A liberdade! Como é bom estar novamente em teus braços, recebendo seus carinhosos afagos.
Depois de tanto tempo, já havia me esquecido de como era sentir esta maravilhosa sensação.
Justamente eu, que fiz uma promessa a mim mesmo de que jamais abriria mão de ti  e acabei traindo a mim mesmo diante dos caminhos que a vida aos poucos  e sem com que eu percebesse, foram me ludibriando.
E a cada caminho que através de minhas próprias escolhas, passava a trilhar de forma desatenta e leviana,  pouco a pouco minha alma foi sendo vendida por ninharias subornando-me e corrompendo minha essência mais pura. Perdido, ia ficando pelo caminho  em pequenos pedaços mas continuava adiante deslumbrado com tudo que a vida e o mundo ia me oferecendo e eu completamente cego e sem rumo acabava aceitando tudo de braços abertos sem nada questionar.
Aos poucos, fui me transformando. Ao ponto de me transformar em outra pessoa, mas completamente embriagado pelo mundo e tudo o que ele me ofertava, gostando e aproveitando sedentamente tudo aquilo.
No fundo eu sabia, mas jamais seria capaz de admitir que estava trilhando na contra-mão de tudo aquilo que sempre acreditei.
Embalado pela vida, me casei. Fiz planos, sonhei, planejei, realizei, tive filhos, vivi e amei. Experimentei a felicidade, embora tudo isto tenha acontecido de forma muito breve, dinâmica, rápida como  o piscar dos olhos. E assim, meteoricamente, tudo o que foi construído, com a mesma intensidade também desmoronou.
Um dia acordei sentindo um enorme aperto dentro do peito, angustiado e triste. No primeiro momento não entendi, mas aos poucos fui compreendendo o que havia acontecido comigo.
Tinha envelhecido. Não sabia mais o que era a felicidade. Meus sonhos estavam resumidos apenas ao cotidiano. Deixei de amar a quem um dia tanto amei. Não sabia  mais o significado  do respeito da amizade do companherismo e ignorava completamente a consideração para com as pessoas.
Comecei então a questionar tudo a minha volta. Minha vida, as pessoas  próximas a mim, o meu trabalho, os meus momentos de lazer e diversão e sem obter nenhuma resposta. Fui um pouco mais além. Passei então a questionar e analisar os homens, as mulheres e a humanidade no geral.
Percebi que havia algo de errado. Acontecia em quase todos os tipos de relacionamentos entre as pessoas. Marido e mulher, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, e até mesmo entre  pessoas que se relacionavam ocasionalmente, através de negócio que estava sendo realizado, no momento em que abasteciam seus carros, ao fazer uma viajem de avião, comprar um quilo de tomate na feira, enfim.
Descobri que haviam bastante coisas em comum em todas estas pessoas.
A primeira delas que identifiquei era que a grande maioria das pessoas, viviam uma  constante  busca  pela felicidade plena e diante disto, acabavam esquecendo de viver momentos isolados de felicidade que acumulado ao longo dos anos, poderiam ser traduzidos em uma vida repleta de felicidades.
Outra coisa que pude perceber e que quanto mais o homem evolui financeira, e intelectualmente, naturalmente vai se tornando cada vez mais egoísta e individualista, onde tudo no mundo, obrigatoriamente tem que girar apenas em torno de si mesmo. E estes então, passam a não saber mais o que é amar sem reclamar, ou simplesmente amar.
Pouco a pouco, fui descobrindo coisas, que jamais havia parado pra analisar sobre a vida humana.
Em muitas ocasiões não me contive e meus olhos se encheram de lágrimas e uma grande tristeza pairou em meu coração por alguns instantes.
Percebi que a infelicidade e a insatisfação de muitas pessoas, diante da frustração e do fracasso de suas realizações pessoais, profissionais e sentimentais, eram apenas frutos dos próprios obstáculos criados por eles mesmo. Uns com medo de errar, outros cheios de coragem para lutar, mesmo que ainda, lutassem em vão sem nada alcançar.
