Capitulo I

O ANJO?

Era o verão de 1960. Tudo estava indo bem. A família Robert estava em completa sintonia, estavam a caminho do um clube de um dos clientes do patriarca, que era médico.

Toda a família estava tirando férias, o que há muito tempo não acontecia, pois Alberto trabalha muito e não tinha tempo pra sair do hospital fazia anos. Mas desta vez ele resolveu mudar um pouco. Estavam no carro, Samantha, conhecida como Samy, seu pai Alberto, sua mãe Ana e sua irmã Clara a caminho do clube de campo de Tom, um velho cliente que virara amigo de Alberto, estavam  escutando os grandes sucessos da época. Realmente a amizade dos dois era muito antiga, pois Samantha se lembrava que conhecia a Tom desde que nascera.

Com uma hora de viagem chegaram e Tom veio lhes recepcionar.

-Alberto, você veio?! É muito bom te ver e te ter aqui! – falou cumprimentando seu pai. – Samy, Ana, Clara, como vão?

-Vamos bem, obrigada. – falou sua mãe por todas.

-Venham, vamos, vou mostrar seus quartos e depois o clube. Sony pegue as malas. – ordenou ele a um dos empregados. Ele estava entusiasmado, isso se percebia por sua voz.

         Samantha ajudou Sony a descarregar as malas e ele lhe agradeceu com veemência.

         Depois de lhes acomodar, Tom lhes mostrou todo clube. Que era enorme. Compostos por chalés de diversos tamanhos, varias casas de dança, um campo de golfe com uma pequena lagoa, e uma enorme casa principal, onde eram servidos o café da manha, o almoço e o jantar, que era freqüentado por centenas de pessoas. Por fim chegaram à casa principal, onde conheceram todos os empregados e o seu sobrinho que lhe ajudava como gerente.

-Gabriel esse é Alberto, a mulher dele Ana, e suas filhas Clara e Samantha.

-Samy, por favor, Tom.  – ela não gostava muito de Samantha soava como um nome de um animal.

-Prazer a todos. Senhor Alberto e senhora Ana eu já conheço, tio.

-Ah é verdade, me esquece. – falou ele meio envergonhado e deu aquela risada que Samy conhecia bem. – Bem vou deixar vocês com Gabriel, tenho que resolver um problema. – falou ele saindo. – E sejam bem vindos. – falou ele já na porta.

-Bem, vou deixar vocês almoçarem em paz.  E sejam bem vindos, mas uma vez. – falou ele chamando alguém para atendê-los. 

         Foi ele quem lhe chamou a atenção. A atenção de Samantha. Talvez, naquela hora, por sua enorme beleza. Ele era alto e seu corpo era bem divido, ela não era nem gordo nem magro, era do jeito que Samy admirava. Seu cabelo era negro e contado bem baixo e seus olhos eram negro como carvão. Seu jeito era carinhoso e cativante e ele parecia ser novo. Mas Samy não se deteve a isso. Não naquele momento. Seria um anjo? pensara ela, se não fosse tinha feições de um.

         Como já era a hora do almoço resolveram ficar e comer. Quem lhes atendeu foi Tony, a primeira vista se via que ele não tinha escrúpulos nenhum, mas Clara, sua irmã, parecia estar gostando muito disto. Desde pequena sua irmã tendia pra coisas desse tipo.  Sua família era conservadora mais no que se tratava da sua casula eles eram liberais ate demais. O primeiro namorado de clara da época da escola era um marginal que pichava e cometia delitos e seu pai lhe tava conselhos mais ela não queria saber e no final tiveram que transferir ela para outro colégio.

Já Samy sempre foi calma e na dela.

Ate esse dia o dia em que conheceu Gabriel.

Seu anjo Gabriel.   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo II

O PASSEIO

Depois da sesta, após o almoço, Samy resolveu sair um pouco e caminhar.

Está bem, vos confesso que ela queria ver Gabriel, o sobrinho de Tom. Lembram? Foi à casa principal e escutou vozes, então deu a volta e nos fundos encontrou logo que parecia ser uma reunião com os funcionários. E Gabriel estava lá.

-Quero que vocês façam de tudo para deixar os clientes à vontade. Tudo, vocês entenderam? Qualquer coisa. – falava Tom quando ela começou a ouvir. – Menos você, Gabriel, não quero que você se aproxime de nenhuma mulher daqui. Ouviu? Nenhuma? Principalmente as filhas de Alberto. Se eu souber que você encostou um dedo si quer, em seja lá quem fôr, eu mando você pra Portugal, pra estudar direito, você ouviu? – falou ele dando uma olhada mortal para o sobrinho. -Aos demais, tudo, até os desejos mais estranhos e exóticos, ok? Agora voltem ao serviço.

         Quando todos começaram a sair ela escondeu-se, porém não foi suficiente, pois Sony lhe encontrou, no pé da escada.

-Samy, não é? Não é esse seu nome? – ela apenas assentiu com a cabeça. – O que você esta fazendo aqui? É por causa do jantar não saiu, ele só sai às sete.

-Não, não é por causa do jantar.

-Então...

-Eu só estava andando um pouco, aí vim parar aqui.

-E não sabe mais voltar?

-Não, não se preocupe comigo, eu sei o caminho.

-Então se é assim vou voltar ao trabalho.

-Bom trabalho, pra você!

-Obrigada Samy. – falou ele com um transcendental agradecimento.

         Ele saiu lhe deixando sozinha. Não sabia quando tempo ficou ali, parada sentada nos degraus da escada, olhando para o nada, mas sabia que havia sido um bom tempo, pois já escurecera. Então escutou uma voz, e sobressaltou-se.

-Desculpe, não queria assustá-la. – falou a voz se sentando ao seu lado, na escada. Só ai que ela olhou em sua direção e quem ela viu bem na sua frente? Isso mesmo: Gabriel.

-Não imagina, eu é que estava distraída olhando pra não sei o quê.

-Sou Gabriel, o sobrinho de Tom.

-É eu sei, ele nós apresentou mais cedo.

-É mesmo. Samantha não é?

-Só Samy, por favor!

-Ok, Samy.

-O que você falou antes, eu não escutei?

-Perguntei o que você esta fazendo aqui? O jantar já começou a ser servido.

-Já são sete horas?

-Humrum!

Parou por um instante e pensou, já que o destino lhe havia proporcionado aquele momento ela o aproveitaria.

-Posso te fazer um pedido?

-Se estiver ao meu alcance.

-Você pode me acompanhar até o lago lá no campo de golfe?

-Agora?

-É agora, mim disseram que a vista de lá é linda a noite.

-Esta bem, como você quiser.

         Foram para o lago e sentaram na sua margem. Ficaram ali horas conversando. Ao fim, pareciam grandes e velhos amigos. Ele lhe contou sobre sua vida, sua relação com seu tio omitindo algumas coisas, menos o senso opressor do tio, que ele lhe contou e ela por sua vez também lhe contou coisas, que nem seu pai – que era seu melhor amigo- sabia.

Voltaram após horas de conversação, se divertiram muito e a confirmação veio no dia seguinte. Quando acordou e encontrou um belo café da manhã endereçado a ela, com um bilhete que dizia:

 

“Me divertir muito com nossa conversa, você é uma pessoa muito especial.”

                                                                                                   Obrigado.                                                                         

                                                                                                               G.                               

