Meditação ou Tempestade de Ideias
Publicado em 23 de novembro de 2010 por Apolinario Albuquerque
Meditação ou Tempestade de ideias.
Um turbilhão de pensamentos passava por minha cabeça, nenhum deles se fixava por mais de um segundo, alguns iam e teimosamente voltavam assim como que a reclamar uma maior atenção.
Sentia-me perdido sem saber ao certo que rumo tomar, as circunstâncias da última semana gritavam forte: - dispensa esses pensamentos intrusos e concentra num "Nome de Deus", busca o teu centro, não fica aí a badalar. Outros, no entanto, espremidos entre uma e outra me diziam: - se não pensares nas muitas alternativas, nas várias formas de cada circunstancia ou como o fato se apresenta, como irás ser criativo, como irás entender as coisas nos seus múltiplos aspectos?
Os livros que acabo de ler me dizem "pratique meditação: concentre os seus pensamentos" e "reprima o vagar dos pensamentos". Assim, eu tentei, com seriedade busquei apagar da minha mente os pensamentos e tentar viver somente concentrado na respiração, ou nos motivos que representam o aqui e agora ? neste exato momento.
Mas ao me deitar cansado de tanto lutar e diante de tantas derrotas me vi diante do questionamento: com quem estará a razão?
Essa fuga é algo verdadeiramente natural? Ou o contrário seria mais próximo do ser humano normal? Afinal o que é ser normal? (diga-se também nesse mundo louco).
Viver buscando uma forma de trabalhar a mente na busca de um comportamento "quase artificial" próprio apenas a alguns iluminados(?)... ou esquizofrênicos. Ou seria normal aquele ser dotado de mente irrequieta que age como um cavalo selvagem e que não sossega um segundo no seu modo de ser. Natural e normal, portanto.
Penso como defesa a visão de um fato e logo a seguir a busca da mente em interpretar esse fato, em todas as alternativas possíveis, criando pressupostos conhecidos e inventando outros desconhecidos para entender ? o fato ? e isso só é possível com a utilização da mente criativa ? da mente que divaga e não se prende, mas cria e recria ? fantasia, sonhas, divaga.
Seria razoável pensar que esse processo doidivano explica a criatividade porque de outro modo os "sinapse" novos não seriam ligados e novos caminhos não seriam desdobrados.
A mente divaga como num processo de manutenção e de conservação dos caminhos já abertos e na também na abertura e desdobramento de novas ligações, novas trilhas, do contrário, tenderiam a se apagar e não surgiriam as novas alternativas. Crescimento, pois.
Assim pensando, adormeci ? com a dúvida: Devo meditar ou devo divagar?
Qual seria o melhor caminho para inteligência do homem crescer e assim crescer como raça, como espécie?
Claro, claro. Em algumas circunstâncias o melhor é meditar ? para acalmar e fazer repousar a nossa mente. Fazer as energias do cavalo bravio serem restabelecidas. Noutras circunstâncias porém, o melhor é atiçar as alternativas, acender o motor da imaginação, para produzir os mais coloridos sonhos possíveis e quando mais inesperados melhor.
Mas, quando é realmente a hora de agir assim ou assado. Talvez a sabedoria se apresente unicamente em saber escolher essa hora esse lugar e não ser mestre numa ou noutra e sim alternando ? com o uso de uma ou de outra ? praticando uma excluindo outra alternativamente ? e sucessivamente, sempre.
A mente, como o corpo humano, foram construídos de modo a funcionar ora trabalhando duro, ora preguiçando e repousando. Ora pra cá, ora pra lá. Numa alternância feito badalo ? nunca só la, nunca somente cá.
Por fim concluímos assim, divagar por pensamentos vagabundos e errantes, é uma forma de ser e de agir, que julgamos justa, própria e devida, como fazer repousar a mente rotineira e sistematicamente também o será ? na justa medida.
Que acham?
