Vez por outra em alguma parte do Brasil alguém que consegue enxergar além do obvio, solta o verbo e o Brasil reage instintivamente. Não faz muito tempo o Dr. Antonio Natalino Manta Dantas professor da UFBA, revoltado disse puras e belas verdades sobre os baianos. Dessa vez foi o pernambucano Jarbas Vasconcelos que disse (Revista Veja páginas amarelas), que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é conivente com a corrupção que está impregnada em todos os partidos, "sobretudo no PMDB partrido que o próprio Jarbas ajudou a fundar". Lula e o PT não inventaram a corrupção, mas ela tem sido a marca do governo dele. É o governo do toma-lá-dá-cá", disse mais: " O país não tem infraestrutura, as estradas são ruins, os aeroportos acanhados, os portos estão estrangulados, o setor elétrico vem se arrastando. A política externa do governo é outra piada de mau gosto. Um governo que deixou a ética de lado, que não fez as reformas nem fez nada pela infraestrutura agora tem como bandeira o PAC, que é um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro. É um governo medíocre. E o mais grave é que essa mediocridade contamina vários setores do país. Não é à toa que o Senado e a Câmara estão piores. Lula não é o único responsável, mas é óbvio que a mediocridade do governo dele leva a isso.

O marketing de Lula é o assistencialismo, com isso ele consegue mexer com o país inteiro. Imagine no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo.

O Bolsa Família mostra um benefício imediato e uma consequência futura nefasta, pois o programa não tem compromisso com a educação, com a qualificação, com a formação de quadros para o trabalho. Em algumas regiões de Pernambuco, como a Zona da Mata e o agreste, já há uma grande carência de mão-de-obra. Famílias com dois ou três beneficiados pelo programa deixam o trabalho de lado, preferem viver de assistencialismo. Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família. A situação imediata do nordestino melhorou, mas a miséria social permanece".

Agora sou eu quem fala, Helena Conserva. Na minha casa também ocorreu o mesmo: minha secretaria doméstica, há anos comigo, resolveu deixar o emprego e a escola porque engravidou e ia receber duas bolsas, a família e outra destinada a quem engravida, bela meleca é esse governo.

Vou parar por aqui, pois, se escrevo mais, corro o risco de não ser lido. Povo tem medo de letras.