ROZIMEIRE MOREIRA DA SILVA – RA 1073692

 

 

Licenciatura em Letras

 

 

 

LITERATURA PARA O ALUNO NO ENSINO MÉDIO

 

 

 

 

Orientadora: Profª. Esp. Maria José de Oliveira Santos

 

 

 

 

 

SÃO MIGUEL DO GUAPORÉ/RO

2014

 

LITERATURA PARA O ALUNO NO ENSINO MÉDIO

Resumo

O presente artigo mostra a importância da diversidade literária no Ensino Médio, fase na qual a adequada utilização das ferramentas literárias como suporte para um bom desenvolvimento crítico e reflexivo dos discentes auxilia no aprimoramento da sua  competência leitora. Tornando-os aptos à identificação dos diferentes gêneros textuais que circulam socialmente, levando-os também ao reconhecimento e à valorização da nossa história e cultura dentro do mundo da linguagem literária. Por meio da leitura, os discentes têm grandes oportunidades de desenvolver as habilidades linguísticas básicas: ouvir, falar, ler e escrever. O mundo literário enfatiza o universo de emoções dentro de contextos que mostram ao leitor formas diferenciadas de entender os gêneros textuais.

Palavras – chave: gêneros textuais, linguagem literária, habilidades linguísticas

 

 

 

 

 

Introdução

O tema em estudo tem a finalidade de mostrar a importância da literatura para o aluno no Ensino Médio, pois, o mesmo entende que dentro das criações culturais o homem pode se expressar em: sentimentos, crenças, valores e emoções.                 Produz-se literatura quando é possível perceber que para construir o texto houve um árduo, porém delicado trabalho de seleção e organização lexical que o torna capaz de guardar nas suas entrelinhas a real intenção do autor.                                                          A inclusão da literatura no ensino médio sem dúvida é de grande importância para a formação escolar do discente, pois promove um encontro entre leitura e arte literária, abrindo caminhos que os levam a um mundo de descobertas entre as faces da linguagem e os diferentes aspectos com a Língua Portuguesa. Os textos diversificados trazem uma grande bagagem de aprendizado dentro de um roteiro de estudo, fortalecendo as descobertas no mundo literário.                                                                       Este trabalho pretende demonstrar o letramento como uma forma de aperfeiçoamento da prática social da interação linguística, através do desenvolvimento das habilidades do aluno de falar e ouvir, escrever e ler em diferentes situações discursivas, tendo, pois, como suporte básico textos com finalidades diferentes.                      Ao chegarem ao ensino médio nota-se que os discentes têm dificuldades para distinguir os gêneros textuais, o que gera insatisfação e consequente desmotivação em relação à leitura, momento em que passam a não interagir no mundo da arte literária.            Considerando-se que ser um leitor competente da língua é uma das condições para a efetiva participação social, que deve ser prioritário o desenvolvimento da capacidade de produzir e interpretar textos orais e escritos. Acredita-se que estimular a prática da leitura no Ensino Médio é o único caminho para torná-lo cidadão crítico, capaz de intervir efetivamente na sociedade em que vive.                                    Através de pesquisas bibliográficas feitas em livros, revistas e sites da internet nota-se que há diversas ferramentas que podem ser utilizadas para desenvolver as habilidades linguísticas básicas como, por exemplo, propor a leitura de temas próximos à realidade do aluno, que estimula sua imaginação e sensibilidade, auxilia no desenvolvimento do raciocínio, da organização de pensamentos e da exposição lógica e coerente de idéias; seleção de atividades reflexivas capazes de melhorar a compreensão dos mecanismos de funcionamento da língua.

Sabe-se que há na língua diversos níveis de complexidade, uns muito elevados e outros muito baixos, que desmotivam o aluno. Para que os diferentes graus de dificuldades sejam trabalhados e solucionados recomenda-se, inicialmente, a criação de um espaço adequado para as aulas de literatura.

Metodologia

Este artigo resume-se a uma pesquisa bibliográfica, fundamentada em dados teóricos de pensadores que se dedicaram especialmente ao estudo do tema, os quais foram usados para o estudo do caso.                                                                                           A ideia será desenvolvida através da análise de trabalhos publicados em sites, blogs, revistas, artigos e livros. Desta forma, a coleta de dados realizada transforma-se em uma reflexão sobre o tema em estudo, como uso de ferramentas que interligam os valores humanos e literários, e uma apreciação estética da literatura e sua importância no Ensino Médio, que pode ser exclusivamente cognitiva; que por parte abrange a natureza criativa e intuitiva dentro de uma obra de arte literária, diante da socialização de opiniões com base nas reflexões suscitadas, as quais relatam a interação do estudante com a literatura: a falta de conhecimento, o uso da linguagem, gêneros textuais, interações linguísticas e a capacidade de produzir textos. Às vezes chegam a uma defasagem no processo de ensino aprendizagem por falta de conhecimentos e até mesmo de interesse dos docentes, que deixam passar por despercebidos.                                  Por parte um diálogo entre diferentes textos coletados caracteriza-se como um recurso importante e de grande proveito na análise de dimensão do texto em objeto de estudo, onde visa uma compreensão de seus propósitos e capacitação de leitura com diferentes expectativas que permitem conhecer as múltiplas relações do mundo literário.

