INTRODUÇÃO


Este estudo tem como objetivo a pesquisa, Liderança de Enfermagem e a Prática do Poder, baseada em estudos de relatos e levantamento teórico científico, das relações de Poder, do filósofo e professor da cátedra de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France, Michael Foucault, desde 1970 a 1984. Dono de grandes obras literarias, das quais pode-se citar: "História da Loucura" (1961); "O nascimento da clínica" (1963); "As palavras e as coisas"(1966); "A Arqueologia do saber" (1969); "A ordem do discurso" (1970 - aula inaugural do College de France); "Vigiar e Punir" (1977); "A vontade de saber - História da sexualidade I" (1976); "O uso dos prazeres - História da sexualidade II" (1984); "O cuidado de si - História da sexualidade III" (1984) (a qual não pôde completar devido a sua morte), que relatam concepções modernas das teorias sobre o saber, o poder e o sujeito. A pesquisa realizou-se no municipio de Cruz das Almas ? Bahia, sendo utilizados como sujeitos os profissionais enfermeiros, atuante na categoria profissional, em Unidades Hospitalar, Básica e de Educação.
A relevância desta pesquisa se deu decorrente a necessidade de estudar o Poder na equipe de enfermagem, no período em que se encontra a classe, resgatando todo o contexto histórico do seu processo de poder, até os dias atuais. A intencionalidade da pesquisa é apresentar concepções e comportamentos do profissional enfermeiro mediante situações que necessitem da utilização do poder, seja na gerência, na administração ou nas relações interpessoais. "Na verdade, nada é mais material, nada é mais físico, mais corporal que o exercício do poder..." (FOUCAULT (1979, p. 147)).
A intencionalidade de se investigar esta temática, procedeu-se de reflexões obtidas através da leitura de um artigo de Francely Vieira, publicado em que tem como título Transitoriedade do poder nas lideranças de enfermagem, o qual traz uma reflexão sobre a transitoriedade do poder, baseado nas teorias que vai de uma visão foucalteana a marxista, o que deu margens para reflexões intrigantes sobre o enfermeiro e o seu papel gerencial mediante a influência do poder.
A concepção que se obtém quanto ao poder, é de origem natural, da teoria de desenvolvimento e das relações humanas. O que é trazido quanto a essa concepção de poder, baseia-se na compreensão de teorias esboçadas no conhecimento científico e pensamentos críticos de alguns autores, dos quais foram utilizados em foco os pensamentos teóricos de poder de Michael Foucault.
Pensar na administração e no gerenciamento, sem trabalhar as questões que norteiam o seu exercício, torna ineficaz o desenvolvimento do trabalho do profissional enfermeiro, em todo o seu processo.
O que Fernandes (2003, p. 03) traz é que "notam-se algumas características cotidianas do trabalho de enfermagem voltadas à impessoalidade nas relações, a centralização do poder e a rígida hierarquia das atividades, disseminando uma conduta gerencial autoritária adotada". Essas atividades gerencias e administrativas, têm deixado pouco tempo para as demais atribuições de enfermagem, dentre elas a assistência a ser prestado ao cliente.
O profissional enfermeiro, em todo o seu processo de construção acadêmico é capacitado para administrar e gerenciar unidades de saúde, o que o permite um papel direcionado a toda parte burocrática e de coordenação da unidade.
No contexto histórico do poder nas organizações, Foucault (1979, p. 109) infere que "até meados do século XVIII, os religiosos detinham o poder institucional. Porém, a partir do momento que o hospital é concebido como um instrumento de cura e a distribuição do espaço torna-se um instrumento terapêutico". Passa-se então por mudanças onde o espaço destinado à cura torna-se favorável ao exercício do poder médico, o qual, a partir daí, passa a ser o principal responsável pela organização hospitalar, banindo a comunidade religiosa e organizando-o de forma medicamente.
Observa-se então, que a partir daí, surgem novas forças e formas de poder, e destas obtém-se a profissão de enfermagem. Com a confiança médica obtida pelos religiosos, o hospital disciplinado torna-se local adequado da disciplina médica, o que os permite curar os doentes e controlar o cotidiano dos demais profissionais, dando a categoria de enfermagem um papel subordinado, além de determinar o tipo de comportamento esperado no espaço hospitalar. (FOUCAULT; (1979)).
A enfermagem é uma ciência que vem conquistando ao longo da história, autonomia e poder. Essa conquista, foi iniciada por Florence Nightingale, como relata Padilha (1997, p. 01), deu origem a Enfermagem Moderna a nível mundial, ao pregar a superioridade do Saber médico em detrimento do saber da enfermagem, o que observou as Lideranças de Enfermagem e a prática do poder, como se refere a seguir:

Desde Florence Nightingale a disciplina, a obediência e a subserviência na enfermagem, são consideradas como parte indissociável do exercício diário, não apenas no que concernem as ações assistenciais, como também as relações entre enfermeiro e o médico, a equipe de enfermagem e a administração hospitalar. (Foucault apud PADILHA, 1982, p. 02).


Foi na década de 80, do século XX que surgiu o interesse em realizar estudos críticos sobre a relação de enfermagem com o poder, com a preocupação de compreender a enfermagem como um processo histórico, social, cultural, político e educativo, analisando e denunciando de forma clara a conduta humilde, conformista e dócil das enfermeiras nas relações com quem representava o poder, contrariando a sua conduta autoritária, freqüentemente assumida nas relações com os demais elementos da equipe de enfermagem.
Frente a essa transitoriedade de poder, o estudo dirigiu-se para a análise e compreensão da relação de poder na experiência da prática profissional do enfermeiro, utilizando-se da problemática, como se desenvolve o poder na prática do profissional de enfermagem, o líder?
O relato de Severino (2002) quanto ao direcionamento da descoberta científica, no desenvolvimento da pesquisa é que: "a descoberta científica é, sem dúvida, provocada pela tensão gerada pelo problema. Daí a necessidade de estar vivenciando uma situação de problematização". O estímulo foi à necessidade do entendimento, em acreditar que o enfermeiro, enquanto líder pode adotar estratégias que não permita esta conduta conformista/autoritária, dele para com quem detêm o poder, ou de mando para quem está submisso a ele. Tendo como objetivo geral analisar como a prática do poder é exercida pelas lideranças de enfermagem. A proposta é a aquisição da confiança de que o enfermeiro diante do poder não exerça uma conduta gerencial baseada nos princípios médicos de "donos do saber", e sim no poder ético, baseado no direito e na verdade do poder.
Segundo Minayo (2006, p. 35) "na sociedade Ocidental, a ciência é a forma hegemônica de construção do conhecimento, embora seja considerada por muitos críticos, como um novo mito da atualidade, por causa da pretensão de ser o único motor e critério de verdade".
A estruturação do trabalho dá-se em quatro capítulos, distribuídos de modo que se apresente uma ordem lógica de compreensão e de desenvolvimento das suas etapas. Assim atribuiu-se ao primeiro capítulo as seguintes seções: 1.1 A ideologia do poder: aspectos gerais, o que retrata a concepção do poder em base a fundamentação teórica de diversos autores, em especial Michael Foucault. A secção 1.2 Tipos de Poder, resgatando as suas diversidades e compreensões. Na 1.3 A origem do Poder na Enfermagem, que fala sobre toda a sua contextualização histórica do nascimento da pratica do poder conjunto ao nascimento do hospital. Já a secção 1.4 refere, As relações de poder na equipe multidisciplinar, relatando a pratica disciplinar no exercício profissional de enfermagem. E finalizando a secção, 1.5 O poder como parte da liderança, referindo a relação e desenvolvimento do poder em sua categoria de liderar. No segundo capítulo conferem-se na secção 2.1 O percurso metodológico, o qual foi utilizado para o desenvolvimento da pesquisa e na secção 2.2 A análise e discussão dos dados, que serviu como base para a descrição da compreensão lógica obtida dos resultados.
Por fim, obteve-se as considerações finais do estudo, onde foi realizado o momento dialético da pesquisa, onde se concentra a reflexão acerca da prática do poder na liderança do profissional de enfermagem, contribuindo para novas reflexões quanto à necessidade do saber, para o poder.






1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DO ESTUDO


1.1 A IDEOLOGIA DO PODER: ASPECTOS GERAIS.

"O poder não é algo inato ao homem, apenas a ele é adquirido em algum momento de sua vida, independente de status ou valores." (VELAME, 2007) 1.

