Bolivar Urruth
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Resumo
Estamos vivenciando a perspectiva da Inclusão, dimensão social que postula princípios básicos para oferecimento de oportunidades e direitos iguais a todos, não importando suas diferenças, com este intuito desenvolvi este pequeno curso de inclusão digital a alunos surdos do PROEJA(Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos) usando a Linguagem de Programação LOGO no ensino de geometria plana , levando em conta um embasamento teórico das teorias de ensino e suas tendências com o uso da informatização, com o objetivo verificar a aplicabilidade desta linguagem de programação como Inclusão Digital no ensino com alunos Surdos do PROEJA .
Através deste curso foi possível verificar a importância da utilização do computador para educação do aluno com deficiência auditiva, abrindo caminhos para adquirir novos conhecimentos, e uma socialização dos mesmos.
Palavras-Chave: software livre, inclusão digital, inclusão social.

1. Introdução
O PROEJA foi instituído pelo Decreto 5840 de julho de 2006 pelo governo federal, com o objetivo de resgatar jovens e adultos a partir de 18 anos, que estão há muito tempo sem estudar devido a vários fatores entre eles o social, oportunizando a reincorporarão desses brasileiros ao sistema educacional de ensino formal, buscando um país mais justo e uma sociedade mais igualitária. Busca-se a formação integrada dos jovens e adultos, no ?ensino técnico e na educação básica.
No ano de 2010 no IFRS Campus Rio Grande surgiu um novo diferencial, a inclusão de alunos surdos na turma do PROEJA, o que para nós professores foi uma realidade totalmente diferente, acarretando uma adaptação de forma lenta e continua a esses alunos com deficiência auditiva e aos poucos aprendendo novas formas de interação com esses alunos.
Segundo o último Censo IBGE (2000), existem no Brasil 24 milhões de pessoas portadoras de necessidades especiais, ou seja, cerca de 14% da população brasileira. Destes, uma quarta parte, aproximadamente 5,7 milhões, são pessoas com deficiência auditiva.
Diferente do que se imagina, nem todos os deficientes auditivos conseguem entender a língua portuguesa, isso, porque foram alfabetizados em LIBRAS, cerca de 60% utilizam somente a Linguagem Brasileira de Sinais para se comunicar, Portanto não é tão simples para um surdo compreender os textos que estão no espaço virtual.
Estas pessoas encontram-se excluídas de diversas formas, da vida social e produtiva, lembrando que todas as pessoas, portadoras ou não de necessidades especiais, têm o direito de acesso a saúde, lazer, trabalho, educação e demais recursos que são necessários ao pleno desenvolvimento do ser humano, no entanto, ao longo da história, as pessoas com necessidades especiais foram julgadas incapazes de realizar atividades consideradas normais ao ser humano "normal". Essas pessoas foram então excluídas da sociedade e seus direitos, principalmente os de acesso ao trabalho e educação.
Atualmente estamos vivenciando a perspectiva da Inclusão, dimensão social que postula princípios básicos para oferecimentos de oportunidades e direitos iguais a todos, não importando suas diferenças, nesta perspectiva de que a educação inclusiva deve ser estruturada em um processo educacional que leve em consideração os limites e potencialidades de cada educando, utilizando-se as vias multi-sensoriais no processo de aprendizagem, não só pela visão e/ou audição, mas pela interação de todos os sentidos, a fim de proporcionar aprendizagem significativa a todos, observa-se, então, que reconhecer as diferenças é o princípio básico para o exercício da prática docente em atenção às diferenças em classe inclusiva. O que da para perceber que nós professores aplicamos técnicas de memorização, apenas por verbalizações sobre o objeto a ser aprendido, de forma mecânica e descontextualizada. Aos poucos com o maior contato com alunos surdos, nós professores vamos sentindo a necessidade de mudar esta realidade com ações pedagógicas que auxiliem no desenvolvimento cognitivo desses alunos.
Como sou professor de Matemática e Microinformática atuando na modalidade PROEJA desde a primeira turma que foi iniciada em 2006 no IFRS Campus Rio Grande, vejo que realmente as turmas do PROEJA são diferenciadas em relação a alunos de outras modalidades de ensino, seja pela idade ou pela classe social ou por serem alunos especiais no caso dos alunos surdos, o que é uma realidade totalmente diferente e que acarreta um esforço maior por parte do professor. Convivendo com os alunos surdos do PROEJA é possível notar que existe uma grande carência tanto de cunho sócio-afetivo como de informação relacionado com o conteúdo das disciplinas, isto ocorre devido ao longo tempo que os alunos ficaram sem estudar sem políticas publicas para a inclusão social destes Brasileiros, no caso especifico do conhecimento de novas tecnologias esta defasagem ainda é maior, esta foi uma das razões que me levaram a escolha deste assunto , para proporcionar uma inclusão digital de alunos surdos usando tecnologias educativas relacionando as áreas de Matemática e Microinformática,usando softwares livres e gratuitos .
Uma das principais características do software livre é a inclusão e o exercício das diferenças, da liberdade e da colaboração. No meu caso usei a linguagem de programação LOGO , que não é só o nome de um linguagem de programação, mas também de uma filosofia que lhe é subjacente, ela também pretende ser uma linguagem que permita aventurar-se através do computador na pesquisa e exploração de diversos temas e em diferentes níveis de profundidade, com a finalidade de dar oportunidade e de desenvolver o epistemólogo que existe em cada um, seja criança, adolescente ou adulto, Ela é uma linguagem de programação de alto nível interpretada, voltada principalmente para crianças e aprendizes em programação uma linguagem de programação de alto nível interpretada, voltada principalmente para crianças e aprendizes em programação.
A linguagem de programação Logo, implementa em certos aspectos, a filosofia construcionista, segundo a interpretação de Seymour Papert, co-criador da linguagem junto com Wally Feurzeig. Seymour Papert, matemático, trabalhou com Piaget, dai a idéia da filosofia construtivista, é co-fundador do Media Lab no Massachusetts Institute of Technology (MIT),. É um acordo entre uma língua de programação seqüencial com estruturas de bloco, e uma língua de programação funcional, também conhecida como uma linguagem acadêmica.