Lembrando da 7.ª reunião informal entre a Frente Polisario e Marrocos sobre o dossiê do Sara Ocidental, sob a égide da ONU, que foi iniciada nesta ultima segunda-feira, do dia 5 a 7 do mês corrente, em Manhasset (Nova Iorque)

Este novo encontro com porta fechada na residência de Greentree Estate (Manhasset), propriedade da riquíssima família norte-americana, Whitney, colocada à disposição das Nações Unidas para tais encontros, tendo em vista encontrar uma saída ao problenma de mais de três décadas entre Marrocos e Frente de Polisario sobre o futuro do sara ocidental.

Três meses depois do anterior encontro informal realizado em "La Valette" (Malta), sob os auspícios do enviado pessoal do SG da ONU para o Sara Ocidental, Christopher Ross, este último encontro conta com a presença das duas partes e de representantes dos dois países vizinhos, Argélia e Mauritânia.

A delegação saraniana liderada pelo presidente do Conselho nacional da pretendida "República Árabe Saharaui Democrática", Khatri Addouh, do coordenador saraniano junto á Missão das Nações Unidas para a organização do referendo no Sara Ocidental (MINURSO), M'hamed Khaddad, e do representante da Frente Polisario junto á ONU, Ahmed Boukhari.

Um comunicado refere que, apesar das discussões terem decorrido num ambiente de franqueza e respeito mútuos, as partes não procuram um consenso quanto à base para futuras negociações.

A ONU está envolvida na questão do Saara Ocidental desde 1976, quando irromperam os conflitos entre o Marrocos e a Frente Polisário, após a cessação da administração espanhola do território. O Marrocos tem apresentado um plano de autonomia para a solução da crise e a Frente Polisário defende o estatuto final do território a ser decidido em referendo sobre a sua autodeterminação.

A Argélia e a Mauritânia foram convidados a titulo de observadores nas conversações, realizadas a convite do enviado especial do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.

O ministro marroquino dos Negócios Estrangeiros, Taib Fassi Fihri, lidera a deligação marroquina, composta do secretário Geragal do Corcas e Chefe de documentação do Estado. Esta reunião com membros da Frente do Polisario visa discutir muitos dossiês quentes como a situação nos campos de Tindouf, direitos humanos, referendo e a visão de Rabat a propósito dos problemas no Sara ocidental.

Entre duas últimas reuniões, o chefe da diplomacia falou aos microfones da euronews sobre os últimos desenvolvimentos na região.



Tratando do primeiro encontro realizado após o relatório sobre o Sara Ocidental do SG da ONU, Ban Ki-moon, público em Abril, informando sobre a aprovação da resolução 1979 do Conselho de Segurança que renovou o mandato da MINURSO até Abril 2012.

Neste último relatório, Ban ki-Moon relatou sobre a situação, após quatro anos e uma série de 10 reuniões entre as partes, apesar do processo de negociação ainda o impasse persiste.

Perante a apresentação do referido relatório, o Conselho de Segurança adoptou por unanimidade uma resolução na qual ele se empenha em ''ajudar as duas partes do conflito a encontrar uma solução justa, duradoura e mutuamente aceitável que permita a autodeterminação do povo do Sara Ocidental''.

Confirmando que ''a manutenção do statu quo não é aceitável a longo prazo, o Conselho de Segurança convidou as duas partes ''a fazer prova de uma maior vontade política com vista a uma solução, discutindo de forma mais aprofundada as suas respectivas propostas''.

Isso significa que Marrocos envolve a proposta da Frente Polisario que considera que o referendo sobre a autodeterminação que inclui as três demais opções já aceites pelas duas partes no plano de resolução de 1991 e nos Acordos de Houston de 1997 elas forma aprovadas pelo Conselho de Segurança: autodeterminação, integração ou autonomia.

O sr Boukhari representante da Frente do Polisario junto á ONU, chamou Marrocos para fazer prova de vontade para discutir com seriedade a sua proposta, enquanto o espírito do compromisso e a credibilidade falta "sem a considerar tão válida quanto a sua".

A Frente Polisario deve assumir a sua responsabilidade perante o pedido do Conselho de Segurança, que exige uma atitude responsável face ao povo detido nos campos de Tindouf, sudeste de Argélia, que vive num estado lamentável sem mínimas condições de vida, ao invés de apaziguar a situação cria posição de intransigência e desafio à legalidade internaciona.

A Frente Polisario e Marrocos mantiveram em Junho de 2007 negociações directas, sob a égide da ONU, em Manhasset (EUA), hoje o sétimo encontro informal em Manhasset.

Para a autodeterminação, o essencial chegar a um consensus. Porque quando se disse que a autodeterminação é mesmo que referendo, sem que isso influencie negativamente o processo de negociação nem bloqueiar o processo da resolução da questão do sara definitivamente.

Taib Fassi Fihri, Ministro das relações exteriores, considerou o Marrocos como o parceiro mais sério e mais empenhado da União Europeoa, em todos os domínios. Político, socio-cultural e de segurança.

A posição de Bruxelas é idêntica à das Nações Unidas, suportando a negociação substancial com base nos esforços de Marrocos desde 2006. Onde todas as partes têm compromisso e realismo, irradicando as opiniões extremas e idiologias da época da guerra fria. Consentidno a posição da União Europeia, que é legal e apoiada por muitos Estados-membros.

Sergio Cantone de euronews: tendo dito que se um país da União europeia tomar uma decisão favorável à Frente Polisário, por motivo dos direitos humanos mais deve ficar atento a esta facção, os acordos e as manobras não se mudam?

Os governos, nomeadamente os dos Estados-membros da União europeia, parecem estar bem colocados para compreender a realidade do problema do Sara, as origens, os bloqueios, os direitos humanos e o custo da não-resolução.

Juntamente com a Comissão Europeia, os países-membros se revelam os primeiros a compreender o esforço incrível realizado por Marrocos, para se colocar sempre na frente, juntamente com a União Europeia.

Finalmente os países europeus e membros da assembléia da ONU têm como conseguir meios e ferramentas para ter uma posição lúcida sobre o dossiê do Sara, não só em termos de adversidade, independentemente e da influência mas sim em termos de decisão para acabar com um conflito que durou mais de três décadas.

Lahcen EL MOUTAQI