Ela se sentiu muito feliz naquele momento. Estava realmente apaixonada por ele. Fora amor a primeira vista. Uma forte atração que parecia lhe impulsionar a amá-lo. Não era algo carnal, mas sim totalmente sentimental algo que brotava do seu coração. Já que até aquele momento eles não haviam se beijado e mesmo assim ela já sentia seu gosto correndo por si, por suas veias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo III

A DANÇA

          O dia passou rápido e logo chegou à noite e o jantar,os músicos começaram a tocar e alguns se aventuraram na pista de dança,então ela resolveu ir andar, a vista a noite era linda além do clima que era perfeito. Bem frio.

 Aventurou-se por uma parte do clube que era destinada só a empregados. Eram casinhas simples, mas aconchegantes, que ficavam na parte superior daquele lugar, numa espécie de vale, como se as casinhas formassem uma montanha, uma muralha em volta do clube. E quando olhou um pouco mais para cima, viu uma casinha mais afastada das outras, ela era a mais bonita e a maior e atraiu a Samy, como se ela soubesse de quem fosse aquela casa.

-O que você faz aqui? – falou Sony cheio de coisas nas mãos, ela foi ajudá-lo. –Não, você tem que ir embora, se pegarem você aqui eu vou ser demitido.

-Então tome. – falou ela colocando uma das coisas que havia pegado, com mais força.

-Samy! Você sabe guardar segredo? Então vem comigo. – pensou ele um segundo antes de falar.

         Subiram até uma das casas, uma das maiores. Ao abrir a porta, encontraram todos os empregados do clube. Uns tocando instrumentos variados e outros dançando, realmente aquela era uma festa, não aquela que de onde ela havia acabado de sair.

Colocou as coisas num canto, foi quando descobriu que aquilo que ela carregava eram bebidas, para a festa. Sony lhe chamou para dançar, aceitou mesmo sem saber dançar muito bem. A música era agitada e todos estavam se mexendo como se não houvesse ninguém ao seu redor. Ela fez o mesmo. Ao final da terceira ou quarta musica – não se lembrava direito – alguém tocou no ombro de Sony, pedindo para dançar com ela, quando abriu os olhos – porque ela sempre dançava assim, para não ver se alguém a olhava, assim se sentia isolada – deu de cara com Gabriel, que começou a dançar com ela.

Ele sorria e a cada sorriso ela prendia respiração. A música terminou e uma seqüência de músicas lentas começou a tocar, Samy viu que os casais iam se formando e dançavam cada vez mais próximos, ela fez menção de sair, mas ele não lhe deixou sair.

-Pra onde você vai?- falou ele passando a mão por sua cintura e se aproximou mais, ela encostou sua cabeça no seu peito e ali ficou.

Sua respiração estava aceleradíssima e sua mãos trêmulas, naquela época ela nunca havia chegado tão próximo de um homem, pois sua família era tradicionalista e muito conservadora, como já vos falei e ela se acostumou com isso! Mesmo já tendo certa idade, tinha 28 anos. Seu primeiro beijo foi aos quinze anos com um primo, que era seu “grande amor”, porém naquela noite ela podia entender que o que sentia era uma coisa pequena comparada ao que estava sentindo ao abraçar Gabriel. Se ela pudesse ficaria pra sempre assim.

Mas as horas se passaram depressa, quando viu já era um pouco tarde, então foi saindo, porém uma mão se encontrou com a sua mão e lhe deteve.

-Samy, para onde você vai? – falou Gabriel, com seu olhar hipnotizador.

-Já é tarde eu tenho que ir. – respondeu ela

-Então eu te acompanho.

         No caminho para o seu chalé, passaram por um ponto muito escuro, no qual encontraram Tony beijando umas das clientes, e Samy ficou mais horrorizada ainda quando percebeu que era sua irmã.

-Lamento que tenha visto isso. – falou Gabriel, quando passaram por eles, que nem notaram a sua presença.

-Não se preocupe Clara é bem gradinha pra saber o que faz.

-Não tanto quanto você. – falou sorrindo, com aquele sorriso que a tirava o fôlego.

         Por fim chegaram ao chalé e se despediriam apenas com palavras, nenhum gesto foi trocado.

 Os dias foram passando e cada vez se via Clara junto com Tony, que para Samy só queria levá-la para cama. Se ele a amasse Samy não se sentira mal, mas ele só queria se aproveitar e satisfizer os caprichos de Clara, como lhe foi ordenado por Tom. “Até os desejos mais estranhos e exóticos”, ressoou em sua memória.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo IV

UM DIA INTEIRO COM ELE!

         Um dia, Samy, acordou cedo e estava caminhando pelo clube quando chegou ao estacionamento e lá encontrou Gabriel, que lhe convidou para ir com ele a cidade, na qual iria resolver uns problemas do clube e só voltaria à noite.

Tom não poderia saber de nada o motivo ele não lhe falou, mas ela sabia muito bem qual era.

 Adorou a idéia de sair as escondia e adrenalina correu por suas veias, pela primeira vez. Como ela não iria agüentar passar um dia inteiro sem vê-lo, decidiu ir com ele. Perto dele se sentia protegida. Pegou apenas um casaco e deixou um bilhete dizendo que sairia e voltaria logo e entrou no carro. Demoram pouco mais que meia hora para chegar à cidade. Foram para uma casa, que era majestosa.

-Que lugar é esse? É lindo! – perguntou ela quando entraram na casa.

-É a casa do meu tio, antes dele morar no clube ele morava aqui.

-Mas o que aconteceu?

-A minha tia morreu e essa casa para ele ficou muito vazia.

         Tomaram café e Gabriel foi resolver o que estavam ali para fazer. Gabriel passou toda manhã resolvendo umas burocracias do clube, problemas jurídicos e etc. Samy ficou na casa. Como não tinha o que fazer, resolveu ir fazer o almoço. Preparou algo especial. Já era de tarde quando Gabriel chegou e eles foram comer o almoço delicioso que Samy havia feito com muito carinho.

-Tudo estava delicioso. Obrigado. – agradeceu ele com um grande sorriso.

         Foram descansar. Por detrás da casa havia uma grande piscina, com dois coqueiros altos e lindos, no qual se estendia uma rede dupla, grande e espaçosa.

-Você quer deitar na rede? – contestou ele ao se aproximaram.

-Com você?

-Se você não se importar, podemos dividir.

         Não! Com toda certeza não se importaria em dividir a rede com ele. Ele como um cavalheiro que era, deixou-a deitar primeiro e depois com muito cuidado se colocou ao lado dela. Achegou-se a ela. Pois o braço em volta dela e ali ficou. Ela adormeceu logo. Sentindo o calor latente do corpo de Gabriel.

         Samantha acordou com o pôr do sol, em seus olhos. Admirou–se em ver, bem na sua frente, o rosto de Gabriel que ainda dormia como um anjo, pensava ela. Em um momento de descuido ela balançou a rede e ameaçou cair, entretanto sentiu fortes mãos lhe segurando. O ato foi tão engraçado que ambos começaram a rir. Estavam tão próximos que ambos sentiam o hálito quente do outro. Samy sentia que seu coração estava a mil. E Gabriel... Esse não é preciso nem falar. Pois lhe passava na cabeça todas as broncas que seu tio lhe daria: “Não se envolva com clientes, principalmente com as filhas de Alberto”. Isso parecia estar em neon, piscando no rosto de Samy.

