POR SER ESSENCIAL NA FORMAÇÃO ESCOLAR, A LEITURA MERECE ATENÇÃO ESPECIAL DOS PROFESSORES DA LÍNGUA PORTUGUESA1

Gerivaldo Matias de Sousa2
Marivaldo Lima do Nascimento
RESUMO: No Brasil, nós encontramos inúmeros problemas na área da leitura: formação deficitária do professor; falta de recursos financeiros para aquisição de livros; falta de bibliotecas nas escolas ou de condições adequadas ao seu uso. O presente artigo científico tem como objetivo apresentar alternativas para fomentar nos educandos o gosto pela leitura, tendo em vista que este sempre foi um grande desafio para os educadores e, não somente o ato de ensiná-los a escrever. Sendo assim a mais importante de todas as tarefas é fazer, desde cedo, o aluno criar um hábito saudável de interação com os textos de diferentes gêneros, e assim absorver a capacidade de gerar debates e conseqüentemente se tornar um leitor critico do que leu e da realidade que o cerca. Existem hoje, diversas fontes e alternativas de despertar o interesse do aluno pela leitura possibilitando dando-lhes asas à imaginação mergulhando em um mundo encantado da leitura. Ao trabalhar privilegiando a leitura, o professor está promovendo a difusão do saber criando no aluno uma intimidade constante e permanente com a mesma, não se comportando apenas como um mero decodificador de signos lingüístico em um texto, mas um leitor capaz de abstrair as informações pertinentes à sua vida.
PALAVRAS CHAVE: Texto. Leitura. Leitor.
ABSTRACT: In Brazil, we found numerous problems in the area of reading: the teacher training deficit, lack of financial resources for purchase of books, lack of libraries in schools and suitable conditions for their use. This paper aims at presenting alternatives to foster in students a taste for reading, considering that this was always a great challenge for educators, and not just the act of teaching them to write. Thus the most important of all tasks are done, early, the student create a habit of healthy interaction with the texts of different genres, and thus absorb the ability to generate debate and consequently become a critical reader than read and reality that surrounds. There are now several alternative sources and to awaken the interest of the student by allowing the reading to give wings to imagination steeped in an enchanted world of reading. By working with the emphasis on reading, the teacher is promoting the dissemination of knowledge on the student creating a permanent and constant intimacy with it, not only as a mere linguistic decoder of signs in a text, but a reader able to ignore relevant information your life.

KEY WORDS: Text. Reading. Reader.
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1 Trabalho cientifico para ser apresentado no II Simpósio de Letras/Português, na Universidade Estadual do Piauí ? UESPI, sob a orientação da professora Eliane Pereira.
2 Acadêmicos do 4º bloco, curso de Letras Português, Universidade Estadual do Piauí - UESPI
1. INTRODUÇÃO

O livro é um insubstituível veículo de cultura e prazer. Ler é desvendar os mistérios do universo; sentir fascinação e não apenas superar dificuldades; melhorar sua própria vida, ou ainda aprender a ler ou a escrever. A leitura oferece a oportunidade a todo instante de fazer uma viagem onde o destino é o leitor que irá definir, na condição de adquirir mais conhecimento tornando esse momento interessante e significativo para o individuo que o faz nesse período.
O bom hábito de ler facilita o desenvolvimento cognitivo do aluno, a capacidade de pensar e crescer, principalmente na idéia de começar a criar as suas primeiras produções, em que a participação do professor de Língua Portuguesa é muito importante. É dessa forma que o educando passa a extrair das leituras: informações, terem oportunidades de desenvolver seu potencial, sua imaginação, suas fantasias e assim aprendem sobre si mesmo e com relação ao mundo em que vivem, ou seja, do seu cotidiano. Trabalhar com a leitura na escola é promover a aprendizagem que sirva para a constituição de sujeitos que participam: ativa, crítica e positivamente na sociedade a qual estão inseridos.
Desse modo, percebemos a necessidade de elaborar um estudo capaz de dar aos professores de Língua Portuguesa uma contribuição efetiva no que se refere ao desenvolvimento da leitura em sala de aula. Posto que o presente artigo fornece subsídios imprescindíveis fundamentados em teorias, onde os principais requisitos para o real desenvolvimento do leitor implica no criar situações propicias baseando-se em informações de alguns autores renomados.
Pensando assim são abordadas certas situações que possam ser utilizadas pelo professor como: desenvolver o hábito de leitura em seus alunos enriquecendo sua capacidade de comunicação e interação com o meio, buscando inserir a leitura não como uma mera decodificação e sim uma compreensão abrangente, trabalhando estratégias adequadas para as leituras em sala de aula, onde a idéia principal é colaborar com os educadores para que possam desenvolver suas atividades de leitura com seus alunos de forma prazerosa, para que aconteça uma prática pedagógica que respeite as diferenças lingüísticas, valorizando-as diversas linguagens presentes num texto dentro dos processos de interação sócio-comunicativos.

