LIDERANÇA E CHEFIA – PODERES QUE PODEM DESAGREGAR E GERAR CONFLITOS

 

RESUMO

 

A habilidade de influenciar subordinados e colegas por meio do controle dos recursos organizacionais é o que distingue a posição de liderança. Um líder capacitado e bem sucedido usa o poder de influenciar os outros eficazmente.  Os gerentes aceitam responsabilidades e o poder necessários para realizar atividades, e terão a responsabilidade final pela maneira como o poder é usado. Eles, os gerentes, adquirem poder dentro das organizações de várias maneiras. Esses poderes podem ser: legítimos, de recompensa, coercitivos, de especialização, de referência, de informação ou ainda uma combinação dessas formas de poder. Liderança, portanto é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe que gera resultados, tendo tambem habilidades para motivar e influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização. Assim, o líder diferencia-se do chefe. Chefe é aquela pessoa encarregada por uma tarefa ou atividade de uma organização e que, para tal, comanda um grupo de pessoas, tendo autoridade de mandar e exigir obediência. Em toda e qualquer definição de liderança, que utilizarmos, terá um ou dois vocábulos que expressarão o conceito de aderência e comprometimento do empregado à empresa, de pertencer a um agrupamento que faça a diferença. As palavras que mudam, e dão todo o sentido da liderança, diferentemente da simples gerência - é conectar, agir e trabalhar como proprietários, fazer com que os outros tenham vontade de fazer, batalhar por aspirações compartilhadas, e empregados engajados. A partir dessa compreensão e do entendimento dessas premissas pode-se dizer, portanto que Liderar é o ato de comprometer-se de forma ética gerenciando pessoas para um só objetivo: a vitória de todos.

 

RESUMEN

 

La capacidad de influencia sobre sus subordinados y compañeros a través del control de los recursos de la organización es lo que distingue la posición de liderazgo. Un líder capaz y exitoso usa el poder para influenciar a otros con eficacia. Gerentes aceptar la responsabilidad y el poder para llevar a cabo las actividades, y tendrá la responsabilidad final por la forma de alimentación se utiliza. Ellos, los administradores de ganar poder dentro de las organizaciones de diversas maneras. Estos poderes pueden ser: la recompensa legítima, la experiencia coercitivas, la información de referencia, o una combinación de estas formas de energía. El liderazgo, por lo tanto, es el proceso de realización de un grupo de personas, por lo que es un equipo que genera resultados, y también las habilidades para motivar e influenciar llevado, de una manera ética y positiva, a que contribuyan voluntariamente con entusiasmo para lograr los objetivos del equipo y la organización. Por lo tanto, el líder se diferencia de su jefe. El jefe es la persona responsable de una tarea o actividad de una organización y, con este fin, lleva a un grupo de personas, que tienen autoridad de mando y la obediencia de la demanda. En cualquier definición de liderazgo que se utiliza, tendrá una o dos palabras que expresan el concepto de compromiso de los empleados y la adhesión a la empresa, que pertenece a un grupo que hace la diferencia. El cambio de palabras, y darle un sentido de liderazgo, a diferencia de la simple gestión - es para conectarse, trabajar y actuar como propietarios, hacer que el otro tendrá que luchar por aspiraciones compartidas, y comprometidos empleados. A partir de este entendimiento y la comprensión de estos supuestos se puede decir que el portancto que liderazgo es el acto de cometer a la ética la gestión de personas a un solo objetivo: la victoria de todos.

 

INTRODUÇÃO

 

A liderança não deve ser confundida com direção nem com gerência. Um bom administrador deve ser necessariamente um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder é um bom administrador. Na verdade, os líderes devem estar presentes no nível institucional, intermediário e operacional das organizações.

Pode-se dizer então que a liderança é um fenômeno tipicamente social que ocorre exclusivamente em grupos sociais e nas organizações. Podemos então definir liderança como uma influência interpessoal exercida numa dada situação e dirigida através do processo de comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos específicos.

Os elementos que caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influência, a situação, o processo de comunicação e os objetivos a alcançar.

Dessa forma ao iniciarmos o nosso artigo sobre o tema exposto destacamos um apaixonado pelo estudo da liderança: Warren Beniis.

Para o consultor [2]Warren Bennis, o assunto Liderança se constitui na sua área de reflexão e estudo. Nos últimos 25 anos Warren tem sido talvez, a pessoa que mais pesquisou a respeito das qualidades e habilidades exigidas pela Liderança.