         Ela colocou sua mão no rosto dele, como um caricia. Ele passou a mão nos cabelos que haviam ficado na frente dos olhos dela. Estavam tão próximos que para se beijaram só era preciso um dos dois se aproximar um centímetro que fosse. Porém o aviso voltou a brilhar e com força total.

-Acho melhor nos arrumar. Já esta ficando tarde. – falou ele cortando aquela atmosfera de proximidade.

         Samy apenas assentiu, e foi-se vestir. Depois de um tempo estavam na estrada, quando faltava pouco para chegarem, Gabriel parou numa lanchonete pequena e bem charmosa. Ambos estavam com muita fome. Comeram e se divertiram, como nunca Gabriel havia se divertido. Deste de muito pequeno tivera que trabalhar, para sustentar a mãe, e quando foi morar com o tio, após a morte dela, o trabalho só fez aumentar.

         Quando eles chegaram ao clube o jantar havia acabado de ser servido, e todos se divertiam com as danças da noite. Samy resolveu ir até lá e como Gabriel tinha que falar com seu tio, foram juntos. Bem na porta da entrada da casa principal trombaram com os pais de Samy, que estavam cansados e iam repousar.

         Samy e Gabriel estavam rindo, felizes, mas ao encontrar com eles, Gabriel engoliu o riso, como se tivesse visto o seu tio. Ficou com medo da reação dos pais dela, pois os conhecia – havia ficado com seu tio o hospital, foi onde conheceu Alberto - mas não tão bem para prever uma reação, positiva ou negativa.

-Pai, mãe. – falou Samy indo abraçar os dois.

-Gabriel. – cumprimentou seu pai.

-Senhor, senhora. – falou ele envergonhado, ela percebeu que suas bochechas ficaram rosadas.

-Vamos dormir, já não temos mais o vigor de vocês. – falou Alberto dando uma leve tapinha nas costas de Gabriel. – Boa noite, para vocês.

-Boa noite pra vocês.

-Boa noite, senhor, senhora.

-Ah, Samy, passe no meu chalé amanhã, tenho que conversar com você.

-Esta bem.

         Gabriel entrou e Samy ficou lhe esperando do lado de fora. Não demorou muito e ela viu sua irmã, Clara, saindo com Tony, como estava muito escuro, Clara não lhe viu. Eles foram a caminho da casa dele.

Não era possível que ela iria se entregar a ele!

Samy havia escutado rumores, que Tony, de todos era o pior, gostava de brincar com as garotas mais novas e também havia escutado que ele havia engravidado uma das meninas. Muitos desses rumores foram dito por Gabriel, que queria alertá-la. Sabia que ele lhe nutria por ela algum sentimento, pelo menos de amizade e cuidado, como de um irmão.

-Samy você está bem? – perguntou Gabriel, pois viu em seu rosto uma expressão de dor.

-Não, eu não estou bem.

-O que foi que aconteceu? – falou ele preocupado se sentando ao seu lado.

-Eu vi Clara com Tony.

-Ele fez algo para ela?

-Só a seduziu. Eu não posso mais ver isso e não fazer nada. Ela vai acabar se entregando a ele e eu não quero que ela sofra. Eu sei que ele não a ama. – falou ela chorando.

-Calma Samy, eu vou te ajudar. Não chore, por favor. – as últimas palavras foram mais um suplica sussurrado, do que um pedido.

Ela levantou o rosto e ele enxugou-lhe o rosto. Ele sentiu que mais uma vez estavam próximos demais, então se levantou e desatou a falar:

-Vamos você teve um dia cheio e precisa descansar. Prometo que amanhã eu vou tentar resolver isso. Vamos, eu te levo.

         Caminha lado a lado e se despediram a soleira da porta. Apenas com um até amanhã, durma bem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo V

O BEIJO

No dia seguinte Samantha escutou batidas na porta e foi atender. Encontrou Gabriel parado em sua frente, ele estava meio pálido e nervoso e olhava para ela sem parar. Então se lembrou que vestia apenas uma camisola.

-Espera aí, só um minuto. - falou ela fechando a porta e procurando um robe. – Pronto, entra.

-Eu... Eu vim te chamar pra...

-Calma, Gabriel, fala direito eu não estou entendendo nada.

-Você se lembra quando eu te falei que Tony havia engravidado uma menina?

-Lembro.

-Pois é, ela é minha prima.

-Sim, mas eu não entendo em que isso vai me ajudar.

-Eu falei com ela, e pedi que ela falasse com sua irmã.

-É isso pode dar certo. E cadê ela?

-Está conversando com nosso tio.

-Está bem, eu vou me arrumar e...

-Eu vou esperar você lá fora.

-Se quiser ficar?

-Não, acho melhor lá fora.

         Gabriel havia ficado com a imagem da linda mulher que Samantha era. Estava pensando nisto, imaginado milhões de coisas quando sentiu alguém tocar em seu ombro. Mas não pensem queridos leitores que ele estava fantasiando com ela, mas sim ele estava sonhando com ela, junto a ela.

-Vamos? – falou Samy.

-Ah sim! – falou ele deixando o mundo a fantasia.

         Clara já estava saindo do seu quarto, quando os três a encontraram.

-Clara, preciso falar com você. Podemos conversar? – falou Samy.

-Tem que ser agora, Samy? Por que eu tenho um compromisso.

         Samy apostaria todo o dinheiro, se tivesse, que aquele compromisso seria com Tony.

-Tem que ser agora, pro seu próprio bem.

-Está bem vamos entrar.

         Samy, Clara e Ruth, a prima de Gabriel, entraram no chalé. Ele por sua vez não quis se meter nessa conversa de mulheres.

         Depois de alguns minutos elas saíram. Pareceu uma eternidade para Gabriel. As três saíram meio chorosas, o que deixou ele mais preocupado.

         Será que não fora uma boa idéia?

         Levou Ruth até seu tio, que a levaria em casa. Como ele não sabia da historia, eles – Ruth e Gabriel – haviam dito que ela estava com saudades do clube e por isso queria ir visitá-lo. A mentira colou e nada foi revelado. A não ser para Clara. Mas já era tarde demais.

Na noite anterior, quando Samy e Gabriel a viram com Tony, ela se entregou a ele, e agora estava totalmente arrependida. Ele a iludira de uma tão forma que ela só fez chorar. Por fim decidiu ir falar com ele. Dar um basta a aquela relação, se é que podemos chamar assim.

-E aí como foi? Ela acreditou? – falou Gabriel, quando por fim encontrou Samy, no meio do campo de golfo, olhando o nada de uma forma tão linda que ele, passaria horas a olhar para ela antes de ir até lá e interromper aquele momento.

-Ela só fazia chorar. Acho que ela realmente se apaixonou por ele, aquele...

-Esta bem. Não vamos mais falar sobre esse assunto. Não quero que você chore de novo. – falou ele enxugando uma lagrima solitária que escorria na face dela.

Ela segurou-lhe a mão e passou a se acariciar com ela, fechando os olhos. Ele a viu tão linda na sua frente, se entregando a ele, sem medo. Então por que ele teria? Aproximou-se devagar e com toda carinho, colocou seus lábios sobre o dela. Que respondeu rapidamente. Entreabrindo os seus lábios, dando livre acesso. O beijo durou pouco mais que segundos. Mas para ambos durou uma eternidade de sensações e emoções. Terminado o beijo nem um falou coisa alguma. Palavras não eram necessárias.

