Certa vez estava no Pré-médico, um cursinho, tendo aulas de Língua Portuguesa para concursos, quando, antes de começar a aula, vi uma moça folheando as páginas de um livro. Ela parecia viajar naquelas páginas, e isso aguçou a minha curiosidade. Tentei, mesmo de longe, ler o nome do livro, mas não consegui. Resolvi perguntar.

- Moça, bom dia. Você poderia me dizer o nome desse livro?
- Claro, posso sim!- respondeu ela.
- É bom? Fala de quê?

Prontamente, anotei em meu caderno. Nem precisava, porque nunca mais esqueci.

Sempre que ia ao shopping, procurava pelo livro, e sem sucesso não o encontrava; as atendentes não o conheciam. Não desisti, e sempre que podia, aproveitava para comentar com algumas pessoas. Encontrei o livro em um sítio da web, mas acabei por não comprar.

Um ano depois, no dia do meu aniversário, recebi um presente, e lá estava ele: o livro A Chave de Sarah da autora Tatiana de Rosnay, um Best-seller na França, com mais de 2 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Foi um dos melhores presentes que já recebi. Deixou-me muito feliz e satisfeito. Aliás, satisfação, foi apenas uma das inúmeras sensações que tive.

Por várias vezes, encontro-me como aquela moça na sala de aula do cursinho: folheando as páginas desse livro maravilhoso. É de encher os olhos de lágrimas, e o coração de satisfação e alegria, pela ótima experiência de leitura que ele me proporciona. Passou a fazer parte dos meus livros de cabeceira. Não me canso de lê-lo.

A Chave de Sarah retrata a sofrida jornada da menina em busca de sua liberdade: dos terríveis dias em campos de concentração aos momentos de tensão na clandestinidade, e, por fim, seu paradeiro após a guerra. E à medida que a trajetória de Sarah é revelada, mais segredos são desenterrados.
É assim que a escritora francesa Tatiana de Rosnay apresenta A Chave de Sarah. O livro traz à tona um dos episódios mais vergonhosos da história francesa: a prisão em massa de judeus parisienses no verão de 42, quando quase 13 mil pessoas foram capturadas pela polícia francesa no dia 16 de julho. Levados para o Vélodrome d?Hiver, uma antiga arena de ciclismo, próxima à Torre Eiffel, eles ficaram detidos por uma semana antes de serem enviados de trem para Auschwitz.
(http://ellesappelaitsarah.over-blog.com/article-22472750.html)

"[...] Ela o ignorou e apanhou a chave. Atrapalhou-se com a fechadura. Estava nervosa demais, impaciente demais. Ela levou alguns minutos para fazê-la funcionar. A fechadura finalmente fez um clique e ela puxou a porta secreta para abri-la. Um cheiro putrefato golpeou-a como um soco. Ela se afastou. O menino ao seu lado recuou, assustado. Sarah caiu de joelhos." ROSNAY, Tatiana de. A Chave de Sarah. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010. p. 223

A história contada nesse livro tomou o meu coração. Levou-me, de certa forma, ao exato momento em que tudo acontecia; parece que eu estava lá em todos os ambientes: na sala, no porão, nos campos, no quarto quando Sarah (Sirka) abriu o armário e sentiu o cheiro da morte. Senti um pouco, se é que posso me atrever a dizer isso, do angustiante sofrimento das pessoas que viveram a dor do holocausto.


"Para mim, é uma história eletrizante!"