Matemática: possibilidades e probabilidades, reflexões sobre a importância do educador ao despertar o gosto pelo saber da matemática

Cláudia Cristina Musacchio Gomes

Sabemos que a matemática está presente em nossas vidas desde que nascemos, embora por vezes, não tenhamos a percepção da sua importância para nosso dia a dia. Para nos situarmos no tempo, no ato mais simples como comprar, ou ainda na feição de uma horta, ao medir os canteiros, a distância de uma semente da outra, na pesagem, nas quantidades, ao classificar verduras, legumes, frutas. Ao retirar leite da vaca para vender, saber quantos litros produziu multiplicar o valor a pagar na semana, no mês, dividir os litros pela quantidade de fregueses, ações estas normais nas cidades de campanha e que comprovam o quanto utilizamos a matemática, porém sem valorizar o seu favorecimento.

Na escola não é diferente, ela se faz presente e necessária em tantas linguagens, bem como nas tecnologias que o mundo globalizado nos oferece. No geral, o ensino de matemática é mais considerado pelos professores pela parte científica do que a parte da vivência para a função social. Desde que nascemos convivemos com matemática, no entanto a falta de qualificação de inovação nos métodos de ensino deixa a desejar. O professor desencanta o aluno ao mostrar a  matemática como difícil, ao encher a lousa com problemas extensos, folha inteira de contas ou expressões ou ainda de encher linhas de "n° tal a tal", que não é nada atraente!

Ao ler um problema, já estamos trabalhando português: vamos interpretar. Em geografia, ao se trabalhar a extensão territorial trabalhou-se números, em história os fatos acontecimentos tudo tem data, tem números romanos, séc. gráficos. Em ciências, trabalhar com medidas, volumes, líquidos, nas artes diversas formas, a área a ser ocupada, etc. Penso que, professores de séries iniciais tem um compromisso maior em despertar no aluno o gosto pala matemática, apostar na interdisciplinaridade e nos jogos e brincadeiras, para que a criança tenha sua fase respeitada, e por meio dos desafios tenha gosto e prazer em aprender a matemática.

O aluno pode calcular, nos dedos, fazer palitinhos, bolinhas, pegar materiais que tiver para chegar à resposta, e até usar a calculadora do celular, assim fará um bom uso desta ferramenta, pode-se fazer avaliações com o uso da calculadora a e outra sem ela, para que próprio aluno perceba a necessidade em saber a matemática. Ele não precisa saber “na ponta da língua”, mas deve ser capaz de criar estratégias para resolver as soluções propostas, ou seja, exercitar o raciocínio lógico.

Ao instigar o aluno desde pequeno fazê-lo intrigar-se, com as “coisas” a sua volta, como por exemplo, quando vai ao bar da escola, saber o que comprou quanto custou fazer à soma, a multiplicação, a subtração do troco, se for a prazo quantos dias têm para pagar. Comparar preços dos folhetos das lojas de determinado produto, fazer um gráfico comparativo. Se estiverem construindo uma casa, ou na reforma dela, calcular quantos metros de pisos, sacos de cimentos/quilos.

Desta forma a curiosidade aflora, o aluno cria estratégias, elaboram hipóteses, os erros passam a ser encarados como possibilidades para se chegar ao resultado correto. Por outro lado, se o professor não proporcionar experimentos de utilidade para os alunos que tenham a ver com suas realidades de vidas, de ações diárias que fazem parte do seu contexto social, seja dentro ou fora da escola. Estes não verão o quanto à matemática é uma condição necessária para o sucesso em diversas áreas e etapas de suas vidas.

Em fim, sem uma auto - avaliação constante de seu fazer docente, da realidade que os alunos vivem a comunidade, a cidade ou na área profissional (caso estejamos trabalhando com alunos de EJA), a matemática torna-se distante do alcance de sua grandeza que é essencial na vida de qualquer cidadão.