-Eu tenho que ir. Tom deve esta me procurando como louco. - falou ele se levantando.

-E mais uma vez obrigada.

-Não há de que. Agora vê se fica tranqüila. - ele começou a se afastar quando ela chamou pelo seu nome ele se deteve. Ela se aproximou dele e se pôs nas pontas dos pés e deu-lhe um leve beijinho e se afastou. Ele não resistindo a aquele toque, puxou-a e beijou com uma doce atrocidade. Liberou-a deixando-a sem fôlego. Ela ainda ficou ali pensando no que acabara de acontecer. Havia se beijado? Ele havia realmente tocado nela? Aquilo havia sido verdade?

         Como falei nossa Samy, nunca havia ficado, tocado ou dormido com nenhum homem antes. Apesar da sua idade. Por isso ela não acreditava que aquilo que acontecera, realmente acontecera.

Se não lhes agrada o que acontece aqui. Aconselho-vos a fechar o livro e ir caminhar, nadar, passear, namorar, qualquer coisa. Se não, pode continuar a ler e dar sua opinião, sobre o que aqui escrevo!  

         Já era a hora do almoço quando entrou na casa principal e deu de cara com seu pai.

-Onde você estava mocinha? Esqueceu da nossa conversa?

-Ai! Pai me desculpa, eu tive que resolver uma coisa. Mas podemos conversar agora se você quiser?

-Vamos lá pro meu quarto, então.

-Hum. A conversa é seria. - falou ela com o ar brincalhão.

         Chegaram lá e ele se sentou e pediu que ela fizesse o mesmo. Samy percebeu que a expressão do seu pai era preocupada, por isso, pois se a falar:

-Sobre o que quer falar? Espero que não seja de sexo, já foi bem constrangedor da primeira vez.

-Não, não é exatamente sobre isso.

-E então sobre o que é?

-Bem. Aquele dia eu vi você com Gabriel. Ele é um ótimo rapaz é sobrinho do Tom,um grande homem, amigo da família e meu amigo,mas eu te peço só que tome cuidado.

-Cuidado? Com o que papai?

-Samy eu não nasce ontem eu vejo como olha pra ele e ele pra você. Sei que algo esta acontecendo se essa é sua decisão eu apoio, mas lhe peço que tome cuidado.

-Mais assim... se estivesse realmente acontecendo algo, você apoiaria de verdade?

-Claro. Se ele gostasse de você e você dele, com certeza.

-Obrigado pai. – falou ela abraçando-o.

-Mas você disse que não estava acontecendo nada entre vocês dois, não disse?

-Eu estou agradecendo pelo conselho, pai. Agora eu tenho que ir. –falou ela dando um beijo no rosto do pai e indo embora.

 

Capitulo VI

DANÇA COMIGO?

         Vocês devem está pensando que ela foi procurar Gabriel. Não é mesmo? Pois acertaram. Mas ele estava ocupado demais, então ela resolveu ir descansar.

 Acordou-se a noite, se arrumou bem, com uma roupa que lhe deixava atordoadamente atraente.

Naquele dia era a festa da abertura oficial de mais um aniversario do clube, que era comemorado com muitos prêmios, bailes e jogos de todos os tipos. Aquela era a noite de gala, por isso nossa garota caprichou tanto no visual, além do que Gabriel estaria lá, queria estar linda para os olhos dele. Ela chegou causando sensação, todos estavam admirados com sua beleza hipnotizadora e marcante. A festa correu em um ritmo acelerado, tão acelerado que o nosso casal, nem si quer se esbarrarão. Isso deixou ambos tristes.

A festa acabou e todos foram para seus chalés, descansar seu corpo que ainda trepidavam. Mesmo Samy que caminhou até a casa de Gabriel. Ela bateu na porta ele atendeu

- Você está linda! - e lhe deixou entrar. A casa estava uma bagunça, roupas espalhadas por todo chão, mesa e cama. Ele deu uma arrumadinha e incrivelmente apareceu uma cadeira, que ofereceu para ela sentar e foi o que ela fez. Sentou-se.

-Obrigado. Mas por que não falou comigo na festa? – perguntou ela.

-Você estava tão linda que eu tive medo. Alem do que seu pai não parava de me olhar.

-É só cuidado. Mas medo de que?

-Sei lá. Você parecia mais uma estrela de cinema, daquelas intocáveis. Sabe?

-Mas eu não sou assim e você sabe. Ou não?

         Antes de continuar a historia tenho que lhe esclarecer uma coisa, querido amigo. O nosso garoto é mais novo que nossa garota, por isso é natural que ele tenha comportamentos ingênuos, ou infantis, como querem chamar. Ter medo é uma coisa da juventude. Ter medo de tudo.

         Continuando.

-Dança comigo?

Antes dele responde ela se levantou, pegou uma das mãos dele e pôs sobre sua cintura e a outra entre sua mão.

-O que você esta fazendo? – contestou ele.

-Dançando com você, já que não o fiz lá na festa.

         Dançaram como se ouvissem a musica tocando ao vivo. Ela encostou sua cabeça no ombro dele, que a abraçou como se estivesse a protegendo. No meio de todo aquele contato só faltava uma coisa, que Gabriel executou com maestria. Num momento, ele a deteve e segurou lhe o rosto entre as mãos, ela olhava-o com chamas nos olhos, chamas de felicidade. Ele então beijou-a. Por fim abraçou-a, um abraço forte, como uma despedida.

-O que aconteceu? – perguntou Samy, quando ele se afastando sentou na cama ficando meio tristonho.

-Não, nada, eu só imaginei como vai ser quando você for embora.

-Não pense nisso agora, pense que eu estou aqui ao se lado. – falou ela ficando junto a ele na cama.

-Esta vendo. Você é assim, não tem medo. Você luta, sem medo de perder ou de se machucar.

-Mas eu também tenho meus medos.

-Mas não parece. Você é como uma flor que fica no monte mais alto: forte e delicada, por isso... – as palavras se perderam no ar.

         Samy abraçou-o. E ele fechou os olhos.

Nunca tinha sentindo algo tão puro e por alguém tão jovem. Ele só tinha 17 anos.

         Aposto que vocês estão pensando que eles dormiram juntos, estou certo? Pois erraram. Mas em parte. Realmente dormiram juntos. Mas só dormiram. Nenhum se aproveitou da situação. Como já disse era um sentimento puro. Puríssimo. Não uma coisa carnal.

Ele abraçou-a e começou a afagar seus cabelos e foi como um sonífero em segundos ela dormiu. Ele ficou observando ela que dormia sorrindo e ele pediu pra que ela estivesse sonhando com ele e sentiu ciúmes e raiva por não saber quem era o dono de seus sonhos. Com esse pensamento seu coração acelerou, mas por quê? Ele sentiu que estava gostando realmente dela, que aquilo estava virando um sentimento muito serio. Que aquilo estava virando amor. Amor? 

 

 

 

 

 

Capitulo VII

POR UM TRIZ

         Samy acordou com forte pancadas na porta e alguém chamava Gabriel.

-Gabriel acorda. – falou ela balançando ele que ainda dormia. – Acorda. Seu tio, seu tio.

-Meu tio? – falou ele com a voz meio embolada.

-Ele esta batendo na porta, Gabriel, acorda. Meu Deus se ele me pegar aqui, vai ser uma confusão.

