LINGUÍSTICA: RELAÇÃO ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA

MARCO ANTÔNIO FAÇANHA DA SILVA JÚNIOR

RESUMO

A linguística se distingue da gramática normativa, pois ela não tem como esta gramática o objetivo de prescrever normas ou dizer regras de correção para o uso da linguagem. Para a linguística tudo o que faz parte da língua interessa. É materia de reflexão. Mas não é qualquer tipo de linguagem que é objeto de estudo da linguística são portanto, a linguagem verbal, oral e escrita. A comunicação humana não seria possível sem sistemas de signos que permitissem a comunicação, signos são os sinais que o homem produz quando fala ou escreve. Ao produzir os signos os homens estão poduzindo a própria vida através deles, o homem se comunica, representa seus pensamentos, exerce seu poder, cria sua cultura e sua identidade, entre outras atividades linguisticas na sociedade, no ambito cientifico.

Palavras-chave: Lingüística. Signos, Linguagem. Identidade. Homem.

ABSTRACT

The language differs from the normative grammar as it has no way this grammar in order to prescribe standards or rules say fix for the use of language. For all that language is part of the language matters. It is matter for reflection. But not just any kind of language that is object of study of linguistics are so verbal language, oral and written. Human communication is not possible without sign systems that allow communication, signs are signs that the man produces when he speaks or writes. By producing the signs men are poduzindo their lives through them, the man announced, representing their thoughts, exercising his power, creating its culture and identity, linguistic and other activities in society, the scientific scope.


INTRODUÇÃO

O presente artigo tem o objetivo de abordar aspectos que estão relevantemente relacionados à lingüística, isto é, procurou-se dar ênfase na relevância na relação entre fonética e fonologia para o estudo da linguagem.
Desde os princípios da existência da humanidade o homem tem por objetivo dominar o mundo em que vive. Uma das formas dele ter esse domínio é através do conhecimento teórico e cientifico. Este é o motivo pelos quais o homem tem essa necessidade de procurar explicar tudo o que existe. A linguagem é uma dessas coisas. A partir do momento em que o homem procura explicar a linguagem, ele está procurando explicar o que de fato é seu e que de certa forma é parte necessária para o seu mundo e para a sua convivência com os outros seres humanos.
A lingüística dá prioridade à língua falada e como ela se manifesta em determinada época, ela também apresenta uma tendência maior a universalização e aspira à construção de uma teoria geral da estrutura da linguagem de forma que ela abranja todos os seus aspectos desde o seu desenvolvimento ao longo dos séculos até a evolução e o funcionamento da linguagem.
A vida humana em sociedade não seria possível se não houvesse signos lingüísticos que permitissem a comunicação, os signos são de extrema relevância, pois, eles dão ao homem sua dimensão simbólica: esta cria uma espécie de conexão com os outros homens e à natureza, deste modo cria a sua realidade social e natural.
Além dos signos da linguagem, há muitos outros tipos e espécies de signos povoam de linguagens a vida do homem: a moda, o código de transito, a pintura, entre outros.
A pesquisa bibliográfica remete-nos a uma publicação, como forma de somar conhecimento cientifico em prol do social.

1. A LINGUÍSTICA E SEU CONTEXO HISTÓRICO

Antes do século XIX a lingüística ainda não havia adquirido caráter científico, os estudos nessa área eram dominados por considerações empíricas, ou seja, ela só se baseava na experiência; que não procedia da teoria, mas de fatos particulares da própria linguagem e multiplicaram-se através de glossários e gramáticas cujo objetivo destes era explicar e preservar as formas lingüísticas já conhecidas.
Na Grécia antiga, os pensadores estendiam-se em longos debates para saber se as palavras arremedavam as coisas ou se os nomes eram dados por algum tratado, ou então tinham calorosas discussões sobre a organização da linguagem: ela se organiza, perguntavam eles, de acordo com a ordem existente no mundo seguindo princípios que têm como referencia as semelhanças ou as diferenças?
No século XIX com a redescoberta do sânscrito (língua sagrada da Índia) apareceram sofisticados estudos sobre a linguagem que os Hindus haviam feito épocas muito remotas. Os motivos que levaram os hindus a se interessarem pela linguagem eram apenas religiosos que era estabelecer através da palavra uma relação intima com Deus, mas nem por isso seus estudos deixavam de ser rigorosos.
A Lingüística é uma ciência que teve inicio no começo do século XX na América do Norte, os lingüistas confrontavam com as línguas cujas estruturas diferiam fortemente do modelo europeu, de forma que eles começaram a perceber que necessitavam desenvolver uma teoria das línguas e métodos de analise, mas para conseguir se impuser como ciência ele teve que demonstrar o apuro de seu método e a configuração precisa de seu objeto.
A lingüística definiu-se com bastante sucesso entre as Ciências Humanas, pois seus estudos científicos visam descrever ou explicar a linguagem verbal humana.

