Enquanto a juventude de hoje se esbanja com os novos games tecnológicos, as brincadeiras antigas sofrem para permanecer vivas 

Quem aqui nunca pulou uma amarelinha, jogou um pião ou bolinha de gude? Todos nós já nos divertimos com as tradicionais brincadeiras, mesmo vivendo em um período marcado pela revolução tecnológica, com computadores, videogames, celulares, etc. 

Há algum tempo atrás, nada disso existia. Até os brinquedos eram poucos, ou nem existiam dependendo do lugar e das condições das crianças. A solução para o divertimento estava na mente criativa dos jovenzinhos da época que criavam jogos com materiais simples como pedaços de madeira, garrafas pet, legumes, anel, etc. Ou até mesmo jogos e brincadeiras que não utilizavam nenhum material. 

Não existe uma comprovação das origens dessas atividades que visam o divertimento e o lazer das pessoas, mas muitos dizem que é uma mistura do que Portugal, África e os Índios deixaram de herança para nossa nação. 

A inocência das brincadeiras e as exigências que elas proporcionavam ao cérebro eram fundamentais para o desenvolvimento das crianças. Isso foi se perdendo com o tempo através do desenvolvimento tecnológico. Os jogos, brincadeiras virtuais e as redes sociais tiraram essa essência de infantilidade das crianças, pois além de estimularem o “adultismo” precoce, as crianças não precisam mais usar tanto de seu cérebro para se divertir o que tarda mais o desenvolvimento dos pequenos. 

Hoje, em nosso país, já existem vários projetos que visam o resgate dessas brincadeiras que estão caindo no esquecimento. O “Mais Jovem” vai entrar nessa onda e trazer você para um mundo diferente, onde todos somos crianças e não dependemos de tecnologia nenhuma para nos divertir. 

Relembrem comigo algumas das mais tradicionais e marcantes brincadeiras que perderam força nesses últimos tempos: 

Roda 

Forme uma roda e cante cantigas antigas, como pau no gato, ciranda-cirandinha, a canoa virou pirulito que bate bate, samba lelê, se esta rua fosse minha, serra serra serrador, etc. 

Escravos de Jó 

Duas pessoas cantam a música (escravos de Jó, jogavam caxangá, tira, põe, deixa ficar, guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue, zá). Cada um com uma pedrinha ou um bombom na mãe e vai seguindo o que diz a música. 

Cinco Marias 

É preciso achar 5 pedrinhas de mesmo tamanho ou até mesmo saquinhos feitos com arroz ou areia. Jogue todas as pedrinhas no chão e tire uma delas, depois com a mesma mão jogue para o alto e pegue uma das que ficaram no chão. Faça isso até ter pegado todas. Na segunda rodada ao invés de pegar uma por vez, pegue duas. Na terceira rodada você pega três ao mesmo tempo e na última rodada você pega todas de uma vez só. 

Amarelinha 

Faça um risco no chão e numere de 1 a 10. No último faça um arco representando o céu. Pule com um pé só dentro de cada quadrado, sem errar. 

Batata quente

As pessoas ficam em círculo e alguém fica de fora. Passem uma bola bem rápida de mão em mão e quem estiver de fora diz: “batata quente, quente, quente,..., queimou!”, em quem a bola parar no queimou é eliminado. 

Esconde-Esconde

Geralmente uma criança é escolhida no par ou impar ou “dois ou um” (quem não se lembra?) para ter que ir procurar os outros que estão escondidos. Essa criança se vira de costas para a parede e conta até um determinado tempo. Quando acha alguém, a criança corre até o ponto que estava contando e diz o nome da pessoa e bate na parede. Essa será a próxima a procurar. 


Pega-Pega 

Brincadeira que estimula as habilidades de correr e esquivar-se. Uma criança é o “pegador que tem que correr atrás dos outros e encostar em outra criança. A primeira a ser tocada se torna o novo “pegador”. O “pique” é uma zona de proteção, onde se pode ficar sem ser pego. Geralmente é uma árvore ou uma parede. 

Estas são apenas algumas das várias brincadeiras que existem. Vamos resgatar aquele prazer em reunir os amigos na praça, nas ruas, em casa, e se divertir como nos velhos tempos. Tenho certeza que a sensação será das melhores e você vai querer repetir isso por muitas outras vezes. Até irá se esquecer um pouco do computador e dos outros equipamentos que prendem o seu verdadeiro divertimento. Lembra-se de outras brincadeiras que marcaram sua infância ou que brinca até hoje? Então nos conte mais através dos comentários. 

Até a próxima pessoal!

Texto: Thiago Coelho