-Na porta?- ele parecia só repetir o que ela dizia, parecia que estava dormindo ainda.

-É, você está surdo? Ele esta batendo na porta. Daqui a pouco ele vai derrubar aquela porta. E vai nos pegar aqui. Voce quer que isso aconteça, quer?

-Meu Deus! Você esta aqui! Ele não pode te ver aqui.

-Eu sei. Aonde eu vou me esconder?

-Você fica aqui, eu vou fazer de tudo pra ele não entrar. Se não voce procura um lugar aí. Já vou tio. – falou caminhando para a porta.

-Gabriel onde você estava? Que demora! – falou  Tom quando ele entreabriu a porta.

-Eu estava indo tomar um banho, já estava sem roupa. O que foi tio, esta tão cedo? – falou ele abrindo só metade da porta.

-Eu quero que você venha logo, preciso de você pra uma coisa.

-O que aconteceu tio?

-Nada de importante, só preciso de você pra uma coisa.

-Está bem, eu vá vou tio. – falou ele fechando a porta. – Ufa! Essa foi por pouco.

-E você estava indo tomar banho era? Estava sem roupa? Hum...

-Foi o que veio primeiro na minha cabeça. E você vai dizer o que ao seu pai? – falou ele passando os braços em torno dela que estava de joelhos na cama envolvendo-a e lhe dando um leve beijo.

-Não sei, que eu me perde no caminho. Quem sabe? Isso pode acontecer a todos. Ou não? – falou se divertindo rindo alto.

-Está bem, enquanto você fica ai, decidindo o que vai dizer a seu pai, eu vou me arrumar, tio Tom quer que eu faça não sei o que.

-Então eu já vou indo. Te vejo no salão.

-Ei você não está esquecendo alguma coisa?

-Não, acho que não esquece nada. – falou ela olhando para si.

-Vem cá. – falou ele puxando para si e deitando-a na cama beijou-o. -Acho melhor eu ir tomar um banho.

         Ele sentiu que não iria se controlar se não parasse ali. E sabia que ela também não iria fazer objeções.

         Samantha foi para seu quarto, tomou um banho e se foi para o salão tomar café da manhã.

Chegou e sua família estava toda reunida, se sentou junto a eles e logo Tom veio lhes cumprimentar e lhes apresentar Sofy a filha mais nova de uma grande amiga dele, após os apertos de mãos e os beijos estralados, Tom foi apresentá-la a Gabriel.

 Ela em vez de aperta-lhe a mão ou lhe dar os dois beijinhos, como era costumeiro, lhe deu um estralado beijo na boca. Gabriel se assustou com a ação, pego de surpresa. Ela pareceu gostar da reação que causou nas pessoas ali presente, pois ela ria como aquele sorriso que atrairia qualquer homem, ate mesmo Gabriel.

O seu anjo...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo VIII

CIÚMES...

-Desculpem, mas eu perde o apetite.

Samy saiu dali com um sentimento de angustia.

Eu que estou definindo o que para ela não tinha definição naquele momento.

 Foi para o campo de golfe. Depois de algumas horas, após distrair seu tio, Gabriel saiu à procura dela e só depois de alguns minutos foi que a encontrou com a cabeça entre os joelhos e Sony estava ao seu lado, Gabriel decidiu ficar ali até ele sair. Mas num determinado momento ele beijou-a, ele ficou esperando a reação dela, orando para que ela não gostasse. Sentiu uma enorme raiva lhe invadir, se não tivesse se controlado teria ido até lá e espancado Sony, até ele sangrar. Era ciúme o que ele sentia. E eis o que ela fez: recuou e lhe deu uma tapa no rosto. Sony imediatamente lhe pediu desculpas e foi embora. Logo após aquela cena Gabriel foi ate ela.

-Me desculpe. Eu só posso falar isso. O que eu poderia fazer?

-Você poderia ter pelo menos virado o rosto, ou não? – falou ela praticamente gritando.

-Olha quem fala. – a raiva que a pouco sentia voltou com força total.

-Olha quem fala o que?

-Agorinha mesmo você estava beijando o Sony e também não virou a rosto, pelo contrario você retribuiu o beijo. – ela em reação aquela ofensa, lhe deu um tapa bem no meio da cara.

-Eu devia ter deixado mesmo o Sony me beijar, pelo menos ele tem a coragem de dizer que me ama e não tem a vergonha de demonstrar isso. Por que voce não disse pra aquela... que é meu namorado. Voce tem vergonha de mim é isso? Seu...

         Namorado? Era a primeira vez que entre eles era mencionada aquela palavra. Eles se amavam e sabia que existia uma relação entre eles. Não era como algumas das clientes que só ia ao clube pra se divertir com os funcionários, era diferente. Só agora Gabriel percebeu o peso daquela palavra. NAMORADO.

         Samantha se levantou e foi embora. Trancou-se no quarto e ficou pensando em que fazer. Ir embora? Não, não iria embora por causa daquela... Mas ela amava Gabriel e deveria lutar por ele e não fugir ou brigar com ele. Nesse momento de conjecturações alguém lhe bate a porta. Era seu pai, que entrou e se sentou junto a ela e começou a falar:

-Eu vi por que você saiu correndo daquele jeito.

-Você viu?

-Sim. E se esconder aqui não vai dar certo.

-Por quê?

-Por que nesse instante ela esta a sós com ele.

-Como assim?

-Tom quer que eles namorem, a todo custo, por isso esta fazendo de tudo, esta jogando ela pra cima dele e parece que ela esta fazendo muito bem seu papel, ou ela gostou do viu. Então se eu fosse você eu não estaria aqui parada, eu iria à luta. Se realmente você gosta dele, não pode desistir assim.

-Mas tem um problema.

-Qual?

-Ele viu Sony me beijando, mas eu dei uma tapa na cara dele e disse que eu não gostava dele desse jeito.

-E qual foi à reação dele?

-Ele entendeu numa boa, depois da tapa também...

-Não a de Sony a de Gabriel?

-Ficou enraivecido.

-Então mais um motivo pra você ir lutar por ele.

-Como assim pai?

-Se ele ficou com ciúmes é por que realmente gosta de você.

-E onde eles estão?

-Tom pediu para ele lhe mostrar o clube. Quando eu vi para cá ele estava no campo de golfe.

-Então é pra lá que eu vou. Obrigada pai. – falou ela dando um beijo na testa dele e saiu correndo.

         Samy foi até o campo de golfe e encontrou-os perto da lagoa. Gabriel tinha um olhar perdido e ao se dirigir a Sofy ele era seco em suas respostas. Samy esperou um pouco, não muito, pois Sofy constantemente dava em cima dele, e dentro dela o ciúme crescia, ela tinha vontade de ... Mas num momento quando ela mais parecia esta avançando pra cima dele Samy foi até lá. 

-Aí estão vocês.

-Samy! – falou Gabriel aliviado por não esta mais a sós com Sofy, já não agüentava mais.

-Gabriel! – retrucou ela imitando o jeito com que ele falou.

-Quem é essa? – perguntou Sofy para Gabriel.

-Samantha Roberts. E Tom pediu que eu seguisse com vocês.

-Impossível ele... – ela parou abruptamente como se não pudesse terminar aquela frase.

-Ele o que? – Samy e Gabriel falaram em uníssono.

-Não nada. Vamos seguir então.