O conceito de poder vem sendo estudado durante décadas, a sua origem, a sua ideologia e a sua efetividade, até os dias atuais, tem sido foco para estudos. O interesse vem da sua diversidade de visões e teorias, das quais transitam de modo significante em todo o meio científico.
Derivada do verbo latino, potere, a palavra "poder" dá idéia de capacidade, autoridade e/ou direito, em exercer determinada ação sobre determinado sujeito. O poder na relação com indivíduo, apresenta capacidades de mudanças de atitudes, comportamentos individuais e de grupo. Desde a sua ação, do âmbito familiar ao empresarial, o poder pode ou não transparecer de modo negativo.
A concepção e a idéia de poder resgatam a capacidade de atuar em determinadas situações, atraindo a organização e desenvolvimento de modo compreensivo e significativo. Ao longo de toda história humana, o seu comportamento, serviu de base para a avaliação de atitudes, justificando ações e conseqüências desta resultante, o que pode envolver o desejo, o poder e o interesse.
Essas relações entre desejo, poder e interesse, traz uma complexidade indiscutível. O poder não possui dono, e sim representante. Muitos possuem o poder, destes, poucos sabem que possuem e ou utilizá-lo. Assim essas relações, são mais complexos do que geralmente se pensa, pois não são necessariamente os que exercem o poder que tem interesse em exercê-lo.
Analisando gênero e poder, percebe-se que a mulher, historicamente, já vinha sofrendo a ação do poder, dentro do seu âmbito familiar, sobre o direito e autoridade exercido de forma clara e constante. As mulheres foram vítimas de submissão dos homens, dada como socialmente inferiores aos mesmos, apresentavam o papel de dominadas sob o poder dos homens. Isso repercutiu pouco tempo depois, diante de mudanças ocorridas na sociedade. Alguns apreciadores despertaram o interesse em realizar estudos inovadores e instigantes sobre a temática Gênero e poder. O que se levanta quanto as suas diferenças é a forma de como o poder é instituído e denominado. Pensar na mulher como sexo frágil, dá ao homem o poder como a força física, o que conota a mulher uma idéia repressiva do poder. Idéia essa, que vem sendo modificada, com o surgimento e reconhecimento da mulher no exercício de poder nas organizações.
A idéia de rejeitar a hipótese repressiva do poder, por Foucault, fortalece a positividade e produtividade no conceito de poder. O que ele infere são as supostas relações entre a sexualidade e a mecânica do poder, onde as teorias do poder são substituídas pela análise, dando um caráter analítico das relações e das concepções de poder, dentro e fora das suas indagações, quebrando as dúvidas e inferências quanto às relações da sexualidade no processo de poder, negando a relação.
O poder é um instrumento fundamental utilizado para o desenvolvimento de atividades gerenciais e administrativas, trata-se de um aliado indispensável para a coordenação e orientação de sujeitos.
Baseado no ponto de vista das Ciências Sociais, o poder está no agente capaz de realizar determinada ação sobre um objeto, obtendo um efeito desejado ao qual foi produzido sobre o sujeito. É algo que não simplesmente se conquista, mas se é adquirido de acordo com determinada necessidade e/ou circunstância. Assim sendo, essa inconstância de aquisição de poderes, dá origem às suas relações, entre o agente que causa/comanda sobre o agente que executa/recebe.
Independente da sua natureza, o poder pode estar presente em qualquer instância, seja ela na Sociedade, Nação, Estado ou Governo. Parte da idéia de que o mesmo surge do interesse do indivíduo em obter o que se deseja naquele dado momento, independente da sua força e forma, o poder é ordenado e conseqüentemente executado, o que afirma Bertrand Russel citado por Camargo (1979, p. 66) "o poder é a capacidade de produzir os efeitos desejados".

A natureza humana é aqui deduzida da "natureza das coisas", tal qual é observada nos fatos do passado e do presente. É nessa hipótese antropológica, ainda esboçada nas entrelinhas, que repousa o artifício de um poder uno e indivisível, o único capaz de unificar, pela coerção, a perigosa multiplicidade dos interesses desejos egoístas, e pacificar as perigosas paixões das multidões. (VARIKAS; 2003, p. 04).


O que define o poder é a capacidade do indivíduo em fazer com que o outro exerça o que a ele for estabelecido, parte da idéia de fazer-cumprir, fazer-fazer. O seu exercício, ou a forma como ele é exercido, é o que fornece ao sujeito uma compreensão negativa do poder, o faz de um instrumento fundamental da gerencia para uma estratégia de coordenação injusta e impensada. A resolutividade de suas ações depende da execução pensada, organizada e estruturada do poder.
Camargo (1979, p. 67) faz uma analogia da característica do poder, e traz que o poder pode ser caracterizado como fenômeno biológico, de coação e de autoridade, onde afirma que "desde o reino animal ao homem, o poder é exercido de forma clara, onde parte de um interesse individual, para obter-se o que se deseja".
Em todo o seu contexto histórico, o poder, adquiriu fontes das quais algumas se faz presente até os dias atuais, o que vai da força física a força intelectual. Neste contexto, a força brutal exercida pelo homem mais musculoso e ágil, deu a ele o poder, algo muito distante da força de conhecimento e da inteligência. O qual o assegura o poder decorrente de sua inteligência e sabedoria.
A força consentida, a qual refere Camargo (1979, p. 68) traz uma idéia de que o homem apenas confirma o poder que a ele foi ordenado sobre os demais que a ele são subservientes. Trata-se de uma instância em três degraus, onde o degrau mais alto (o primeiro) estabelece o poder, sobre o degrau que transfere a ordem dada (o segundo) e o último que o executa (o terceiro).
Deste modo, o poder infere de forma descentralizada, ora o agente do poder exerce-o na posição de mando, ora é exercido sobre ele, ou seja, trata-se de situações que se diferem sob a quem o foi atribuído. Em algum momento ele é considerado como parte da força do conhecimento e da inteligência, em outro é legitimado pelo consentimento.
Esta transição produz formas de execução de poderes, das quais Camargo (1979, p. 68) delimita como principais, "a despótica (coação e autoridade imposta); a autoritária (coação e autoridade dada implicitamente consentidos); e a democrática (coação e autoridade escolhidas pela maioria e admitidas pela maioria)."
Entendendo o poder como algo transitório e independente de Estado e/ou Nação, nota-se que o mesmo é efeito de uma ação exercida de um sujeito sobre o outro, com base no interesse individual e/ou coletivo. Louro (1979, p. 38) traz que: "Torna-se central pensar no exercício do poder, exercício que se constitui por manobras, técnicas, disposições, os quais são por sua vez, resistidas e contestadas, respondidas, absorvidas, aceitas ou transformadas."
Assim a forma democrática dá ao sujeito o direito em reconhecer o que a ele é imposto, de modo mais suave, determinado por uma maioria que sustentam os mesmos interesses comuns. "Marx e Freud talvez não sejam suficientes para nos ajudar a conhecer esta coisa tão enigmática, ao mesmo tempo visível e invisível, presente e oculta, investida em toda a parte, que se chama poder." (FOUCAULT, 1979, p. 75)
Para Camargo (1979, p. 68) de modo claro o poder "é um meio ou um conjunto de meios, aplicados por agentes livremente escolhidos, e por isso mesmo, revestidos de autoridade legítima, para alcançar um fim, ou um conjunto de fins, necessários ou úteis ao bem estar da coletividade sujeito a sua jurisdição".
A idéia negativista sobre o poder, como parte de um grupo individualista, destinado a interesses de uma pequena população, se complementa com a afirmação de Louro (1979, p. 40) o qual consiste que o "poder não apenas nega, impede, coíbe, mas também faz, produz, incita. Dá um insight de resolutividade sobre o efeito de algo impositivo e negativo, transformando em produtividade e positivismo.

Atualmente se sabe, mais ou menos, quem explora, para onde vai o lucro, porque mãos ele passa e onde ele se reinveste, mas o poder... sabe-se muito bem que não são os governantes que o detém. Mas a noção de "classe dirigente" nem é muito clara nem muito elaborada. "Dominar", "dirigir", "governar", "grupo no poder", "aparelho de Estado", etc... é todo o conjunto de noções que exige análise. Além disso, é necessário saber até onde se exerce o poder, através de que revezamentos e até instâncias, frequentemente ínfimas, de controle, de vigilância, de proibições, de coerções. (FOUCAULT; 1979, p. 75)