2. DESENVOLVENDO O HÁBITO DA LEITURA

Não é uma tarefa fácil, nem se faz da noite para o dia, portanto, toda a atenção dispensada à leitura é da maior importância, ela deve ser tratada como um fim em si mesma. Caiu em desuso à prática de aproveitar textos literários como forma de ensinar um ponto de gramática ou alguma lição de moral. O objetivo do trabalho com textos é criar o gosto pela leitura, para isso deve-se usar todas as estratégias possíveis para alcançar esse objetivo.
"A leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo vocabulário e a facilidade da comunicação, disciplinando a mente e alargando a consciência pelo contato com formas e ângulos diferentes sobre os quais os mesmos problemas podem ser considerados. Quem lê constrói sua própria ciência; quem não lê memoriza elementos de um todo que não se atingiu (...). É preciso ler, ler muito, ler bem." (RUIZ, 2006, p.35)
Como se vê, o hábito de leitura possibilita o desenvolvimento do individuo e da sociedade. Portanto a compreensão do que se lê não é apenas um ato racional, porque a leitura é um processo contínuo de atribuições de significados. Para se desenvolver como um indivíduo crítico é necessário poder escolher o que se quer ler, fazer suas próprias descobertas, elaborar, criticar e divulgar o conhecimento. Através da literatura, o indivíduo pode ampliar seu conhecimento a respeito de si próprio, e principalmente do meio em que vive, buscando para isso uma troca de conhecimentos com outras pessoas e com esse mundo de tamanha diversificação de ideias e opiniões onde a globalização tem influenciado muito nesses relacionamentos. Hoje a quantidade de informação é grande, e em uma velocidade muito rápida, a inserção da tecnologia aumenta cada vez mais essa interatividade com o meio.
"A leitura não tem como finalidade à memorização, mas a compreensão e a crítica, única forma do sujeito construir seu próprio texto, ampliar seus horizontes e dos outros com os quais compartilhará suas descobertas. A compreensão não é um processo puramente racional, mas depende de um envolvimento emocional do leitor" (SILVA, 2002,p.26)
A escola deve dispor assim de uma biblioteca na qual os alunos possam pegar livros emprestados para leitura em casa (sem objetivo da avaliação pelo professor), ou ainda o melhor seria se as escolas fossem dotadas de minibibliotecas em cada sala de aula, que permite o acesso aos livros mais próximos de suas atividades. Assim a organização de sessões de leitura livre em que cada estudante escolhe seu livro, depois cada um fala sobre o que leu para o resto da classe, tornar-se-ia possível e serviria como uma bela troca de conhecimentos (as atividades não devem ser impostas, mas serem sugeridas, discutidas e posteriormente dirigidas pele educador/facilitador do aprendizado).
Dessa forma, aprende-se com a experiência do outro e, muitas vezes, o aluno se sente motivado a ler um livro a partir da descrição do seu colega de sala ou até mesmo de uma pessoa desconhecida que fez algum comentário sobre alguma coisa que leu ou ouviu falar. A importância fundamental é que haja essa integração, onde a variação de temas irá predominar naquele momento, trazendo assim o interesse dos alunos pelas literaturas, pois com essa proximidade irá trazer bons frutos, e certamente com um amplo material de estudo, pois o empenho partindo dos alunos torna a atividade mais interessante.
As aulas, portanto, devem valorizar também a leitura de revistas e jornais. Por meio dela os alunos entrarão em contato com diversos registros de escrita aceitos socialmente, além de acumular informações sobre o país, o estado a cidade ou até mesmo o bairro onde vivem. É nesse contexto que a escola deve envolver todas as disciplinas, tendo em vista que a tarefa de formar leitores é de toda a instituição, pois para o aluno se desenvolver em qualquer área, precisará produzir textos e essa produção nasce essencialmente de conhecimentos prévios adquiridos em leituras anteriores, seja de textos ou de quaisquer outras modalidades, objetos ou paisagens, sendo que o mais importante é que esse contato aconteça de uma forma simples e que não cause cansaço ao aluno, orientar que ele busque uma leitura agradável e que seja utilizada em suas produções textuais, ou que pelo menos aproveite esse momento como um lazer.