         Samy se pois entre os dois e Gabriel agradeceu, pois não agüentaria mais muito tempo o assedio daquela mulher. O passeio acabou e Sofy resolveu ir descansar, para alivio dos dois.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo IX

 DESCULPAS!

-Graças a Deus que ela foi embora. – falou Samy sentando–se com Gabriel nas escadas da casa dele.

-Eu que o diga, ela parecia carrapato.

-E você não gostou nem um pouco?

-Não.

-Eu não agüentava mais vê ela grudada em você. – falou ela passando o braço pelo dele, entrelaçando as mãos.

-E eu não agüentei quando vi Sony te beijar, minha vontade era de ir até lá e esganar ele, só por ter encostado em voce. – falou ele com uma raiva escondida nos olhos.

-Desculpa, eu...

-Não, eu devia ter desviado do ataque de Sofy e me desculpe por ter te ofendido...

-Não ligue pra isso, eu gritei com voce, às vezes a gente fala coisa sem pensar. Eu também tenho que pedir desculpa. Eu fiquei com muito ciúme...

-Samantha, eu já te deu meu coração, como posso dá a outra? Você é a dona dele, ele esta em suas mãos! – falou ele dando-lhe um leve beijo na ponta de seu nariz. -Tenho que agradecer a tio, se ele não tivesse mandado você eu não sei se eu estaria inteiro há essa hora.

-Seu tio não lhe falou nada?

-Falar o que? Sobre o que?

-Ele quer que você se case com ela. Quer afastar você das clientes de uma vez por todas.

-Então é por isso que ela esta tentando me seduzir? Eu não acredito que ele fez isso. Até com quem eu vou me casar ele quer mandar? Não eu não vou deixar isso acontecer. Como você sabe disso? – seu rosto ficou fechado e escuro, Samy não gostava nada, nada daquele olhar perdido.

-Ele falou pro meu pai. Disse que quer você casado com ela de qualquer jeito. Acho que ele esta pegando pesado e fará de tudo pra que isso aconteça.

-E eu vou pegar mais ainda.

-O que vai fazer? Dizer que é gay?

-É uma boa idéia. Mas... Chega de falar nisso já perdemos muito tempo com essa conversa.

         Ele pegou-a no colo e entrou na casa beijando-a.

Sofy via tudo de longe. Ela não iria destruir aquele amor tão puro. Que eles fossem felizes juntos, mesmo que sua família ficasse pobre e sem lugar para morar. Saiu andando. Queria chegar ao quarto e se trancar. Mas quando andava despercebida trombou com uma pessoa e caiu de bunda no chão.

-Ai meu Deus. – falou ela já no chão.

-Me desculpe, moça, não deu pra evitar, a senhora veio e...

-Não precisa se desculpas, eu que fui imprude... – sua frase foi interrompida quando olhou nos olhos dele, nos olhos de Sony, seu coração saltou e ela sobe que naquele momento ficaria presa naqueles olhos pra sempre e ele também sentiu a mesma coisa! Só se iludia com Samy.

         Vocês devem esta pensando um monte de coisas, mas na hora certa, vocês saberão.

         Voltando para o nosso casal.

Ele colocou-a na cama e enchei-a de beijos, depois se deixou cair ao seu lado e ela fez seu peito de almofada.

-Gabriel? – falou ela depois de algum tempo de silencio e depois que seu coração se acalmou um pouco, por que toda vez que ele a beijava seu coração saltava e o fôlego faltava.

-Hum...

-Você já teve muitas mulheres? Sei que você é novo, mas você já teve muitas mulheres?

-Por que isso agora? – perguntou ele, enquanto brincava com o cabelo dela.

-Me responde? Teve ou não?

-Quando você trabalha no meu emprego. Quer dizer, elas vem, uma e outra e mais outra e é bem difícil de resistir, mesmo com pouca idade e elas sabiam disso, ela não se intimidam. Mas como meu tio, sempre me ameaçava, pra mim era mais fácil.  

-Esta bem,mas voce não se envolveu com nenhum,ah vai nenhuma? – falou ela como se não acreditasse.

-Teve uma. Eu era bem mais novo e ela era muito bonita, daquela mulher de parar a rua quando passa, sabe? Ai ela, começou a se aproximar de mim, veio me seduzindo e então... aconteceu. Mas depois eu descobrir que tinha sido meu tio que havia contratado ela pra me testar, na época passei dois anos fora, pra me redimir de ter dormido com uma “cliente”. Ainda estou em fase reabilitação. – falou ele rindo.

-Nossa seu tio está envolvido em tudo.

-Verdade. E você tem certeza que também não é contratada dele? – falou ele brincando.

-Pode... Ter certeza... Que ele não está... Entre nós. – falou ela levantando sua blusa e beijando-o no tórax, que lhe seduzia ao extremo. Numa tinha visto um homem sem camisa antes, mas sabia que aquele era o peitoral mais lindo do mundo.

-Sam... – falou ele quando ela não fez menção em parar.

-Até parece meu pai falando: Sam não grite com a sua irmã... Sam não faça isso... não faça aquilo. O que foi? Quer que eu pare? – falou ela como se aquilo fosse costumeiro dela fazer, apesar de seu corpo todo tremer e seu coração esta a mil, ela não queria parar, pois começou a perceber o efeito que isso causava nele.

-É. –falou ele com um fio de voz, não iria agüentar aquele toque, que parecia se intensificar de uma força mágica. Apesar de sua pouca idade, ele já era experiente e nenhuma mulher conseguira mexer tanto com ele como Samantha Roberts.

-Tem certeza? Quer realmente que eu pare?

         Ele conseguiu apenas mexer a cabeça com sentido positivo.

-Então fala?

         Ele não resistiu mais e segurou-a pela cintura e começou a beijá-la. Deitou-a na cama e se pôs sobre ela. Beijava-a como nunca, sentindo coisas que as palavras não sabem descrever. Ela tirou lhe a blusa, que até então estava apenas levantada. Passou a mão por seu tórax que se arrepiou com o toque, depois beijou cada centímetro, como estava fazendo há pouco. Ele tirou lhe a blusa precisava, ou melhor, necessitava sentir a sua pele quente sobre a sua. Beijou-a na curva do pescoço, que a fez estremecer, então passou a mão, envolvendo-a para lhe tirar o que encobria sua nudez total.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capitulo X

A INTERRUPÇÃO

Porém quando o estava fazendo alguém lhe bateu a porta. E não se surpreendam em saber que era Tom. Gabriel se levantou rápido, tão rápido que tropeçou na cadeira que ficava perto da cama. Samy só fez rir da situação.

-Tio, o que foi?

-Eu vim ver se você esta bem, vi a luz apagada e vim ver. – só agora Gabriel percebeu que só havia escurecido.

-É que estava dormindo um pouco, tenho que estar esperto na festa.

-Sim. E como foi o passeio?

-Bom. Acho que ela também gostou.

-Eu ouvi vozes. Tem alguém aqui?

-Não tio é só o rádio. Quem poderia estar aqui?

-É verdade. Chegue cedo. Quero você lá recebendo os clientes.

-Está bem tio. – falou ele fechando a porta. - Ai, minha perna! – falou Gabriel quando sentou na cama. – E você só faz rir?!

-Desculpa foi muito engraçado!

-É por que não foi você.

-Eu acho melhor eu ir embora. Você tem que chegar cedo e se eu ficar vou atrapalhar.

