No começo era ECOLOGIA depois virou PRESERVAÇÃO AMBIENTAL agora é SUSTENTABILIDADE e por aí vai. Por mais que os nomes alterem-se para dar a impressão de que a idéia evolui o princípio será sempre o mesmo:  “O homem é parte da natureza e não dono dela.”

                De certa forma a humanidade sempre soube disso, pois sempre dependeu dos recursos naturais em todos os níveis de sua existência. Pelo advento da revolução industrial, no entanto, o volume de ferro e concreto acabou por povoar a mente ambiciosa das pessoas que criaram seu mundo artificial pensando ser o mundo natural dispensavel para a evolução da raça humana.

                De partícipes os homens passaram a sentir-se donos do mundo e de tudo que nele havia. As cidades eram os reinos dominadores e as matas e florestas  meros locais onde ainda não se havia construído uma cidade. Munido de cega autoconfiança os homens pensavam que só porque podiam enlatar um atum suas fábricas também poderiam produzí-lo se fosse necessário. Por um breve período histórico a natureza foi insistentemente devastada pelo motivo mais ignorante de todos; por ser considerada inútil.

                Não demorou muito – ou demorou – as pessoas acabaram por descobrir que estavam destruindo a única coisa que elas não tinham poder de recriar. Perceberam a infalibilidade do velho chavão: “tem coisas que o dinheiro não compra”, e acabaram por criar uma conciência coletiva que tomou impressionante força nos últimos anos chamada SUSTENTABILIDADE, cuja suma é: “Se não cuidar, vai ficar sem”.

               Não tem nada de altruísta ou nobre nesta idéia, o conceito de sustentabilidade se baseia em um princípio bem egoísta mesmo. O homem ainda se sente dono da natureza porém agora teme ficar sem os recursos por ela oferecidos, que – até que enfim – foram reconhecidamente considerados indipensáveis.

                O Planeta é apenas o garoto propaganda deste projeto, o objetivo real sempre foi a preservação de uma única espécie: a espécie humana. Ninguém liga pro mico leão dourado, porém preservando-o preserva-se também as matas que eles habitam, e das matas a humanidade precisa.

                 Contudo, nos últimos anos inaugurou-se um outro motivo para o conceito de sustentabilidade: o comérico da idéia. Mais antigo do que a moderna conciência ecológica, o capitalismo que sempre lucrou com a devastação quer também uma fatia dos lucros da preservação. Nesse interim ninguém liga para o mico leão dourado nem para a mata que ele habita e tampouco  para a humanidade, a idéia é sensibilizar as pessoas para a necessidade de preservação e lucrar com isso. O que seria mais lucrativo do que ganhar para construir? Ganhar para não construir !

                Seja como causa ou consequência o fato é que a preservação da natureza é sim necessária e precisa gerar grandes resultados em pouco tempo. Não importa se a motivação é o dinheiro ou o amor às borboletas pois neste quesito os fins justificam quaisquer que sejam os meios. Por mais que não seja nobre é justo que as pessoas paguem hoje para poderem ter água para beber nos próximos anos.

                Estranhamente o agronegócio que sempre dependeu da natureza em todos os seus processos também teve seu momento histórico de apagão ecológico, e a exemplo dos outros setores da economia já despertou para a necessidade de conservar os recursos naturais que sempre lhe foram imprescindíveis. O grande diferencial é o potencial para isso que o campo tem, pois a grande parte do que precisa ser conservado esta justamente no campo. O produtor rural é quem interage diretamente com as matas e cursos d´agua e é o dono da terra a ser preservada já que ninguém vai derrubar uma cidade para plantar uma floresta.

                 Parte dos recursos produzidos no concreto dos grandes centros será canalizado para conservar a terra nos próximos anos e o agronegócio precisa se mobilizar para aprender a lucrar com isso. O desafio está lançado: Produzir mais, poluindo menos.

Raphael Lima - Executive Coach
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