3. TRABALHAR LEITURA É APENAS DECODIFICAÇÃO DE SINAIS?

O ato de ler é o processo de "construir significado" a partir do texto. Isso se torna possível pela interação entre os elementos textuais e os conhecimentos do leitor. Quanto maior for à concordância entre eles, maior probabilidade de êxito na leitura. A interação que se estabelece entre o texto escrito e o leitor são diferentes daquela estabelecida entre duas pessoas quando conversam, por exemplo, nessa última situação, estão presentes muitos aspectos, além das palavras: gesticulação, expressão facial, entonação da voz, repetições, perguntas que dão significado a fala. Como explicita SILVA, 2005:
"O leitor executa um ato de compreender o mundo. De fato, o propósito básico de qualquer leitura é a apreensão dos significados midiatizados ou fixados pelo discurso escrito, ou seja, a compreensão dos horizontes inscritos por um determinado autor, numa determinada obra. O "compreender"deve ser visto como uma forma de ser, emergindo através das atitudes do leitor,diante do texto, assim como através do seu conteúdo, ou seja, o texto como uma percepção ou panorama dentro do qual os significados são atribuídos. Nesse sentido, não basta decodificar as representações indicadas por sinais ou signo (que assume o modo da compreensão) porta-se diante do texto, transformando-o e transformando-se" (SILVA, 2005, p.43)
Percebe-se por tanto que o texto também atua sobre os esquemas cognitivos do leitor. Quando alguém lê algo, aplica um determinado esquema alterando-o ou confirmando-o, ou ainda tornando-o mais claro e exato. Assim, duas pessoas lendo o mesmo texto podem entender mensagens diferentes porque seus esquemas cognitivos, ou seja, as capacidades já internacionalizadas e o conhecimento prévio de cada um dos indivíduos permitem fazer sua interpretação e automaticamente uma avaliação do conteúdo avaliado. Todavia, isso é muito relativo à formação de cada um, sendo que o leitor que fez sua analise de uma determinada situação pode ele mesmo de acordo com sua interpretação fazer uma produção em cima do que foi lido, e passando assim a ser completamente diferente do individuo que nunca teve um contato com a leitura ou se teve foi apenas uma forma básica de decodificação.


4. TIPOS DE LEITURA APLICADA EM SALA DE AULA

Existem diversas maneiras de se trabalhar a leitura em sala de aula, no entanto, a seguir, são descritas algumas formas que se consideram relevantes para uma boa prática por parte dos alunos, segundo MAROTE, 2002.
I- _Leitura Intensiva: leitura de um pequeno trecho, estudo de suas particularidades, síntese e aplicação. A leitura não foi sempre a mesma em todo lugar. E também não é unânime seu conceito entre as pessoas. O ato de ler concretiza-se a partir da relação que o homem estabelece com textos em diferentes suportes. Podemos realizar a leitura de um livro, de um quadro, de uma fotografia, entre outros. Ler não é apenas uma operação intelectual abstrata: implica o uso do corpo e ocorre dentro de um espaço.
II - Leitura Extensiva: leitura de um texto bastante longo. Objetivo: compreensão e rapidez. Alguns textos estão manifestamente aquém do nível espectável para o ano de escolaridade em causa. O objetivo é fornecer uma lista de obras que permitam diferenciar o trabalho com grupos de alunos de níveis diversos, de modo a incutir confiança nos que apresentam mais dificuldades e levá-los, no decurso do mesmo ano, a lidar com textos progressivamente mais exigentes.
III - Leitura Suplementar: leitura extensiva em ponto maior (um livro ou toda a obra do autor). Ela busca um aprimoramento e uma condição bem mais elevada do aluno, onde sua percepção com certeza já é mais aguçada, pois os trabalhos requisitados nesse estágio são um pouco mais complexos envolvendo uma síntese mais esmiuçada do texto, como por exemplo, uma resenha de um determinado livro, onde requer regras devidamente estabelecidas, que devem ser seguidas, ou seja, nesse aprendizado o aluno deve ter um conhecimento mais vasto em si tratando não só da leitura, mas como um todo que envolve contato com o meio. "Leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento e mais essencial ainda a própria vida do ser humano (...). Ela é uma das formas do homem se situar com o mundo de forma a dinamizá-lo" (SILVA, 2005. p.42).
Essa dinamicidade dar-se a partir do momento em que o leitor não fica apenas na leitura propriamente dita e parte para o agir daquilo que ele observou do texto escrito. Sendo assim o que é oferecido aqui não é apenas um modelo único de seqüências de atividades de uma aula de leitura, por que cada texto e cada contexto poderão sugerir procedimentos diferentes.

