RESUMO 

Considera-se câncer na infância toda neoplasia que acomete criança na faixa etária até 15 anos e a Leucemia é o tipo mais comum nesta população que constitui uma freqüência importante nas causas de mortalidade infantil no Brasil. O câncer infantil atinge de10 a100 mil crianças a cada ano em todo o mundo e na atualidade, 2/3 destes casos podem ser curados se a terapêutica instituída for adequada e o diagnóstico for precoce. O presente estudo se propôs a pesquisar sobre o assunto que leva a compreensão das atividades lúdicas nas estratégias de recreação e na assistência de enfermagem às crianças hospitalizadas com leucemia. A literatura mostrou como as brincadeiras lúdicas são importantes para a criança hospitalizada, pois desloca esta criança da condição passiva de doente e a coloca colaborando ativamente do seu processo de tratamento. Nesta perspectiva a enfermagem pode encontrar diversas maneiras de amenizar o sofrimento destas crianças durante sua permanência nas instituições através da utilização de estratégias lúdicas e recreativas. Por meio das brincadeiras pode-se ter uma visão do perfil de cada criança e intervir de acordo com a especificidade e individualidade de cada uma. A assistência esses pacientes que antes era focada na  tecnologia, começa agora a voltar a atenção para o ser humano e suas necessidades. Trata-se de um estudo bibliográfico, de natureza descritiva, onde a autora destaca a elevada incidência das leucemias agudas na infância e estuda sua classificação e fatores de risco envolvidos, além de levantar a produção técnico-científica relacionada a área de enfermagem acerca do tema “O brinquedo como recurso na assistência de enfermagem à criança portadora de Leucemia.

 

Palavras-chave: Leucemia Infantil; brinquedo; assistência de enfermagem.

 

 

 

 

ABSTRACT

 

 

It is considered childhood cancer tumor that affects children all aged 15 years and is the most common leukemia in this population and represents an important frequency of causes of infant mortality in Brazil. Childhood cancer affects 10 to 100 thousand children each year worldwide and at present, two thirds of these cases can be cured if the therapy is adequate and the diagnosis is early. The present study was to research the subject that leads to understanding of the strategies in play activities and recreation in nursing care for hospitalized children with leukemia. The literature showed how to play the games are important for the hospitalized child, because the strip the passive condition of the patient and puts collaborating actively in the process of treatment. In this perspective, nursing can find many ways to alleviate the suffering of these children during their stay in the institutions through the use of play and recreational strategies. Through the games can get a quick profile of each child and act in accordance with the specificity and individuality of each uma.A care these patients was previously focused on technology, begins to turn his attention to humans and their needs. This is a bibliographical study, descriptive in nature, where the authors emphasize the high incidence of acute leukemia in childhood and study their classification and risk factors involved, and raise the technical-scientific production related to nursing on the subject "The toy as a resource in nursing assistance to children with leukemia.


Keywords: Childhood Leukemia; toy; nursing care.

 

 

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

 

No Brasil, a partir dos dados obtidos do registro de câncer de base populacional, observou-se que o câncer infantil varia de 1% a 4,6%. O tipo mais freqüente de câncer na infância são as leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas. A leucemia é o mais comum em menores de 15 anos, com um pico de idade de 10 anos, e representam cerca de 20% dos tumores infantis (MUTTI, 2009).

As alterações apresentadas em conseqüência da Leucemia são muitas e desenvolvem problemas relacionados tanto ao estado físico quanto emocional e psíquico das crianças. Fisicamente a perda dos cabelos, a palidez, astenia e o mal estar apresentado durante as sessões de quimioterapia geram um stress muito grande nestes pacientes, levando a uma agitação e inquietação seguidos de prostração e desânimo. No que diz respeito ao emocional, a frustração pela incapacidade de levar uma vida normal leva a um sofrimento bastante acentuado e a uma baixo estima importante que pode gerar um trauma até mesmo irreversível caso não haja uma assistência profissional eficiente (FONTES, 2010).

A enfermagem inserida na equipe multidisciplinar tem papel fundamental na assistência à criança com câncer, pois desempenha diversas funções no cotidiano destes pacientes para melhor atendimento de suas necessidades e de sua família (SOUSA; ESCOBAR, 2002).

 O modo da criança reagir à hospitalização depende da sua idade, da preparação para a internação, das experiências anteriores com doenças, do apoio da família, da equipe médica e das suas condições emocionais (SILVA, 2011).

Segundo Paixão (2008), através de simples brincadeiras e da maneira como estas se desenvolvem, os profissionais podem encontrar diversas maneiras de amenizar o sofrimento destas crianças durante sua permanência nas instituições através da utilização de estratégias lúdicas e recreativas. Com as brincadeiras pode-se ter uma visão do perfil de cada criança e intervir de acordo com a especificidade e individualidade de cada uma.

Embora existam diferentes e variadas acepções das palavras “brincar”, “brincadeira”, “jogo” e outras, nosso objetivo vai além da conceituação. É imprescindível que os cuidadores, muito mais do que o conhecimento dos conceitos, tenham ciência dos efeitos que o brincar pode potencializar, amenizando possíveis traumas enfrentados pela criança durante a hospitalização  (BERSCH; YUNES, 2008).

Uma das estratégias utilizadas pela enfermagem para ajudar a criança a compreender e assimilar à hospitalização é o brinquedo terapêutico. Entre as diversas formas de comunicação com a criança, o brinquedo mostra-se como uma das mais eficientes, pois proporciona diversão, relaxamento, diminuição da ansiedade da separação, alívio das tensões, meio de expressar os sentimentos, recuperação mais efetiva, além de uma melhor aceitação ao tratamento e redução dos efeitos traumáticos da hospitalização (FONTES, 2010).

O enfermeiro deve apresentar uma compreensão mais afinada dos aspectos psicológicos, emocionais e sociais que envolvem a criança com leucemia e sua família, respeitando suas individualidades e especificidades, enfim, toda a complexidade desse ser em crescimento inserido em um meio sócio-cultural-religioso, para uma assistência de enfermagem integral (CAGNIN, 2004).

O brinquedo terapêutico pode ser classificado de três formas: o brinquedo dramático, brinquedo instrucional e o brinquedo capacitador de funções fisiológicas.  O primeiro está relacionado àquele em que a criança utiliza os bonecos e materiais hospitalares para exteriorizarem seus sentimentos o que favorece aos profissionais a identificação do que está afligindo a criança, facilitando a comunicação entre ela e os profissionais da saúde. O brinquedo instrucional tem a função de preparar a criança para a hospitalização e deve ser levada em conta a faixa etária da criança. Já o brinquedo capacitador das funções fisiológicas tem o objetivo de contribuir com a melhora física da criança, e consiste em desenvolver atividades que facilitem esta condição (FONTES, 2010).