1.2 TIPOS DE PODER

A compreensão do poder se estabelece, em alguns momentos, diante da forma interpretada de uma experiência pessoal vivida. Essa experiência pode ser no âmbito familiar, quanto no trabalho. O que se entende quanto ao poder, é que, o mesmo pode decorrer de uma ação positiva ou negativa, o que diferencia é a forma e a estratégia utilizada para desenvolvê-la.
"Além disso, é necessário saber até onde se exerce o poder, através de que revezamentos e até instâncias, frequentemente ínfimas, de controle, de vigilância, de proibições, de coerções." (FOUCAULT; 1979, p. 75).
A existência de várias resultantes de ações, dá base para o desenvolvimento de tipos e origens de poder. Quanto à sua origem, na genealogia de Foucault, trata-se do poder sob o princípio da localidade, onde o poder é analisado por Foucault em suas formas e em suas instituições mais locais; exteriorização ou da objetivação, trata-se de não analisar o poder no nível da intenção ou da decisão, mas sim de estudá-lo sob a sua perspectiva de externalidade; circularidade ou transitoriedade consiste na idéia de que o poder se exerce em uma espécie de rede nas quais os indivíduos estão a cada momento, seja em posição de exercer o poder, seja em posição a serem submetidos; ascensão em sua empreitada de romper com a visão jurídica do poder cunhada pela filosofia política moderna; e n¬ão-ideologização afastando se das compreensões ideológicas do poder e substituindo as compreensões ideológicas do poder, e substituindo, no lugar da ideologia, os saberes. (POGREBINSCHI; 2004, p. 183)
O reconhecimento da liderança vai da eficiência da organização de suas ações e/ou estratégias até a resolutividade de suas ações. Stahl (1999 apud MARQUIS; 2005, p. 154) se põe a defender a necessidade de uma liderança de enfermagem no século XXI, voltada à habilidade em lidar com o poder simultâneo a política das organizações de maneira diferente, "tendo que desenvolver estratégias políticas de formação de equipes e estabelecimento de credibilidade".
A liderança eficiente apresenta uma ideologia de poder eficaz, baseado na qualidade e resolutividade da sua ação. É o que também enfoca Prench e Raven (1959) em um dos seus trabalhos e relata que o poder na sua existência provem de várias bases ou origens para o seu exercício.
A formas de poder a serem exercidos, na concepção de Foucault (1979) vai do poder por recompensa ao poder por especialização, das quais refere-se e conceitua,

por recompensa é conseguido mediante a capacidade de assegurar favores ou recompensas a outros, independente de valores; punitivo ou coercivo, oposto ao de recompensa, baseia-se no medo da punição se as expectativas do chefe não forem satisfeitas; legítimo é o poder decorrente do cargo. Autoridade é também chamada de poder legítimo; e por especialização é conseguido por meio de conhecimento, habilidades ou experiência. (FOUCAULT; 1979, p. 29)



1.3 A ORIGEM DO PODER NA ENFERMAGEM

A enfermagem é uma ciência que vem conquistando ao longo da história, autonomia e poder, essa conquista foi iniciada por Florence Nightingale, como relata Vieira (1991) a origem da Enfermagem Moderna se deu decorrente a Florence Nightingale, em todo o mundo, obtendo alcance maior a partir de sua participação voluntária na "Guerra da Criméia". No entanto, Florence pregava a superioridade do saber médico em detrimento do saber de enfermagem.

Desde Florence Nightingale a disciplina, a obediência e a subserviência na enfermagem, são consideradas como parte indissociável do exercício diário, não apenas no que concernem as ações assistenciais, como também as relações entre enfermeiro e o médico, a equipe de enfermagem e a administração hospitalar. (Foucault; 1982 apud PADILHA;, 1997, p. 02).


Antes da institucionalização da profissão, o poder era exercido por religiosos,

Até os meados do século XVIII, os religiosos detinham o poder institucional. Porém, a partir do momento em que o hospital é concebido como um instrumento de cura e distribuição do espaço torna-se um instrumento terapêutico, o médico passa a ser o principal responsável pela organização hospitalar, e a comunidade religiosa é banida para que o espaço possa ser organizado medicamente. (Foucault, 1982 apud PADILHA, 1997, P. 02).



Com a medicalização dos hospitais, estabeleceu-se o saber médico e o saber da enfermagem, que de acordo com Vieira (1991), com o aparecimento da categoria do "enfermeiro" e o hospital bem "disciplinado", constituiu-se o local adequado da "disciplina médica". A autora traz ainda que, com esta disciplinarização, permite ao médico, curar os doentes e controlar o cotidiano dos demais profissionais.
No tocante ao exercício de poder da enfermeira, observa-se uma reprodução do poder médico, onde a "chefe de enfermagem", na maioria das vezes adota uma liderança de enfermagem autocrática e arrogante no comando da equipe de enfermagem, o que infere Padilha (1997). Em contrapartida, no que se refere às relações de poder da enfermeira junto à equipe de enfermagem, verifica-se uma alternância de papéis, isto é, estas assumem atitudes de autoridade, responsabilidade e exigência no cumprimento dos deveres, semelhantes àqueles dos médicos.
O exercício do poder realizado pela enfermeira é baseado no conhecimento da administração em enfermagem. Maximiano (2005) conceitua administrar como o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. Esse conhecimento consolidou através do modelo Nightingaleano e das teorias administrativas, dentre as quais se destaca o princípio da Escola Clássica e Científica que, segundo Fernandes e Spagnol (2003) trazem como características a fragmentação das atividades, a impessoalidade nas relações, a centralização do poder e a rígida hierarquia, o que pode ser observado através da conduta gerencial autoritária adotada pelos enfermeiros.
Diante da diversidade de subjetivos adquiridos pelo profissional enfermeiro, onde a conquista é substituída pela responsabilidade e a liberdade é aprisionada a limitação, permite ao profissional, adquirir meio e métodos para obtenção do caráter processual de autonomia na enfermagem.
Spagnol (2003), ainda infere que apesar das contribuições do modelo clássico de gerência, a organização do trabalho na área hospitalar, ao longo do tempo tem produzido efeitos negativos, os quais prejudicam o processo de trabalho. A autora ainda cita as dificuldades em atender prontamente às necessidades dos clientes e dos trabalhadores, o que interfere na qualidade dos serviços prestados, pois o trabalho é desenvolvido mecanicamente, sem vínculos com os clientes e com os profissionais do cotidiano.
No entanto, na atualidade, se fez necessária uma mudança de paradigma acerca da prática da gerência e do exercício do poder, que de acordo com Spagnol (2000) não passam de imagens e estereótipos da figura deste profissional, que foram historicamente construídos ao longo do tempo, e que atualmente, necessitam ser (des) construídas para se construir novas relações de trabalho na saúde e na enfermagem.
Nesta nova perspectiva, estão inseridos os princípios das teorias contemporâneas da administração, que propõe a organização centrada no trabalho em equipe, com redução das linhas hierárquicas e a comunicação vertical. Contudo a enfermeira deve desenvolver habilidades de liderança, principalmente para a formação de equipes em nível organizacional. Realizar um recrutamento efetivo, manter um grupo funcional, coeso e garantir uma prática de alta qualidade, as quais dependem da estruturação bem sucedida de uma equipe.
Portanto, se um administrador orienta, dirige e motiva, é um líder, fortalece os outros, destarte todo administrador deve ser um líder, pois como infere Foucault (apud POGREBINSCHI; 2004, p. 182), "O poder transita pelos indivíduos, não se aplica a eles [...] o poder transita pelos indivíduos que ele constituía".
Michel Foucault em todo o seu contexto histórico nos traz uma reflexão acerca do poder, para identificar o que se produz em meio às entrelinhas dos seus conceitos e tornar-se desafio significante em meio a isso.
Pogrebinschi (2004) faz uma discrição como notas metodológicas foucaulteana sobre as diversidades do poder. Primordialmente relata-se o princípio da localidade, onde o poder está nas formas e em suas instituições locais. No seguinte princípio o da exterioridade ou da objetivação, o que

Trata-se de não analisar o poder no nível da intenção ou de decisão, mas sim de estudá-lo sob a perspectiva de sua externalidade, no plano do contato que estabelece com o seu objeto, com o seu campo de aplicação. Trata-se, afinal, de buscar o poder naquele exato período no qual ele se estabelece e produz efeitos. (Foucault apud PROGREBINSCHI; 1999, p. 04).


A terceira nota metodológica refere-se ao princípio da circularidade ou transitoriedade, que o poder está na rede circulante, o qual fornece ao indivíduo a posição, seja ela, em seu exercício do poder, ou submissa a ele. No quarto princípio da ascensão, o que reforça a sua origem de baixo para cima. No quinto, analisa-se o princípio de não idealização, na qual se pretende afastar as compreensões ideológicas do poder substituindo-as pelos saberes. "O que Foucault não busca é compreender o poder pela via das instituições estatais, mas sim através de pequenas "técnicas", procedimentos, fenômenos e mecanismos que constituem efeitos específicos e não gerais ou globais de poder." (PROGREBINSCHI; 2004, p. 05). A sua formulação do conceito de poder perpassa um olhar além do Estado, o que infere o autor sobre a visão foucaulteana do poder.

O que ele quer ressaltar é a necessidade de se pensar o poder fora do campo do Estado e, mais especificamente, da soberania e de suas instituições. [...] que vai além dele, para buscar no micro e não no macro os elementos moleculares de sua realização cotidiana. (PROGREBINSCHI, 2004, p. 05)


"O fato é que o poder não pode ser apropriado; não por uma mesma classe, não de forma exclusiva, não de forma permanente, não por um mesmo grupo de pessoas." (PROGREBINSCHI; 2004, p. 11). Por tanto a idéia que se tem sobre a ideologia do poder vai da sua negatividade transparente na forma de execução do poder a sua positividade na resolutividade do exercício de sua ação, o poder assim transcreve de varias formas e compreensões a base de suas reflexões.