5. ESTRATÉGIAS DE LEITURA

Existem várias formas de incentivar o aluno a uma boa leitura, o primeiro ponto é o interesse do professor por leitura, onde suas opiniões sobre cada texto, reportagem ou obra lida, seja colocada para seus alunos podendo assim ajudá-lo no desenvolvimento de sua atividade, a língua portuguesa por ser cheia de regras, oferece certa resistência, contudo, o professor deve sempre ter uma carta na manga, onde pode oferecer alternativas para seu aluno, esboçar uma atenção nas atividades, aproveitando o cotidiano da turma, não deixando passar nada despercebido no dia a dia do aluno, em sua casa ou na comunidade, pois é muito importante aproveitar a riqueza que o aluno traz em seu vocabulário.
Apresentar algumas formas de leitura, usando a oralidade, mostrando cada contribuição e utilidade dessas atividades, buscarem novidades que está ou esteve na mídia, pois é lá que hoje a atenção desse público está direcionada, e é para eles direcionam mais a sua curiosidade no que acontece no momento. É muito importante, aproveitar e incluir nessa mesma atividade lições de vida, como por exemplo, cuidar do nosso meio ambiente, o que fazer para melhor, o que nós (classe) podemos fazer, enfim atrair sua atenção em diversas formas e aprimorando seu desenvolvimento e valorizando seu desempenho a cada etapa desse processo.

5.1 LEITURA SILENCIOSA E A ORALIDADE

Qualquer que seja o modelo escolhido é conveniente ter bem claro o objetivo dessa primeira leitura. Um texto é um sistema com uma introdução, um desenvolvimento, e uma conclusão intrinsecamente ligados. É necessário que o aluno tenha, logo de início, uma visão intuitiva do texto ainda que confuso, porém global (síntese inicial), ponto de partida para a análise que ele vai operar.
A leitura silenciosa pode ser dirigida através de ordens que variam conforme o objetivo, tais direções podem ser dadas oralmente ou por escrito, porém um de cada vez. Durante a leitura, o professor apenas observa se ocorrer alguma dificuldade de vocabulário, remeter o aluno ao dicionário ou explicá-la através de sinônimos, antônimos, ou ainda por recursos visuais, se possível. Terminada a leitura silenciosa, convém promover um comentário oral sobre o texto, no inicio o educador pode dirigir o comentário:
Depois, os alunos devem ter oportunidade de expressar livremente suas idéias e sentimentos sobre o que acabaram de ler. Pois partindo desse contexto, dali mesmo podem aparecer produções que poderão serem analisadas pelo professor, ainda que orais, para que possam serem aproveitadas em outras oportunidades de atividades em sala de aula, lembrando sempre que todas as produções devem ser corretamente apreciadas, favorecendo assim a buscar a capacidade produtiva dos alunos, jamais ofuscando o ponto de criatividade, pois pode incorrer em um bloqueio de criatividade do aluno.

