Você já deve ter percebido que quando o mês se encerra todas as pessoas nas empresas ficam ansiosas esperando os relatórios  da contabilidade para ver o lucro obtido, não?

Não deve lhe causar espanto o fato que com certa freqüência, após a divulgação números,  frases como “só isso “ sejam pronunciadas! Soa estranho, principalmente,  quando  as vendas são  as mesmas meses seguidos e   a expectativa de resultados melhores.

Um amigo, passando por um momento delicado de prestação de contas, uma vez me perguntou: “Você que  gosta de matemática, estatística  e de trabalhar com índices, não conhece uma fórmula para melhorar os cálculos dos lucros?".

Antes de responder pedi-lhe que me explicasse como era o processo de planejamento econômico e financeiro da empresa, estabelecimento de metas, comprometimento com estas e acompanhamento.

Objetivamente me contou  que a empresa havia trocado seus profissionais mais experientes, envolvidos no processo de planejamento empresarial, por profissionais com menor bagagem profissional e salários mais “accessíveis”, com isso os planos que eram preparados no início do ano praticamente eram uma repetição do que havia sido estabelecido no ano anterior e a comparação era superficial e praticamente ninguém olhava.

A primeira colocação a ser feita é de que a empresa trocou planejadores por planilhadores, profissionais  sem  a qualificação necessária, que poderão dar uma boa contribuição em outros assuntos, mas não em aspectos   estratégicos.

Colocar profissionais  despreparados para tratar de questões complexas  é como colocar fogo em lenha verde, produzirão muita fumaça e pouco fogo.

A segunda colocação é quanto à forma de avaliação do  lucro. A empresa está tratando de  lucro  obtido ( Lo) e não de lucro gerado ( Lg). Parece a mesma coisa não?

Sim, mas é substancialmente diferente.

Quando tratamos do lucro obtido, o fazemos depois que todos os eventos se encerram e usamos a Fórmula Lo=R–I–C-D.

Notem que é uma seqüência de subtrações, onde Lucro é resultado da Receita obtida (R ) deduzidos os impostos (I), os custos ( C) e as despesas ( D).

O lucro gerado tem  outra constituição, Lg =P+C+A. Para os supersticiosos um destaque,  a primeira formulação segue aspectos negativos,  dedutivos, a segunda aspectos positivos,  adição.

Nesta condição  o lucro é gerado, produzido pelo direcionamento e não pelas  conseqüências, muitas vezes do fator sorte.

Analisando a cada componente  observamos que o lucro gerado ( Lg )  é resultado do planejamento e estabelecimento de metas (P), adicionado do comprometimento (C ) e das atitudes (A).

A mudança a ser feita não é no seu cálculo, mas na forma de sua geração, na nossa cultura de planejamento e comprometimento com metas.

O nosso país é e  será a soma daquilo que fizermos como agentes econômicos e financeiros nas nossas empresas, portanto o mundo avaliando a lucro através de Lg e nós de Lo perderemos de goleada essa disputa no mundo globalizado.

O Brasil   como promessa e país do futuro  já teve maior acolhida, está na hora de nos  tornarmos  uma realidade.

Como executivo ouvi muitas provocações nas reuniões com representantes  de outras unidades que diziam que o Brasil é o país do futuro e sempre será. Darcy Ribeiro insistia que somos um  país jovem, a questão é até quando.

Tenho visto muitas empresas  sucateando   seu  o maior valor, a  experiência, sem se dar conta que esta  traz segurança, credibilidade e  continuidade.

Há uma infinidade de livros tratando de aspectos religiosos, místicos, espirituais, mas apenas um tem um sucesso estrondoso  e é o livro mais vendido no mundo, a Bíblia Sagrada, cujo valor social e espiritual é incontestável  e  a mim  deixa mais uma lição que é  a  constatação   básica, simples de seu sucesso: Experiência   que traz credibilidade.

Nós  cremos naquilo que eles viram e  fizeram e não simplesmente   no que ouviram dizer!

Para os que tiverem dúvidas, não sou religioso praticante, nem vendedor deste livro.

 

 

Ivan Postigo

Economista,  Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP

Autor do livro: Por que não? Técnicas para  estruturação de carreira na área de vendas

Postigo Consultoria de Gestão Empresarial

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