Linguagem

Diante da expressão do pensamento pela palavra e pela escrita em nossa sociedade, deparamo-nos com variadas formas de expressões e articulações do domínio, não apenas da língua, mas de outras linguagens e principalmente, ao repertório cultural de cada indivíduo e de seu grupo social, que a elas dão sentido.  No entanto, há uma grande polêmica no ambiente escolar que pode ser confundida com os aspectos da Língua Portuguesa, criando um ponto de muita reflexão na própria literatura do objeto em estudo. De acordo com as palavras de Coutinho, nota-se que:

Dado que a matéria literária é fundida no ensino de linguagem, torna subsidiaria do mesmo.portanto não há interesse especialmente literário no ensino de literatura.(...). O ensino da linguagem visa a capacidade de usar a língua como instrumento de comunicação, enquanto o da literatura pretende acentuar o aspecto estilístico e moral da obra e desenvolver hábitos não profissionais de leitura(Coutinho:1952,p.24-25)

Portanto, a autora refere-se à variedade das expressões e articulações da linguagem, que as tornam necessárias à leitura dentro de dados em que os estudantes entendam que são variedades de códigos linguísticos. Portanto, a forma mais adequada de chegar a um bom resultado diante da leitura é a base de diferenciação entre textos ou mesmo o próprio texto com diferentes informações colhidas no mesmo.                       Qualquer que seja o desempenho de leitura, as experiências devem garantir um desempenho de imaginação, sensibilidade e o prazer de ler, pois quanto à capacidade de adquirir informações é fundamental a todo o ser humano dentro de uma sociedade. Amplia a comunicação entre indivíduos que reforça seus conhecimentos e saberes, possibilitando um novo olhar e atitude diante de diversas situações em que haja uma linguagem dentro dos mais diferentes aspectos.                                                              Já a escritora Ligia Chiappini de Moraes Leite tem outro olhar dentro da linguagem que são as produções orais e escritas, que para a mesma são de grande importância, afirmando:

[...] a linguagem não é nem simples emissão de sons, nem simples sistema  convencional, como quer certo positivismo, nem tão pouco tradução imperfeita do pensamento, vestimenta de idéias, mudanças verdadeiras, como a concebe um pensamento idealista. Pelo contrário, é criação de sentido, encarnação de significação e, como tal, dá origem à comunicação. (LIGIA Chiappini de Moraes Leite, 1997, p. 22- 3).

Nesse sentido, nota-se que os trabalhos que envolvem conhecimentos linguísticos abordam fatores que podem ser usados como formas de recursos estruturais em situação de comunicação e produção orais e escritas dentro do ato de se praticar leitura.

Gêneros textuais no Ensino Médio

Observa-se que no Ensino Médio há uma grande defasagem na literatura, por se tratar de diversas situações de comunicação com as características estruturais variadas e que exige muita atenção e compreensão por parte do leitor. Para compreender um texto, a leitura em si não é suficiente, é necessário mergulhar no texto e infiltrar-se nele para entendê-lo, conhecer os autores e suas obras e a forma pela qual o assunto é abordado. Uma das preocupações é a maneira como os discentes devem se comportar diante de um livro, site, jornal ou mesmo uma revista, a compostura diante de livros ou mesmo outro meio que se constitua em ferramenta que contribui para o ato de ler.    Os gêneros textuais são variados desde a escrita, até mesmo a montagem dos textos. Então, sempre há por parte dos discentes certa rejeição aos textos que pouco lhes interessam, sendo que é de grande importância a parte literária para uma boa produção de texto, com uma organização linguística adequada, o grau de formalidades relacionadas a textos diferenciados, que por sua vez independentemente do gênero a que pertencem, constitui de sequências com determinadas características linguísticas, com classe gramatical predominante, estrutura sintática, predomínio de determinados tempos e modos verbais e relações lógicas. De acordo com os argumentos de Magalhães:

Os gêneros, como formas relativamente estáveis de enunciados historicamente determinados, opõem-se ao ensino organizado a partir de tipologias textuais como a narração, a descrição e a dissertação, invariavelmente adepto da utilização de textos petrificados e fora do fluxo vital da organização e da vida social. Trata-se, portanto, de uma nova concepção de língua e de aprendizagem: língua viva, constituída e construída no discurso dos interlocutores e condicionada às transformações históricas e sociais, aprendizagem ativa e significativa do conhecimento, vinculada às esferas de inserção social e interpessoal do aprendiz (MAGALHÃES- Almeida, 2000 p. 127 – 128).