 É importante observar a repetição da brincadeira, do desenho, pintura ou situação que a criança faz; com repetição, a carga emotiva canalizada tende a ser elaborada, isto é, assimilada dentro da sua história de vida de uma maneira não-traumática, tornando-se cada vez mais suportável e aceita (PAIXÃO, 2008).

 

1.1 JUSTIFICATIVA

 

 

A incidência das neoplasias malignas em crianças não é tão alta como em adultos, porém, no Brasil e em outros países, constitui-se uma as causas de morte mais freqüente e, se eliminadas outras causas, como infecção e desnutrição, as neoplasias passam a constituir um problema de saúde, especialmente no grupo de1 a5 anos de idade. O câncer infantil atinge 10 em cada 100 mil crianças a cada ano em todo o mundo, sendo que uma criança em cada 600 pode desenvolvê-lo durante a infância. Na atualidade 2/3 destes cânceres podem ser considerados curáveis se a terapêutica instituída for adequada (LIMA, 1996).

Segundo Sousa; Escobar (2002) as crianças com patologia crônica e mais complexas necessitam de reinternações freqüentes, sendo que as mesmas são extensas ao iniciar o tratamento, muitas vezes mais de trinta dias de hospitalização. O tempo de internação depende muito da resposta da criança ao tratamento e da ausência de complicações.

Faz-se necessário que os profissionais, no contexto dos conhecimentos adquiridos estejam atentos às pesquisas referentes aos tipos de patologias e as formas como se apresentam para que cada ação seja destinada de acordo com cada característica apresentada.

Justifica-se o desenvolvimento desta pesquisa, pela grande permanência em hospitais destas crianças, sendo a equipe de saúde, principalmente a enfermagem, pode criar condições em um espaço lúdico onde a realidade vivenciada pela criança, no hospital, seja envolvida pelo imaginário, facilitando sua elaboração e aceitação.

 

 

2 O QUE É LEUCEMIA

 

 

A leucemia é o câncer dos tecidos hematopoiéticos e constitui a forma mais comum de câncer na infância. A incidência anual é de 4,2% por 100.000 indivíduos, entre as crianças brancas com menos de 15 anos de idade, e de 2,4% por 100.000, entre as crianças negras (BOWDEN e GREENBERG, 2005).

Para Araújo; Sousa; Loiola, (2009), câncer é um termo usado para denominar mais de cem doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos, sendo a segunda causa de morte por doença no Brasil. O tipo de câncer mais incidente em crianças menores de quinze anos é a leucemia e esta neoplasia tem como principal característica o acúmulo de células jovens anormais na medula óssea que substituem as células sangüíneas normais podendo resultar em anemias, hemorragias e infecções. Com base nesse contexto, os cuidados dispensados pela enfermagem durante a internação às crianças em tratamento de leucemia devem possuir características peculiares.

Segundo Smeltzer; Bare, (2000), a leucemia é um termo amplo utilizado para referir-se a um grupo de doenças malignas da medula óssea e do sistema linfático. As pesquisas mais recentes revelam que se trata de uma doença complexa de heterogeneidade variável. Por isso a classificação tornou-se cada vez mais complexa, sofisticada e essencial, uma vez que a identificação do subtipo de leucemia possui implicações tanto terapêuticas quanto prognósticas. A leucemia é classificada de acordo com o tipo celular predominante e o nível de maturidade. Em crianças, as leucemias são geralmente identificadas de duas formas: a leucemia linfóide aguda (LLA) e a leucemia não linfóide (mielógena) aguda (LNLA ou LMA). Os sinônimos para LLA abrangem leucemia linfática, linfocítica, linfoblástica e linfoblastóide. Em geral, os termos leucemia de células – tronco ou de células blásticas referem-se também ao tipo linfóide de leucemia granulocítica, mielocítica, monocítica, mielógena, manoblástica e monomieloblástica. Além disso, muitas formas mais raras de leucemia são designadas pela célula específica envolvida, como leucemia basofílica ou eosinofílica. Existem vários tipos de leucemia caracterizados pelo tipo de célula afetada e pode ser aguda ou crônica, de acordo com a velocidade de proliferação das células leucêmicas.

As Leucemias agudas são neoplasias primárias de medula óssea que se caracterizam por formarem um grupo heterogêneo de doenças, nas quais ocorre a substituição dos elementos medulares e sangüíneos normais por células imaturas ou diferenciadas denominadas blastos, além do acúmulo destas células em outros tecidos. A leucemia linfóide aguda (LLA) possui bom prognóstico, com aproximadamente 95% de remissão completa em casos tratados através da quimioterapia. Incidem na população de0 a14 anos, em uma freqüência de 1/25.000 indivíduos/ano e o risco de desenvolver a doença nos primeiros 10 anos é de 1/2.880. A LLA é mais comum em crianças brancas do que negras (1, 8:1), e em meninos do que meninas (1, 2:1). A etiologia ainda não está determinada, embora sejam apontados como possíveis causas: efeitos da irradiação, exposição a drogas antineoplásicas, fatores genéticos associados, imunológicos e exposição a alguns vírus (ELMAN; SILVA, 2006).

Nos casos de leucemias linfóides agudas (de 0 a18 anos) admitidas no departamento de Pediatria as queixas mais freqüentes são febre, seguida por adenomegalias, equimoses e palidez. Estes pacientes nem sempre têm contagem leucocitária elevada como é costume de se esperar nas leucemias. Cerca de 43% dos pacientes apresentam leucócitos abaixo de 10.000/mm3 e 60% têm hemoglobina abaixo de 8mg%. De maneira geral, as queixas clínicas mais freqüentes são infecção ou febre (39,5%) e dor articular e/ou em membros inferiores (28,9%). O tempo superior ou igual a quinze dias entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi mais freqüente entre os pacientes com dor articular e/ou em membros inferiores (p=0,003). Linfadenopatia, esplenomegalia e hepatomegalia são achados constantes na literatura estudada e é também freqüente os pacientes com neoplasias malignas apresentarem queixas reumáticas (RODRIGUES; CAMARGO, 2003).

De acordo com Barbosa et al., (2007) a medula óssea trata-se de um material esponjoso encontrado no centro dos ossos, e é o local onde as células sanguíneas são produzidas. Dentro da medula, existem células cuja função é produzir três tipos de células sanguíneas: glóbulos vermelhos que carregam oxigênio (o combustível) dos pulmões para todo o corpo; glóbulos brancos que combatem as infecções e protegem o corpo contra os microorganismos; e as plaquetas que constroem novos tecidos para prevenir ou parar a hemorragia quando se tem uma lesão. A característica comum das leucemias é uma proliferação irregular de leucócitos na medula óssea. Na forma aguda (ou estágios tardios das formas crônicas), a proliferação destas células leucêmicas deixa pouco espaço para a produção de célula normal. Também pode ocorrer a proliferação de células no fígado e baço (hematopoese extramedular), e, com as formas agudas pode haver ainda infiltração de outros órgãos, como as meninges, linfonodos, gengivas e pele.

