Até onde vai a crise entre Marrocos e o Secretário-Geral das Nações Unidas? Porque o tom não cessa de aumentar esses ultimos dias. Os protestos e as indignações continuam, mesmo após a reunião entre Ban Ki-moon e o ministro das Relações Exteriores, Salaheddine Mezouar, segunda-feira 14 de março de 2016, em Nova York:

 A diplomacia marroquina publicou na terça-feira à noite, um comunicado no qual ele reiterou a sua indignação fac ás declarações do Secretário Geral da ONU. E neste quadro mesmo anunciou medidas de retaliação.

 O ministro entregou uma carta ao Secretário-Geral, detalhando os protestos formais do Governo marroquino perante ás declarações inaceitáveis ​​e o comportamento criticado durante a recente visita do Ban Ki-Moon á região do sara ocidental.

 Marrocos exprimiu no primeiro momento, seu descontentamento e indignação no comunicado datado de 08 de março 2016, em resposta aos gestos  do Ban Ki-moon e ao termo de ocupação usado para descrever a recuperação por Marrocos da sua integridade territorial.

 Para Marrocos, o uso do termo "ocupação" constitui uma falta de aptidão jurídica e um grave erro político.O comunicado assinala por outro lado que nenhuma resolução do Conselho de Segurança não usou tal terminologia. O emprego, portanto, desta terminologia constitui um insulto ao povo marroquino e a nação marroquina que sacrificou muitas vidas para recuperar gradualmente a sua independência.

 Uma grande marcha nacional foi organizada em Rabat, domingo, 13 março de 2016. Uma manifestação que reuniu cerca de três milhões de pessoas de acordo com os principais jornais locais. Centenas de milhares de acordo com a agência de notícias AFP. Durante esta marcha dos marroquinos que vieram dos quatro cantos do Reino para denunciar o comportamento do Secretário-Geral da ONU.

 Um acontecimento qualificado de irrespectuoso perante á pessoa do Ban Ki-moon e das Nações Unidas. Ban Ki-moon a este respeito reclamou esclarecimento e precisões sobre a presença de vários membros do governo marroquino entre os manifestantes e pediu a Mezouar que as Nações Unidas possam gozar de respeito em Marrocos, conforme o comunicado do SG da ONU.

 Para o reino, o comunicado publicado pelo Secretariado-Geral agrava ainda mais a situação incial. Tal comunicado representa um novo ultraje ao povo marroquino que denunciou espontaneamente os desvios e as irresponsabilidades. O  Secretário-Geral da ONU respondeu  com termos fortes, dizendo que os manifestantes e seus 'patrocinadores'  têm deliberadamente escolhido ignorar que Ban Ki-moon expressou seu compromisso pessoal a promover uma verdadeira negociações entre as partes.

 Marrocos precisou que recorrer ao referendo para resolver esse diferendo  regional foi varrido pela história e descartado pelo Conselho da Segurança.

 Desde 2004, o Conselho defende exclusivamente a busca de uma solução política negociada, com base no realismo e no espírito de compromisso.

 Neste quadro de crise entre Marrocos e Secritários Geral da ONU, o governo marroquino  adotou medidas imediatas, a redução dos efectivos desta missão da ONU, instalada desde  1991, composta de 210 agentes e mais de 250 funcionários civís, cujas atribuições são de observar o processo de paz entre o reino de Marrocos e Polisario, movimento separatista.  E a contribuição financeira a cancelar para as tropas da ONU mobilizadas na zona tampão para preservar a paz, bem como a previsão da retirada dos soldados marroquinos das forças da paz da ONU.

 Esta é a crise mais grave entre o reino de Marrocos e a ONU,  o país reserva o direito de recorrer a outras medidas de retaliação para defender a sua integridade territorial, em estrita conformidade com a Carta das Nações Unidas.

 Enquano a crise de confiança continua, a visita do Ban Ki-moon, prevista no próximo mês de julho seja realmente comprometida. O objectivo deste turnê? É para retomar as negociações entre Marrocos e a Frente Polisário sobre a questão do Sara. Por enquanto, não foi ganha ...

Lahcen EL MOUTAQI