Constata-se então, que o estudo dos gêneros textuais pode ampliar a competência comunicativa dos alunos, tanto na produção, quanto na compreensão de textos, estabelecendo entre ambos uma interação cognitiva. Deve-se não confundir gêneros com tipos textuais, pois em um texto podem aparecer de várias maneiras os tipos textuais, e isto está relacionado à sua estrutura composicional. Os gêneros ao contrário, são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico.

 Para Rocha, os pensamentos de gêneros os tornam fundamentais em sua própria produção, assim:

[...] a revisão textual contribui para que a criança, desde muito cedo, (re) elabore concepções acerca da estrutura textual considerando aspectos relativos ao nível de informatividade do texto, à ortografia, a caligrafia, à concordância, entre outros. O processo de reflexão acerca desses aspectos está intimamente ligado à compreensão do que se escreve para um interlocutor e que a compreensão do que foi dito demanda que não faltem informações, que a letra esteja legível, que não há problemas na formalização da escrita que comprometam a construção da interlocução. [...] (ROCHA, Gladys , 2005, p. 73).

É uma dinâmica de reflexão distinguindo as esferas de circulação do modelo comunicativo. Diante de fatos que trazem uma realidade, as informações para se produzir um bom texto trazem pelo gosto de se praticar a leitura desde que ela se torne parte da vida do leitor, onde possa fazer uma interação entre ambos. As concepções de uma estrutura textual, dentro da análise do objeto em estudo, mostram que a realização de leituras significativas dentro de linguagens diferenciadas depende de um esforço por parte do próprio leitor.                                                                                          Práticas como essas podem levar o educando a uma concepção de incentivo, tomando como responsabilidade leituras, ampliação de seus conhecimentos em termos de quantidade e qualidade informativas em torno de obras literárias. Esse processo de aprendizagem é algo eficaz dentro do ensino médio.

O professor de Literatura no Ensino Médio

De acordo com estudos feitos e com a visão dos docentes, observa-se que a literatura vem passando por uma crise relacionada ao pouco interesse e incentivo pelo seu estudo, o que compromete sobremaneira o seu ensino e aprendizagem no ensino médio, pois os discentes já trazem consigo certa deficiência desde fundamental, sendo que nas séries iniciais o alvo é o aluno apontado como principal responsável pelo desinteresse generalizado, onde relatam que é por falta de cultura e conhecimento, mas nota-se que há certo desinteresse por falta do próprio orientador, que é o responsável pela aprendizagem. Segundo Lima:

O professor como sujeito que não reproduz apenas conhecimento pode fazer do seu próprio trabalho de sala de aula um espaço de práxis docente e transformação humana. É na nação refletida e na redimensão de sua prática que o professor pode ser agente de mudanças na escola e na sociedade [...] (LIMA, 2002 p. 246)

                E ainda, de acordo com os Referenciais Curriculares para o Ensino Médio da Paraíba:

As sugestões metodológicas e orientações de caráter geral que seguem, estão ancoradas numa concepção de ensino que privilegia o contato direto do estudante com as obras literárias de diferentes gêneros e épocas. O fato de ter como meta a leitura das obras desloca o foco do ensino tradicionalmente voltado para historiografia excessivamente abrangente, geradora de uma abordagem que põe ênfase no decorar características de seus autores e estilos de época, para uma prática que o leitor, diante do texto lido, terá condições de discutir diferentes questões que o enfrentamento com o contexto possa suscitar. (Paraíba, 2006, p.81)

Portanto, nota-se que o professor é quem deve se posicionar mais efetivamente como educador que cria metodologias de ensino, que mesmo por meio de textos de outras épocas e estilos propõe aos discentes leituras reflexivas, críticas, capazes de fazê-los interagir com o texto.

