Um solene juramento é prestado

De jamais deixar de socorrer 
                   
A quem estando a sofrer

Necessite assistência e cuidado.                            

 

Seja o paciente honrado ou desonesto,  

               
Dispensar a mesma atenção;


Não discrimina de curar o gesto

De quem exerce a nobre profissão.                                     

                                  

Embora digam que nas universidades                      

Os médicos aprendem a ser frios;                             

Que geralmente ateus, jamais se tornam pios,          

No exercício de suas faculdades,                             

 

Ressalvemos as peculiaridades

Que os diferenciam uns dos outros 

Não é de estranhar doutores poucos                            

Com algumas excentricidades.

 

Mas quem de nós acaso os desconhece

No convívio diário da comunidade

Se um paciente maltratado não esquece

Imaginai se maltratou toda a cidade.    

                                .

Porém deixemos de lado essas questões,

Indo à origem da Arte de Curar:

No velho Egito iremos registrar

Quão eficazes eram as trepanações.

 

Excursionemos pela Alexandria

Com os seus terapeutas milagrosos

E a outros centros medicinais famosos

Que pela antigüidade então havia.

 

Mas é na Grécia que localizaremos

O sapientíssimo Hipócrates, de Cós,

Cujos preceitos chegaram até nós

E é justo que o reverenciemos.

 

Hipócrates legou aos doutores

Aquele juramento inicial

E a Teoria dos Orgânicos Humores

E um corpo de doutrinas bastante original.

 

E embora tenha a medicina evoluído

E com o tempo seus padrões modernizado

Preserva com carinho o hipocrático legado

E um ideal que jamais será esquecido.

 

Luciano Machado