus filhos e deixar um patrimônio considerável na linha sucessória. Entretanto os herdeiros, enfrentam dificuldades para administrar e dar continuidade a atividade dos pais. Estas dificuldades remontam-se ao fato do genitor não deixá-los mudar de atividade, nem tão pouco investir capital para reformas.
Hoje para se reformar um há de pastagem, se gasta em torno de 15% a 25% do valor da terra em insumos e serviços, apenas para deixá-la apta ao cultivo de cereais. Se o produtor não possui recursos próprios pode buscar linhas de crédito para este fim.
A diversificação é a única saída viável para a sustentabilidade do setor. Deve-se buscar o maior número possível de culturas dentro das atividades de Lavoura/Pecuária/Floresta. Não existe nenhuma contra-indicação ao consórcio, mas sim é recomendação dos mais notáveis pesquisadores. A idéia de ser bom em uma única coisa deve ser repensada, pois podemos, sim ser bons em DIVERSIFICAÇÃO.

Eng° Agr° Carlos Alberto Scapini
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