-Que pena. Por que não fica e me atrapalha. – Gabriel agora sabia que queria sempre mais dela.

-Não, seu espertinho. – Samy apesar da vontade que tinha de ficar, sabia que tinha que ir embora. Vestiu a blusa e dando lhe um beijinho se foi para seu quarto se arrumar, para mais uma festa.

         Depois de se arrumar ela se foi para a festa, que já estava lotada de gente que dançava, conversava e rindo. Uma grande alegria invadia aquele lugar. Após algumas danças com desconhecidos, Samy resolveu ir ver Gabriel que estava na cozinha. Por mais incrível que pareça, ou que seja historia, ele se encontrava sozinho.

-Senhora, vai querer algo em especial? – perguntou ele se aproximando dela.

-Sim senhor. Quero você! – falou ela beijando-o.

         Nesse instante eles ouvem o barulho da porta se abrindo. Mas quem será? Se fosse Tom ele o mandaria para Europa e depois o mataria esfolado vivo.

         Querido amigo, perdoe-me por minha linguagem prometo me esforçar para que vocês me entendam.

         Sim, mais voltando ao caso.

Quem será que tinha entrado na cozinha?

Eles se espantaram em ver Sony acompanhado de uma bela mulher, e ficaram mais boquiabertos quando perceberam que essa mulher era Sofy. Os casais se entreolharam assustados uns com os outros. Então Samy saiu correndo e percebeu que Sofy estava atras de si.

-Samantha espere, eu quero falar com você.

-O que foi? – perguntou meio áspera.

-Não precisa se preocupar eu não vou contar nada do que vi, para Tom se é o que esta pensando.

-Igualmente.

-Mas eu preciso que você sabia que eu só fiz isso, dei em cima de Gabriel por que Tom... Ele é meu padrinho insistiu muito, ou melhor, ele me obrigou, minha família esta com problemas financeiros e ele ofereceu uma boa quantia se eu fizesse isso. Ele esta desconfiado que Gabriel anda saindo com uma cliente, mas fique tranqüila ele não sabe que é você e nem vai saber por mim. Agora eu encontrei Sony, ele é maravilhoso, me ama pelo que eu sou.

-Ele te ama?

-Sim. E eu também amo muito ele. E eu não quero destruir o que você senti por Gabriel. Eu estou muito feliz com Sony.

-Obrigado. E eu fico feliz por você e Sony, espero que sejam muito felizes, assim como estou sendo com Gabriel. Obrigada.

         Samantha desejou mesmo que Sony amasse Sofy. Afinal não fazia nem catorze horas que ele havia beijado-a e se declarado a ela. Realmente desejava que ele a amasse.

 

 

 

 

 

Capitulo XI

O GRAN FINALE

         Querido leitor creio que já esta na hora do final, não? Pois ai estar.

         A festa acabou e também as férias da família Roberts. No dia seguinte partiriam. Samy foi para seu quarto terminar de arrumar seus pertences. Depois dormiu. Escutou pancadas na porta, mas quando olhou a hora era de madrugada, quem seria?

-Samy, abre sou eu, Gabriel. – como? Era impossível ou não? Ela vestiu um robe e depois o tirou queria estar bem linda e aquela camisola lhe deixava assim. Foi atender a porta. –Olha o que eu trouxe. – falou ele, ficando hipnotizado por aquela ninfa ali na sua frente.

-Entra. E fique à-vontade.

              Ele entrou e se sentou na cama abrindo a garrafa de vinho que trazia na mão, colocou o liquido nas taças que também trouxe consigo, deu uma a Samy que estava sentada ao seu lado, bem junto a ele. Após tomar um gole colocou a taça na mesa de cabeceira.

-O que Sofy falou com você? – perguntou ele.

-Ela disse que não contaria nada a Tom e que só tentou te seduzir pro que ele iria quitar uma divida da família dela.

-Não acredito que Tom foi capaz disso.

-Isso é por que ele só desconfia. – ela se levantou e ficou na frente de Gabriel que se encontrava sentado. – imagina se ele tivesse certeza.

         Ele só podia olhar para aquela beleza inocente na sua frente.

-Você esta tentando me seduzir é mocinha? – falou ele se colocando em pé, ficando frente a frente com ela.

-Se eu estiver conseguindo, então estou. – falou ela se aproximando ainda mais, ficando bem junto a ele, então pegou seu copo e o depositando perto do dela. Então ela beijou-o ficando sem fôlego.

-Você... É verdade que você vai embora amanhã? – falou ele se afastando um pouco dela após o beijo.

-Na verdade eu vou embora ainda hoje, mas pra que pensar nisso se temos a noite toda para aproveitar.

         Ela se achegou a ele, encostando seu corpo no dele. Ele não resistiu ao forte calor que emanava do corpo dela e a beijou. Ela queria pela primeira vez sentir um homem e tinha certeza que tinha encontrar o homem perfeito para isso.

         Bem, creio que todos podem imaginar o que aconteceu depois, não? Pois é aquilo que vocês estão pensando mesmo. Eles dormiram juntos. Numa união magicamente linda. Creio que eu não preciso descrever o que aconteceu. Deixo a vossa imaginação, que sei é muito fértil. Só tenho que dizer uma coisa para vós. O que aconteceu naquele quarto foi e é o momento mais lindo dessa nossa história, então, por isso imaginem a coisa mais romântica que puderem.

         Pois bem vamos continuar.

O dia amanheceu e Samy esqueceu que deveria também amanhecer. Já estava tarde então seu pai resolveu ir ter com ela, mas Tom se ofereceu, pois viu que seu querido doutor estava acabando que arrumar as malas no carro. Foi ao quarto de Samy. Bateu diversas vezes na porta até que acordou e meio sonolenta enrolou-se no lençol e abriu a porta. E quando percebeu que era Tom e que ele entendera o que aconteceu naquele quarto e que foi com seu sobrinho. Ela fechou a porta na cara dele. A essa altura Gabriel já estava em pé.

-Samantha abra essa porta ou eu vou arrombar. Eu sei que o Gabriel esta ai com você. Abra. Abra já.

         Toda essa gritaria se ouvia do estacionamento então Alberto foi até lá.

-Que gritaria é essa, Tom? – perguntou ele chegando com sua mulher e sua outra filha.

-É o Gabriel que desobedeceu a regra mais importante do clube.

-E qual seria Tom? – continuou Alberto já desconfiando o que era.

-Deitou-se com uma cliente.

-Então quer dizer que os outros empregados podem divertir as clientes, menos o seu sobrinho!? – falou Samy saindo do quarto, acompanhada, ou melhor, abraçada a Gabriel.

-Eu faço as regras para o próprio bem dele.

-Tem certeza tio? Você quer é me controlar totalmente. Até chantageou a Sofy pra que ela me seduzisse e se casasse comigo. Como foi capaz de lhe oferecer dinheiro, sabendo que sua família estava passando por sérios problemas?

-Como você sabe?

-Ela me contou. Contada! Tudo que você me diz é mentira. Criou um mundo e me deu, eu não quero. Só quero viver feliz e agora ao lado de Samantha. – falou ele com a voz firme.

-Não você não pode!

-E por que eu não posso? Qual é a mentira dessa vez?

-Por que ela é...

-Eu sou o que Tom? Fala.