A causa da leucemia é ainda desconhecida, mas há alguma evidência de que a influência genética e a patogênese viral podem estar envolvidas no processo. O dano da medula óssea por exposição a irradiação ou substâncias químicas, como o benzeno e agentes alcalinos, pode ser uma das causas da leucemia (SMELTZER; BARE, 2000).

Na leucemia as células em proliferação deprimem a produção dos elementos figurados do sangue na medula óssea, competindo e privando as células normais dos nutrientes essenciais ao metabolismo. Os sinais e sintomas mais freqüentes da leucemia são resultado da infiltração da medula óssea. As três conseqüências principais são: anemia, em decorrência da diminuição das hemácias, infecção, devido a neutropenia, e tendência hemorrágica, em conseqüência da produção de plaquetas diminuída. A invasão da medula óssea por células leucêmicas provoca um enfraquecimento gradual do osso e tendência a fraturas. À medida que as células leucêmicas invadem o periósteo, a pressão crescente provoca dor intensa (WHALEY e WONG, 1999 apud DIAS, 2008, p. 2).

A conduta terapêutica na leucemia é de suma importância no tratamento visto que nela é feita uma minuciosa avaliação do paciente para a determinação do risco e da melhor forma de se prevenir incapacidades. Além do tratamento fisioterapêutico se faz necessário também o tratamento de suporte (OLIVEIRA et al., 2011).

No grupo populacional com faixa etária de zero a dezoito anos incidem várias doenças crônicas com maior ou menor prevalência, de acordo com as especificidades de cada faixa etária e região geográfica. Dentre as doenças crônicas infantis, o câncer é o que mais se destaca pela sua alta incidência e repercussões na vida da criança e de sua família (NASCIMENTO et al., 2005).

 

 

2.1 TRANSTORNOS FISICOS E PSICOLOGICOS QUE ACOMETEM A CRIANÇA COM LEUCEMIA

 

 

A hospitalização da criança portadora de câncer tem características diferentes das demais em uma unidade de internação. As mais significativas são a possibilidade de um mau prognóstico, a cronicidade da doença, a duração e as freqüentes reinternações, os traumas físicos e psíquicos, a terapêutica agressiva, a alteração da auto-imagem, a alta mortalidade, e ainda problemas de ordem familiar provocado pelo diagnóstico (LIMA et al., 1996).

 Pode-se observar uma redução dos níveis de ansiedade no decorrer do tratamento, bem como o predomínio de estratégias de enfrentamento focadas em práticas religiosas, problema e busca por suporte social. Sugere-se um maior cuidado das equipes de oncologia pediátrica para a identificação das necessidades de intervenção psicossocial que envolvem os pacientes e as pessoas responsáveis pela prestação de cuidados. Os dados permitem planejar intervenções preventivas que aumentem a probabilidade da aquisição e manutenção de estratégias de enfrentamento mais eficientes e eficazes por parte dos enfermeiros. A criança doente apresenta, especialmente no início do tratamento, comportamentos agressivos e grande agitação motora, geralmente associada a protestos ou recusas de submeter-se a eventos do tratamento como acontece no caso de procedimentos médicos invasivos (MENSORIO; KOHLSDORF; JUNIOR, 2009).

Na leucemia ocorre acentuada infiltração no baço, fígado e linfonodos ocorrendo posteriormente aumento de tamanho e, por fim, fibrose. A hepatoesplenomegalia é tipicamente mais comum do que a linfadenopatia. O próximo local mais importante de comprometimento é o sistema nervoso central - SNC. O efeito habitual desta infiltração leucêmica consiste em aumento da pressão intracraniana, provocando os sinais e sintomas normalmente associados a esta condição, o que pode acarretar alterações consideráveis no comportamento das crianças (DIAS, 2008).

As manifestações clínicas da leucemia aguda ocorrem posteriormente à proliferação excessiva de células imaturas (blásticas) da medula óssea, que infiltram os tecidos do organismo, tais como: amígdalas, linfonodos (ínguas), pele, baço, rins, sistema nervoso central (SNC) e outros. Também pode ocorrer fadiga, palpitação e anemia devido à redução da produção dos eritrócitos pela medula óssea. As infecções que podem levar ao óbito são causadas pela redução dos leucócitos normais (responsáveis pela defesa do organismo) e verifica-se tendência a sangramentos pela diminuição na produção de plaquetas (trombocitopenia). Há ainda outras manifestações clínicas como dores nos ossos e nas articulações em decorrência da infiltração das células leucêmicas nos ossos. É comum o paciente apresentar dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação são causadas pelo comprometimento do SNC (BOWDEN; GREENBERG, 2005).

Existe uma preocupação crescente com os efeitos do contexto hospitalar sobre o desenvolvimento, particularmente sobre o desenvolvimento infantil. Pois durante essa fase, a criança encontra-se afastada de seu ambiente familiar, de seus amigos, da escola e de seus objetos pessoais, perdendo assim grande parte de suas referências. Além disso, há a possibilidade de ter seu corpo submetido a processos dolorosos e desagradáveis (PAIXÃO et al., 2008).

De acordo com Dias (2008), a radioterapia é uma importante modalidade terapêutica para muitas crianças e adolescentes com câncer, mas devido ao seu potencial para efeitos adversos agudos e crônicos, sua indicação deve ser muito criteriosa. A severidade dos efeitos adversos tem relação direta com a intensidade de dose e relação inversa com a idade. O enfermeiro deve ser capaz de reconhecer as reações adversas, tais como distúrbios gastrointestinais, mielossupressão e reações de pele devidas à radioterapia. Normalmente, estes efeitos são reversíveis. Entre os efeitos tardios, quase sempre irreversíveis, estão os distúrbios de crescimento com possibilidade de deformidade dos ossos e tecidos moles, retardo mental devido à imaturidade do sistema neurológico, esterilidade e a possibilidade de dano em órgãos irradiados.

Com a doença a criança passa a sentir indisposições orgânicas, como os sintomas comuns de menor complexidade – mal-estar, a perda de peso,  hemorragias, dores, ou sintomas e sinais orgânicos mais complexos, que levam direta e indiretamente, à limitações físicas e psicológicas – como impossibilidade de deambulação, ausência de sensibilidade nos dedos, a queda de cabelo, cifose, entre outros. De modo geral, essas complicações orgânicas podem tornar-se irreversíveis, e até mais sérias gradativamente. Podem surgir também complicações de caráter acumulativas que se agravam com o crescimento e desenvolvimento do organismo e com a evolução do câncer, chegando até mesmo à cegueira, amputações e morte. Analisando o aspecto da doença, comprovamos que a doença neoplásica pode, também, acarretar outras conseqüências envolvendo os aspectos emocionais e afetivos da criança (CAGNIM; LISTON; DUPAS, 2003).

