A Vivência Mediúnica - 1

O homem é um espírito imortal que habita um corpo; e, não um corpo que detém um espírito.

O Codificador do Espiritismo Allan Kardec no item 159 do Capítulo XIV de "O Livro dos Médiuns" assevera que "Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência do espírito é, por esse fato, médium."

O mestre Lionês esclarece, ainda, que? essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns (...)"

A mediunidade está presente na maioria das pessoas, mediante as mais diversificadas formas de manifestações paranormais, tais como: o sonho, a dupla vista, o sonambulismo, os estados de êxtase, os desdobramentos e projeções perispirituais, a clarividência, a psicografia, a psicofonia, a telepatia, etc.

O Espírito Joanna de Ângelis nos adverte que "o indivíduo é médium em todos os momentos da existência, e não apenas esporadicamente, durante as reuniões experimentais de que participa." (Vivência Mediúnica - Projeto Manoel Philomeno de Miranda - p.8).

Frente a essa advertência contundente, devemos nos atentar para a nossa conduta diária, nas mais diversas situações vivenciadas no cotidiano, iniciando-se com o momento em que despertamos do sono, pela manhã, até ao anoitecer quando devemos entrar em sintonia com a espiritualidade, mediante alguns minutos de meditação e ligação mental mais efetiva com o mundo espiritual, servindo este momento como ato preparatório para se entregar ao sono reparador.

Todas as pessoas são de alguma forma médiuns, sentindo portanto uma intuição, alguns pressentimentos, premonições e sonhos diversos. Mas a intensidade, a forma de manifestação desta faculdade mediúnica e a facilidade de comunicação com os espíritos diferem ao infinito, variando de pessoa para pessoa, tanto que Kardec nos adverte que " (...) Todavia, usualmente, assim só se classificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva (...)".

Portanto, podemos bifurcar a mediunidade em dois ramos: Primeiro, os médiuns ostensivos; e, segundo, os médiuns discretos. Os médiuns ostensivos são aqueles que possuam um programa mediúnico bem caracterizado, conforme o seu plano reencarnatório; O segundo grupo dos médiuns não ostensivos são a maioria das pessoas, que de alguma forma capta a comunicação e a influência dos espíritos, normalmente pela inspiração.

Emmanuel nos adverte que "Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastrosamente, que contrariaram sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e erros clamorosos."

O médium deve precaver-se na vigilância da sua casa mental, posto que se encontra aberto às mais diversas formas de influenciação, estando sujeito a oscilações vibratórias e à vinculação a pensamentos e desejos inadequados, fazendo-se necessária a estrita observância à advertência do Mestre Jesus para que o homem comum não deixe de "Orar e Vigiar".

A conquista moral sobre si mesmo, mediante uma rígida reforma íntima, onde os valores eternos da alma são elevados a baluarte da vida terrena, frente aos arrastamentos da matéria, representa o portal de acesso ao campo mediúnico com Jesus.