Machado de Assis, o Diamante Eterno da Literatura Brasileira

Muitos anos depois de sua morte O Imortal Joaquim Maria Machado de Assis, escritor carioca e célebre brasileiro, se faz presente nos cenários literários e cotidianos de nosso dia-a-dia. Machado de Assis afirmava que esquecer é uma necessidade vital e dizia que novos casos só poderiam ser escritos na lousa da vida se os casos escritos fossem apagados, porém é impossível aos brasileiros apagar essa Singular ocorrência de nossa História.

Ao se falar do pai do realismo no Brasil, não existe Letra vencida, Linha reta e linha curva, ou História comum, o que encontramos é uma deliciosa vontade de Brincar com fogo, como quem pegaUm Bilhete, com Confissões de uma viúva moça e espera não ser descoberto nem receber uma Advertência ou como Adão e Eva que em Um Ambiciosoato de Curiosidade romperam com A Vida eterna e nos trouxeram a Uma Excursão milagrosa por uma Aurora sem dia.

Criador de Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba e vários livros de contos e poesias, Machado de Assis, um dos criadores da crônica no Brasil, passeia pelas mentes dos amantes de Literatura sem Canseiras em vão, sem jamais soar como uma Cantiga velha oucomo um simples Conto de escola. Não, Nem uma nem outra , seus leitores são como Almas agradecidas habitando Entre santos, ou como pierrôs e colombinas em Um Dia de entrudo,ou ainda como alguém que em Tempo de crise percebe que não está Só!

Homem de fibra, coragem e determinação, Machado de Assis, mestiço de origem simples, sofisticou a história literária do Brasil, tornando-se um ícone de suma importância e um marco na Literatura Brasileira por suas ações e obras. Assis, filho de um pintor descendente de escravos alforriados com uma lavadeira portuguesa, trouxenovas cores as artes literárias no Brasil com suas expressivas críticas diante da realidade brasileira, sem jamais perder sua essência artística. Em prosa ou verso, comédias, contos, crônicas ou poesias, Machado de Assis é Eterno, é Evolução, é tão ímpar quanto a Conversão de um avaro!

Afirmo com convicção: Machado de Assis é passado e presente, é parte da história da gente, povo brasileiro, é como O Relógio de ouro da família transmitido de geração em geração, comoA Última receita, ou como um Último capítulo que insiste em nunca ter fim. A este ativo crítico literário, generoso amigo do bom e velho Dicionário devemos a fundação da Academia Brasileira de Letras, que desde outrora abre caminhos para aqueles e aquelas que com seu talento bem utilizam nossa distinta Língua Portuguesa e nos levam a passeios entre Vidros quebrados, a Um Sonho e outro sonho, a essa mística de luz, trevas e coração, aomesmo tempo Trina e uma, que nos permite compreendera vidaalém do Prefácio, e desvendar o Possível e impossível.

Diamante da Literatura Brasileira, Machado de Assis em sua frase final da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas de 1881, afirma que não teve filhos e que portanto não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria,porém transmitiu e transmite-nos a certeza de quepor diversas vezes em nosso Viver deixamos que o essencial se torne invisível ao olhar.... Além do esforço intelectual, notável em vista da sua origem humilde e da cor, em país de convivência racial porém de preconceito, distingue-o a concentração na análise das paixões humanas, que dele faz um prosador conceptual.

Olhando para o hoje podemos perceber que sua obra é de extrema importância para nosso tempo, Machado alia o fato social ao fato artístico e suas palavras ecoam todas as vezes que ainda podemos afirmar que : a vida sem luta é como um mar morto no centro do organismo universal; e que cada qual ama a seu modo e que não importa a maneira de amar, pois o essencial é que se saiba amar; ou que a amizade se sente e não se diz; ou que os defeitos não fazem mal quando há a vontade e o poder de corrigi-los; que O dinheiro não traz felicidade — para quem não sabe o que fazer com ele; que é preciso crer em si e não duvidar sempre dos outros; que aquele que lhe pediu perdão não merece que levantes uma espada sobre sua cabeça; ou que há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, mas há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!Peçamos licença para ousar dizer queMachado de Assis não morreu e que não podemos celebrar um século de sua morte, pois ele se faz presente, atual e nos convida a um novo olhar para a realidade a todo instante. Seu dom artístico e sua visão social permitem que seu legado perdure por longas datas. Assim sugiro que neste ano celebremos mais, celebremos o primeiro século em suas palavras permanecem vivas em nós, celebremos o primeiro século de sua eternidade.....