6. LEITURA EXPRESSIVA (PROFESSOR/ALUNO)

Esse momento é para confirmar e ampliar a compreensão alcançada com a leitura silenciosa. Além disso, ajudará a preparar a interpretação e a leitura expressiva dos alunos. Assim a leitura expressiva do professor aponta a linha dos pensamentos e acontecimentos que estão na mensagem do texto e faz evitar os erros de articulação, prosódia, entoação e ritmo da frase. Dessa forma sugeri-se que os alunos escutem a leitura do professor com o livro fechado, para poderem perceber a gesticulação e as diversas maneiras com que ele lê e procura inserir uma vida ao texto.
Viu-se que a leitura em sentido amplo oferece ao leitor a oportunidade de dar sentido ao texto, recriando um novo texto. É exatamente no memento da interpretação que isso acontece. Interpretar não é reproduzir o texto com as suas palavras, mas sim debruçar-se no texto mergulhar nele em profundidade e trazer à tona a ideia essencial e as secundárias. Após a interpretação os alunos estão aptos a uma boa leitura expressiva. O professor deve escolher a técnica mais adequada à natureza e as particularidades do texto. Uma técnica muito usada é dirigir a leitura por meio de instruções, como leia o trecho onde tal personagem fala (fala-se a passagem do texto).
O ato de ler ativa uma série de ações na mente do leitor pelas quais ele extrai informações. Essas ações ou "estratégias de leitura" passam, na sua maioria, despercebidas em nível de consciências. Elas ocorrem simultaneamente podendo ser mantidas, modificadas ou desenvolvidas durante a apropriação do conteúdo, dependendo especificamente de quem o absorveu.
Ao ler um texto qualquer, a mente seleciona o que interessa do conteúdo. Nem tudo o que está escrito é igualmente útil para a compreensão do texto. Escolhem-se alguns aspectos relevantes e ignoram-se outros. Quando o leitor lê um livro, por exemplo, e "pula" certos trechos, está fazendo uma "seleção". Apenas presta atenção aos aspectos que lhe interessam, ou seja, aqueles sem os quais não seria capaz de compreender o texto.
São hipóteses que o leitor levanta antecipando informações com base nas "pistas" que vai percebendo durante a leitura. Essa estratégia ocorre, por exemplo, quando, no início da leitura de um romance policial, antecipa-se quem será o herói e vilão. Durante a leitura, confirma-se ou não a predição. São os complementos que o leitor fornece ao texto a partir de seus conhecimentos prévios. É tão freqüente o uso dessa estratégia que é comum o leitor não lembrar-se um determinado aspecto estava explícito ou implícito no texto.
É a atitude permanente do leitor, que consiste em fazer a ponte entre o que ele supõe (seleção, antecipação, inferência) e as respostas que vai obtendo a partir do texto. Trata-se de avaliar as antecipações e inferências, confirmando-as ou refutando-as com a finalidade de garantir a compreensão. Quando as expectativas levantadas pelas estratégias de antecipação não são confirmadas, há um momento de dúvida. O leitor repensa a hipótese anteriormente levantada, constroem outras e retoma as partes anteriores do texto para fazer as devidas correções. É o caso do leitor que "volta" para corrigir a palavra que leu errado. Há uma relação dialética ente o usar estratégia de leitura e interpretar o texto, emprega-se uma tática porque está realmente entendendo-se.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo desse trabalho científico é de contribuir para que a leitura nunca deixe de ser encarada como um desafio para o educador, sua contribuição deve ser de máxima dedicação para que possam fluir rendimentos em seus alunos, buscando desde cedo o interesse para essa atividade, podendo contar com várias alternativas a serem aproveitadas em suas aulas, pois, a cada dia aparecem novas caminhos de buscar o interesse do aluno em ler favorecendo uma interdisciplinaridade dentro do contexto geral que é o da leitura, proporcionando uma gama de informação em todas as áreas, onde a principal meta é a busca do conhecimento, usando como ferramenta principal o manuseio correto da leitura.
Dessa forma ressaltou-se ao longo do estudo a leitura como sendo o modo de participar, observar e criticar aquilo que lhe é imposto como útil e necessário, para tanto o gosto pela leitura é trabalhado no sentido da motivação desde a infância, para assim, o aluno familiarizar-se com os livros, com os mundos mágicos, imaginários. Nesse sentido, observou-se e foram citados diferentes modos de vê a leitura: como decodificação de sinais, uma compreensão mais abrangente, percepção do leitor ser capaz de a seleção, antecipação a inferência e o autocontrole ao ato de praticar a leitura. Selecionar por que nem tudo que está escrito é útil, antecipar pelo ato de compreender antes a mensagem do todo, inferir é absorver aquilo que está nas entrelinhas e não claramente explicito e autocontrole é fazer uma junção (da seleção, antecipação e inferência) objetivando uma compreensão mais rápida.
Contudo, colocar onde podem ser aplicadas essas alternativas e apresentamos uma espécie de cronograma para facilitar o trabalho do professor, acreditamos que possamos ter contribuído com essa pequena gota de incentivo na hora de proporcionar ao profissional de sala de aula o grande prazer ao ver que o seu trabalho bem realizado, pois os primeiros frutos devem ser colhidos o mais cedo possível, para quando o aluno entrar no ensino fundamental não ter medo de ler ou realizar suas produções textuais.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

MAROTE, João Teodoro D?olim; FERRO, Gláucia D?olim Moreto. Didática da língua portuguesa. 11ª ed. São Paulo ? SP: Ática, 2002.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19ª ed, São Paulo: Brasiliense, 2005.
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NOVA ESCOLA, Edição especial: Parâmetros curriculares nacionais de 5ª a 8ª série. PCN. São Paulo-SP, 200.
SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2005.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia cientifica: guia para eficiência nos estudos. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
VIANNA NETO, José Alves. A importância do processo de desenvolvimento da leitura. Parnaíba, 2007. 46 f. Monografia (graduação em pedagogia). Gestão e docência escolar. Universidade Estadual do Piauí, Parnaíba, 2007.