LEITURA: UM CAMINHO SEGURA PARA UMA EDUCAÇÃO MAIS SIGNIFICATIVA

 

  Eronides Soares Bravo Filho[1]

Maria Aline da Silva Bravo[2] 

 Maria Clésia de Matos Andrade[3]     

RESUMO

Este artigo objetivou identificar os principais motivos da falta do prazer pela leitura entre os educandos, principalmente das séries iniciais. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, pelo meio de levantamento minucioso em obras que abordam a temática “importância da leitura nas séries iniciais”. Os dados foram oriundos de fonte impressa e dados em PDF de livro, jornais, revistas, artigos, dissertações, monografia e consulta em sites acadêmicos na internet. Foi consenso entre os autores estudados que a leitura é responsável pela aproximação do indivíduo ao saber, é capaz de transformar o mundo que o cerca de uma forma dinâmica, provocando nos leitores uma visão critica-reflexiva capaz de torná-los cada vez mais humanizados e aptos a mudanças de comportamentos e atitudes. Portanto, conclui-se que o sucesso educacional esta estruturada no tripé que são: Família, Comunidade escolar e Poder público (FCP), e que esses se encontram unidos de tal forma que a fragilidade de um compromete todo processo educativo, assim, cabe a todos fazer uma leitura desse processo e buscar promover o encontro destes eixos para que o sistema educacional forme leitores de uma forma plena.                      

PALAVRAS-CHAVE: Família, Comunidade escolar, Leitores, Educação.

 1 INTRODUÇÃO

    O presente estudo objetiva descrever a importância da leitura textual no ensino fundamental menor para o desenvolvimento intelectual significativo do aluno, pois se observa que alunos que são motivados a ler mais jovem apresentam um melhor desempenho na resolução de problemas, interpretam textos com mais facilidade, expressam uma linguagem mais coerente e fazem uma leitura da realidade vivenciada de uma forma mais concisa e crítica. Desenvolvendo assim uma visão dinâmica e habilidades que facilitaram a compreensão de uma forma mais abrangente do contexto estrutural.      

   Acredita-se que alunos motivados a ler desde as séries iniciais desenvolvem o prazer pela leitura e passam a fazê-la não mais como obrigação, mais sim como algo necessário para o crescimento do intelecto. Para Villardi (1999) esse ato é responsável pela formação de leitores para a vida toda, neste sentido o aluno não mais lê pela obrigação e passa a fazê-lo pelo prazer. Assim, cabe ao professor mediar essa tarefa que é fundamental ao processo significativo da aprendizagem. 

    Dentro desse contexto, questiona-se: por que no nosso Brasil as crianças não gostam de ler e escrever? Será que essa dificuldade está ligada ao sistema educacional brasileiro que na sua trajetória cultural tem mais contribuído para acentuar essa dificuldade do que para saná-la? Será que a falta do prazer pela leitura não advém do convívio familiar?

    Nesse sentido, o presente artigo tem como propósitos: identificar os principais motivos da falta do prazer pela leitura entre os educandos, através de pesquisa semiestruturada; demostrar que os alunos que são estimulados a ler desde a infância têm um melhor desempenho na execução de várias tarefas como: comunicar-se de uma forma mais aberta, coerente e assimilar os conteúdos com mais facilidade; relacionar o prazer pela leitura ao estímulo dado tanto na sala de aula como no ambiente familiar; analisar o sistema educacional brasileiro como promotor de educadores que leem apenas por obrigação.

    Justifica-se a presente pesquisa por se observar a dificuldade que vários alunos apresentam na interpretação de texto e resolução de problemas, e percebe-se que esse entrave advém da falta do hábito de leitura entre os educandos, e que se agrava pela pouca motivação por parte dos educadores e do convívio familiar.

    Desta forma, este artigo contribuirá positivamente tanto para a sociedade em geral, assim como para a área de estudo da qual está inserida, visto fazer uma reflexão acerca de um dos maiores problemas atual do campo educacional, que é a falta do prazer na leitura, pois esse problema leva os educando a se tornarem pobre de informações, menos criativos e com a capacidade reduzida de argumentação.  

    Os procedimentos metodológicos foram pesquisa bibliográfica, pelo meio de levantamento minucioso em obras que abordam a temática “importância da leitura nas séries iniciais”. Os dados foram oriundos de fontes impressas e dados em PDF de livros, jornais, revistas, artigos, dissertações, monografias e consultas em sites acadêmicos na internet. Esse levantamento objetiva fortalecer os argumentos apresentados nesse trabalho, pois qualquer tipo de pesquisa e em qualquer área do conhecimento pressupõe e exige-se pesquisa bibliográfica prévia, seja para o levantamento de questão, seja para o referencial teórico.         