Mas existe um sistema de poder que barra, proíbe, invalida esse discurso e esse saber. Poder que não se encontra somente nas instâncias superiores da censura, mas que penetra muito profundamente, muito sutilmente em toda a trama da sociedade. Os próprios intelectuais fazem parte deste sistema de poder, a idéia de que eles são agentes da "consciência" e do discurso também faz parte desse sistema. (FOUCAULT; 1979, p. 71)
1.4 AS RELAÇÕES DE PODER INTERPESSOAL

Entende-se o poder como "faculdade de se governar, a liberdade ou independência moral/intelectual". (Ximenes, 1954, p. 102). A autonomia adquirida pela profissão de Enfermagem tem sido importante na compreensão do seu processo de evolução, tanto na sua relação com a equipe quanto na sua representação social. Estudos referidos dessa autonomia têm transitado em torno das relações de hegemonia enfermagem ? médico o que tem buscado ao longo do tempo, por pesquisadores, a redução das divisões entre diversas relações profissionais. Alcançando-as suas origens, características e o espaço em comum de saberes e fazeres entre elas.
Baseado nas Teorias das Relações Humanas, para Marquis (2005) ao homem surge uma nova concepção sobre a sua natureza, o que refere o homem social. Acredita-se que seu comportamento perpassa o âmbito social e familiar, o qual o mesmo conota comportamentos igualitários dentro e fora do seu meio, é o que se trata de uma conseqüência de muitos fatores motivacionais. Dentre esses, se observa à relação interpessoal, do qual, interfere de modo significante, na motivação do sujeito.
Quando o indivíduo apresenta dificuldades de relacionamento e interação com o grupo, passa-se então, ao comprometimento das atividades realizadas por ele, o que se pode dominar de "interferências psicossociais", o que decorre à falta de empenho, de comprometimento e moralidade pessoal.
Com a Segunda Guerra Mundial, passa-se a repensar em outras metas, onde se perde o interesse nas tarefas e começa a visualizar as pessoas. A hierarquia e a autoridade perderam espaço para a motivação e a liderança, o que se assemelha é que, o homem passa a ter felicidade em outro foco, baseado no homem social e não no homem econômico. Além dos conflitos gerados dentro da equipe de saúde, a autoridade, delimita-se ao que é próprio da profissão de enfermagem, e não a distância entre saberes e fazeres dentre as profissões. Assim,

"a autonomia desenha a partir das definições estabelecidas do que é essencial e do que é instrumental à profissão. [...] se concretiza na definição e no estabelecimento de núcleos de significados e de praticas essenciais e instrumentais, bem como na forma de como relacionam entre si." (GOMES, 2005, p. 01)
A idéia construída focaliza o trabalho e a relação inter-pessoal. Dando seguimento a compreensão de que as pessoas são motivadas diante das necessidades humanas, as causas, o que o leva ao alcance a satisfação em meio às relações com o grupo operacional, em que se relacionam

a percepção, o ser, o crescimento e o desenvolvimento, a imagem corporal, o espaço e o tempo são os conceitos do sistema pessoal. O enfoque da enfermagem no sistema pessoal é a pessoa. Quando os sistemas entram em contato uns com os outros, formam os sistemas interpessoais. (king; 1986 apud GEORGE; 2000, p. 172).


O processo funcional da equipe multidisciplinar vai da sua estrutura a seu trajeto relacional com os sujeitos. Diferente de suas funções, a autonomia, dá a compreensão, que se é indispensável no trabalho grupal. O que não conforta, é a sua necessidade de utilizar-se do poder, para exercer de atividades dispostas a ela.
Uma liderança baseada na ideologia da satisfação do grupo em meio de uma reciprocidade organizacional, com foco no objetivo central da empresa e do cliente, dá ao líder o poder mais centrado no que se busca a equipe, a resolutividade dos serviços. Pois, o comportamento dos grupos, depende das relações de poderes estabelecidos e exercidos sobre e entre eles.
Sempre ocorrerão alternâncias, pois logo surgem outras e outras necessidades de se motivar. Compreende-se ao indivíduo, a necessidade de se assegurar de riscos, o que o confere o melhoramento nas suas objetivações, além da participação como validade pessoal, o que o coloca como sujeito com aprovação social, reconhecimento do grupo, assim como a afeição e a auto-realização.
Segundo George (2000, p. 172) traz que "o crescimento e o desenvolvimento podem ser definidos como os processos na vida da pessoa, através dos quais, ela se move de um potencial de obtenção para a atualização do ser".




1.5 O PODER COMO PARTE DA LIDERANÇA

O que Marquis (2005) traz é que tanto na Teoria Clássica da Administração quanto na Administração Científica, a busca da eficiência das organizações dependem da eficiência das suas ações, ou seja, dependem da eficiência caracterizada pela ênfase da estrutura organizacional.
O status de líder, ao enfermeiro, já é dado desde o seu período acadêmico, quando o mesmo compreende que é o responsável pela equipe de enfermagem. Apesar da não aceitação da maioria, da categoria de enfermagem, parte dela, desenvolve naturalmente a atividade de liderança na equipe, no momento em que se delegam atividades aos menos preparados da equipe, o que infere Rozendo (1998, apud LEITE, 1947, p.34) na sua pesquisa.

Neste sentido, ainda segundo a autora, "a enfermeira chefe ocupa a posição chave da instituição inteira", podendo ser considerada a "alma de uma enfermaria", pois "dela depende o bom andamento do serviço, o bem estar dos doentes e a satisfação intima de que trabalha sob sua direção".

A enfermagem necessita de líderes comprometidos e motivados, direcionados às necessidades do paciente/cliente promovendo um serviço de qualidade. Trata-se de líderes que buscam a comunicação entre a equipe de enfermagem, o cliente e a organização. O que muitos líderes da enfermagem devem trazer, em sua bagagem é a capacidade de liderança baseada no interesse e na iniciativa nas relações de efetividade entre os membros da equipe e o cliente.
O que os apreciadores da liderança buscam em suas analíticas é compreender a liderança em base a personalidade e/ou que ela desenvolve, o que ela faz. O que estudos sobre a ideologia da liderança pelo enfermeiro nos mostra é que, na sua grande maioria, os enfermeiros relatam que o líder deve compreender no âmbito das relações pessoais, de modo holístico, aceitabilidade de opiniões, relações inter-pessoais favoráveis ao cliente e a equipe, que seja flexível diante das colocações dadas, que haja um retorno de ambas as partes.

Percebeu através de relatos de enfermeiras, que a dominação ao se concretizar em ações visíveis produz efeitos diretos que evidenciam relações desiguais no comportamento da enfermeira. "Quando dominada ela evita conflitos, responde com paciência, busca dialogo, utiliza o conhecimento... Quando domina, utiliza autoridade, norma, rotina, punição, troca de setor, transferência, persuasão e/ou dialogo". (NÓBREGA-Therrien apud TREVIZAN, 2001, p. 03)

O que relata Trevizan (2005) sobre o resultado de sua pesquisa é que no comportamento do enfermeiro, enquanto líder, baseia-se também na sua localidade de execução, onde a complexidade e o ritmo acelerado das mudanças do ambiente, interferem de modo significante na indefinição do comportamento dos líderes. E enfatiza que,

A liderança tem poucas chances ou condições de avançar na enfermagem se não deliberadamente estimulada por meio de atitudes inovadoras, de projetos e investimentos pessoais e grupais e pela união de todos os enfermeiros acreditamos que cada um pode contribuir com isso (TREVIZAN & HIGA; 2005, p. 04).

















2. TRAJETO METODOLÓGICO E ANÁLISE DOS DADOS


2.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS

A trajetória metodológica está intencionalmente ligada à característica da pesquisa adotada pelo pesquisador. Esta escolha utilizou-se da natureza qualitativa, para o direcionamento das atividades processuais metodológicas, onde se trabalhou concomitante a eficácia da resolutividade do estudo. No entanto no estudo das Ciências Sociais, o que o torna característico é o estudo da identidade entre o sujeito e o objetivo da investigação. Onde a pesquisa realizada entre o pesquisador e o objeto/sujeito a ser estudado tem relações de familiaridade, nesta relação em que o homem, seja por fatores culturais, de classe, de idade, de religião e qualquer que seja, se torna e/ou o faz um sujeito exposto a investigações, onde o observador e o sujeito a ser observado fazem parte da pesquisa a ser estudada.
Neste sentido esta pesquisa trata-se de uma pesquisa social estratégica de natureza qualitativa e descritiva, o que tende a apontar um estudo voltado a percepção, do ser humano em sociedade, de suas relações e instituições, de sua história e de sua produção simbólica. Como refere Minayo (2006, p. 36), "o certo é que o campo cientifico tem suas regras para conferir o grau de cientificidade ao que é produzido e reproduzido dentro e fora dele.
Num universo do qual fez uso de sujeitos atuantes em unidades de serviços de saúde da rede básica e hospitalar, assim com de uma unidade educacional do município de Cruz das Almas ? Bahia, nos aspectos de serviços Público e Privado, onde se concentra profissionais de enfermagem, enfermeiro, atuantes no seu exercício profissional, de cunho administrativo, gerencialista e assistencialista. A pesquisa realizada teve como locus, o município de Cruz das Almas - Bahia.
O método qualitativo é uma estratégia utilizada para a aplicação do estudo da história, das representações, das percepções e opiniões, resultado do produto gerado pela interpretação humana do que fazem a respeito de como vivem, constroem seus artefatos e a si mesmos, sentem e pensam. (MINAYO; 2006, p. 57)
Os sujeitos contribuintes da pesquisa foram, enfermeiros de três unidades distintas, totalizando em 5 categorias distintas: enfermeira de unidade hospitalar, enfermeira de unidade básica ? PSF (Programa de Saúde da Família), enfermeira de coordenação da unidade básica, secretário municipal de saúde, coordenador de instituição educacional de saúde.
A coleta dos dados atribuiu-se em etapas, das quais se utilizou duas destas, onde a primeira formulou-se da pesquisa bibliográfica, como estratégia para aquisição de conhecimento científico e compreensões a cerca do conceito poder e da prática do poder em todo o processo histórico da enfermagem.
Este trabalho utilizou de uma pesquisa social estratégica de natureza qualitativa e descritiva. Como relata Minayo, 2006, "compreendo a pesquisa social como os vários tipos de investigação que tratam do ser humano em sociedade, de suas relações e instituições, de sua história e de sua produção simbólica". E sobre tudo reafirma que a pesquisa social estratégica apresenta uma relação favorável ao conhecimento e a avaliação de problemas e políticas do setor Saúde.

