Pede
Mão. Dedos esticados ao máximo.
Tudo largado.
Abriu mão de tudo.
Soltou ao vento tudo que segurava.
Mão vazia que não pede.
Mão calejada que sempre cede.
Trabalha na calada da noite,
Ou na solidão do dia.
Secreta mão arqueada,
Uma caneta conduzida,
Uma pequena escrita produzida.

Aê, pega pra mim.
Segura essa.
Pulso firme.
Um aperto de mão.
Dedo apontado.
Polegar levantado.
Figa feita.
Cruza os dedos e deita.

03 de março de 2003.