    O tipo de pesquisa utilizado foi o qualitativo, pois esse procedimento objetivou aclarar os conceitos a cerca da temática que envolve aspectos subjetivos explícitos e conceituais.  Desta forma, este método permitiu uma maior abrangência na elucidação dos dados pesquisados. Por último foi utilizado pesquisa descritiva, pois foi necessário elaborar uma discrição aprofundada dos dados coletados. O método utilizado foi o indutivo, visto que foi necessário fazer um analise minucioso de várias correntes conceituais para se chegar a uma situação específica.

2 REVISÃO DE LITERATURA

   2.1  A importância da leitura textual

Ler significa não só ver as letras do alfabeto e juntá-las em palavras, mas também estudar a escrita, decifrar e interpretar o sentido, reconhecer e perceber a aprendizagem da leitura que sempre se apresenta intencionalmente como algo mágico, se não enquanto ato, enquanto processo da descoberta de um universo desconhecido e maravilhoso (CÂMARA, 2009, p. 17).

                  Por meio deste paragrafo observa-se o quanto a leitura textual é indispensável para o crescimento intelectual do aluno, pois a leitura vai além da simples junção de letras e codificação de símbolos, torna-se uma ferramenta que permite aos leitores a descoberta de um novo horizonte recheado de cultura e informações, que os conduzirá para uma educação capaz de levar à construção significativa do conhecimento (ROCHA et al., 2012). Para Bortoni-Ricardo (2007) e Percília (2011) a prática da leitura é fundamental para o enriquecimento vocabular.

                 Desta forma, a leitura torna-se a fonte propulsora do saber acadêmico, assim como o alicerce para a consolidação de um mundo propício para o desenvolvimento de habilidade e competências, além de ser uma atividade social-cultural que promove o vinculo entre o conhecimento e a cultura (ROCHA et al., 2012). Assim, Kato (1990) afirma que:

Tendo em vista que a leitura é condição essencial para que se possa compreender o mundo, os outros, as próprias experiências e a necessidade de inserir-se no mundo da escrita, torna-se imperativo que o aluno desenvolva habilidades linguísticas para que possa ir além da simples decodificação de palavras. É preciso levá-lo a captar por que o escritor está dizendo o que o texto está dizendo, ou seja, ler as entrelinhas. Pode-se fazer mais: proporcionar ao aluno experiência de leitura que o levem não só a assimilar o que o texto diz, mas também como e para quem diz (KATO, 1990, p. 56).

                 Para Percília (2011) a leitura é algo fundamenta para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Para potencializar essa relação é fundamental que esse hábito seja desenvolvido na infância. Assim, Percília (2011) enaltece.

O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois comer, beber e dormir até eles sabem; é a leitura, no entanto, que proporciona a capacidade de interpretação (PERCÍLIA, 2011, p. 4).

                 De acordo com José (2007) aprender a ler e escrever abre no indivíduo portas para uma visão diferente da vida, capaz de promover novas oportunidades de compreensão, interação e interpretação do mundo. Neste sentido Rocha et al., (2012) afirmam que a leitura é a condição basilar para que o ser humano compreenda o mundo, sendo desta forma, a fonte nuclear do saber acadêmico. Diante destas alegações José (2007) assegura.

Quando um aluno lê e escreve bem, ele adquire os requisitos necessários para ter sucesso em qualquer disciplina, pois, interpretando e desenvolvendo a capacidade de recontar numa perspectiva crítica as informações que assimilou, além de elaborar novas produções, o educando constrói conhecimentos (JOSÉ, 2007, p.2).

                 Deste modo, percebe-se que a leitura é acima de tudo responsável pela aproximação do indivíduo ao saber, é capaz de transformar o mundo que o cerca de uma forma dinâmica, provocando nos leitores uma visão critica-reflexiva capaz de o tornar cada vez mais humanizado e apto a mudanças de comportamentos e atitudes. “Ler, segundo Freire, não é caminhar sobre as letras, mas interpretar o mundo e poder lançar sua palavra sobre ele, interferir no mundo pela ação”.

                 Moura et al., (2010) afirmam que a leitura deve ser compreendida como uma prática social que permite ao indivíduo situar-se no contexto socialmente. Diante destas alegações percebe-se que o hábito da leitura é uma atividade social indispensável para a formação de uma sociedade mais consciente do seu papal como cidadão humanizado.                 