A importância da literatura

Não há dúvidas de que por intermédio da literatura acessamos diferentes culturas, que permita nos aproximarmos da realidade através de sua produção e obras de autores de diversas culturas diferentes, que podem estabelecer laços com a memória, tornando para si grandes valores que constituem, entrelaçam e transcendem gerações.                     Cosson e Paulino deixam claro que ela, a literatura é, sem dúvida, um patrimônio cultural da humanidade quando afirmam que:

Indiscutivelmente, a literatura é uma parte muito significativa do patrimônio cultural da humanidade, que precisa ser recuperada e preservada, pois é uma das formas de manutenção da identidade de uma nação. Utilizando como suporte a língua nacional, ela não só veicula a tradição consagrada como estabelece os vínculos com que ainda não ocorreu. É a característica dialógica dessa arte – retrospectiva na medida em que promove a manutenção da tradição.     (COSSON E PAULINO, 2004, P.66)

Assim, os professores têm que se adaptar e compreender uma nova prática de ensino que não interfira no discurso literário, ao invés de se preocupar com materiais didáticos, devem primeiramente observar ao seu redor o mundo das gerações passadas e as novas, interpretando-as com comparações que estimulam o aprendizado do aluno e sua produção de textos, transformando-os em autores de novos gêneros literários.

Considerações Finais

 

Diante do estudo realizado, pode-se concluir que a Literatura no ensino médio é de grande importância para a formação dos leitores, que tem uma participação de forma integral dentro do processo, desde a linguagem até os gêneros textuais e produção de textos. Esse fenômeno artístico prioriza muito um aprendizado histórico dentro dos fragmentos da obra literária, estimulando de uma forma bem abrangente a prática de leitura que pode ser uma das maneiras pelas quais a defasagem do ensino em relação à textualidade seja minimizada.                                                                                    Diante de uma visão literária no ensino médio, tem-se como ponto de referência a importância do trabalho dentro das normas e sua metodologia, que levam os alunos a serem investigadores e compreenderem o espaço literário, fortalecendo seu aprendizado, e que para isso ocorrer é necessário um esforço não só por parte do discente como uma dinâmica dos docentes.                                                                                                          As pesquisas bibliográficas favoreceram o reconhecimento e a maneira de produção de textos, que é uma das problemáticas dos professores de Língua Portuguesa. Observou-se, portanto, que o fracasso escolar decorrente das dificuldades de leitura e escrita torna os alunos desinteressados. Não obstante a isso, a literatura sobretudo de um ponto de vista é social e democratiza o acesso ao saber e à cultura letrada.                   O conjunto de idéias colhidas pode tornar o ser mais eficiente para um bom desempenho e trabalho. Ninguém aprende sozinho, uma troca de experiências e motivação pode fazer a diferença e transformação do cidadão, desafiando o mundo dos gêneros textuais e distinguindo linguagens e escrita. Os confrontos dentro dessa disciplina são constrangedores para os alunos. Percebe-se que chegam ao ensino médio, às vezes, com dificuldades de compreender uma linguagem literária, e isso se deve pela falta de preparação nas séries anteriores, ou mesmo por falta de interesse do próprio aluno.

A literatura no ensino médio é a base principal da Língua Portuguesa e traz para o educando uma segurança de que ele é capaz de ler, escrever e produzir textos. Ao analisar dados, constatou-se que a leitura dentro da sala de aula na disciplina de Literatura é enriquecedora para os alunos adquirirem conhecimentos para Vestibulares, ENEM e outros cursos que exigem a produção textual. O ato de escrever corretamente e interpretar o que leu, valorizando as artes literárias e seus autores são fatores que devem ser reconhecidos, pois deles é que surgiu a diversidade de linguagens.

Referências Bibliográficas

 

COUTINHO, Afranio. O ensino da literatura, Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional,1975.

 

LEITE, Ligia Chiappini de Moraes. Gramáticas e literaturas desencontros e esperanças. In: Geraldi, João Wanderley  (Org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 1997. p. 22-3. (Na sala de aula ).

LIMA, M. S. L. Práticas de estágio supervisionado em formação continuada In: ROSA, D. E. G.; FELDMAN, D. ET alli. Didática e práticas de ensino: interfaces com diferentes saberes e lugares formativos. Rio de Janeiro: DP&A. 2002. 

MAGALHÃES-Almeida, 2000, p. 127-128.

PARAIBA. Secretaria de Estado da Educação e Cultura Coordenadoria de Ensino Médio. Referenciais Curriculares para o Ensino Médio da Paraíba: linguagens, Códigos e suas Tecnologias/Girleide Medeiros de Almeida Medeiros ( coordenação geral), volume 1. João Pessoa: (s.n), 2006.

PAULINO, Graça; COSSON, Rildo (Org.). Leitura literária: a mediação escolar. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2004.

ROCHA, Gladys; VAL, Maria Augusta G. de Macedo (Orgs). Reflexões sobre práticas escolares de produção de texto: O SUJEITO-AUTOR. Belo Horizonte: Autêntica/CEALE/FaE/UFMG, 2005.