  A chave da vantagem competitiva de qualquer organização, hoje em dia, é, segundo Bennis, sua capacidade de criar uma estrutura ágil, flexível, compacta, interativa e capaz de gerar capital intelectual.

Dessa forma, ele destaca que para ser um verdadeiro líder o mesmo deve apoiar-se no tripé:

ü  Ambição/drive;

ü  Conhecimento/especialização e

ü  Integridade.

Temos assim:

ü  Ambição e conhecimento sem integridade não caracterizam um líder ético

ü  Ambição e integridade sem conhecimento não caracterizam um líder competente

ü  Conhecimento e integridade sem ambição não caracterizam um líder realizador.

A partir desses conceitos enumeramos algumas atitudes que podem facilitam e/ou dificultar a existência de um líder.

ü  Abertura resistência

ü  Receptividade rejeição

ü  Inovação mesmice

ü  Curiosidade "cegueira"

ü  Coragem temor

ü  Perseverança derrota

ü  Experimentação desistência

Como existe uma grande confusão acerca da definição do Líder para o chefe temos então uma interrogação, afinal como ser Chefe ou Líder?

 

Chefiar é fazer com que as pessoas façam o que é "preciso".

Liderar é fazer com que as pessoas queiram fazer o que é preciso.

 

É POSSÍVEL SER CHEFE SEM SER LÍDER?

Os principais estudiosos de Liderança começam a identificar nítidas diferenças entre um chefe e um líder. Parece-nos então oportuno, traçarmos um paralelo entre essas duas posições.

 Ao percebermos o contraste do que é ser chefe e ser Líder enumeramos algumas definições da função, e assim a partir desses conceitos aprofundaremos mais um pouco sobre esses conceitos.

   
   
   
   
   

Os Chefes empurram

                                   Os líderes   puxam

Os Chefes comandam

                           Os líderes comunicam

Os Chefes são mestres

                          Os líderes são maestros

Os Chefes são comandantes

                       Os líderes são treinadores

Os Chefes são os donos da voz mais alta

  Os líderes dos ouvidos   mais acurados

O Chefe administra

                                           O   líder inova

Os Chefes é uma cópia

                               O líder é um   original

O Chefe mantém

                                 O líder   desenvolve

O Chefe focaliza os sistemas

                          O líder inspira confiança

O Chefe pergunta "como" e "quando"

    O líder   pergunta "o quê" e "por quê?"

O Chefe convive melhor no "status-quo"

                            O líder desafia, muda.

O Chefe é um bom soldado

                               O líder é ele   mesmo

O Chefe faz a coisa corretamente

                           O líder faz a coisa certa

O Chefe obtém resultados   através apesar - das pessoas

    O líder   desenvolve pessoas e grupos

 

Observa-se, portanto através dessas premissas que o verdadeiro chefe não procura dominar por dominar. Não se serve dos homens, mas auxilia-os a servir uma causa que os supera; familiarizar-se com a obra a cumprir constitui o primeiro elemento da alma do chefe.       

Um chefe deve possuir, antes de tudo, o sentimento da sua responsabilidade. Ter o sentimento da responsabilidade não significa que espere ser punido, se não cumpre o seu dever - um verdadeiro chefe não pensa nas sanções em que poderia incorrer a respeito doutros chefes, colocados acima de si na hierarquia.

“Um chefe pensa em tudo, por tudo vela; não come nem se deita sem que tudo esteja em ordem. Uma coisa há em que não pensa: na sua própria fadiga. Não sendo escravo de seus superiores, é-o, no entanto, do dever de proteção que deve aos seus. Este sentido da necessidade dos outros o torna muitas vezes capaz de trabalhos que parecem acima das suas forças” [3](Olivier. Clement).

Para ser líder, ao contrário do que muitos pensam, é preciso um alto índice de humildade e de generosidade. São essas características que tornam fácil o trânsito do líder, fazendo-o aproximar-se de todos sempre dentro de um ambiente de confiança. Na presença do líder as pessoas se sentem à vontade, seguras.

O líder sabe a hora e a forma certa de repreender. Ele não humilha, nem expõe as pessoas ao ridículo, mas mostra a elas o que poderia ter sido feito melhor para o resultado que o grupo se propunha atingir.