Medo, angústias, aproximação solidária, isolamento social, entendimentos e pensamentos diferentes, inquietações, limitações, perda de função orgânica, convivência constante com a perspectiva de morte, enfim, são alterações nas relações afetivas, emocionais e sociais que retratam as repercussões da doença na vida da criança e sua família. (ARAUJO; SOUSA; LOIOLA, 2009).

 

 

2.2 AENFERMAGEM E TRATAMENTO DA CRIANÇA PORTADORA DE LEUCEMIA

 

 

A criança quando adoece, passa do contexto familiar e sadio para um novo ambiente, o hospital. Ocorre uma transição do microssistema família para o exossistema hospital, que existirá no mesossistema, ou seja, os processos relacionais e inter-relacionais sofrem uma modificação em todos os contextos freqüentados pela criança, dos quais, agora encontra-se ausente (BERSCH; YUNES, 2008).

Como toda mudança gera expectativa, medo e insegurança, principalmente em meio à população infantil que depende incondicionalmente dos outros para sobreviver, faz-se necessário compreender que os profissionais de saúde devem estar devidamente preparados e capacitados para elaborar estratégias que busquem amenizar as alterações ocorridas em decorrência dos procedimentos aos quais os pacientes são submetidos a fim de minimizar ao máximo possível o sofrimento destas crianças (MOTTA; ENUMO, 2002).

A competência técnica e humana na prática dos profissionais não se limita, somente ao atendimento como uma prática que se dá, apenas, do profissional para o paciente, de forma verticalizada e paternalista. Ao contrário, compreende que todos são sujeitos e destinatários de cuidado nas mais diferentes formas e expressões. Assim como o paciente, o profissional é um ser humano único e, assim sendo, demanda valorização e reconhecimento de suas necessidades e atenção para ter condições de desenvolver o cuidado humanizado nas práticas de saúde (PAIXÃO et al., 2008).

Sendo a Leucemia uma patologia bastante agressiva e de efeitos fortes, tanto físicos como psicologicamente, faz-se necessário que os profissionais estejam atentos às pesquisas referentes aos tipos de patologias e às formas como se apresentam, para que cada ação seja corretamente destinada a cada característica apresentada (FONTES, 2010).

Os dados epidemiológicos do Instituto Nacional do Câncer (INCA) sobre o câncer na infância têm mostrado que o avanço científico na área de oncologia infantil levou a um considerável aumento das chances de cura, observando-se no Brasil um índice de até 70% de remissão da doença, quando há diagnóstico precoce e o tratamento especializado. Ao incitar uma nova perspectiva para o tratamento e prognóstico do câncer na infância, tal avanço trouxe também a necessidade de um cuidado maior com o paciente e sua doença em termos da manutenção de sua qualidade de vida e bem-estar emocional. Nesse sentido, não seria suficiente somente prolongar a vida de crianças com câncer, era necessário também cuidar de suas possíveis dificuldades emocionais e de socialização (MOTTA; ENUMO, 2002).

A literatura científica tem mostrado que os enfermeiros estão se preocupando cada vez mais com fatores emocionais das crianças diante da hospitalização, podendo-se observar o enfermeiro preocupado em desenvolver atividades de orientação, promoção e recuperação da saúde com crianças internadas, através das atividades lúdicas. O surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em 1990, e as mudanças curriculares ocorridas nos cursos de graduação em enfermagem na última década e, recentemente, uma resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEn), apontam para uma valorização desses aspectos pelos enfermeiros pediatras (LEITE; SHIMO, 2008).

No que diz respeito ao sistema de cuidados, o papel do enfermeiro está pautado em concepções da administração e da psicologia e em referenciais da sociologia e outros, por se compreender a sua prática como uma prática social a partir de um processo dinâmico que envolve uma rede de relações, interações, associações e significados (BACKES et al., 2008).

A assistência de enfermagem prestada a crianças, geralmente, tem por base uma série de técnicas referentes a higiene, alimentação, coleta de material para exames e administração de medicamentos. Na maioria das vezes estes cuidados atendem apenas aos aspectos do corpo biológico, não considerando esta criança como um ser em crescimento e desenvolvimento, com determinações familiares, culturais, ambientais e econômicas (LIMA et al., 1996).

A sobrevida das crianças com Leucemia depende em grande escala dos cuidados prestados e da assistência de enfermagem que, devidamente aplicada, faz uma grande diferença. Vários autores concordam que através dos recursos utilizados no tratamento da Leucemia, hoje pode-se dizer que a porcentagem de cura é cada vez maior e que os cuidados sistematizados e a assistência de enfermagem competente e eficaz, em muito tem contribuído para este aumento na sobrevida das crianças (OLIVEIRA et al., 2011).

Pesquisas apontam índices significativamente crescentes de sobrevida em crianças com câncer, sendo as chances de sobrevivência maiores quando a doença é diagnosticada precocemente e o tratamento executado em um centro especializado. Tais dados aumentam ainda mais a responsabilidade dos profissionais de saúde que atuam em oncologia pediátrica, uma vez que, quanto maior o contingente de ex-pacientes de câncer, maiores são as demandas pelo atendimento e necessidades psicossociais (MENSORIO; KOHLSDORF; JUNIOR, 2009).

Apesar do enorme avanço farmacológico da Medicina no que se refere ao tratamento do câncer infantil, tanto os pais como as crianças em tratamento ainda continuam expostos a situações de grande sofrimento físico e emocional e por períodos prolongados. Níveis de estresse e ansiedade podem revelar-se extremamente elevados durante o curso do tratamento, o que interfere sobre as habilidades básicas para lidar com os cuidados básicos do paciente e com as situações estressantes, como por exemplo, a exposição a procedimentos médicos invasivos, as internações periódicas, os efeitos adversos da medicação, entre outras (MENSORIO; KOHLSDORF; JUNIOR, 2009).

Vários estudos citados por Mensório; Kohlsdorf; Junior (2009), apontam características importantes sobre o processo de enfrentamento desenvolvido por enfermeiros no contexto de tratamento onco-hematológico infantil. As alterações individuais nos padrões de enfrentamento, em cada etapa do tratamento, sugerem o acompanhamento mais minucioso do processo de enfrentamento como condição que antecede ao planejamento sistemático de intervenções psicológicas que atendam às necessidades psicossociais de pais, familiares e pacientes. No decorrer do tratamento, os enfermeiros tendem a diminuir os níveis de ansiedade e é possível dizer que, da mesma forma, o comportamento dos pacientes tornam-se, na percepção dos cuidadores enfermeiros, mais tranquilos e receptivos ao tratamento, com considerável redução de queixas. Uma série de variáveis tem influência nesse quadro, como a adaptação ao ambiente hospitalar e a proximidade do fim do tratamento, mas é importante ressaltar que a variação de comportamentos dos pais está relacionada a adesão e o sucesso do tratamento de seus filhos. Assim, pais menos ansiosos tendem a manter seus filhos com níveis mais reduzidos de ansiedade e, consequentemente, contribuem para o aumento da chance de enfrentar o tratamento com menor ocorrência de comportamentos indicadores de sofrimento com ajuda dos enfermeiros.

