1 - A crase

Modernamente crase é junção da preposição a com o artigo definido a (s) ou ainda com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s) e aquilo. Também é usada com o pronome relativo a qual (s). Ora graficamente esta fusão é representada por um acento grave:à, àquele, àquela etc.     

Partindo deste conceito, podemos frisar os casos em que devemos usar a crase e aqueles em que não, isto com base em alguns exemplos.

Trivialmente usa-se a crase para evitar a pronunciação da preposição a com artigo definido a ao mesmo tempo.

Imaginemos se em vez de dizermos vamos à escola, dizemos: vamos a a escola. Ou ao invés de ofereci uma esferográfica àquela menina, dizemos: oferece uma esferográfica a aquela menina. Portanto, a crase surge para evitarem-se tais situações.

Agora vejamos os casos em que se deve usar a crase:

A - A crase deve ser empregada junto a locuções adverbiais.

Exemplos:

Prefiro estudar à noite, a ver televisão.

Fizemos o exame à vontade

Às vezes, ficar calado evita decepções.

Alem dos exemplos enfatizados, vale sublinhar outras locuções adverbiais.

Ei-las:

à distância, à toa, às pressas, às claras, à mão etc.

B - A crase deve ser empregada junto a algumas locuções prepositivas.

Exemplos:

Vou à escola.

Foram à França para concluírem os estudos superiores

Entregaram-se os documentos à coordenadora do curso (a + a =à); a é uma preposição e o segundo, um artigo definido a género feminino, no singular. Dai o resultado é uma crase: à

C - A crase deve ser empregada junto a algumas locuções conjuncionais.

Na Língua Portuguesa, somente duas locuções conjuncionais se enquadram nesse emprego da crase. São elas: à medida que e à proporção que.

Exemplos:

À medida que a idade avança, mais rápido parece passar o tempo.

Angola desenvolver-se-á à proporção que for melhorado o sistema de ensino.

D- Em frases que indicam tempo.

Exemplos:

O meu time joga às 15h:45m.

Nem sempre saio da escola às 18h:30m

Outros exemplos:

Assisti à peça do Grupo Teatral Ulonguisi no sábado passado

Ela prefere vestir-se à moda angolana, a usar roupas indecentes.

Dar-se-á uma lição àqueles que conduzirem ébrios.

sobre o uso da crase, existem mais  exemplos.Contudo, vamos ver os exemplos em que se podemos usar a crase:

Não se usa a crase:

 Antes de substantivo masculino. Exemplo:

Nas quadras festivas os comerciantes tendem a vender os produtos a preços altos.

•2. Antes de verbos: Ao invés de formar-se, passou o tempo a deambular

•3. Antes de substantivo feminino que tenha o artigo indefinido (uma): Fomos a uma palestra de caris juvenil.

•4. Antes de expressão de tratamento, iniciada por Vossa ou Sua: Deram-se as boas-vindas a Sua Excelência.

Desejámos a Vossa excelência um feliz aniversário.

 Entre palavras repetidas: frente a frente; lado a lado, dia a dia etc..

Também não usa antes de substantivos que indicam os nomes de cidade e de países que não admitem género.

Exemplos:

 Quando formos a Portugal, compraremos muitos livros.

Se um dia formos a Benguela, visitaremos a Mediateca provincial.

Ainda não se usa a crase entre datas: As provas do I semestre decorreram de 1 a 12 de Julho.

Conclusão

Convenhamos a nos lembrar que nos primeiros casos a partícula à possui um acento grave. Isto é para significar a presença de duplo a, ou seja, e como o descrevemos, indica sempre a aglutinação da preposição a com o artigo definido a ou as do feminino sucedendo o mesmo com os pronomes demonstrativos e outros. Já no segundo, a partícula a equivale a uma preposição simples por isso nunca deve ser posto o acento grave, pelas raãoes apresentadas.

Referências Bibliográficas:

CUNHA, Selso, CINTRA, Lindley. Breve Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: João Sá da Costa 2006.

Google: arq.ifisp.edu.br

Apontamentos de Língua Portuguesa, 2º Ano em ciências da educação.

Autores:

1-Domingos de Jesus

2-Mimo Garcia