Não tenho liberdade. Mas afinal o que é liberdade? É estar livre da rotina? Ou é estar livre daquilo que sempre sonhamos? Se sonhamos um dia estar onde hoje estamos, por que então hoje queremos a liberdade de estar distante daquilo que conquistamos?

A rotina nos destrói, mas se vivermos sem ela morreríamos de saudade. Então é melhor vivermos destruídos pelas burocracias e protocolos da vida do que morrermos aos poucos por falta daquilo que nós mesmos criamos ao desejar a utópica vida perfeita inalcançável.

Se vivemos buscando a perfeição ou a felicidade inalcançável e essa é inalcançável porque nunca estamos satisfeitos com o que temos bom mesmo seria se parássemos de lutar. Porém se pararmos de lutar mais uma vez estaríamos insatisfeitos com o que temos. Então a vida é como o paradoxo do mentiroso, a liberdade nesse caso, só poderá ser algo alcançável quando se torna algo alternativo, ou algo em que façamos vista grossa. Como se encontrássemos reconforto de algo que nos prende em alguma atividade que nos cause ainda que momentaneamente um pequeno efeito dessa liberdade que tanto almejamos e nunca encontramos. Nunca encontramos devido a nossa complexidade, pois às vezes ela bate a nossa porta é não nos damos conta. E isso ocorre porque nunca estamos de fato satisfeitos com a vida que temos.

Como procurar a liberdade então? Pois se encontramos algo que nos liberte, depois de um tempo isso acaba nos tornando aprisionados novamente e a rotina daquilo nos torna prisioneiros de nós mesmos. Nossos corpos se tornam cativos aos nossos pensamentos e nossas obrigações e tarefas nos prendem novamente, pois incomodam nossa consciência nos dizendo que não podemos deixar de fazer aquilo que programamos e aí voltamos a velha prisão de hoje e de sempre.

Então será que é melhor buscar pequenos refúgios em momentos como esse, onde se lê ou se escreve algo para amenizar a insatisfação e a falta de liberdade que nós temos, não por escolhas erradas na vida, mais sim por nunca estar satisfeito com que se constrói por talvez sermos perfeccionistas demais ou então simplesmente não termos encontrado a verdadeira forma de nos tornarmos indivíduos libertos em um mundo cativo aos seus próprios encantos?

Não sei se estou certo do digo, mas digo tudo isso por que acredito. Acredito que todos nós nos tornamos escravos de nossas convicções, se isso é verdade eu não sei, porém hoje é o que sinto.