Pesquisa estratégica: baseia-se nas teorias das ciências sociais, mas orienta-se para problemas concretos, focais, que surgem na sociedade, ainda que não caibam ao investigador as soluções praticas para os problemas que aponta. Ela tem a finalidade de lançar luz sobre determinados aspectos da realidade. (MINAYO; 2006, p. 50)


A segunda com aplicação da entrevista e coleta dos dados direcionados por ela. O que se utilizou de uma entrevista estruturada e semi-estruturada, através da utilização de um roteiro contendo 5 perguntas, direcionadas a temática trabalhada, e mais duas perguntas relacionadas a identificação dos sujeitos, tipo, tempo de trabalho? Atuação? Entre outras. Utilizando gravação para coleta dos dados.
O método da entrevista foi utilizado devido à qualidade e facilidade da pesquisa, para implantação e coleta dos dados, além de proporcionar aos sujeitos total abertura para desenvolvimento da sua fala, economizando em tempo tanto ao sujeito quanto ao pesquisador. O qual se procedeu de perguntas simplificadas e de fácil entendimento, direcionadas a percepção dos sujeitos diante de algumas situações que necessitam da habilidade de executar o poder em suas formas mais complexas.
Após a entrevista e coleta dos dados, as respostas foram distribuídas por categorias que retratam os princípios da genealogia do poder, segundo Foucault, procedendo-se análise e discussão dos dados. Nesse contexto, utilizou-se de extrema cautela, para que não houvesse qualquer relação das respostas à identificação dos sujeitos.


2.1.1 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS.

Quanto aos aspectos éticos legais desta pesquisa fundamentou-se na presente Resolução 196/96, a qual se baseia nos principais documentos internacionais que emanaram declarações e diretrizes sobre pesquisas que envolvem seres humanos. A qual incorpora,


"sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado." (MS, 2001, p. 98)

O qual atendeu as exigências éticas e científicas fundamentais, o que promoveu a eticidade da pesquisa, dando aos participantes autonomia para aceitar ou não o papel de sujeito da pesquisa, em qualquer fase da pesquisa.
Através do termo de consentimento livre e esclarecido, os sujeitos autorizaram sua participação voluntária na pesquisa, assegurados quanto ao direito de retirarem o consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem nenhuma penalização ou prejuízo ao seu cuidado.
Ponderando-o a beneficência, não maleficência, justiça e equidade e adequando-os aos procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteção da imagem e a não estigmatização. Além aprovação da avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa ? CEP.


2.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capitulo, realizamos a apresentação, analise e discussão dos resultados do estudo, sendo caracterizado da seguinte forma: quanto à identificação dos sujeitos, assegurados aos aspectos éticos e legais da pesquisa, ao sexo, ao tempo de formação, ao cargo atuante e a unidade que se procede a referida atuação. Como mostra o quadro 1 abaixo:


Quadro. 1 Caracterização e descrição simplificada dos sujeitos entrevistados

SUJEITOS SEXO TEMPO DE FORMAÇÃO CARGO UNIDADE
Sujeito 1 Fem 4 anos Enfermeiro Rede hospitalar
Sujeito 2 Fem 6 anos Secretaria de saúde Administrativa
Sujeito 3 Fem 5 anos Coordenação Unidade Básica
Sujeito 4 Fem 5 anos Enfermeira Unidade Básica
Sujeito 5 Fem 16 anos Coordenação Administrativa

A apresentação das falas dos enfermeiros, foi agrupada de acordo a sua apresentação, seguindo a analise das categorias que se mostram significativas, dos sujeitos participantes da pesquisa. Utilizando-se dos princípios da genealogia do poder de Foucault, onde concentra-se os princípios da localidade, exteriorização ou da objetivação, circularidade ou transitoriedade, da ascensão e da não-ideologização.


2.3 CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS QUE EMERGIRAM DO ESTUDO:

Ao início da análise de dados, será apresentado o conceito e definições de poder pensado por eles. Nas referidas categorias de 1 a 5 apresentaremos a percepção dos enfermeiros a cerda da prática do poder em determinadas situações, na sua atuação do trabalho da enfermagem, relacionado-as aos princípios da genealogia do poder de Michael Foucault.
Sendo na primeira categoria: princípio da ascensão, tendo como subcategoria: O poder exercido pelo cargo. Na segunda categoria: princípio da circularidade ou transitoriedade, com a subcategoria: Independência para tomada de decisões. Na terceira categoria utilizou-se princípio da localidade, seguido da subcategoria: Situação em que autonomia e decisão prevalecem na hierarquia do poder. A quarta categoria: princípio da exterioridade ou da objetivação, apoiada a subcategoria: Comportamento ao receber uma decisão superior. E na quinta categoria: princípio da não-ideologização, e a subcategoria: Comportamento dos subordinados ao receber uma decisão do enfermeiro e de uma decisão superior.
Finalizando a apresentação dos dados, a percepção do enfermeiro frente à reação das pessoas que pertencem ou não a categoria, ao poder exercido por ele.


2.3.1 PODER: CONCEITOS E DEFINIÇÕES.

A concepção de Poder que os sujeitos trazem, está diretamente ligada a competência administrativa de lidar com a capacidade de poder, desempenhar atividades, funções, de modo que se estabeleça uma resolutividade positiva dessas ações. É a liderança, frente à execução do poder, onde a capacidade de exercer, conduzir, realizar determinada ação sobre o sujeito ou objeto, dá ao líder o total poder sob um determinado grupo.
O líder, tem por objetividade amenizar os atritos e facilitar uma comunicação entre as extremidades, o que o dá na maioria das vezes seqüelas de injustas conotações, baseado na concepção e avaliação da sua execução, do seu cargo.
Nas conotações históricas do poder, a hierarquia monárquica tem sido marco na hegemonia do poder, onde a centralização fortalece a utilização do poder como resolutividade de atividades de cunho pessoal, baseado no desejo e na intenção. E aliado a isso se encontra a historicidade da liderança, utilizada como sujeito dominador e determinador de funções gerenciais, o que quebra a ideologia de que o líder seja o sujeito, o elo, entre as extremidades de indivíduos.
O poder na sua ideologia, no seu exercício, deve-se estabelecer na concepção do fortalecimento de raízes ideológicas pensadas por Foucault. Trabalhando o conceito de poder como foco de "estado" ou permanência temporária, produzindo verdade, resolutividade e positividade, Poder.
O que inferem os sujeitos é que, na maioria das vezes a comunicação estabelece um elo fundamental para contribuição do exercício do poder, de modo que o autoritarismo abra espaço para a democracia e autonomia.