Porem, de todas as coisas que aos poucos fui descobrindo de forma mais abrangente e profunda, a que mais me tocou, pois me serviu com uma luva ou talvez uma carapuça, foi o  terrível e inaceitável  hábito já completamente intrínseco no ser humano de acreditar que sempre há alguma coisa a ser mudada, criticada, condenada ou menosprezada  em alguém. E é justamente no casamento, e eu novamente me encaixei na situação como a ultima peça do quebra-cabeça que faltava, e tive a sensação de estar levando uma enorme bofetada da vida, pois somente agora percebia e compreendia o verdadeiro motivo de minha aflição durante muito tempo. O matrimonio comparo a um imenso campo fértil onde praticamente  tudo o que se constrói prospera, o amor puro e verdadeiro se prolifera de forma abundante, até o dramático momento em que naturalmente uma guerra dos sexos é deflagrada entre homens e mulheres, para se descobrir quem ira mudar quem. Você e obrigado a perder as manias, a opinião da mulher sempre esta errada, a criação que você recebeu de seus pais nunca fora correta, a que ela recebera é a perfeita, entre tantas outras. Enfim, o amor que até então era suave, pleno e tranquilo, torna-se um fardo pesado difícil de carregar. Até então tudo era tão simples e descomplicado. Bastava apenas amar. Mas agora o amor reclama esbravejante, autoritário, cheio de razão e carregado de reclamação.
Mas a vida realmente é uma grande caixinha de surpresas. Embora eu já estivesse com a idade um tanto quanto avançada, divorciado, morando só a bastante tempo, cheio de manias, conceitos, com o cotidiano cheio de rotinas e horários definidos pra quase tudo. Me senti vivo novamente, cheio de esperanças, e completamente disponível para procurar e encontrar um novo amor, e que este, haveria de me trazer muitos sonhos e uma imensa paixão como já há muito não sentia.
Quero encontrar uma pessoa, um amor que não reclama, e que simplesmente apenas me ame e permita todo o meu amor por ela.
Um amor puro, jamais poluído e turvo
Um amor que respeite e nunca escravize ou reprima
Um amor que cuida e não maltrate
Um amor simples sem complicações
Um amor que perdoe e não um amor que condene
Um amor que clame ou até mesmo reclame
Mas um amor que ame, que me liberta, que me faça sentir saudade quando distante
E vivo quando presente
Amor este que me faça sorrir, simplesmente amor, é só o que quero.
E que este amor, caminhe de mão dadas com a liberdade, e por esta quero perecer em teus braços por toda a eternidade.
E incansavelmente a procura da felicidade  e do amor, hoje mais que nunca sei que jamais a encontrarei em outra pessoa, a não ser naquela que  ira me completar se fores esta de tamanha nobreza completamente capaz de me aceitar como sou. Esta pessoa, tornar-se-a incondícionalmente merecedora do meu amor, do meu carinho e respeito, sendo plenamente possível de atingir um nível de sensibilidade admirável, de compreender que ninguém precisa mudar ninguém, basta apenas ter a conciência de que pessoas são diferentes umas das outras e diante do terrível engano sob o total domínio do egoísmo de cada um, este acaba mudando o curso da estória da vida, onde o que poderia ser  tornar E VIVERAM JUNTOS FELIZES PARA SEMPRE, culmina somente em E VIVERAM SEPARADOS PELO IMENSO EGO QUE EXISTIA ENTRE ELES, sendo que desta teremos a  sensação de que vivemos em vão, pois quando o amor deixa de existir a vida perde o sentido  e a existência do homem e da mulher se tornam completamente inúteis e vazias e estes ao chegarem ao fim da vida, irão se lamentar profundamente por terem vivido em vão, quando poderiam terem vividos livremente a amar sem reclamar e simplesmente a amar e a amar e a amar.