A exploração de combustíveis fósseis que estavam ou estão armazenados há milhões de anos nessa condição, como o petróleo, por exemplo, acaba por levá-los, ao final do ciclo produtivo, à atmosfera; o que já é destaque mundial há algum tempo. A partir deste ponto, surge a questão do seqüestro de carbono pelo plantio de árvores na superfície terrestre.

O problema fundamental desponta no fato de que o carbono dos combustíveis fósseis está se somando ao estoque de carbono que já cicla normalmente e mais rapidamente na biosfera, entre a atmosfera, o solo, a vegetação e os organismos vivos. Portanto, ao observar que uma árvore completa o seu ciclo de vida em 100 ou 200 anos no máximo, isso em um super-estimativa otimista! e que quando esta árvore morre, devolve à atmosfera e ao solo o carbono sequestrado, que estava armazenado em sua estrutura física/biológica.

Assim, estocar carbono em uma árvore para compensar o uso de um carbono estocado na natureza há milhões de anos como fóssil, não parece razoável, pois, a árvore, ao final do seu ciclo de vida devolve à natureza o carbono estocado e este entra novamente no ciclo natural já existente, aumentando as concentrações sempre.

Por uma questão matemática esse modelo não está correto. Basta notar que nestes casos, ter-se-ia que manter as árvores vivas por milhões de anos, ou tentar manter estocado de outra forma o carbono dessas árvores, de modo que realmente seja equivalente ao carbono que esteve por milhares de anos estocado como fóssil, e que não está ou não estará mais nesta condição.

Pode-se ainda, por um raciocínio simples, admitir que mais árvores poderiam então ser plantadas, o que é obvio! Mas imagine o que pode acontecer... seria ótimo!!! Mas, não haveria área útil na superfície terrestre para tal finalidade.

Portanto, para que as alterações climáticas causadas pelo aumento da concentração de carbono na atmosfera sejam amenizadas, deve-se usar um modelo que considere o tempo equivalente ao que o carbono fóssil esteve armazenado por milhões de anos, uma vez que as concentrações na atmosfera estarão sempre aumentando, independentemente do plantio de árvores, mesmo que estas, é claro, consigam amenizar a situação.