Apolinario de A. Albuquerque ([email protected]) Rio, 22 nov 2010
Um turbilhão de pensamentos passava por minha cabeça, nenhum deles se fixava por mais de um segundo, alguns iam e teimosamente voltavam assim como que a reclamar uma maior atenção.
Sentia-me perdido sem saber ao certo que rumo tomar, as circunstâncias da última semana gritavam forte: - dispensa esses pensamentos intrusos e concentra num "Nome de Deus", busca o teu centro, não fica aí a badalar. Outros, no entanto, espremidos entre uma e outra me diziam: - se não pensares nas muitas alternativas, nas várias formas de cada circunstancia ou como o fato se apresenta, como irás ser criativo, como irás entender as coisas nos seus múltiplos aspectos?
Os livros que acabo de ler me dizem "pratique meditação: concentre os seus pensamentos" e "reprima o vagar dos pensamentos". Assim, eu tentei, com seriedade busquei apagar da minha mente os pensamentos e tentar viver somente concentrado na respiração, ou nos motivos que representam o aqui e agora ? neste exato momento.
Mas ao me deitar cansado de tanto lutar e diante de tantas derrotas me vi diante do questionamento: com quem estará a razão?
Essa fuga é algo verdadeiramente natural? Ou o contrário seria mais próximo do ser humano normal? Afinal o que é ser normal? (diga-se também nesse mundo louco).
Viver buscando uma forma de trabalhar a mente na busca de um comportamento "quase artificial" próprio apenas a alguns iluminados(?)... ou esquizofrênicos. Ou seria normal aquele ser dotado de mente irrequieta que age como um cavalo selvagem e que não sossega um segundo no seu modo de ser. Natural e normal, portanto.
Penso como defesa a visão de um fato e logo a seguir a busca da mente em interpretar esse fato, em todas as alternativas possíveis, criando pressupostos conhecidos e inventando outros desconhecidos para entender ? o fato ? e isso só é possível com a utilização da mente criativa ? da mente que divaga e não se prende, mas cria e recria ? fantasia, sonhas, divaga.
Seria razoável pensar que esse processo doidivano explica a criatividade porque de outro modo os "sinapse" novos não seriam ligados e novos caminhos não seriam desdobrados.
A mente divaga como num processo de manutenção e de conservação dos caminhos já abertos e na também na abertura e desdobramento de novas ligações, novas trilhas, do contrário, tenderiam a se apagar e não surgiriam as novas alternativas. Crescimento, pois.
Assim pensando, adormeci ? com a dúvida: Devo meditar ou devo divagar?
Qual seria o melhor caminho para inteligência do homem crescer e assim crescer como raça, como espécie?
Claro, claro. Em algumas circunstâncias o melhor é meditar ? para acalmar e fazer repousar a nossa mente. Fazer as energias do cavalo bravio serem restabelecidas. Noutras circunstâncias porém, o melhor é atiçar as alternativas, acender o motor da imaginação, para produzir os mais coloridos sonhos possíveis e quando mais inesperados melhor.
Mas, quando é realmente a hora de agir assim ou assado. Talvez a sabedoria se apresente unicamente em saber escolher essa hora esse lugar e não ser mestre numa ou noutra e sim alternando ? com o uso de uma ou de outra ? praticando uma excluindo outra alternativamente ? e sucessivamente, sempre.
A mente, como o corpo humano, foram construídos de modo a funcionar ora trabalhando duro, ora preguiçando e repousando. Ora pra cá, ora pra lá. Numa alternância feito badalo ? nunca só la, nunca somente cá.
Por fim concluímos assim, divagar por pensamentos vagabundos e errantes, é uma forma de ser e de agir, que julgamos justa, própria e devida, como fazer repousar a mente rotineira e sistematicamente também o será ? na justa medida.
Que acham?
Apolinario de A. Albuquerque ([email protected]) Rio, 22 nov 2010