A habilidade do líder é justamente extrair as habilidades individuais dos elementos da sua equipe, combinando-as na busca da sinergia. Explicar sinergia é fácil. Matematicamente, sinergia é quando o resultado da soma das habilidades das pessoas é muito maior do que a soma dos seus valores individuais.

Pode até haver líderes que ocupam uma posição de chefia no grupo. Mas nem todo chefe é um líder de verdade.

Para saber se um chefe é líder, basta avaliar o comportamento do grupo na sua ausência. 

Se quando vira às costas as máscaras caem e o comportamento das pessoas muda, é porque ele mais manda do que lidera.

É muito provável que controle sua equipe mais pelo medo do que pelo respeito. Mas, se mesmo quando o chefe sai, o ambiente de respeito permanece para quem fica aí sim temos um líder de verdade.

Liderança é uma capacidade que se conquista mais pelo respeito e pela admiração dos outros, do que por cargos nomeados ou ameaças. O verdadeiro líder é aquele em quem o grupo se espelha, e que serve como referência na hora em que cada uma dessas pessoas tem que tomar suas próprias decisões.

COMO SER UM LÍDER SEM SER UM CHEFE

Para ser líder é muito mais que ser um superior hierárquico, é preciso que possua sabedoria, conhecimentos e técnicas para desenvolver pessoas, criando à sua volta um ambiente no qual a comunicação, a coesão, a criatividade e o trabalho em equipe estão sempre presentes.
          Liderar, portanto é persuadir e pedir o comprometimento dos seus seguidores através de seu próprio exemplo. É motivá-los a desempenhar suas atividades corretamente, comprometendo-se com os resultados. Não só por meio de disciplina e responsabilidade como também pelo entusiasmo.
               Existe uma grande diferença entre um chefe e um líder. Um chefe executa suas funções e cumpre as metas traçadas. Um líder faz isso tudo e ainda desenvolve as pessoas que estão ao seu lado nesse processo.

               Um verdadeiro líder acredita em si mesmo, mas consegue ser humilde, gosta do que faz, é profundamente voltado para o aprendizado, é voltado para o como ser - como desenvolver qualidade, caráter, mentalidade, valores, princípios e coragem, desenvolve todas as facetas de seu potencial a fim de liderar não apenas alguns poucos aspectos necessários para gerenciar.

Há tempos, definiu-se como líder, aquela pessoa que tem seguidores atraídos pelo carisma e confiança. Um chefe por sua vez, tem autoridade única e exclusivamente pelo cargo que detém. Desta forma, podemos dizer que todo líder tem completas condições de ser um chefe, mas temos que refletir se: E o contrário, é possível?

Um líder é aquele que mesmo sem autoridade alguma consegue ser seguido, respeitado e obedecido. Ele consegue unir um grupo, representa-lo e leva-lo a atingir objetivos.

Ser chefe é bem mais fácil, pois o poder conferido ao cargo por sí é o aparato necessário. O líder, por outro lado, deve se preocupar em conduzir as pessoas, dar um significado ao trabalho e convencer os liderados a defender sua causa.

Chefiar é buscar resultados, planejar os trabalhos das pessoas, organizar, priorizar, manter e controlar. Estas nada mais são que funções básicas, porém, hoje em dia, para chefiar também é necessário motivar as pessoas. Com uma equipe motivada conseguem-se melhores resultados e um clima melhor (e nem preciso dizer que reduz o custo e aumenta a produtividade).

CHEFIAR É FAZER COM QUE AS PESSOAS FAÇAM ALGO.

Chefe, etimologicamente, é aquele que está à cabeça ou, melhor ainda, aquele que é a cabeça. A cabeça é que vê, pensa, promove a ação no interesse comum de todo o corpo. Chefe é aquele que sabe o que quer, e realiza, e também aquele que faz saber, querer e realizar. Chefe é a, sabe,do, o que quer,

Chefe é aquele que sabe fazer-se obedecer e ao mesmo tempo fazer-se amar. Não é aquele que impõe; mas aquele que se impõe. Para comandar homens, há que saber dar-se. Ser chefe não é somente fazer uma obra: é, sobretudo fazer homens, conquistá-los, uni-los; amá-los e ser amado por eles.     Saint-Exupéry, em "Terre des Hommes", diz: "A grandeza duma função está talvez, antes de tudo, em unir os homens". A asserção é particularmente verdadeira, quando aplicada à função do chefe.

Liderar é fazer com que as pessoas queiram fazer algo.

