Resenhado por Jonatha Martins Da Guarda

Kleryston Wilky Rosário Pereira

O livro “O que é leitura” é mais uma das obras da autora Maria Helena Martins, que oferece aos seus leitores um quadro da importância da leitura na vida de cada um deles. A obra de 94 paginas, publicada em 2012 pela editora Brasiliense, de São Paulo (19ª edição), é composto de 6 capítulos, assim distribuídos: Falando em leitura, Como e quando começamos a ler, Ampliando a noção de leitura, O ato de ler e os sentidos, As emoções e a razão, A leitura ao jeito de cada leitor, e por ultimo, Indicações para leitura.

Maria Helena Martins leciona principalmente Teoria Literária e Literatura Infanto-Juvenil no curso de letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde também fez mestrado. Atualmente faz doutoramento, na Universidade de São Paulo, em teoria literária. Tem realizado trabalhos para congressos e seminários e publicado artigos em jornais e revistas a respeito de temas relativos a disciplinas que leciona.

A leitura por si só não deve ser só a interpretação de códigos, mas também as relações que temos com as sociedades, o ato de ler não se nota apenas na leitura de livros, jornais e revistas, podemos ler uma situação, um olhar, enfim podemos ler através dos sentidos, das emoções e da razão. A autora diz que a leitura é muito mais do que decodificar as palavras, leitura é também interpretar todas as situações que ocorrem ao nosso redor, o primeiro contato se torna o mais importante, a partir dele podemos ir mais além, por isso temos que valorizá-lo.

A mesma descreve sua opinião numa linguagem de fácil entendimento, fica claro quando ela utiliza a imagem da criança folheando um livro ou uma revista, como elas observam as figuras, sentem a textura das folhas, ate que se maravilham com alguma imagem ou qualquer item que seja que os chame a atenção, dai nasce o interesse por esse universo da leitura. Esse interesse pode e deve ser incentivado pelos pais desde pequeno, lendo para eles enquanto dormem, permitindo com que os mesmos despertem interesse de manusear livros, revistas, fotografias, mas com o intuito principal de mostrar que eles gostam de ler.

Fica claro que às vezes por motivos de pressa ou sem nenhum interesse na obra lida só passamos o olho sobre as linhas e acabamos achando o livro desinteressante, chato, não dando a atenção necessária que o mesmo pede. Porém em outras situações, como o próprio livro diz “em outro estado emocional”, vemos o texto e acabamos correlacionando ele com experiências vividas, com outros fatos e inexplicavelmente começamos a gostar do texto. Fica evidente como o livro, seja ele de toda e qualquer natureza, nos prende a historia e nos deixa fascinado a conhecer sem limites esse universo cheio de surpresas e emoções.

“Aprendemos a ler lendo”, essa frase resume muito a mensagem que se quer passar no segundo capitulo. O processo de leitura se faz de maneira natural, às vezes sozinho nos damos de cara com algo aliado a nossas experiências vividas, mas pecamos em utilizar às vezes de um só método para começarmos a leitura, muita das vezes prejudicadas, pois precisamos de algumas orientações para se conhecer melhor esse mundo das letras. Percebe-se, como disse a própria autora, que antes do leitor propriamente dito existe um leitor curioso, que mesmo sem entender o que ver já se nota despertada, (ou pelas imagens ou pelas letras), o gosto pela leitura.

A autora cita a historia do Tarzan para comprovar o que foi dito anteriormente. O mesmo quando pequeno teve os primeiros contatos com o livro sem conhecer a leitura, começando a decifrar aquelas infinitas letras por meio de comparações com os sinais que ele pensava ser pequenos insetos que estavam na imagem que ilustrava o livro. Fica evidente que existem vários fatores para começar o aprendizado a leitura, no caso do Tarzan fica claro que a curiosidade foi o impulsor para que ele se se interesse por ela, mas ainda há pessoas que ignoram a leitura por razão do seu meio social.

No terceiro capitulo a autora revela que hoje em dia, bem diferente dos tempos da Grécia antiga onde quem possuía a leitura estava sempre numa classe superior, mandava e desmandava, a leitura se nota algo relevante quando se trata a mesma como o maior fator de hierárquismo social, já que hoje já existem outros meio de se sobressair na vida. O que não se mudou foi a forma de alguns educadores ensinarem aos alunos, mantendo uma forma rígida, não despertam nos alunos uma leitura critica das situações, fazendo com que eles aceitam sem nenhuma repudiação o que os educadores los ensinam. Vale pensar que o conceito de leitura é muito subjetivo, portanto cabe ao educador, despertar o interesse no aluno de criar seus próprios métodos, segundo suas próprias necessidades.

A leitura se apresenta em três níveis básicos: o sensorial, o emocional e o racional. A leitura sensorial é a mais básica que existe, geralmente é percebida no toque, no folhear das paginas, na capa, no cheiro, ou seja, na primeira impressão visível do mesmo. A leitura emocional está ligada com o que sentimos após ler algo, o que ela provoca na gente, suas emoções, gargalhadas e etc, mas infelizmente não é tão valorizada assim, já que não é mostrada com facilidade. Ao fazermos uma leitura podemos sentir satisfação, mas também muita tristeza, nos tornando assim vulneráveis com aquilo que lemos, percebemos ai o poder que a leitura tem de transformar nosso interior, de regular nossas emoções, dando aquele friozinho na barriga na descoberta de algo novo.

Ler hoje em dia se tornou algo habitual para um grande numero de pessoas, o simples fato de viajar por varias dimensões, conhecer novos países, novas culturas, sem ao menos sair de casa desperta e vem despertando ainda mais o interesse das pessoas pela leitura. Alguns educadores e especialistas opinam que a leitura é algo serio, e relaciona-la com sensações e emoções vividas reduzem a mesma, tornando-a menos racional. Ler significa se aproximar de hábitos, costumes e conceitos diferentes, estabelecendo assim uma conecção entre o leitor e o conhecimento.

A leitura não deve ser entendida como uma obrigação, mas sim uma necessidade, devemos tomar um pouco do nosso tempo nus dedicando a essa aprendizagem, tendo em mente sempre uma vontade de conhecer mais. É indiscutível como a leitura só tem a nos acrescentar tanto no interior quanto no exterior, aumenta o nosso conhecimento, abre novas posições e quebra ideias ultrapassadas do mundo, além de enriquecer o nosso vocabulário. Ler hoje em dia vai muito mais além do que se passar o olho sobre as linhas, devemos discuti-lo, critica-lo, anotar as passagens mais importantes, mas tendo em mente que a leitura só acontece quando se quer realmente ler.

O que é leitura é destinado a estudantes, educadores, e a jovens que ainda não demonstraram interesse pelo aprendizado da leitura, ou mesmo aqueles que pretendem se aprofundar ainda mais em conhecer métodos de ensino e linguagem.