Thiago B. Soares[1]

 

(Quando usar o artigo, lembre-se de citar a fonte)

[1] Doutorando (PPGL-UFSCar). E-mail: [email protected]

 

 

            Encerrar o conhecimento da Lógica em um texto raso não é a pretensão deste título, mas, pelo contrário, abrir para a reflexão sobre a argumentação lógica, mais precisamente no tocante aos argumentos indutivos e dedutivos e suas consequências para o suporte da “narrativa” científica.

            Como se sabe, a lógica é o suporte de muitas ciências, em outras palavras está subjacente, sobretudo, em ciências mais precisas, como Matemática, Geometria, Física, Química etc.. É nesse sentido que os argumentos lógicos são, mormente usados para fazer constatações que de outra forma seriam outra coisa, mas não ciência.

            Posto isso, existem argumentos indutivos e dedutivos, qual Barbosa (2001, p. 135) assevera:

Enquanto na dedução nós demonstramos um conhecimento que está contido nas premissas, ou seja, nós o explicitamos (...) – no raciocínio por indução nós avançamos além das premissas e estabelecemos novas relações, novos dados: um novo conhecimento (...) fundado a partir do que sabíamos.

 

A partir desse esclarecimento, tem-se que se a ciência é acumulativa quantoao saber e seu desenvolvimento, portanto fica nítida a necessidade de se usar um tipo de uso da razão capaz de produzir o novo. Em outras palavras, o uso de juízos dedutivos não configura uma possibilidade de progresso dos limites científicos, conquanto a dedução tenha seu valor em demonstrações, clarificações e explanações, ou seja, a dedução tem se lugar ao lado da indução cuja propriedade de avanços cabe efetivamente ao “fazer” das ciências

 

CONSIDERAÇÕES

 

            A guisa de encerramento, ainda que em filosofia nada não tenha fim, a lógica tem seu papel garantido ao estudar a organização de encadeamentos de preposições e, por conseguinte, seus efeitos, não raro sendo confundida com a própria razão. Nesse sentido, Karl Popper é contundente em afiançar:

 

Fé na razão não é somente fé na nossa própria razão, mas também – e ainda mais – na razão dos outros. Dessa forma, um racionalista, mesmo acreditando ser intelectualmente superior aos outros (o que lhe é difícil julgar), apenas o será na medida em que for capaz de aprender por criticismo, bem como pelos próprios erros ou os dos outros; pois que só se aprende, neste sentido, se se levar a sérios os outros, como também seus argumentos. O racionalismo está, portanto, ligado à ideia de que a outra pessoa tem o direito de ser ouvida, e de defender seus argumentos (apud BARBOSA, 2001, p.83)

 

REFERÊNCIAS

 

BARBOSA, Severino Antônio M.. Redação: escrever é desvendar o mundo. [colab.] Emília Amaral. – 14ª Ed. – Campinas, SP: Papirus, 2001.