Para Dias (2008), o tratamento da leucemia envolve o uso de agentes quimioterápicos, com ou sem irradiação craniana, dividido em três fases a saber: terapia de indução, que produz remissão completa ou desaparecimento das células leucêmicas; tratamento profilático do SNC, que impede a invasão do SNC pelas células leucêmicas; e manutenção com terapia de intensificação (consolidação), cujo objetivo é manter a fase de remissão. Mas a combinação de fármacos e irradiação pode variar de acordo com as instituições, com as características em termos de prognóstico ou riscos do paciente e de acordo com o tipo de leucemia tratada.

Dados obtidos em estudos reforçam a importância e a necessidade do treinamento de equipes multidisciplinares de saúde, no sentido de instaurar um modelo efetivamente biopsicossocial de prevenção a doenças e promoção de saúde em que diversas abordagens possam contribuir para diminuir riscos e aumentar a qualidade de vida de familiares de pacientes pediátricos e mesmo dos próprios pacientes. Em destaque, o incentivo aos acompanhantes para explorarem estratégias de enfrentamento torna-se, por si só, uma ação importante no contexto pediátrico, que permite ao profissional a ampliação de possibilidades comportamentais de enfrentamento e o uso, diante de cada estressor específico, da resposta individualmente mais adaptativa (MENSORIO; KOHLSDORF; JUNIOR, 2009).

Até cerca de duas décadas atrás, o câncer infantil era considerado como uma doença aguda e de evolução invariavelmente fatal, porém, na atualidade tem sido visto como doença crônica e com perspectiva de cura. Isto é devido ao avanço tecnológico relacionado ao tratamento radioterápico e quimioterápico a aos centros especializados com uma assistência sistematizada e humanizada. O tratamento prolongado com períodos de remissão e reincidência da doença, faz com que a ansiedade gerada pela possibilidade de morte iminente destas crianças represente uma situação crucial para toda a equipe de enfermagem, uma vez que esta convive com o paciente por longos períodos, vivenciando no seu dia-a-dia toda a sua evolução clínica (MELO; VALLE, 1998).

O sistema de cuidados em saúde afirma-se como disposição relacional e caracteriza-se como unidade complexa que liga, transforma, mantém ou produz acontecimentos e componentes. Pensar no hospital enquanto uma unidade de um sistema de cuidados é apontar para a auto-organização desse sistema, levando em consideração aspectos como a autonomia, a individualidade, as relações e as atitudes, consideradas fundamentais para a atuação do profissional enfermeiro nos diferentes espaços da saúde (BACKES et al., 2008).

O tratamento do câncer, no caso Leucemia, é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre o período de um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica) não demonstram mais anormalidades (CLARK; MACGEE, 1997).

O tratamento da Leucemia tem o objetivo de destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a produzir células normais. O progresso para obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). O transplante de medula óssea é indicado para alguns casos (DIAS, 2008).

Com o aumento da perspectiva de cura para as crianças portadoras de leucemia, o objetivo da assistência sofreu uma modificação e passou a ser o de tentar proporcionar uma melhor qualidade de vida e diminuir as seqüelas considerando a integridade da criança, atendendo os aspectos para além da teoria. A assistência à criança deve ser realizada com base no câncer infantil como uma doença crônica que reflete toda a sua problemática na vida adulta em desenvolvimento (CAGNIM; LISTON; DUPAS, 2003).

Uma vez que o câncer é uma doença complexa, o tratamento deve ser abrangente, e deve-se atentar não só para as necessidades físicas, como também as necessidades psicológicas e sociais, incluindo personalização da assistência, promoção de cuidados atraumáticos e direito à informação. Nesse sentido, disponibilizar sempre o maior número de informações sobre o câncer e fornecer suporte social são atitudes que poderão, também, promover a auto-estima de crianças, ajudando-os a enfrentar a doença e a buscar uma vida mais normal (LEMOS; LIMA; MELLO, 2004).

O tratamento da leucemia é feito, na maioria das vezes, através da quimioterapia e radioterapia. A terapêutica escolhida varia com o tipo de leucemia, podendo ser utilizado associações como: quimioterapia e radioterapia. Observa-se que em associação ou isoladamente a quimioterapia é o tratamento mais freqüente (CLARK; MCGEE, 1997).

No plano de cuidado de enfermagem à criança, relacionado à quimioterapia, deve conter o diagnóstico de enfermagem; meta do paciente; prescrições de enfermagem; resultados esperados (BOWDEN e GREENBERG, 2005). São funções do enfermeiro: aferir Sinais Vitais - SSVV antes do início da quimioterapia; acompanhar valores das séries brancas e vermelhas do sangue e eletrólitos; pesar o paciente antes de cada ciclo; auxiliar na aspiração de líquor e medula óssea; monitorar infusão venosa contínua do medicamento, atentando para a ocorrência de irritação venosa; pesquisar presença de úlceras de boca, e orientar para uma higiene oral rigorosa; observar se há constipação e dor abdominal; utilizar medidas apropriadas para reduzir a contaminação ambiental; controlar a dor e o desconforto; manter ingestão hídrica abundante -3 a4 litrospor dia; pesquisar manifestações tóxicas durante a quimioterapia, pois pode ser necessário mudanças de esquema terapêutico antes de cada ciclo de quimioterapia; controlar a febre; pesquisar outros efeitos adversos como flebites, diarréia, oligúria, taquicardia, anemias e depressão da medula óssea; administrar medicamentos com luvas; lavar as mãos após cada administração de quimioterapia; quando utilizar o injetor lateral do equipo; desprezar seringa e agulha, equipos e frascos de soro como lixo contaminado (químico) para posterior incineração; lavar pele e olhos abundantemente em caso de acidentes; manusear excretas e secreções dos pacientes que recebem quimioterapia sempre com luvas; (CLARK; MCGEE, 1997; DIAS, 2008).

Além de todos os cuidados citados, a enfermagem deve estar atenta também para o lado emocional. O câncer, assim como a maioria das situações de adoecimento, ocasiona uma situação de muito estresse na família, levando-a a certo desajustamento em sua organização e funcionamento. Na maior parte das vezes, é a mãe quem, dentre os membros da família, acompanha o processo de hospitalização da criança. Essas mulheres são submetidas a mudanças em seu estilo de vida, mudanças essas que acabam por privá-la de suas diversas satisfações cotidianas (lazer, trabalho, sociabilidade etc.). Em função dessa experiência de sofrimento vivida pela mãe, é preciso que os profissionais de saúde, dentre os quais se destaca o Enfermeiro, embora priorizem a assistência ao paciente, também tenham a figura materna como objeto de seu cuidado, especialmente o emocional (RAMOS et al., 2010).