Poder? [...] é você ter autonomia de conseguir desempenhar aquela função, aquele trabalho, resolver aquele problema [...] é algo que você possa alcançar que esteja dentro da sua competência. (Sujeito 1)

Poder...! é uma palavra bem abrangente... exercer o poder é complicado e ao mesmo tempo depende de quem tá na condução desse poder. As vezes o poder beneficia outras vezes atrapalha [...] exercer o poder é você demonstrar que você é líder, que você representa uma categoria, representa uma classe, e é isso! (Sujeito 2)

Ele sempre foi um pouco influenciado pela questão da liderança... é a capacidade, é a autonomia que alguém tem de poder executar alguma ação... (Sujeito 3)

É quando você exerce uma força sobre algo ou alguém e a depender da forma como você usa esse poder pode ter uma conotação negativa... (Sujeito 4)

Poder é quando o indivíduo ele tem a capacidade técnica, ele tem conhecimento pra isso, ele tem habilidade, ele tem humildade para desempenhar uma determinada função [...] Quando você concentra e diz estou apto a isso, então eu tenho o poder sobre aquelas pessoas que não tem essa habilidade, essa competência para realizar determinado trabalho. (Sujeito 5)


Para Foucault (1979, p. 75) "Onde há poder, ele se exerce. Ninguém é, propriamente falando, seu titular; e, no entanto, ele sempre se exerce em determinada direção, com uns de um lado e outros do outro; não se sabe ao certo quem o detém; mas se sabe quem não o possui".
A análise de poder quanto à ideologia de Foucault, identifica juntamente aos sujeitos a forma como ele se estabelece, de como ele é executado, o que muitos inferem é que o poder se faz em decorrência da sua necessidade e ou situação. O poder que se estabelece a depender da forma de sua execução transcreve o positivismo e a negatividade do poder
O que Foucault quer e o que os sujeitos trazem é a compreensão do poder de forma positiva, pois ao mesmo tempo que se obtém o poder, o mesmo se direciona a outro individuo, transformando em algo transferível.
A forma como se elabora, se organiza e se executa o poder, pode ou não vim a interferir as suas ações. A imagem real a ser trabalhada do poder é a diferenciação da suas categoria e organização, o uso de estratégias para a compreensão e execução da utilização do poder, contribuem de modo significante para o desenvolvimento do mesmo.


2.3.2 PRIMEIRA CATEGORIA: PRINCÍPIO DA ASCENSÃO.

Nesta referente categoria, apresentamos a compreensão do poder exercido pelo profissional enfermeiro diante a execução da sua prática no cargo que a ele estabelece. Onde identificamos o princípio da ascensão pensado por Foucault. Nele os sujeitos referem o poder como instrumento para realização de atividades.

2.3.2.1 O Poder exercido pelo cargo

O que para Foucault a análise a ser compreendida quanto ao princípio da ascensão, transcorre na ideologia de que o poder independe de suas direções, e que desfaz a idéia do poder de origem decrescente.
A compreensão de poder exercido pelo cargo que os sujeitos ocupam, tem como base a maneira como ele é pensado, organizado, construído e executado. Tendo a estratégia organizacional esboçados na idéia do Poder baseado nas forças e formas de sua execução, na capacidade e habilidade em exercer algo sobre alguém, seja de origem democrática ou autocrática.
É nesse contexto de idealizar e de exercer o poder em diferentes instâncias, que os sujeitos colocam em variadas vertentes, a ideologia da construção do poder em foco na execução das suas ações, nos cargo que ocupam.


É o poder de conduzir, coordenar a minha equipe de trabalho, é... o poder de estar realizando as minhas atividades dentro da minha competência. (Sujeito 1)

Poder de decisão, de liderar, de coordenar, direcionar os trabalhos... de decidir em alguns momentos. (Sujeito 2)

O poder de fazer! O poder de exercer... ou de tentar exercer... o único poder que eu quero, que eu busco pra mim é o poder de fazer, de poder exercer realmente a minha função. (Sujeito 3)

O poder de fazer cumprir normas e rotinas [...] (Sujeito 4)

Não é um poder autoritário, é um poder aonde a gente divide, é um poder democrático mas um poder com limite, [...] (Sujeito 5)


Foucault (1979, p. 75) refere que, "a noção de "classe dirigente" nem é muito clara nem muito elaborada. "Dominar", "dirigir", "governar", "grupo no poder", "aparelho de Estado", etc... é todo o conjunto de noções que exige análise. Além disso, é necessário saber até onde se exerce o poder, através de que revezamentos e até instâncias, frequentemente ínfimas, de controle, de vigilância, de proibições, de coerções".
A análise atribuída dos sujeitos associados à ideologia de Foucault, do princípio da ascensão, se liga a necessidade de se compreender o poder de modo que se consiga entender a sua necessidade e a sua forma de ação. O que tanto os sujeitos quanto Foucault quer trata-se de uma execução de poder mais centrado na competência de sua ação baseado na limitação, o que se deve reconhecer até que ponto o meu poder se estabelece diante do poder do outro.
É compreender o poder como forma de estabelecer critérios para organização das atividades e ações, para que favoreçam a resolutividade de modo a satisfazer a quem exerce e a quem executa as ações, diante do poder.


2.3.3 SEGUNDA CATEGORIA: PRINCÍPIO DA CIRCULARIDADE OU TRANSITORIEDADE.

Nesta categoria, apresentamos a execução da prática do poder do profissional enfermeiro mediante a tomada de decisões independentes. O qual segundo os sujeitos se estabelece de modo pensado e articulado a resolutividade das ações. Onde identificamos o princípio da circularidade ou transitoriedade pensada por Foucault. Nele os sujeitos referem o espaço para tomada de decisões existente, porém limitados.


2.3.3.1 Independência para tomada de decisões.

O poder na sua concepção logística, trata-se de uma concepção voltada ao poder e ao saber, na sua conotação simplificada, o poder esta envolta aquele que tem a capacidade e habilidade para exercer algo sob alguém. Geralmente a forma de execução e compreensão deste poder estabelecido, transpõe a idéia de negatividade, repressão. Para que se exerça o poder sob alguém é necessário que se tenha um respaldo teórico ? cientifico, uma legitimidade da determinada ação sob a dada decisão.
O que poucos percebem é que a dinamicidade que o poder se estabelece em toda a sua lógica, o que permite em algum momento que se adquira a oportunidade em exercê-lo. O que não se pode pensar é numa lógica voltada à imposição e determinação de uma ação sob o sujeito, o individuo.
No seu principio da transitoriedade, o individuo adquiri, ao longo de sua vida, essa possibilidade de exercê-lo. O que se trata de uma rede de alterações recorrentes, tanto de execução quanto de submissão do poder.
Para os sujeitos o que os permite tomar decisões independentes, é o fato de poder estar exercendo-o dentro das suas competências, dentro do seu espaço, onde na maioria das vezes, pensa-se na tomada de decisão como algo que seja posterior a tentativa de democratizar.


Na unidade hospitalar eu não me sinto independente, a rotatividade de pessoas que tem poder é maior... então o poder na verdade é dividido [..] quanto no PSF que você na verdade tem um poder maior, você é a coordenadora, é você quem decide, é você quem direciona. (Sujeito 1)

Dependendo das situações sim [...] decisões que não envolvem diretamente, questões financeiras, recursos financeiros, contratação de profissionais agente consegue ter o poder decisório. (Sujeito 2)

Sim, há um espaço sim, e eu acho que esse é o espaço que me foi disponibilizado... eu sinto essa autonomia, eu tenho esse autonomia pra deliberar, pra ser responsável pelas minhas ações (Sujeito 3)

Na verdade esse espaço existe, mas não é o que nos utilizamos porque trabalhamos em equipe multidisciplinar, e pra tomar decisões tem que ser feito reuniões [...] geralmente eu não tomo essa decisão unilateralmente sem consultar a equipe. (Sujeito 4)

Eu posso sim... E vou me responsabilizar pela minha atitude. (Sujeito 5)


A idéia que Foucalt (1979, p. 75) traz quanto à lógica organizacional do poder, é a necessidade de limitações de execução, onde ele afirma que, "além disso, é necessário saber até onde se exerce o poder, através de que revezamentos e até instâncias, frequentemente ínfimas, de controle, de vigilância, de proibições, de coerções."
A ideologia da Transitoriedade do poder aplicada por Foucault infere a necessidade de compreensão dos limites do poder, o que ele quer é o entendimento do poder de modo a identificar a sua possível transição em todo o sentido que ele se executa.
O que ele relaciona aos sujeitos vai da concepção da necessidade de tomadas de decisões ligando-se a necessidade de cada ação. Cada decisão depende da forma como ela pode se estabelecer dentro dos limites de suas ações, fazendo uma analise sistemática da hierarquia do poder ligada a suas ações, onde independe de quem pode advir, mas como deve ser executada.


2.3.4 TERCEIRA CATEGORIA: PRINCÍPIO DA LOCALIDADE.

A categoria da qual se refere, apresentamos a percepção dos sujeitos quanto à situação em que autonomia e decisão prevalecem na hierarquia do poder. O que para eles ocorrem dentro da competência de cada cargo exercido. O resgata o princípio da localidade referido por Foucault.


