Por Sonia Jordão

Nos dias de hoje, se os resultados e metas não são atingidos como programados alguém acaba pagando caro por isso dentro das organizações. Mesmo sendo um profissional comprometido, empenhado, competente e com um currículo espetacular é preciso não só alcançar, mas também superar os objetivos esperados.

A pressão por resultados acaba levando muitos líderes a caírem numa armadilha: agem de forma explosiva com seus liderados e, nem assim, chegam às metas planejadas.

Alguns gestores simplesmente não aceitam erros dos membros de sua equipe, principalmente se a falha prejudicar outras pessoas ou os resultados almejados. Os acertos anteriores do profissional deixam, então, de serem importantes. Em momentos críticos ou de pressão o executivo acaba explodindo e tratando o colaborador de maneira deselegante, quase grosseira.

Algumas atitudes do líder explosivo estão tão enraizadas à sua personalidade que ele as toma de forma automática, sem perceber. Quando chama a atenção de algum colaborador, ele aponta tantos argumentos que deixa o interlocutor arrasado. Mesmo não aumentando o tom de voz, o líder consegue desmotivar a pessoa apenas com determinadas atitudes.

Nos momentos de fúria, até problemas de saúde podem surgir. Foi o que descobriram pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA: pessoas que se irritam intensamente e com freqüência têm três vezes mais probabilidade de sofrer um infarto do que aquelas que encaram as adversidades com serenidade. E não é só isso! Em alguns casos, as atitudes explosivas podem levar o alvo da agressão a até ajuizar ação na Justiça.

Na maioria das vezes é nosso temperamento que nos faz agir de determinada forma ao enfrentarmos uma situação delicada. Como cada temperamento possui aspectos positivos e negativos, não existe um que possa ser considerado superior ou inferior em relação aos demais. O que há é um comportamento mais adequado para determinada situação.

É possível amenizar um comportamento agressivo. E, ainda, é possível um líder deixar de ser autoritário, sem, com isso, perder a autoridade. Para tanto:

  • Tenha consciência da necessidade de mudar suas atitudes.
  • Busque motivos para querer mudar e vigiar seus pensamentos.
  • Conheça seus pontos fortes e potencialize-os.
  • Encontre pessoas, na sua equipe, com características opostas às suas e que possam complementar seus pontos fracos.
  • Perceba que uma derrota só o torna mental e espiritualmente mais forte.
  • Perdoe-se pelos fracassos e erros que cometeu no passado.
  • Aprenda a controlar e gerenciar suas emoções e as dos outros.

Mas, acima de tudo, lembre-se: 

  • O bom líder é aquele que procura mostrar as razões pelas quais algumas tarefas precisam ser realizadas.
  • Na busca por um profissional melhor é preciso, antes, se tornar uma pessoa melhor.
  • Os colaboradores precisam ser tratados com respeito independentemente de terem ou não razão.
  • É possível conseguir resultados positivos sem impor sua vontade.
  • É sua atitude como profissional que determinará sua permanência ou não em determinada empresa.

Sonia Jordão é professora, palestrante, consultora organizacional e escritora. Escreveu o livro "A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado", que está na 3ª edição e o livro "E agora, Venceslau? Como deixar de ser um livro explosivo".

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