É nesse contexto que a enfermagem precisa se inserir, de maneira a assistir a criança e sua família convivendo com uma doença crônica, que requer um longo período de tratamento com muitos efeitos iatrogênicos, determinando transformações nas relações sociais e pessoais (CAGNIM; LISTON; DUPAS, 2003).

Na busca do controle da ansiedade e da minimização dos efeitos negativos da doença, hospitalização e tratamento, além da promoção de uma forma mais humanizada de tratar, existe a necessidade da implementação, por parte da equipe de enfermagem, de recursos que visem desenvolver a capacidade da transformação, da superação de obstáculos e de sua reintegração social (RAMOS et al., 2010).

Com a finalidade de propiciar ao paciente e sua família uma assistência mais humanizada, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar – PNHAH, cuja implantação envolveu o próprio Ministério, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e entidades da sociedade civil, prevendo a participação de gestores, profissionais de saúde e comunidade, colocando a dimensão humana e subjetiva inserida na base de toda intervenção em saúde, da mais simples a mais complexa. O PNHAH busca melhorias na instituição hospitalar e na formação educacional de seus profissionais com o intuito de aprimorar as relações entre profissional de saúde e usuário, dos profissionais entre si e do hospital com a comunidade (SILVA; JESUS; SANTOS, 2010).

Uma compreensão mais aprofundada dos aspectos psicológicos, emocionais e sociais que envolvem a criança com câncer e sua família, respeitando suas individualidades e particularidades, enfim, toda a complexidade desse ser em crescimento inserido em um meio sócio-cultural-religioso contribui consideravelmente para uma assistência de enfermagem integral e holística a esta clientela (CAGNIM; LISTON; DUPAS, 2003).

 

 

2.3 ESTRATÉGIAS E BRINQUEDOS UTILIZADOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM

 

 

O conjunto de explicações encontrado atualmente na literatura nacional ainda é insuficiente para que se possa compreender a assistência à criança hospitalizada que as vezes vem se delineando com a permanência dos pais durante o processo de hospitalização, a participação deles no cuidado, a necessidade de recursos humanos especializados para a assistência e a introdução sistemática das atividades recreativas nas enfermarias de pediatria (FURTADO; LIMA, 1999). O processo de hospitalização infantil é marcante na vida de qualquer criança, pois neste momento ela se vê frágil e impossibilitada de realizar suas atividades normalmente, alterando a sua rotina diária, como brincar com os amigos e ir à escola. A imagem de infância é intimamente ligada ao bem estar, energia e alegria, o que torna mais difícil assimilar e aceitar a doença e a hospitalização nesta fase do ciclo vital, tanto por parte da própria criança como de toda sua rede de apoio, no caso pais e familiares (OLIVEIRA et al., 2009).

O cuidado às necessidades emocionais das crianças hospitalizadas vem merecendo atenção especial dos profissionais de enfermagem em nosso país, porém isso ainda não ocorre de modo generalizado (LEITE; SHIMO, 2008).

O brincar como objeto de estudo é instrumento de diferentes disciplinas como psicologia, terapia ocupacional, fisioterapia, pedagogia, enfermagem, entre várias outras. Florence Nightingale já preconizava para a criança, cuidados de higiene física, alimentar e do meio ambiente, além de recreação e ar puro. Brincar é um dos aspectos mais importantes na vida de uma criança e um dos instrumentos mais eficazes na diminuição do estresse (FURTADO; LIMA, 1999).

A importância do brincar no âmbito hospitalar em geral, mas especialmente no pediátrico, passou a ser percebida e ganhou relevância social, principalmente a partir do trabalho do médico Patch Adams (1999), nos Estados Unidos. Sua história de vida foi relatada e popularizada através de um filme (BERSCH; YUNES, 2008).

A inclusão de brincadeiras, com vistas ao relaxamento da criança para a administração de quimioterapia, foi sugerida por Löhr em 1998, em seu trabalho sobre a intervenção psicológica em crianças portadoras de câncer em tratamento. Nesse mesmo trabalho, a autora coloca a atividade lúdica como uma estratégia cognitivocomportamental, através da qual a criança com câncer pode obter certo controle sobre a situação a ser enfrentada (MOTTA; ENUMO, 2004).

No campo da pediatria, as novas formas de pensar o processo saúde-doença e os avanços no conhecimento sobre fatores envolvidos na gênese dos distúrbios e das doenças não se dão mais de maneira isolada. O cotidiano hospitalar pode aproveitar-se do potencial do brincar como recurso terapêutico que leva a criança a expressar suas emoções, ajuda a compreender os procedimentos que são realizados e pode aproximá-la dos profissionais e torná-la mais cooperativa com a equipe de saúde. O não brincar é marca da hospitalização e esta visão está sendo modificada: o brinquedo agora é o objeto que é utilizado como uns dos recursos para amenizar o processo de hospitalização. A função do brinquedo em enfermagem pediátrica é de servir como meio de comunicação entre os profissionais e a criança. Do ponto de vista da criança, ele promove o desenvolvimento físico, social, psicológico e moral, ajudando-a a revelar seus pensamentos e sentimentos e liberando sua capacidade de criar e reinventar o mundo através do mundo mágico do faz-de-conta (SILVA; JESUS; SANTOS, 2010).

Ao brincar a criança libera sua capacidade de criar e reinventar o mundo, manifesta afetividade e através deste mundo mágico do "faz-de-conta" explora seus próprios limites e parte para uma aventura que poderá levá-la ao encontro de si mesma. Assim, através do brincar as crianças exploram, descobrem, perguntam e refletem sobre o cotidiano e a realidade, desenvolvendo-se psicológica e socialmente, e, especialmente durante seu quadro de leucemia isto se torna essencial (FURTADO; LIMA, 1999).

Em se tratando de crianças, o diagnóstico de câncer causa um impacto revolucionário em toda família, um sentimento de dor, impotência e angústia, afinal os pais depositam muitos sonhos, esperança e planos. Para a criança em questão, a situação é ainda mais devastadora, os momentos são dolorosos e isso afeta sobremaneira a qualidade de vida. É por isso que este tema tem sido objeto de profundas reflexões aos profissionais da saúde (PAIXÃO et al., 2008).

Entre as possíveis estratégias utilizadas por crianças no enfrentamento de condições estressantes encontra-se o brincar, recurso este utilizado tanto pela criança como pelos enfermeiros do hospital e até mesmo pelos pais para lidarem com as adversidades da hospitalização. Quando se pensa no cuidado à criança doente hospitalizada numa perspectiva de atenção integral, não se pode limitar somente às intervenções medicamentosas ou às técnicas de reabilitação. A criança precisa ser considerada como um ser único e em sua singularidade ter, a seu dispor, recursos que sejam de seu domínio para expressar-se, vivenciar e elaborar a experiência do adoecimento e da hospitalização. Nessa perspectiva, vários autores atentam para a importância do brincar durante o período de adoecimento e internação hospitalar (MITRE; GOMES, 2006).