É POSSÍVEL APRENDER A SER LÍDER?

Warren Bennis, o mais respeitado dos estudiosos de liderança, escreveu um clássico sobre o assunto, Como se Tornar um Líder. Bennis diz que os líderes são pessoas com capacidade para se expressar plenamente. "Elas também sabem o que querem, por que querem e como comunicar isso aos demais, a fim de obter a cooperação e o apoio deles", diz Bennis.

Ou seja, saber se comunicar com seus colegas já é um grande passo para quem aspira à liderança do grupo. Mas isso é só o começo. Prepare-se para trabalhar muito. É impossível ser líder sem saber mais do que todos.

O líder precisa ser respeitado profissionalmente. O chefe, desses que estamos acostumados a encontrar em qualquer escritório, também pode ser respeitado por suas capacidades e conhecimentos técnicos. Em geral, os gerentes chegam a gerentes somente por causa disso. Mas os líderes reúnem características comportamentais e psicológicas que os destacam no meio do grupo.

Peter Drucker, diz: que "A única definição de líder é alguém que possui seguidores. Algumas pessoas são pensadoras. Outras, profetas. Os dois papéis são importantes e muito necessários. Mas, sem seguidores, não podem existir líderes." Para ele,

"O líder eficaz não é alguém amado e admirado. É alguém cujos seguidores fazem as coisas certas. Popularidade não é liderança. Resultados sim!"

 

“O silêncio - não a discordância - é a única resposta que os verdadeiros líderes deveriam se recursar a aceitar”. Warren Bennis.

 

O cineasta [4]espanhol Luiz Buñuel costumava dizer "Daria minha vida por um homem que esteja em busca da verdade, mas desprezaria com toda minha indiferença um homem que acredite haver encontrado a verdade".

Além do mais, cada um de nós têm experiências, valores, interesses, motivações, anseios, preferências e convicções diferenciadas. Precisamos respeitar admitir e conviver com diferenças individuais. Isto vem a ser flexibilidade, uma das muitas habilidades a serem desenvolvidas por todos que lideram.

 

UM POUCO DE HISTÓRIA

 

Desde os tempos mais remotos, os homens primitivos já tinham chefe e, além disso, desde o nascimento, o ser humano já está acostumado a obedecer aos pais e aos professores até o término dos estudos. Por isso, são poucas as pessoas que estão preparadas para a autonomia real e, quando necessitam tomar uma decisão importante, sentem-se perdidas ou desajustadas por estarem acostumadas a ser dirigidas.

A natureza e o exercício da liderança tem sido objeto de estudo do homem ao longo da sua história. Bernard Bass (2007) argumenta que "desde sua infância, o estudo da história tem sido o estudo dos líderes - o quê e por que eles fizeram e o que fizeram". A busca do ideal do líder também está presente no campo da filosofia. Platão, por exemplo, argumentava em A República que o regente precisava ser educado com a razão, descrevendo o seu ideal de "rei filósofo". Outros exemplos de filósofos que abordaram o tema são Confúcio e seu "rei sábio", bem como Tao e seu "líder servo".

No século XXI, os líderes fariam bem em estudar os hábitos dos grandes pensadores e líderes do passado. Sócrates tornou-se conhecido por instruir seus discípulos por meio de uma série de perguntas cuidadosamente elaboradas com a intenção de obrigar ao exame por si mesmo e levar o estudante a uma conclusão.

Este método de instilar habilidades de pensamento crítico é inapreciável para os líderes, em muitas circunstâncias, como modo de influenciar e persuadir. Os líderes contemporâneos desempenham muitos papéis: instrutores, orientadores, líderes seguidores e pares. Cada um desses papéis é bem atendido pelo método socrático.

De acordo com Aaron Tucker: Sócrates era um soldado aposentado e um pedreiro, no século V a.C., na Grécia, ele gostava muito de provocar a conversa com as pessoas, questionar suas afirmativas e desmontar seus modos de pensar, usando contra elas sua própria lógica.

Sócrates foi uma figura singular entre os estudiosos da Grécia antiga, apresentando-se não como um mestre do conhecimento, mas como um colega que também tentava descobrir a verdade ao longo das discussões, na maior parte das vezes informais.

O método socrático ou refutação lógica define-se como uma sucessão longa de perguntas e respostas que refutam uma afirmativa moral, levando o opositor a tirar uma conclusão contraditória com seu próprio ponto de vista.

