A ciência evolui e hoje podemos mapear o que acontece no cérebro, através de técnicas como a tomografia computadorizada, sabemos que durante muito tempo a Psicologia teria “ignorado” o cérebro como órgão responsável pela realização das funções humanas como a razão e afetividade e, a partir de uma visão neuropsicológica podemos estudar o mecanismo da emoção mais aprofundado. No entanto, definir emoção não é uma tarefa simples, pois existem diversidades de teorias divergentes nos vários domínios da pesquisa psicológica que enfocam o tema das emoções, até porque as emoções – amor, ódio, desgosto, alegria, vergonha, inveja, culpa, medo, ansiedade e assim por diante - são sentimentos experienciados por todo o ser humano em um momento ou outro.

A origem dos estudos da emoção no cérebro é algo recorrente na neurociência que nos remete desde a época de Aristóteles que nos falava de uma alma sensível ligada a emoção e uma alma racional ligada a cognição. No ano de 1690, filósofo John Locke argumenta que todo o conhecimento é adquirido pelo contato com o ambiente. Por volta do século XIX temos bastantes avanços da ciência na área da Psicologia Cognitiva com a fisiologia do russo Ivan Pavlov que faz suas demonstrações empíricas da aprendizagem associativa simples, onde ele demonstra um cão associando o som de uma companhia à chegada do alimento. Também, temos o surgimento do Behaviorismo com John B. Watson, onde a teoria enfatiza o comportamento é determinado por forças externas e podem ser manipulados e observados, possuindo grande valor para a ciência da psicologia. No século XX, temos os avanços da neurociência onde relatamos esse avanço na área da emoção, onde James Papez, forma um circuito de Papez, onde ele dá hipótese que as expressões emocionais é mediada por vários sistemas neurais. Tendo também, a Teoria dos dois fatores, onde os cientistas Stanley Schachter e Jerome Singer propõem que as emoções são resultados de excitações físicas e da atribuição, ou explicação cognitiva, da fonte de excitação. Na década de 1990, os pesquisadores começam a estudar as funções interpessoais das emoções como a vergonha, a culpa e o embaraço, com a ideia de resolver problemas adaptativos. Década de 2000, o cientista da Joseph LeDoux contribui para os avanços da neurociência afetiva nos seus estudos sobre a importância da amigada para a experiência e a percepção da emoção, onde permitem aos pesquisadores estudar o cérebro emocionalem ação. Asemoções dependem da estrutura cerebral especialmente o sistema límbico e o córtex pré-frontal (GAZZANIGA, 2006).

Recentemente cientistas da Universidade de Stanford, Robert Zajonc e da Universidade de Berkeley, Richard Lazarus entraram em debate de comadres para discutir sobre os sistemas neurais da emoção. O cientista Zajonc afirma que o julgamento emocional era fruto da preparação dos organismos para lutar e fugir e que viam da amígdala, e que respondiam sem o processo da cognição. Enquanto que Lazarus arguiu que a emoção não pode ocorrer sem uma avaliação cognitiva se experimentarmos sinais de alerta no sistema nervoso autônomo, nossa reposta vai depender da situação em que é enfrentada pelo indivíduo. As pesquisas da neurociência têm respondido que os dois cientistas estão certos, por incrível que pareça, pois os sistemas neurais da emoção e cognição são independentes e interdependentes. Atualmente foi publicado no ano de 1994 o livro do pesquisador Antônio Damásio (O Erro de Descartes), onde foi desmistificado que o credo entre a razão e emoção são domínios cognitivos separados, onde ele sustenta que a razão é guiada pela avaliação emocional da consequência de um ato. Um exemplo sobre o avanço dos estudos da Emoção está o caso do contramestre Phineas Gage, que sofreu uma tragédia em seu trabalho na construção da extensão da estrada de ferro Rutland & Burlinton, onde seu trabalho consistia em colocar em periciar as cargas de dinamites, mas em uma distração a consequência foi terrível, pois uma barra de ferro varou o crânio, aonde entrou logo abaixo do olho esquerdo e saiu no topo, lesionado o córtex orbitofrontal destruindo grande parte da região medial do córtex pré-frontal, posteriormente após a cirurgia foi observado que “Gage deixou de ser Gage”, o seu comportamento mudou ele perdeu suas habilidades sociais, passou apresentar-se em circo como uma aberração, bêbado e chamando palavrõesem público. Omédico que tratou dele exumou seu corpo e hoje em dia seu crânio e a barra de ferro são objetos de estudos da neurociência que permitiu a reconstituição do cérebro de Phineas Gage e a determinação do local que a barra de ferro atingiu é a proposição de que o córtex orbitofrontal é fundamental no processamento das emoções (GAZZANIGA, 2006).