Na situação da internação, o hospital se torna o microssistema de interação da criança, ou seja, parte das suas relações imediatas e com significados específicos para a pessoa. O hospital pode ser considerado como um contexto de desenvolvimento infantil, já que este local torna-se parte da vivência da criança, exercendo influencia nas suas relações psicossociais. Desta maneira, a brincadeira pode ser uma forma de enfrentamento desta situação de hospitalização, além de uma forma de humanizar as relações no contexto de internação (OLIVEIRA et al., 2009).

Considerando que a hospitalização estressante tanto para a criança quanto para sua família, torna-se necessário que os profissionais de enfermagem conheçam o brinquedo terapêutico como um dos recursos que podem ser utilizados para uma melhor assistência à criança doente que se encontra hospitalizada. E é a preocupação de conhecer melhor a criança e o atendimento hospitalar humanizado a ela oferecido que nos leva a estudar cada vez mais este tema, o brinquedo terapêutico como recurso na assistência de enfermagem à criança hospitalizada (SILVA; JESUS; SANTOS, 2010).

No trabalho sobre a utilização da brincadeira em enfermaria pediátrica, Saggese e Maciel (1996) discutem a respeito da questão: “Brincar - recreação ou instrumento terapêutico?”, destacando que os programas hospitalares que utilizam a recreação buscam geralmente à ocupação de tempo ocioso. Mas os autores propõem que a atividade lúdica, nesse contexto, seja vista como instrumento terapêutico a serviço da intervenção médica, tendo o enfermeiro como instrumento fundamental de apoio nesta questão (MOTTA; ENUMO, 2004).

Assim sendo, tanto na educação como na saúde o brincar é considerado como um recurso metodológico. Já foi comprovado que as brincadeiras no ambiente hospitalar humaniza o atendimento, estimula o contínuo e adequado desenvolvimento neuropsicomotor da criança e faz prevenção em saúde mental. Para que o brincar seja de fato exercitado e cumpra seus objetivos no ambiente hospitalar, é imprescindível que toda a equipe entenda o significado do brincar para a criança (OLIVEIRA et al., 2009).

Brincar é uma atividade inerente ao comportamento infantil e essencial ao bem-estar da criança, pois colabora efetivamente para o seu desenvolvimento físico/motor, emocional, mental e social, além de ajudá-la a lidar com a experiência e ter domínio da realidade. Pode ser considerada como fonte de adaptação, e instrumento de formação, manutenção e recuperação da saúde. Assim, como as necessidades do seu desenvolvimento, a necessidade de brincar não desaparece quando a criança se encontra doente ou é hospitalizada (FONTES et al., 2010).

Outra questão importante é que a criança submetida a hospitalizações freqüentes e repetidas recebe estímulos que outras provavelmente não receberão caso não vivenciem este processo. A criança que é portadora de leucemia e freqüenta o ambiente hospitalar e entra em contato com outras formas de alimentação, equipamentos que estão ao seu redor, realização de procedimentos e intervenções em seu próprio corpo, dor, enfim procedimentos invasivos e sensações que enriquecem suas experiências, mesmo que nem todas sejam agradáveis, alegres e tranqüilas, mas são estímulos que contribuirão para seu processo de crescimento e desenvolvimento (FURTADO; LIMA, 1999).

A hospitalização é uma realidade freqüente na vida de crianças portadoras de leucemia e é vista pela criança como uma experiência desagradável, por ser geralmente acompanhada de dor, ansiedade, medo, além de sensações como abandono e culpa (OLIVEIRA, 2009).

São várias as estratégias utilizadas pela enfermagem no sentido de promover um ambiente saudável, mais aconchegante, e que lembre o espaço que elas ocupam no cotidiano de vida normal onde impera a saúde e alegria. O brinquedo terapêutico é tido na atualidade como uma das melhores e mais eficientes opções de tratamento hospitalar, pois proporciona diversão, relaxamento, diminuição da ansiedade provocada pela separação, alívio das tensões, meio de expressão dos sentimentos, efetivação da recuperação, além de ajudar na aceitação do tratamento, reduzindo os possíveis efeitos traumáticos da hospitalização (FONTES, 2010).

Lúdico é uma categoria adjetivadora da atividade, construída pela sociedade de forma diferenciada em cada cultura. Trata-se de um conjunto complexo de elementos humanos que cria espaços de jogo entre o “real” e o imaginário. Atualmente, vários estudos são dedicados à compreensão do lúdico e das brincadeiras, como fatores imprescindíveis ao desenvolvimento humano. Brincar é tão importante para a criança quanto uma de boa alimentação, sono tranqüilo, ambiente adequado para morara, segurança, carinho e respeito. Desta forma, as brincadeiras passam a ser vistas não apenas como algo que proporcionam lazer e divertimento, mas como algo fundamental na infância (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008).

No Brasil, para garantir a atividade lúdica da criança hospitalizada, foi criado um projeto de lei Nº 2.087, de 1999, sancionado pelo presidente da República e transformado posteriormente na lei nº 11.104, de 21 de março de 2005, onde diz que: os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação contarão, obrigatoriamente, com brinquedotecas nas suas dependências (SILVA, 2010).

Segundo Paula et al., (2007) acredita-se que há um vínculo direto entre a criança, o brinquedo e o brincar. Parte-se do pressuposto de que a criança, na história da humanidade, sempre teve brinquedo e brincou, portanto nada mais natural que associar criança ao brincar. A autora também concorda que a brincadeira é a atividade essencial da infância, porém afirma que a criança não nasce sabendo brincar, precisa aprender a brincar. E é neste aprender a brincar que a criança aprende a se comunicar, a expressar seus desejos e vontades.

Atualmente as discussões giram em torno dos motivos pelos quais é importante brincar no hospital, para alguns autores é importante preservar o direito da criança de brincar, para outros brincar é importante porque ameniza o seu sofrimento e a ajuda a enfrentar a sua doença e seu tratamento hospitalar. Muito se discute também sobre os tipos de brinquedos que devem fazer parte do acervo do hospital (PAULA et al., 2007).

Conforme dito anteriormente, a importância do brincar na situação hospitalar foi muito reforçada a partir do trabalho do médico Patch Adams (1999), nos EUA. A introdução do brincar no ambiente hospitalar hoje vem ocupando um espaço significante na hospitalização infantil no processo de humanização (MOTTA; ENUMO, 2004). Na atualidade, muitos estudos são dedicados à compreensão do objeto lúdico como potencializador do desenvolvimento. Desde o brinquedo utilizado nas pré-escolas em ludotecas até como instrumento clínico em consultórios, o brinquedo tem sido amplamente explorado, abrindo espaços para discussão e estudos que procuram apontar como estes objetos, típico da fase da infância, pode se configurar em um instrumento de estudo bastante rico (GARBINO et al., 2012).