O método socrático foi amplamente usado ao longo da história em uma pluralidade de circunstâncias. Platão continuou a tradição se seu professor de instrução formal e introspecção; seu discípulo mais famoso foi Aristóteles.

Em sua autobiografia Benjamim Franklin (jornalista, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata e inventor estadunidense), narra que se deparou com o método socrático muito cedo em sua educação autodidática:

 “Adquiri as Memoráveis Coisas de Sócrates, Xenofontes, em que há muitos exemplos do método (Socrático). Fiquei encantado com ele; adotei-o; abandonei minha contradição abrupta e argumentação positiva e assumi a humildade do que pergunta e duvida”. O uso do método socrático serve para produzir um profissional vigoroso em campos que são, principalmente, autoreguladores.

No final do século XIX Weber, em suas pesquisas direcionadas principalmente nas organizações militares e religiosas, mostra que a cultura do poder determina o estilo de liderança, incluindo cultura organizacional, imaginário, símbolos, expectativas, crenças e mitos como fatores determinantes da liderança nas organizações.

 No livro O MONGE E O EXECUTIVO: Uma História Sobre a Essência da Liderança, o autor James C. Hunter conta a história de John Daily, um homem de negócios bem-sucedido que percebe, de repente, que está fracassado como chefe, marido e pai. Diante de tal situação ele decide participar de um retiro sobre Liderança num mosteiro beneditino, comandado pelo frade Leonard Hoffman. Nos capítulos que compõem o livro, o frade Leonard Hoffman, durante suas aulas define liderança:

 

“Liderança é a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente, visando atingir os objetivos identificados como sendo para o bem comum”.

 

            No Livro, observamos também em uma de suas passagens em que o frade Leonard Hoffman, um influente empresário americano que abandonou tudo em busca de um novo sentido para sua vida, cita a definição entre poder e autoridade citando um dos livros de Max Weber, The Theory of Social and Economic Organization (A teoria da Organização Econômica e Social):

 

Poder: é a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o         fazer.

Autoridade: A habilidade de levar as pessoas fazerem de boa vontade o que você quer por causa de uma influência pessoal.

 

Diante dessa definição, concluímos que não é necessário ter cérebro para ter poder, ao contrário da autoridade que requer total habilidade para que seja exercida. O ideal então, é que as pessoas com poder tenham também autoridade.

Ainda no contexto geral de liderança e falando sobre o Livro O MONGE E O EXECUTIVO, no quarto capítulo o verbo, fala das características do líder e suas virtudes no âmbito organizacional. Achamos importante mencionar uma delas:

Humildade: Ser autêntico, sem pretensão, orgulho ou arrogância.

         Achamos, portanto que as organizações precisam de líderes com autenticidades, habilidades de serem verdadeiros com as pessoas, e não líderes prepotentes e dotados de um imenso orgulho.

Ressaltamos um trecho do Livro O MONGE E O EXECUTIVO que diz:

Ao trabalhar com pessoas e conseguir que as coisas se façam através delas, sempre haverá duas dinâmicas em jogo: a tarefa e o relacionamento. Há necessidade de não se perder o equilíbrio. O líder que não estiver cumprindo as tarefas e só se preocupar com o relacionamento não terá sua liderança assegurada. A chave para a liderança é executar as tarefas enquanto se constroem os relacionamentos. (Frade Leonard Hoffman)

Consideramos que Frade quando elaborou esse modelo estava preocupado exatamente com esse equilíbrio: o líder não deixará de ser líder se deixar de executar uma determinada tarefa que poderia trazer riscos para a organização com medo de prejudicar seus relacionamentos com o grupo. Ao contrário, o líder estará expondo e exercendo as ideias impostas pela organização sem colocá-la em risco e ao mesmo tempo mostrando ao grupo o quão prejudicial seria para todos se executasse tal tarefa.


Ser líder é mostrar segurança ao exercer seu profissionalismo sem afetar seus relacionamentos dentro da organização.

 

Acreditamos que do ponto de vista organizacional, essa teoria é a que mais se adequou no que diz respeito ao perfil de líder e às necessidades dos liderados. Vemos um líder mais preocupado em orientar seus liderados na execução de suas tarefas, tornando os resultados mais satisfatórios para a organização.

