MANIFESTO À HUMANIDADE
Observem:

Sabem onde se passa isso? Sudão. Sabem o que se trata? Um urubu vigiando uma criança esperando que ela morra para então se saciar. Eu não me comovo com sensacionalismo, mas isto não se trata de um. Gente, quem poderá gritar por mim aos grandes governantes para que se sensibilizem? Quem poderá defender os direitos daqueles que possuem mas nunca os conceberão? Quem defenderá a vida? Quem defenderá a vontade de se alimentar das crianças pobres da África, da Ásia, das Américas? Quem dirá "chega de conflitos" aos soldados? Quem estenderá a primeira mão pedindo paz? Quem abrirá o paletó e tirará uma semente para plantar em vez de dólares para desmatar? Quem fará você abrir os olhos? Quem sucumbirá por amor e não por dinheiro? Quem disse aos pais dessa criança que seu filho morreu de fome? DE FOME!
COMO SE MORRE DE FOME NUMA CIVILIZAÇÃO QUE PRODUZ NAVES QUE CRUZAM O ESPAÇO! QUE PRODUZ IPODS, NOTEBOOKS, TOUCHAPDS, GADGETS, MICRO BACTERIAS ARMAZANADORAS DE DADOS, dentre outras infinidades. Nunca entendi isso! Será que um pedaço de silício vale mais que uma criança? E não tenho resposta alguma, somente perguntas à hipócrita raça humana. Aos grandes que vivem em luxuosas casas, bebem e se alimentam como porcos, enquanto do lado de fora dos lustrados vidros, crianças morrem de fome para alimentar um urubu.
A torpe humanidade progride sem parar, usando como combustível a vida. É uma troca razoável, porque vida se tem demais, mas dinheiro não. Vamos destruir e sanar nossa vontade famigerada de enriquecer. Somos todos demagogos. Eu sou um demagogo. Escrevo isso porque quero que me ajudem a entender por que existo em um ambiente tão bom, enquanto outras pessoas sonham em estar na minha cadeira, no meu quarto, com um notebook nas pernas escrevendo no abrigo do lar.
Não há mais o que falar, não há mais o que se discutir. A humanidade e um lixo autoreprodutivo.
Somente resta a nós que os grandes de preto se tornem complacentes, que assistem os jornais, que criem lágrimas, que sintam ternura, que fiquem tristes e solidários. Malditas máquinas ricas.
Stênio Cavalcante ? [email protected]