Medindo fluxos de gases a partir do solo: o princípio das camâras

Câmaras estáticas fechadas geralmente são empregadas para medir fluxos de gases do solo para atmosfera e vice-versa. O princípio básico do uso dessas câmaras reside no fato delas confinarem uma parte da superfície de solo que poderá atuar tanto como emissora quanto consumidora do gás de interesse.

As câmaras são fixadas no solo e, no momento das medições, são fechadas por uma tampa  durante as medições de forma que o gás de interesse não escape por possíveis vazamento entre a tampa e a base da câmara. A medição é feita basicamente extraindo amostras de ar de dentro das câmara com uma seringa em 4 tempos pré-definidos, por exemplo, a 1, 10, 20 e 30 minutos após o fechamento da câmara.

Figura 1. Câmara fechada utilizada na medição de fluxo de gases a partir do solo (à esqueda). Seringa sendo usada para extrair uma amostra de ar que fica entre a tampa da câmara e o solo confinado imediatamente abaixo dela (à direita).

GAS

Fonte da foto: ftp://ftp-fc.sc.egov.usda.gov/AIR/AAQTF/200809-201009/200909_DesMoines_IA/AAQTF_200909_Hatfield.pdf

Se houver uma emissão do gás de interesse, ou seja, o solo está gerando gases que estão fluindo para a atmosfera, então, ao analisar as amostras de ar em laboratório, haverá uma concentração crescente ao longo dos 4 tempos mencionados. De forma oposta, se há um consumo do gás, há uma concentração decrescente ao longo dos  4 tempos. Isso quer dizer que o solo, nesse caso, atua como uma fonte que consome, ou seja, que remove o gás de interesse da atmosfera.   

Esse princípio mencionado nesse pequeno texto é utilizado pelos cientistas quando eles tentam estimar os fluxos de gases do efeito estufa oriundo do solo agrícola, florestal, etc... Entretanto, há outros métodos alternativos a esta técnica apresentada neste pequeno texto.

 Preparado a partir:

 VILAIN, G.; GARNIER, J.; TALLEC, G.; CELLIER, P. Effect of slope position and land use on nitrous oxide (N2O) emissions (Seine Basin, France). Agricultural and Forest Meteorology, v.150, p.1192-1202, 2010.