Os líderes mais eficazes, pois, fazem uso do humor com mais liberdade, mesmo quando em situações de tensão, enviando mensagens positivas que modificam o tom emocional latente da interação. Embora palavras pronunciadas possam referir-se a detalhes áridos cláusulas de um contrato, os números de um plano de negócios -, o sentimento positivo que uma risada produz mantém agradava os relacionamentos do líder (GOLEMAN, P.35, 2002).

 

É POSSÍVEL SER UM LÍDER FALSO? PARTIR DESSA CONCEITUAÇÃO APRESENTAMOS A SEGUIR O SEU PERFIL.

 

ü  O líder não é alguém que nasce para ser líder, mas aquele que trabalha para que todos se transformem em líderes. Há três tipos de falsos líderes:

ü  Líder ditatorial: é o que segura todo o poder em suas mãos. É ele quem tudo planeja tudo pensa, tudo determina.

ü  Líder paternalista: como o ditatorial, é ele quem tudo faz. Mas é pior do que o ditatorial, pois amarra as pessoas a si pela afetividade. É o “monitor bondoso”. Cria uma dependência infantil da patrulha.

ü  Líder liberal: é o que “deixa tudo como está para ver como é que fica”

COMO SER UM LÍDER DEMOCRÁTICO

É o verdadeiro líder. É o jovem que está disposto a sacrificar-se, a dedicar seu tempo a serviço dos outros, para que sejam livres e sujeitos de sua história. Teremos lideranças em nossas patrulhas se apresentarmos a elas grandes ideais, que exigem sacrifício e doação. Há três tipos de líderes democráticos: o profético, o de coesão e o prático.

LÍDERANÇA PROFÉTICO:

É o que tem facilidade para entender o ideal para todos. Ele tem visão de para onde sua patrulha caminha, é capaz de entender e interpretar o que acontece no presente e consegue transmitir para os outros a finalidade da patrulha. Possui consciência crítica bem desenvolvida. 

O LÍDER DA UNIÃO:

É o que se preocupa com a união, com o diálogo, com a amizade e a compreensão. Tem facilidade para captar os problemas humanos da patrulha e contribuir para a sua solução. Normalmente faz seu trabalho em silêncio. Ajuda a patrulha a dar testemunho do que é o essencial para a tropa e faz crescer a capacidade da patrulha para a ação.

LÍDER PRÁTICO:

Tem capacidade de planejar e organizar a ação e de ajudar na formação. Nunca trabalha sozinho: delega poderes e sua meta é descobrir novos líderes. Pelo seu exemplo de dedicação, comunica entusiasmo e esperança aos membros da patrulha.

COMO SE RELACIONAM OS TRÊS:

O líder profético tem visão, sabe questionar, mas não é prático e não sabe encontrar saídas. O líder de coesão tem a tendência de somar forças, o profético de ser divisionista. O líder de coesão, por sua vez, é prudente demais quando, às vezes, tem de enfrentar o problema. Um líder complementa o outro. E cada tipo de líder tem em si alguns traços dos outros dois. É importante que o líder prático possua esses traços dos outros líderes, caso contrário não conseguirá levar a patrulha adiante.

FONTES DE PODER

Uma das abordagens mais antigas e ainda úteis para entender o poder sugere que os líderes têm cinco fontes potenciais importantes de poder nas organizações.

A figura 1 mostra essas fontes de poder.

                       

Figura 1. Fontes de Poder

Diante das definições acima descritas, podemos dizer que as organizações precisam de líderes democráticos que enfatizem as atividades e valorizem àqueles que as exercem. É preciso motivar o grupo para que os resultados esperados sejam os melhores possíveis.

Estimular o trabalho com qualidade é um dos principais pontos a serem avaliados pelos líderes dentro das organizações.

A ESPIRITUALIDADE NA LIDERANÇA

Segundo [5]Gustavo G. Boog (Consultor e Terapeuta Organizacional), na revista Exame (2002): O tema espiritualidade no trabalho vem crescendo de uma forma intensa nos últimos anos no mundo empresarial, um fato que era visto como assunto desligado do universo organizacional, como algo religioso ou até místico, hoje se insere como uma dimensão estratégica, na medida em que dá significado à missão da empresa e ao trabalho das pessoas.

