“Se vos falei de coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (Jo 3.12)

 Há uma linguagem para descrever as coisas terrenas.

E há uma linguagem para descrever as celestiais.

O homem natural pode bem discernir aquilo que é terreno.

Mas somente o homem espiritual pode discernir o que é espiritual.

Todavia, as coisas celestiais, ou seja, as realidades relativas ao céu, só podem ser discernidas pela linguagem celestial.

Por isso Paulo não pôde descrever o que havia visto quando foi arrebatado ao terceiro céu,

Onde se encontra o trono de Deus.  

Ele disse:

“foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.” (II Cor 12.4)

Palavras inefáveis...

Ou seja: aquilo que não pode ser expressado por palavras terrenas.

Porque são coisas indizíveis.

Não há palavras conhecidas para descrevê-las porque são realidades diferentes daquelas que conhecemos aqui na terra.

Por isso o apóstolo João teve que recorrer a figuras, a ilustrações, quando se referia às coisas que viu no céu, quando lhe foram dadas as revelações do livro de Apocalipse.

Por isso é afirmado que o Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis.

O caráter da Sua intercessão eficaz é feita poderosamente com as palavras celestiais que somente Deus conhece.

Ele fala perfeitamente a linguagem do céu, e é por meio dela que aperfeiçoa a nossa intercessão imperfeita que é feita com palavras terrenas.

Ele sabe interpretar perfeitamente os anelos da alma e os anseios do coração humano.

Ele conhece perfeitamente as necessidades da nova criatura que é o crente.

Assim como a vida existente no mar é muito diferente da vida que existe sobre a face da terra, de igual modo, tudo o que há neste mundo é muito diferente de tudo o que existe no céu.

Há uma glória infinitamente maior no céu.

Há uma profundidade de sentido de existência que a nossa vã compreensão não pode atingir.

Há poderes incomparáveis a tudo o que o homem possa criar na terra.

O nosso fogo, comparado ao celestial é menos que fumaça.

A tecnologia avançada e todas as armas atômicas, são menos que brinquedos de crianças, comparadas aos poderes celestiais. 

As coisas do terceiro céu não possuem limites.

Elas não morrem.

Elas não necessitam de descanso.

Suas energias não necessitam ser renovadas.

Porque elas possuem toda a plenitude de Deus.

Se chegarmos a ter um pouco de bom senso espiritual.

Aspiraremos por sermos revestidos da glória celestial.

Desejaremos mais do que tudo estar para sempre com o Senhor e com todos os remidos aperfeiçoados.

Lá onde tudo é eterno e saudável.

Onde nada mais envelhece, enferma ou morre.

Onde teremos a plenitude da vida eterna de Jesus. 

Onde a comunicação é perfeita e sem atritos.

Porque não é feita com a linguagem inventada por homens.

E que não se refere a coisas passageiras.

Mas com a linguagem criada pelo próprio Deus.

Uma comunicação em uma só língua.

Onde cairão todas as barreiras de comunicação,

E onde prevalecerá a comunicação perfeita de corações.  

De corações puros, santos, amados,

Totalmente aperfeiçoados pelo poder de Cristo.

Oh! Quão desejável é o céu.

Quão belas e perfeitas poesias inspirará.

Todos serão poetas diante de tamanha maravilha e perfeição.

E a alma não poderá ficar calada.

Cantará louvores perfeitos,

Com a música perfeita de um coração perfeito.

Música... a linguagem da alma.

As músicas perfeitas jamais ouvidas

Só poderão ser entoadas no céu.

E a própria música será a maior linguagem celestial.

Expressando as emoções e exultação do espírito

Diante da majestade de Deus. 

Que é digno de toda a nossa adoração.

 

Pr Silvio Dutra