2.3.4.1 Situação em que autonomia e decisão prevalecem na hierarquia do poder.

No que tende a competência do profissional de enfermagem, quanto a sua autonomia e decisão, a relação de poder permanece constante, fortalecendo-se e transformando-se em apoio para a utilização do autoritarismo no limite da democracia.
A idéia central da desmistificação do poder centrado em bases institucionais. Trazendo para a utilização de estratégias fundamentadas nos saberes, entende-o como fonte de meios para a aquisição da efetividade das ações, favorecendo um campo enriquecido e fortalecido de poder.
O que os sujeitos trazem é a autonomia aliada à coordenação, competência, argumentação, como base para desenvolvimento de estratégias de poder fazer.
Nas situações em que esse poder esta dentro da minha competência... de fazer, de ser responsável por aquilo... eu consigo manter a minha hierarquia. (Sujeito 1)

Bom a autonomia... enquanto coordenador a todo o momento você tem que ter a postura de conduzir... favorecendo a instituição como também os profissionais, então a autonomia é exercida. (Sujeito 2)

[...] a minha decisão... não é uma decisão unilateral, não é uma decisão autoritária, eu busco não ser autoritária e nem dominar totalmente essa decisão, [...] porque nos temos dentro da estrutura outros líderes. (Sujeito 3)

Na parte gerencial de fazer cumprir as normas e rotinas nesse momento a gente tem que estar usando a autonomia e o poder [...] (Sujeito 4)

Desde quando essas decisões estejam bem claras, com fundamentação com argumentação, aí sim você tem, agora você não poder decidir algo que você não tenha planejamento, uma organização, só por apenas um capricho ou um desejo [...] qual o seu poder de decisão pra isso? para que você não possa agir impulsivamente. (Sujeito 5)


O que para Foucault (1979 p. 147), "Na verdade, nada é mais material, nada é mais físico, mais corporal que o exercício do poder..." e exerce-lo com positividade e resolutividade trata-se de uma tarefa complexa, onde "o poder é o poder concreto que cada indivíduo detém e que cederia, total ou parcialmente, para constituir um poder político, uma soberania política." (FOUCAULT; 1979, p. 174).
A compreensão dos sujeitos referem uma analogia a perda da autonomia nas suas decisões de corrente da necessidade de fazer com que o outro entenda a justificativa de exercer-la. O que para Foucault reflete na positividade de sua função baseia-se na resolutividade sua ação, onde o poder deve se concentrar no fazer, onde se enfatiza a comprovação de suas ações.


2.3.5 QUARTA CATEGORIA: PRINCÍPIO DA EXTERIORIDADE OU DA OBJETIVAÇÃO.

Na seguinte categoria refere-se ao princípio da exterioridade ou da objetivação pensado por Foucault. Com a subcategoria: Comportamento ao receber uma decisão superior, onde nele os sujeitos referem-se estabelecer uma relação favorável para a aceitação da decisões, com base no diálogo e compreensão.


2.3.5.1 Comportamento ao receber uma decisão superior.

O que se traduz ao princípio da objetivação é a idéia de pensar num modelo de poder distante da pessoalidade das decisões, é pensar num poder voltado a execução com bases objetivas direcionado ao campo de aplicação. O que afasta a compreensão a intencionalidade e a objetividade irremediável, na busca da objetivação centrada na busca do momento certo para a execução do poder, onde ele se estabelece e produz.
Aos sujeitos, obtiveram a compreensão do poder por decisão, a nível superior, como necessidade de se compreender e de se desenvolver a ação de modo que, seja centrado em estratégias de cunho científico e de argumentações positivistas voltadas a todos os níveis. Como relatam os sujeitos ao receberem uma decisão superior.


Acato! Como muitas coisas que às vezes você não acha nem certo... É a questão da hierarquização, você tem que aceitar os seus limites, [...] mesmo que eu até opine contra, eu acato! (Sujeito 1)

O meu superior é uma pessoa que eu tenho um contato muito próximo, então nunca me impôs nenhuma decisão assim que eu tinha que acatar e pronto, sempre dialogamos muito e de maneira que venha sempre favorecer ambos os lados, mas se de repente essa decisão vier ser tomada a gente tem que pesar até que ponto você pode? Se for uma coisa que vai comprometer o seu trabalho? Que vai comprometer enquanto profissional? Eu acho que você não deve aceitar tudo naturalmente. (Sujeito 2)

Agente analisa, escuta com respeito, aceita a decisão... acho que não existe uma decisão que funcione, que tenha uma resolutividade se não houver o diálogo. [..] se não houver entendimento entre as partes fica meio conflituosa. (Sujeito 3)

Depende se ela não for de encontro aos meus princípios eu vou cumprí-la, mas isso vai depender muito do contexto dessa decisão mais geralmente o que se faz é cumprir essa decisão. (Sujeito 4)

Se ele decidir algo que tem fundamentação que está coerente, está fundamentado, não tem porquê ser questionado, então atitude dele... é admissível. (Sujeito 5)


O que Foucault (1979, p. 174), traz quanto ao principio da objetivação é que se trata de não analisar o poder no nível de intenção ou da decisão, mas sim de estudá-lo sob a perspectiva de sua externalidade, no plano do contato que estabelece com o seu objeto, com o seu campo de aplicação.
A relação apresentada pelos e sujeitos e associada ao princípio da objetivação de Foucault, se estabelece de modo a compreender as vertentes que regem o poder, onde a execução do mesmo depende do destino a ser dado a ação, ou seja, deve-se compreender a objetividade da ação do poder para que se obtenha a resolutividade. O que se afirma trata-se de compreendê-lo dentro da sua característica definidora, não estabelecendo-o sem pensar na sua objetivação.


2.3.6 QUINTA CATEGORIA: PRINCÍPIO DA NÃO-IDEOLOGIZAÇÃO.

A categoria apresentada refere-se ao comportamento dos subordinados ao receber uma decisão do enfermeiro e de uma decisão superior. O que estabelece uma relação ao princípio da não-ideologização do poder de Foucault, onde para os sujeitos a aceitação ocorre mediante ao esclarecimento e compreensão dados.


2.3.6.1 Comportamento dos subordinados ao receber uma decisão do enfermeiro e de uma decisão superior.

No que se diz quanto ao poder, sob uma ótica do poder sem ação, ou seja poder no intuito de desenvolvê-lo sem a prisão, sem as suas características punitivas. Transmite algo de extrema relevância em todo o contexto de poder, que se liga a produtividade e positividade do serviço.
O que na grande maioria retrata a idéia repressiva do poder, que Foucault tem trabalhado para eliminá - la, em muitas das vezes tem se deixado desenvolver em meios a grupos de interesses, de força a indivíduos, envoltos a características monárquicas do poder político.
As comportas do saber sob a lógica do poder, é o que refere Foucault, sob o seu princípio da não-ideologização. Onde a ideologia, abra espaço para a tomada de decisão voltada aos saberes. O que traz os sujeitos é a relevância de se pensar em normativas essenciais para o resgate do poder positivista, democrático, executado em meios a estratégias para resolutividade. É o que referem os sujeitos quanto ao comportamento dos subordinados diante de uma decisão sua:


Na maioria das vezes eles cumprem [...] eu sempre gosto de trabalhar em equipe até pra não errar só, eu acho assim que quando você tem opiniões você erra menos... então normalmente quando eu tomo decisões elas são acatadas. (Sujeito 1)

Geralmente assim quando a gente tem que tomar uma decisão... Às vezes a gente tem algumas dificuldades.. Mas, geralmente eles acabam resistindo quando é uma decisão que vai acabar tendo uma interferência... conseqüência, mas, na grande maioria, a gente consegue manter um bom diálogo com os subordinados. (Sujeito 2)

Eles podem deixar transparecer uma coisa e não ser, mas, [...] eles nunca se queixaram ao receber esse tipo de ordem, de comunicado. (Sujeito 4)


Como diz Foucault, "não são as ideologias, mas instrumentos de formação e acúmulo de saber. Ao exercer-se, o poder forma, organiza e coloca em circulação um dispositivo de saber." (Foucault; apud POGREBINSC, 2004, p. 183).
A relação dada entre os sujeitos e o autor no mostra a necessidade de se compreender o poder fora da sua organização, é pensar no poder dentro da sua necessidade, ação e objetivação, dentro dos limites éticos e morais, é se estabelecer de modo a entender a importância de exercer o poder ao outro de modo que ele execute a sua ação, por compreender a necessidade da ação. Trata-se de analisar a teoria da não ideologização e entender que o individuo apresenta valores dos quais devem ser lembradas a cada pratica do poder.


Também, também são acatadas! Porque na verdade essa decisão proveniente de uma decisão superior ela passa pra mim pra depois ser passada pro meu subordinado. Então na verdade é como se fosse uma decisão que ele tem que tomar independente de onde ta vindo. (Sujeito 1)

É eu acho que tudo está dentro deste contexto... sempre existe diálogo, às vezes vão de encontro a algumas decisões mas no final das contas acabam fazendo em benefício ao que se propõe. (Sujeito 2)

[...] a decisão quando ela é compartilhada ela não gera conflitos [...] (Sujeito 3)

Aí a gente tem que fazer cumprir, na verdade agente tem que passar essa decisão aos subordinados e de uma forma que eles entendam, [...] tudo vai depender muito da forma com que for passada, se você não explicar o porquê, as pessoas irão ter dificuldade em aderir essa decisão. (SUJEITO 4)


Foucault (1979, p. 75), reafirma que, atualmente se sabe, mais ou menos, quem explora, para onde vai o lucro, porque mãos ele passa e onde ele se reinveste, mas o poder... sabe-se muito bem que não são os governantes que o detém.
O que se compreende é a necessidade de saber a quem pertence o poder e identificá-lo, de modo a fazer com que a sua execução se conceitue em meio a não centralização do poder, nem a não incompreensão do mesmo. o que faz do poder uma negatividade diante de sua hegemonia.