Quando temos uma consciência, a conseqüência é que se fluem com muito maior facilidade os fatores mais buscados pelos executivos e secretarias das organizações: a motivação, o desempenho, o espírito de equipe, a comunicação eficaz, a qualidade, o foco no cliente, o "estar de bem com a vida", e a busca de estados mais elevados de consciência e o alinhamento das ações das pessoas, das equipes e das organizações com seus propósitos e missões de vida, e quando trabalhamos com espiritualidade no trabalho, os benefícios que podem ser esperados são os melhores, em qualidade de vida individual e coletiva, o estímulo às situações de crescimento e desenvolvimento, o incentivo do sentido de parceria, criatividade, cooperação e trabalho em equipe.

 Gustavo Boog diz que: “a espiritualidade no trabalho é” um movimento amplo e crescente de busca de estados mais elevados de consciência, que estimulem as pessoas, equipes e as organizações a identificar e praticar ações visando tornar a empresa uma cidadã consciente em sua comunidade, região e planeta.

A espiritualidade no trabalho tem implicações diretas na relação da empresa com os clientes, visão de resultados, liderança, gerenciamento de pessoas, ecologia, educação, desenvolvimento e bem-estar físico, emocional e espiritual. “Com isto se encorajam ações de transformação pessoal em seus relacionamentos e em seu ambiente.”

Achamos que hoje em dia para ser um líder, é necessário desenvolver atitudes e habilidades que auxiliem na condução de um grupo de pessoas, buscando tomar decisões e ações acertadas, tendo em mente objetivos orientados para resultados.

Portanto, uma inteligência privilegiada não basta. É necessária a combinação com outras qualidades pessoais, como espírito democrático, ter gosto em trabalhar com as pessoas, pois terá que agir de forma natural e espontânea, tendo caráter, carisma e muita paciência para ouvir e compreender os problemas das pessoas e da empresa. Deverá ser flexível de modo a estar acessível a todos e saber lidar com as diferentes personalidades e estereótipos.

Segundo artigo (1997), o Jack Hawley em seu livro O Redespertar Espiritual no Trabalho, cada vez mais os indivíduos serão chamados a encarar o que existe dentro deles, sem sacerdotes, sem igrejas e cerimônias, simplesmente dentro de sua própria natureza. Ele começará, então, a fazer perguntas tais como: qual é o sentido de tudo, qual é o meu objetivo aqui, no trabalho, na vida; quem sou eu, para onde isso tudo leva; meu trabalho é um benefício para quem; onde está à paz mundial e a minha própria?

Para Chiavenato (2002): [6]“A liderança não deve ser confundida com direção ou com gerência”. Um bom dirigente ou gerente deve ser necessariamente um bom líder. O líder nem sempre é um dirigente ou gerente. Na realidade, os líderes devem estar presentes em todos os demais níveis da organização. A empresa precisa de líderes em todos os seus níveis hierárquicos e em todas as suas áreas de atuação. Contudo, é na gerência que reside o ponto mais crítico da liderança.

Verificamos que um Líder espiritualizado tem como seu maior propósito ajudar sua equipe a desenvolver suas necessidades e aos valores da organização, tendo assim como objetivo levar a palavra AMOR para o mundo corporativo, acreditando que o sucesso profissional passa por essa consciência, muitos executivos acham que, porque estão no comando, seus funcionários é que têm de servi-los, com o coração, a mente e o espírito dos seus colaboradores e esse objetivo só é alcançado quando o líder deixa de lado o desejo de poder e servir, em vez de ser servido.

Voltando ao livro o MONGE E O EXECUTIVO, destacamos o seguinte trecho:

“não mudamos as pessoas, criamos o ambiente para que elas próprias mudem”.

CONCLUSÃO

Podemos dizer que somente líderes inspiradores sobreviverão e conseguirão resultados excepcionais. Depois de se inspirar, o novo líder precisa aprender a se comunicar com seus liderados. É nesse ponto que se fala sobre a importância de um líder saber se comunicar com perfis diversos de liderados.

Ele complementa assinalando que a comunicação é o espelho, a cultura organizacional e se reflete no processo de gestão, de modo que, se as lideranças de uma empresa não se comunicam com eficácia, a empresa certamente não se comunicará muito bem.