2. ALGUNS PRECURSORES: O SÉCULO XVII E O XIX

Na história da lingüística há dois momentos muito importantes que podemos denominá-los de momentos-chave: o século XVII, que é o século das gramáticas gerais, e o século XIX, com as gramáticas comparadas. No século XVII, o estudo da linguagem é fortemente marcado pelo racionalismo. Os pensadores da época se concentraram em estudar a linguagem enquanto exposição do pensamento e procuravam mostrar que as línguas obedeciam a princípios racionais, lógico.
Eles afirmavam que estes princípios regem todas as línguas e a partir desses princípios definem a linguagem em geral e tratam as diferentes línguas como casos particulares delas. Produzem assim as chamadas gramáticas gerais e racionais. A partir do momento em que passaram a considerar que a linguagem era regida por princípios gerais que são racionais, começaram a exigir do falante clareza e precisão no uso da linguagem de forma que as idéias claras e distintas deveriam ser expressas de forma precisa e transparente.
Os estudiosos queriam atingir uma língua ideal ? língua universal, lógica, ou seja, uma língua sem equívocos, ambigüidades, que seja capaz de assegurar a unidade da comunicação do gênero humano.


3. RELAÇÃO ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA

Muitas pessoas se perguntam por que tratar à fonética e a fonologia em capítulos separados se ambas estudam os sons usados na fala e, no entanto, muitos lingüistas defendem que elas deveriam ser tratadas juntas. Porém, a decisão de separá-las decorre da forma como elas estudam os sons.
A fonética trabalha com os sons propriamente ditos e a forma como eles são produzidos, compreendidos e que aspectos estão envolvidos na sua produção. A fonologia trabalha com a função e organização desses sons. Por exemplo, a fonética discute a produção dos sons como o "n", o "g" e o "s". Porém, em algumas línguas é possível que uma sílaba seja formada pela seqüência desses sons no inicio de uma mesma sílaba, por exemplo, em inglês gangster, mas esse tipo de seqüência em outras línguas é evitado (por exemplo, em português, não há três sons consonantais seguidos na mesma silaba) esse tipo de diferença combinatória é estudado pela fonologia.
Imagine o caso dos surdos, a língua de sinais não usa som, porém não podemos negar que haja uma organização nos sinais usados, como afirma Karnopp:

é impossível na língua de sinais, um sinal produzido pelas duas mãos com movimentos diferentes; ou as mãos estão em uma mesma configuração com um movimento simultâneo ou alternado, ou, se a configuração das mãos for diferente,uma está sempre parada, servindo de apoio para a mão em movimentos. (1999).

Os sinais e os sons são organizados e regulados por um sistema abstrato, Há regras que são gerais, universais e aplicam-se a todas as línguas, no entanto há outras regras que são particulares, ou seja, são características de cada língua individual.
Portanto, cabe à fonologia o estudo desse sistema abstrato, tanto das regras universais quanto daquelas que caracterizam as diferentes línguas, como afirma Hjelmslev:

a língua se divide em dois planos: expressão e conteúdo. A expressão corresponde ao singficante e o conteúdo, ao significado. Cada um desses planos contém uma substancia e uma forma. Há uma substancia da expressão e uma forma de expressão (o mesmo se dá ao conteúdo). Se pensarmos nas línguas propriamente faladas, a substancia da expressão são os sons propriamente ditos, a forma da expressão é o recorte e a organização destes sons num sistema (1973).

Podemos então dizer que a fonética opera com a substancia da expressão e a fonologia, com a forma da expressão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo da linguagem é de grande relevância para quem a usa, pois, só através do reconhecimento dos sons podemos usar os símbolos para descrever a própria língua. Isso demonstra que para que haja comunicação deve haver o significante e o significado.
Portanto, os estudos de Ferdinand Saussure pai da lingüística foram muito importantes para o reconhecimento da linguistica como ciencia, a fonética com o estudo dos diferentes sons empregados na linguagem de forma ampla e a fonologia com o estudo dos padrões basicos de uma determinada língua.

REFERÊNCIAS

KOCH. Ingedore Grunfeld Villaça. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Ed. Contexto. 2004. 12 p.
HENRIQUES, Claudio Cezar. Fonética, fonologia e ortografia. Rio de janeiro: Ed. Campus/Elsevier. 2007. 6 p. 2º reimpressão.
ENI, Pulcinelli Orlandi. O que é linguística. São Paulo: Ed. Brasiliense. 2002. 69 p.