2.2.7 REAÇÃO DAS PESSOAS QUE PERTENCEM OU NÃO A CATEGORIA, AO PODER EXERCIDO PELO ENFERMEIRO.

A percepção dos sujeitos diante da reação de outras categorias transparece a dificuldade em aceitar e fazer cumprir o exercício do poder perante as demais categorias fora da enfermagem. O que resgata um papel histórico da origem da enfermagem, onde o saber médico possibilita uma posição do poder de enfermagem inferior, em detrimento a sua categoria.
Esta análise se refaz mediante a autonomia adquirida pela classe de enfermagem em todo o seu processo histórico, ao perceber-se que nos dias atuais a classe de enfermagem atua com total confiança e autonomia decorrente da aquisição do conhecimento científico, conseqüentemente na autonomia das suas ações. O que tem se consagrado com quebra da enfermagem tecnicista, para uma enfermagem científica, com bases científicas, para investigação, análise, interpretação, implementação e resolutividade da assistência ao cliente, permitindo a discussão do tratamento a ser implementado ao cliente.
Ao pensar numa análise detalhada do poder, Foucault utilizou-se de meios metodológicos para obter uma análise cautelosa e sistematizada do poder. Compreendendo as suas raízes, origens. Essa genealogia fez conhecer novos princípios do poder, onde se analisa as suas formas, em suas instituições.


Às vezes a gente percebe que entre algumas categorias incomodam um pouco, principalmente quando essa categoria se acha superior a você, [...] às vezes a questão do médico achar que não aceita ser subordinado a enfermeira, porque na maioria das vezes eles se sentem superiores, então existe às vezes esse tipo de coisas, mas na maioria das vezes graças a Deus eles reagem bem. (Sujeito 1)

Da mesma categoria as pessoas dão apoio, reconhecem, trabalham e de categorias opostas agente percebe que tem profissionais que acabam até mesmo pela própria formação... pelo perfil, tem um pouco de resistência em aceitar [...] (Sujeito 2)

Normalmente algumas esperam que o poder ele seja exercido de forma autoritária, e por isso acaba sendo confuso, [...] eu acredito que, o poder, relações de poder entre as pessoas ela deve ser exercida de uma forma que [..] agente tenha o poder de fazer, só. (Sujeito 3)


O que para Foucault (apud PADILHA, 1982, p. 2) representa é desde Florence Nightingale a disciplina, a obediência e a subserviência na enfermagem, são consideradas como parte indissociável do exercício diário, não apenas no que concernem as ações assistenciais, como também as relações entre enfermeiro e o médico, a equipe de enfermagem e a administração hospitalar.
O poder da lei se funde à teoria repressiva do poder, à negatividade do poder procedeu-se da história política proveniente da formulação do pensamento ocidental. A permanência, a insistência de uma hierarquia centralizada nas teorias jurídicas do poder, avançando-o contexto histórico e fortalecendo a sua permanência ao longo do tempo no poder repressivo da monarquia do rei. O que Foucault em seus pensamentos exprime, é a síntese de todo o contexto que se alicia nas rejeições das teorias políticas do poder, onde necessita-se da visão negativista do poder como direito, lei.
O que os sujeitos referem em seus relatos, são pequenos desentendimentos e conflitos, diante de reações de profissionais da categoria, gerando em alguns casos a não aceitação.








CONSIDERAÇÕES FINAIS


O contexto histórico Foucaulteano retrata a idéia da concepção do poder em várias vertentes, a sua origem, a sua disseminação, compreensão e execução, perpassa em uma delicadeza a interpretação do poder em sua lógica real, a verdade.
O que inicia a concepção do poder para Foucault, se localiza na quebra das teorias jurídicas do poder, o que se trata do rompimento de todo o contexto político moderno para a legitimação do contratualismo. Não se pode pensar no poder em bases economicistas, o qual associa a concepção do poder como práticas da Teoria Jurídica Clássica, trazendo-o a um poder direito, que torna um poder possível a transferências e alienações, ou seja, utiliza-se o indivíduo como sujeito as manipulações, sem voz ativa. Trata-se de uma espécie de disseminador de ordens, o que reproduz toda a dominação de classe operada pelo capitalismo.
A alternativa Foucaultena para libertação dessa análise econômica do poder esta na quebra de paradigmas do poder baseado na ação ou força. Configurando-a em algum lugar entre o direito e a verdade. Analisando-o seu exercício e a compreensão do mecanismo de poder, ambos limitam-se no seu contexto, o direito e a verdade na concepção de legitimação do poder.
A legitimação dessas transforma o direito no poder da execução da verdade para a resolutividade do poder.
A idéia que Foucault traz quanto ao poder é de afastá-lo da concepção negativa da repressividade e da lei. Atraindo-o a idéia duma concepção voltada ao poder como estratégia de produtividade, como um foco libertador voltado a positividade do sistema, onde o poder-saber da idéia de produto do conhecimento, ao indivíduos e/ou sujeitos.
No pensar das relações com a equipe multidisciplinar, o que se vê na atualidade é que, a conduta de execução das atividades do enfermeiro se estabelece de modo que dá ao médico, a função de poder, acima ao da enfermagem, onde o enfermeiro exerce entre outras, a função de transitar e executar as prescrições medica e institucional. No que refere Trevizan (2002) sob a ética como pauta para a conduta gerencial da enfermagem é que "o enfermeiro transmite instruções do hospital, assim com instruções relativas às prescrições médicas assegurando, então, o cumprimento destas ordens e controlando sua obediência a elas e ao regulamento hospitalar". O que essa colocação de Trevizan conota é que, é pertinente a preocupação com o funcionamento e condução das organizações em meio à equipe, onde se necessita de uma amplitude holística sobre a conduta gerencial da enfermeira, valorizando-os profissionais e as prioridades do paciente.
No que se confere a ideologia do poder, é necessário à compreensão cautelosa sobre o mesmo, o que infere Foucault sobre a sua compreensão do poder no traz um relação efetiva da realidade de instancias e situações. O poder não é algo inato ao homem, apenas a ele é adquirido em algum momento de sua vida, independente de status ou valores.
Nas teorias da Escola Clássica de Administração, o bom desempenho do administrador, depende de sua relação com a equipe. Na enfermagem também se percebe a importância da efetividade de suas relações, e diante da execução do poder, com resolutividade de sua ação, dá a equipe um elo relacional favorável ao desempenho pessoal e grupal. O que não se pode esconder é a forma de sua execução, de conformidade e obediência aos que estão acima do poder da enfermagem, e de autoridade aos que estão abaixo dele.
Toda liderança, em especial a enfermagem, tem chances ou condições de avançar, se pensada e estimulada em meio inovador, em base de projetos, cursos, investimentos pessoais e de grupos.
Segundo Rozendo, 1998, "faz-se necessário romper com determinadas as práticas autoritárias, rumo à construção de uma práxis. [...] É mister pensar a liderança como um instrumento a serviço da mudança efetiva".
O que se concluiu, é o fato de que a equipe necessita de uma visão humanística, sobre a sua organização e realização grupal/pessoal. O que se observa, é que o êxito nas suas realizações, se tem dado com o sucesso das formas de tratamento e gerenciamento dos sujeitos, como arma para o desempenho das organizações. Subsidiados com o condutor/administrador quanto ao relacionamento interpessoal, motivação, resolução de conflitos e condução de pessoas, orientando-os em base ao comprometimento e objetivos das organizações, de modo a liderarem sujeitos, desenvolvendo confiança, tratando-os com respeito e dignidade, estimulando mudanças e priorizando as capacidades e competência da organização.
Diante dos resultados obtidos, observa-se a positividade da essência da pesquisa para compreensão da ideologia do poder pensada por Foucault. As formas a compreensão dada da conceituação de poder e da execução do poder foram compreendidas de modo positivo, o que se pensava quanto a suas ações estão embasadas na ideologia de sua compreensão do que se estabelece, para que se estabelece e como se estabelece o poder.
O que se faz a compreender como negatividade da pesquisa, está que diante de todo o contexto histórico da profissão de enfermagem a necessidade de se quebrar a barreira para extinguir o poder medico, mediante ao poder de enfermagem, o que se não se deve comparar a ideologia de tempo de estudo, mas de conhecimento adquirido dentre a cada profissão.
O que lanço é a necessidade de compreender o poder de modo a exercê-lo positivamente, é pensar nele como estratégia para compreensão de todo os indivíduos envolvidos. É compreender a sua execução de forma direcionada individualmente, trata-se de utilizar de repartições do poder para se obter uma boa resolutividade.
A necessidade desta pesquisa serve como base para uma analogia do poder, identificando o seu processo histórico e compreendendo em dias atuais a sua formas e praticas do profissional enfermeiro diante de situações que o permita isso. Além de nortear uma reflexão a cerca do entendimento e desenvolvimento da pratica do poder.








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