Compreender o papel da escola enquanto espaço importante para o processo de socialização da criança é tarefa fundamental dos profissionais da educação, a fim de que possam possibilitar condições para que isto se concretize. O ato de ler de forma compulsória e descontextualizada dentro das rotinas de sala de aula, principalmente nas séries iniciais, tem mostrado ineficiência, visto que os índices de analfabetismo funcional é bastante elevado.
Trabalhar com Literatura na escola é promover a aprendizagem que sirva para a constituição de sujeitos que simplesmente não pertençam a uma sociedade, porém a questiona e a transforma.
Ao ler espontaneamente para si mesmo ou para seus pares, o aluno percebe na leitura um recurso de interação com o seu interior e exterior, tornando este ato num momento de diversão e prazer assim como nas brincadeiras, muita das vezes barradas pelas normas da escola.

Boa parte dos procedimentos cotidianos das escolas são concedidas por causa das necessidades do sistema educacional estabelecido, e essas necessidades, freqüentemente, prevalecem sobre as necessidades das crianças (BETTELHEIM, 1984, pág: 17).

É evidente que o professor precisa ler para que seus alunos possam ser envolvidos pelo texto, servindo de referencial para a turma. No entanto só o professor não é suficiente, perceber que seus pares também sentem e podem sentir prazer e se divertir com a leitura pode ser muito mais atraente.
Ao trabalhar projetos que privilegiem a Literatura na escola, estamos promovendo a emancipação do saber, rompendo a idéia de que ler é uma pratica escolar e que esta, está além das paredes da sala de aula e de uma exigência do professor.
Desenvolver a cultura leitora no ambiente escolar, não se resume a atividade dos discentes, mas também do professor que, sem generalizar, esta distante dos livros, pelo menos de forma desobrigada. O que nos arremete refletir sobre a analise tão acertada de Paulo Freire, "...quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado". (FREIRE, 1996)
Na leitura descobrimos novas palavras e novos usos para as que já conhecemos. Além de ser envolvente, a leitura expande nossas referências e nossa capacidade de comunicação.
Nesse sentido, a intenção dessa discussão é de contribuir para dar um (re)significado às práticas educacionais a partir de uma perspectiva mais ampla que traz para o aluno a autonomia para aprender, desenvolver atitudes e atributos essenciais para que possa conduzir sua própria aprendizagem em direção ao desenvolvimento das competências que compõe os pilares da educação do século XXI: Saber Ser/Conviver - Saber Conhecer - Saber Fazer

ABREU, Marlene A. V. PROJETO: Leitura na Educação infantil. Educação. Disponível em: http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/projeto-leitura-na-educacao-infantil/ acessado em 18 ago. 2011
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Brasil. Disponível em http://oucomesmoedai.wordpress.com/2007/04/21/50/ acessado em 18 ago. 2011
OSTERMANN, Cristiane; GRABAUSKA, Raquel. MUDA MUNDO. Porto Alegre: Signi, 2011.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Disponível em http://www.letras.ufmg.br/espanhol/pdf/pedagogia_da_autonomia-_paulofreire.pdf acessado em 17 ago. 2011.