         Percebia-se que ele suava frio, era realmente verdade o que ele iria dizer. Uma dura verdade.

-Você é minha filha. – falou ele abaixando a cabeça não podia olhar para Alberto.

-Isso é verdade? Mãe? – falou gritando e se achegando mais a Gabriel, que a confortava.

-Mas espera aí. E o que isso tem a ver? Minha mãe nem era sua irmã de sangue, então não somos parentes. – falou Gabriel.

-Não, você não está totalmente certo nisso.

-Por que? Vai me dizer que você também é meu pai o que nos torna irmão.

-É isso mesmo. Você é meu filho.

-Não é mentira. Você é um mentiroso e quer nos separar. – falou ele com uma raiva eminente. Não poderia ser verdade. O amor de sua vida era sua irmã. Não Deus não poderia ser tão cruel com ele.

-Não, é verdade. Sua mãe era casada com o homem que você achava que era seu pai, quando teve um caso comigo, então ela engravidou, e como eles queriam ter muito um filho e a muito tempo tentavam, quando ela descobriu que estava grávida eles ficaram muito felizes. Vocês são meus filhos. Me desculpem. – falou ele com solenidade.

-Pelo visto não foi o único caso que teve. – falou Alberto.

-Não! – falaram ambos juntos. Abraçaram-se e Samy chorava muito.

-Mãe me diz que não é verdade! Diz-me que eu sou filha do pai. Mãe olha pra mim. – ela falava, mas sua mãe parecia não lhe escutar, por isso começou a gritar. - Diz-me, MÃE me diz! Me diz que eu não dormir com o meu próprio irmão. Mãe eu DORMIR com o meu Irmão. Me diz que eu não o amo,tão fortemente assim. Me diz! Mãe – a essa altura ela só falava chorando, berrando e ofegava. Para ela também era impossível conceber que havia se apaixonado pelo próprio irmão, e sabia que aquele sentimento não poderia ser esquecido ou simplesmente apagado. Ela o amava muito para esquecê-lo. E ela não queria esquecê-lo.

         Querido leitor e amigo. Creio que vocês não esperavam um gran finale assim. Sempre se constrói historias que acabam com mocinhos felizes juntos com as mocinhas. Mas eu, eu queria mudar. Deixei que a historia fluísse livre. Fui guiado apenas por minhas personagens. Creio que nunca passou pelas cabecinhas de vocês que eles poderiam ser irmãos. Mas a vida não é um conto de fadas e eu quis retratá-la nua e crua. Mas voltando ao desfecho:

-Alberto eu... Desculpe-me, você sempre foi um grande amigo e eu trai sua confiança. Não queríamos que soubesse assim, promete a Ana nunca conta isso a ninguém. Foi quando vocês brigaram e ele foi ate minha casa pedir conselho e eu abusei da sua confiança e da dela. Me desculpe. Eu realmente não queria.

         Alberto não falou uma só palavra. Não tinha o que dizer estava com muita raiva e poderia dizer algo que depois se arrependeria. O mais importante agora era a sua filha. É, pois Samantha nunca deixaria que ser sua filha querida.

-Filha calma!

-Como posso ficar calma se eu amo meu irmão. – e ela disse Eu amo, no presente -Será que você não entende como eu estou? Ah! É mesmo você nunca se apaixonou por um irmão.

-Tom por que não me contou antes? Assim teria evitado isso tudo. – perguntou Gabriel olhando com olhar de fúria.

-Eu pensei que isso era passageiro. Além do que eu só desconfiava, nunca pensei que fosse tão serio. Vocês se esconderam muito bem, como iria ter a certeza?

-Pois é muito serio. -ele falou é e não era.

-Samantha temos que ir embora. Nosso vôo sai daqui a pouco. – falou por fim Alberto.

-Hum rum! – falou para o seu pai e abraçada com Gabriel começou a sussurrar ao ouvido - Gabriel eu te amo e sempre vou te amar, seja você meu irmão ou não. Eu te amo. Mas só preciso aprender a te amar de um jeito deferente. Preciso tirar esse desejo de dentro de mim. – ela lhe beijou, com uma despedida. Ela sabia que era uma despedida, pois a sociedade de sua época nunca aceitaria aquele romance, muito mesmo seus familiares. Beijou-o tão intensamente e sentindo aquele gostou o guardou no coração.

-Eu também te amo muito. Eu me apaixonei por Samy mulher não por Samy irmã. Te amo e nunca vou deixar de ti amar! Samy sempre será a mulher da minha vida. Eu nunca vou consegui te esquecer, mesmo estando com outra mulher, voce será sempre a mulher da minha vida. E eu tenho que me acostumar com a idéia de que eu tenho que me conformar a te olhar e não te deseja, não deseja esta do seu lado, tenho que me contentar só em saber que voce esta respirando e isso já me faz feliz. Muito feliz. – falou ele com uma solitária lagrima a lhe cair no rosto. 

         Samantha entrou no quarto, se arrumou e pegou suas malas. Quando ela estava caminho em direção ao carro escutaram um grito.

-Samy? – ela parou e olhou para ele com as lagrimas a escorrer pelo seu rosto. – Antes de voce ir embora voce tem que me dizer uma coisa.

-O... – ela colocou a mão na boca para conter o choro. – O que, Gabriel?

-Como vai ser minha vida sem voce do meu lado? Como posso viver sabendo que voce esta perto e eu não posso ter comigo? Como vou suportar isso, meu amor?

-Eu... – ela não agüentou e largou as malas e correu para os braços dele.

-EU TE AMO, SAM... Por que, meu Deus? Eu te amo com todo o meu ser. Me responde como vou viver ser voce? – as ultimas palavras foram sussurradas ao seu ouvido.

-Eu... Eu também. Voce foi o primeiro e o ultimo homem da minha vida. Eu também não sei como vai ser daqui por diante, mas a vida continua. Gabriel. Não sei como, mas ela continua. – falou ela e saiu correndo para o carro, que saiu em disparada. 

 Durante todo o caminho até em casa ela não parava de chorar.

 Amava muito ele e não podia viver sem aquele amor, tudo por causa do sangue ou por convicções da sociedade. Porque eram irmãos? Ela demorou a vida toda para se envolver com alguém e quando ela o faz é seu irmão. Nunca podia pensar que poderia se apaixonar por alguém tão próximo, mas aconteceu. Ela não pediu. Simplesmente aconteceu.

         O verão passou e aquele amor tinha que passar também!

         Passado alguns meses Samantha resolveu perdoar a Tom e conhecer a ele, agora como seu pai. Conversou com Alberto que para ela continuaria a ser seu pai e ele lhe deu força para conhecer Tom. Então decidiram que passariam todos os finais de semana no clube.

         Sempre eram os primeiro a chegar, logo pela manhã cedo. Tudo parecia estar bem e realmente estava tudo, bem entre quase todo.

 Menos entre Samantha e seu irmão. Quem os olhava ainda que não conhecesse a historia, deles dois juntos, percebia uma chama apaziguada, esperando para ser novamente incendiada. Eles se entreolhavam com voraz desejo. Gabriel queria beijá-la e tocá-la de novo, nunca esquecera a noite de amor intenso que tiveram. Ela todo o dia lembra a mesma noite e o último beijo que trocaram ainda ardia em sua boca.

         É. Qualquer um poderia ver vestígios daquele amor. Daquele amor de verão.

                                                                       

                                                                           

                                     FIM