Eu Existo!
Eu vos declaro, Eu Existo!
Por mais que o tempo passe e que as coisas se modifiquem, por mais heraclítico que seja, eu resisto, existo.
Podem negar o que faço ou o que deixo de fazer, pensar-me como uma coisa qualquer ou por fazer, mas continuarei existindo.
Sem consentimento de outra parte, que me neguem ou me afirmem, mas continuarei existindo.
Pois que acabem comigo, destruam meu corpo, implodam minha construção, apaguem-me de suas memórias ou romanticamente matem-me em seus corações, mas eu existi e apenas isso já me faz Ser agora um existido.
O que eu fui não podem me tomar e mesmo que o tomem agora, não poderão alcançar o já feito e arrancar-me o fato de eu ter sido.
Eu sou! Esta é a verdade do Ser, mesmo negando ser, mesmo deixando de ser. Eu sou, mesmo sendo por ter sido.
A existência do homem é sua inegável condição de ser e que mesmo sendo negada, ainda manifesta este sentido de ser.
Único naquilo que é, indivisível por representar a si próprio, ou seja, não representável, e que mesmo representando continua sendo, agora Ser-Representando, inalterável por manter-se como referência.
Nasci para Ser, vivi por Ser e morri por deixar de Ser. O problema é que não posso deixar de ser, porque para fazer isso eu preciso ser o deixar-de-ser, logo, eu continuo sendo, este é o sentido.
Eu sempre serei e esta é a condição de ser, não podendo nem mesmo servir de legado, já que também é instransferível por ser único e imutável, quase uma anátema quando se imagina que geramos outro que também passará a ser, sem nem mesmo lhe ser concedido a priori um sentido deste estado de ser, já que o ser é Em-Si.
Assim Eu, Você, Nós ou mesmo Aqueles, enfim, todos, somos, este é o sentido Existencialista, ou seja, a falta de sentido em ser e a inegável condição Em-Ser.