No filme Lua Nova, o segundo lançamento baseado na série de livros Crepúsculo, fenômeno mundial que narra a história de amor entre uma estudante e um vampiro, a personagem Bella envolve as pessoas para a sombra de seus pesadelos, que a fazem acordar deprimida. Se perguntássemos a ela “O que você quer da vida?”, provavelmente não receberíamos uma resposta firme. Ela não examina a situação com bom senso, querendo forçar soluções antinaturais. Em seu delírio, comete atos de irresponsabilidade. Mergulhar de um precipício equivale a desafiar a morte, sem necessidade e sem conhecer o valor da vida. Tudo o que ela faz, é de maneira a não querer enxergar a realidade, buscando o impossível. Ao invés de buscar uma saída, estabelecendo objetivos para sua vida, ela se deixou envolver pela apatia e pelo desinteresse por soluções adequadas, descuidando-se da casa, dos estudos, dos amigos. Ela foi usar e abusar da amizade de Jacob, o menino lobo.

Em Crepúsculo, o heroísmo de Edward arrebata o coração dos jovens. Mas em Lua Nova, tudo é empurrado num ambiente sombrio, onde a essência humana desaparece sob a rotina sem vida e o embrutecimento geral. Muitas meninas saíram do cinema desanimadas, sem saber o porquê. Inconscientemente, absorveram a “Síndrome de Bella”. E fica mesmo difícil perceber a causa. Lua Nova mostra uma pessoa incompleta, incapaz de buscar soluções que não condizem com o seu delírio. A própria vida de Bella é uma grande incerteza, mas isso tudo fica oculto na trama inverossímil. Como muitos jovens de sua geração, ela não vê um horizonte definido. Fruto de um lar desfeito, fica desorientada. O ambiente não favorece o reconhecimento do sentido da vida. Então, surge Edward, que possibilita a ela achar  um culpado para camuflar a sua falta de objetivos, coragem e perseverança para seguir em frente.

Desconhecendo a sua essência humana, mesmo assim queria perdê-la. A essência humana é o que há de mais valioso para ser preservado, no entanto, as novas gerações são continuamente afastadas dela e não se transformam em verdadeiros seres humanos, perambulando pela vida como robôs vazios, sem finalidade e sem alegrias, perseguindo fantasmas e fantasias sem consistência. Sem perceberem onde está o valor real, caminham na direção errada.

Como disse o filósofo Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do homem”, brutal e impiedoso quando se trata de atingir os seus objetivos. Os vampiros, por sua vez, sugam a energia e as idéias alheias para beneficio próprio. Ambos deixam o egoísmo dominar e vão passando por cima de tudo e de todos sem consideração com o próximo, aumentando a indiferença e a falta de motivação.

Irradiando inconformismo e tristeza, Bella contamina o ambiente dos que estão à sua volta. Os jovens necessitam de modelos sadios que mostrem o sentido da vida, a importância do preparo para as realizações, o valor da espontânea alegria, que vem do íntimo, para a saúde física e mental. Estamos ligados ao local onde vivemos e temos que contribuir para a sua contínua melhora em todos os sentidos.

Quando um casal se sente atraído um pelo outro, ambos se abraçam, se iludem, vão para a cama. E depois? Precisam de objetivos e metas a serem alcançadas. Finalidades nobres e elevadas. Cultivar harmonia. Contribuir para a felicidade geral para, assim, sentirem a própria felicidade.