A 12ª sessão da Reunião de Alto Nível (RAN) Portugal-Marrocos, aberta na ûltima segunda-feira, 20 de abril em Lisboa, marcou o início de uma nova etapa de  cooperação entre as partes com fortes laços de amizade e de boa vizinhança.

A realização desta reunião, co-presidida pelo Chefe do Governo Abdelilah Benkirane, e do seu homólogo Português Pedro Passos Coelho, traduz a vontade comum de ambos os países buscarem tirar proveito do potencial da proximidade geográfica e da  posição geoestratégica entre Mediterrâneo e Atlântico, bem como da dinâmica das respectivas  economias com um forte impulso à cooperação bilateral e parcerias.

Esta reunião teve lugar alguns dias atrás de uma visita a Marrocos do Vice-Primeiro-Ministro português, Paulo Portas, frente a uma grande delegação de altos responsáveis e empresários. 

 A imprensa local considerou a visita de promissora tendo em conta acordos assinados em setores estratégicos notadamente na segurança, na energia, nos transportes marítimos, no turismo, na educação e na pesquisa científica.

"Todas as condições estão favoráveis para fortalecer e impulsionar a cooperação económica entre Marrocos e Portugal, dois países com boas perspectivas de crescimento económico para os próximos anos", declarou Sr. Portas na margem da sua visita ao Reino.

Lembrando que 1.200 empresas portuguesas presentes hoje no mercado marroquino contribuem para o desenvolvimento dos setores económicos do país, o responsável Português exprimiu nesse sentido a ambição de ampliar ainda mais os negócios e fortalecer a cooperação económica, comercial e financeira com o Reino.

Conforme uma convenção assinada em março passado, entre a Confederação Geral das Empresas de Marrocos (CGEM) e a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) visando explorar a oportunidade e discutir do contexto para um fórum econômico a  realizar à margem dessa Reunião de Alto Nível sob a bandeira "Marrocos-Portugal e em prol do desenvolvimento de dois países".

Esse encontro pretende articular-se em torno de quatro oficinas dedicadas à infra-estrutura, energia renovável, agronegócio, além de outras reuniões "B to B".

Outro facto de destaque é das relações Luso-marroquinas, notadamente á criação da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Portugal em Marrocos (CCISPM) que substitui a Associação marroco-portugal de negócios (AMPA), fundada em 2007, com objetivo de promover o desenvolvimento das relações económicas entre Rabat e Lisboa, de incentivar a criação de novos investimentos portugueses no reino e de apoiar a internacionalização das empresas marroquinas nesse país ibérico.

Fora da União Europeia, Marrocos é hoje o quarto parceiro de Portugal, depois de Angola, dos EUA e do Brasil.

 Nos últimos anos, as relações bilaterais conheceram um desenvolvimento favorável para o Portugal, conforme o último relatório da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), cujo montante das exportações em 2013 atingiu  767,4 milhões de euros  seja ( +58,7% em comparação com o ano anterior), enquanto as importações portuguesas de produtos marroquinos ficaram em 175 milhões  (- 4%).

Os negócios comerciais, na opinião de alguns observadores, são considerados relativamente estagnados,  o que necessita de trabalhar no sentido de elevar o nível de qualidade das excelentes relações políticas e diplomáticas. Dois países vizinhos conscientes das ameaças e oportunidades, através de iniciativas que possam posicioná-los lado a lado para fazer face aos futuros perigos da segurança e da estabilidade,

 Lahcen EL MOUTAQI

Pesquisador univeristário