Myron Goldsmith (1996) acrescenta que o líder do futuro perguntará, aprenderá, acompanhará e crescerá de forma consistente e efetiva... Este líder solicitará a diversos grupos de interesse ideias, opiniões e feedback. Entre as fontes vitais de informação estarão clientes potenciais e atuais, fornecedores, membros de equipe, subordinados diretos, gerentes, outros membros da organização, pesquisadores... Duas chaves para o aprendizado são:

 Ouvir atentamente e refletir após indagar e receber informações. Os líderes precisarão reconhecer e apoiar aqueles que têm coragem de dizer duras verdades antes que os problemas se transformem em desastres. Portanto,

Os grandes líderes são aqueles que formam outros líderes”
Hoje, os cargos de chefe estão sendo extintos, dando lugar aos gestores, pois hoje ninguém mais chefia e sim gerencia pessoas.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Ane, Coach um Parceiro para o seu Sucesso. São Paulo: Gente, 1999.


BERGAMINI, Cecília Whitaker. Liderança Administração do Sentido. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1994.

BATEMAN, Thomas S.; SNELL, Scott A. 1. Ed. Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998.·.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração dos Novos Tempos. 7. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

GOLEMAN, Daniel; BOYATZIS, Richard; McKEE, Annie. Trabalhando com a Inteligência Emocional: a experiência de liderar com sensibilidade e eficácia. Traduzido por Cristina Serra. Rio de Janeiro: Campus, 2002. Tradução de: Primal Leadership.

GOLDSMITH, M. Indagar, aprender, acompanhar e crescer. In: HESSELBEIN, F.; GOLDSMITH, M.; BECKHARD, R. O líder do futuro. Trad. Cynthia Azevedo. 2. Ed. São Paulo: Futura, 1996.

BOOG, Gustavo. Espiritualidade nas organizações. In Revista Exame, 2002. Disponível em:<http//www.elosbrasil.org.br> Acesso em 05 mar. 2008.

HUNTER, James C. O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência da Liderança. 20ª edição. Ed. Sextante, 2004.

SITES

http://lideranca.aaldeia.net/ochefe.htm em 10.12.2011 as 09h50 

 http://lideranca.aaldeia.net/servir.htm 10.12.2011 às 09h51

http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/e-mais-facil-ser-lider-ou-chefe/12036/ 10.12,2011 às 09h53

http://www.guiarh.com.br/pp102.htmhttp://webinsider.uol.com.br/2008/10/15/ser-lider-nao-tem-nada-a-ver-com-ser-chefe/.

http://pt.scribd.com/doc/90618/O-QUE-E-SER-LIDER.

 http://www.trabalhosescolares.net/viewtopic.php?f=34&t=1827 às 10h08

http://www.blogcmmi.com.br/lideranca/a-diferenca-entre-chefe-e-lider às 10h25  10.12.2011

SUGESTÃO BIBLIOGRAFICA

LACOMBE, F.J.M.; Heilborn, G.L.J. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva 2003. ISBN 85-02-03788-9.

BOWDITCH, James L. & BUONO, Anthony F. Elementos de comportamento organizacional. Título Original "A Primer on Organization Behavior". São Paulo: Editora Pioneira, 1992.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson, 2011.

Hawley, Jack O Redespertar Espiritual no Trabalho, In Gestão RH, 1997/Disponível em: http://www.gestaoerh.com.br/site/visita ... mp_005.php> Acesso em 20 abr. 2008.

 

 


[1] Manoel Felizardo dos Santos é Bacharel em Teologia, Capitão da Policia Militar da Bahia, Compositor, Escritor, Especialista em Psicopedagogia, Mestre e Doutor em Ciências da Educação.

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[2] Warren Bennis Gamaliel (nascido em 8 de março de 1925) é um estudioso americano,  consultor organizacional e autor, amplamente considerado como um pioneiro da o campo de Liderança e Estudos contemporâneos. Bennis é professor universitário, professor de negócios e Administração, além disso, é Presidente da Fundação Instituto de Liderança da University of Southern Califórnia.

[3] Olivier Clemente Maurice (17 de novembro, 1921 – 15 de janeiro de 2009) foi um Teólogo Ortodoxo Frances Oriental. Lecionou em St. Sergius Ortodoxa Instituto Teológica em Paris, na França e era amigo de Joao Paulo II.

[4] Luis Buñuel (Calanda, 22 de Fevereiro de 1900Cidade do México, 29 de Julho de 1983) foi um realizador de cinema espanhol, nacionalizado mexicano. Trabalhou com Salvador Dalí, de quem sofreu fortes influências na sua obra surrealista.

[5] Gustavo. Manual de gestão de pessoas e equipe. Volume 2. São Paulo: Editora Gente, 2002. BOOG, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento.

[6] CHIAVENATO, Idalberto. Administração dos Novos Tempos. 7. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.