Em 1986, Michael Christensen, um palhaço americano, iniciou o treinamento de alguns artistas, os quais passariam a visitar crianças hospitalizadas. Surgiu assim o grupo Clown Care Unit. A partir daí, grupos como este fazem parte da estratégia do brinquedo lúdico na terapia com crianças com leucemia (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008).

A brinquedoteca trata-se de um espaço adaptado dentro da unidade hospitalar para proporcionar às crianças a oportunidade de brincar, jogar, falar, rir e conviver com outras crianças de forma prazerosa, contribuindo para sua plena recuperação de saúde. Ao passo que a brinquedoteca socializa os brinquedos, as atividades de recreação hospitalar se estenderão a todos os lugares, como os apartamentos e enfermarias com visitas de palhaços, músicos, bailarinos, capoeiristas, teatro de fantoche entre outros (JUNIOR, 2012).

Assim, os profissionais precisam possuir uma boa compreensão do ser humano, no caso a criança, das suas necessidades, das suas capacidades e de seus desejos, tornando-se evidente o fato de que, quando a relação do profissional – paciente ocorre de maneira eficiente e agradável, a assistência prestada será a mais benéfica possível. Nesse caso, tanto os brinquedos como as atividades de recreação no hospital atuam como coadjuvante na assistência proporcionada pela equipe de enfermagem, uma vez que, se a essência saudável dessa criança está sendo estimulada, elas conseqüentemente estarão mais aptas e dispostas aos tratamentos propostos, o que também refletirá na melhora da sua condição de saúde, mesmo que esta não esteja especificamente centrada na cura de sua doença (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2008).

Para Ribeiro et al., (2010), o brinquedo terapêutico pode ser classificados em três tipos: dramático, que é aquele que propicia à criança dramatizar experiências novas, difíceis de serem verbalizadas e a tornar-se emocionalmente segura; o brinquedo capacitador de funções fisiológicas, no qual a criança participa de atividades para melhorar seu estado físico geral, através de brincadeiras que reforçam e envolvem seu próprio cuidado; e o brinquedo instrucional ou preparatório, que prepara a criança, através de uma brincadeira, para os procedimentos a que será submetida, a fim de promover sua compreensão e entendimento sobre o tratamento e clarear conceitos errôneos. Assim, um brinquedo torna-se terapêutico quando promove o bem estar psicofisiológico de uma criança . No ano de 1993, o Conselho Federal de Enfermagem - COFEN emitiu resolução determinando: “compete ao enfermeiro, enquanto integrante da equipe multiprofissional de saúde, a utilização da técnica do Brinquedo / Brinquedo Terapêutico na assistência à criança e família”. Portanto, o brinquedo terapêutico é hoje uma das responsabilidades dos profissionais da saúde que devem estar capacitados tecnicamente para exercer sua função de forma mais abrangente.

 

3 METODOLOGIA

 

 

Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa e descritiva realizada a partir de artigos sobre o tema “O brinquedo como recurso na assistência de enfermagem à criança portadora de leucemia”, enfatizando a atuação do enfermeiro no contexto das dificuldades apresentadas por estes pacientes que ainda nem mesmo conseguem entender a gravidade desta patologia.

Segundo Moreira (2004), a pesquisa bibliográfica representa a seleção, coleta e armazenamento de dados de entrada para a revisão, processando-se mediante levantamento das publicações existentes sobre o assunto/ tema ou problema em estudo, escolha, leitura e fichamento das informações relevantes.

Para Fachin (2006, p. 122) entende-se por levantamento bibliográfico:

“todas as obras escritas, bem como a matéria constituída por dados primários ou secundários que possam ser utilizados pelo pesquisador ou simplesmente pelo leitor. Uma das etapas da pesquisa bibliográfica é o levantamento dos livros, periódicos e demais materiais de origem escrita que servem como fonte de estudo ou leitura”.

 

O estudo visa investigar como o brinquedo pode interferir na qualidade do tratamento hospitalar das crianças com leucemia sob a ótica de alguns autores, incluindo a ação do profissional enfermeiro dentro desta realidade.

Para busca de trabalhos utilizou-se como bases de dados os sites Lilacs (Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde), Google Acadêmico e Scielo (Scientific Eletronic Library Online), tendo sido utilizados os seguintes descritores: Leucemia Infantil; brinquedo terapêutico; assistência de enfermagem.

Através desta pesquisa, buscou-se compreender a importância das atividades lúdicas nas estratégias de envolvimento da enfermagem nas práticas de recreação para pacientes pediátricos com leucemia e analisar este envolvimento diante dos referenciais teóricos fisiológicos e patogênicos. Fez-se necessário uma pesquisa no entendimento do âmbito institucional e das questões que envolvem a saúde, tanto para a criança e seus responsáveis, como para as ações dos enfermeiros que atuam neste ambiente.

 

 

4 CONCLUSÃO

 

 

A leucemia no paciente infantil aparece de forma menos freqüente do que em adultos, porém os danos causados são tão eminentes quanto nos adultos e constituem um problema de saúde que envolve familiares de uma maneira tão intensa que os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, passam a prestar uma assistência a qual abrange também todos os familiares envolvidos de forma mais próxima à criança.

Dentro das perspectivas de tratamento há que se implementar estratégias que possam ajudar a criança portadora de leucemia a compreender e assimilar a hospitalização através do brinquedo terapêutico, que ultimamente vem sendo identificado como uma das melhores alternativas de complementação do tratamento destinado a estes pacientes.

Sabe-se que a leucemia, por ser uma doença grave, com conseqüências diversas, como danos emocionais muitas vezes irreversíveis e que seu tratamento além de doloroso geralmente exige internação de longa permanência, a enfermagem tem se preocupado cada vez mais em elaborar e investir em ações relacionadas as estratégias lúdicas.

Atividades lúdicas são definidas como qualquer movimento que tem como objetivo produzir prazer quando for executada, ou seja, são práticas disponibilizadas com o objetivo de divertir, relacionada a jogos e brincadeiras que buscam proporcionar entretenimento e diversão. Neste contexto deve haver uma interação entre as brincadeiras, a estratégia do brinquedo com a complexidade da patologia e a individualidade de cada paciente.

O brincar no ambiente hospitalar pode ser visto como um grande auxílio para trabalhar o lado emocional da criança, onde ela se expressa através de brincadeiras dirigidas e orientadas pelo profissional de saúde, o enfermeiro, que poderá perceber através desta estratégia, as necessidades de cada criança.

O brincar vem com um propósito de facilitar o trabalho do enfermeiro, pois proporciona melhor adaptação e cooperação por parte das crianças, assim o tratamento tem melhor aceitação e conseqüentemente favorece uma recuperação mais rápida destes pacientes, pois traz calma e segurança para a criança além de tornar mais humano o ambiente hospitalar, possibilitando uma compreensão e adaptação mais adequada aos procedimentos que ela irá enfrentar durante o período de internação. Ter a possibilidade de brincar aproxima a criança dos profissionais de saúde.

 

 

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