                 De acordo com o Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries Inicia do Ensino Fundamental (2008), a leitura é fundamental para o enriquecimento do indivíduo, pois aqueles que exercem com frequência a prática da leitura tornam-se cidadão pleno.

A leitura é uma prática social que envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizados pelo leitor, tanto no ato de leitura propriamente dito, como no que antecede a leitura e no que decorre dela. Assim, o sujeito demonstra conhecimentos de leitura quando sabe a função de um jornal, quando se informa sobre o que tem sido publicado, quando localiza pontos de acesso público e privado aos textos impressos (bibliotecas), quando identifica pontos de compras de livros (livraria, bancas, etc.). Dizendo de outra forma, depois que um leitor realiza a leitura, os textos que leu vão determinar suas futuras escolhas de leituras, servirão de contraponto para outras leituras, etc. (PRÓ LETRAMENTO, 2008, p. 40).

                 Ainda enfatizando a ideia retrocitadas do Programa de Formação Continuada de Professores dos Anos/Séries Inicia do Ensino Fundamental (2008), ressalta-se que aqueles que leem com frequência desenvolvem a capacidade de escrever com clareza, pois as ideias por ele elencadas terão que ser decodificadas por outros, sendo assim, as leituras irão subsidia-lo não somente na interpretação e compreensão, mais também na capacidade de argumentação escrita.      

2.2  A leitura na infância

                  Sabe-se o quanto é complexo o processo de ensino aprendizado, principalmente nas séries iniciais. Compreende-se também que todo aprendizado acadêmico tem início mediante a descoberta da leitura e escrita, e para que essa etapa ocorra de uma forma mais significativa e necessária que o educando tenha uma relação prazerosa com o material que lhe é oferecido. Desta forma, Araújo (2010) esclarece.   

o livro é para ser sentido tocado, cheirado, desejado, amassado pelo uso, gasto, lido!...Se não houver ralação livro leitor, se o livro escolhido pelo adulto não corresponder às expectativas da criança levando-a ao prazer através da leitura, se não for adequado ao desenvolvimento psicológico, intelectual e emocional do leitor, a leitura a ser feita nem sempre produzirá os efeitos esperados, nem sempre atingirá as metas e os objetivos desejados (ARAÚJO, 2010, p. 78).

                 Assim, Araújo (2010) enfatiza no parágrafo anterior de uma forma muito esclarecedora a importância motivacional do material oferecido ao aluno, pois esse além de tornar o indivíduo mais hábil na leitura e escrita, influência direta no desenvolvimento psicológico e emocional do leitor.   

                  Neste sentido Paulo Freire (1987, p. 8) vai além e afirma que “Aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade”. 

                  Através destas argumentações percebe-se o quanto a leitura tem a capacidade de tornar o indivíduo livre, pois permite que esses compreendam com mais dinamismo e facilidade a relação do mundo imaginário infantil e realidade. E essa conexão torna-se mais evidente quando motivada nas séries inicias, pois é nesta fase que o indivíduo encontra-se em processor de formação e aprende com mais facilidade.

                  De acordo com Bamberger (1977) e Cagliari (1995) a leitura é um procedimento de descoberta, assimilação de conhecimentos, interiorização, reflexão e acima de tudo que contribui para o desenvolvimento intelectual, da linguagem e da personalidade. Assim, Bamberger (1977) através do paragrafo abaixo se enfatiza a importância da leitura na infância.

A leitura, na infância, satisfaz as necessidades e interesses das várias fases de desenvolvimento, de maneira demasiado unilateral. Quando, mais tarde, os interesses se modificam (diminuindo o amor da aventura), muitas crianças param completamente de ler. A motivação para a leitura é demasiado fraca (BAMBERGER, 1977, p.20).  

                  Para Silva (1998) é na infância que se incentiva para o habito da leitura, pois é nessa fase que temos a capacidade de tornar o ser em futuro leitor, após essa fase torna-se impossível desenvolver o hábito da leitura entre os adolescentes e adultos. Pois segundo Silva (1998, p. 53) “Ou se adquire o hábito de leitura quando criança ou fica decretado a morte do leitor”.   

                  Diante destas informações fica evidente que é na fase da infância que se dar todo processo de formação do individuo, seja na construção da personalidade, assim como na formação de leitores inicialmente de contos e histórias, para posteriormente torna-se adultos que fazem a leitura do mundo de uma forma mais consciente. 

2.3  A leitura textual e a relação escola/família

                  Sabe-se que o processo educacional não é tarefa exclusiva da escola, mais sim, um processo colaborativo entre família/escola. Segundo Solé (1998) o processo do desenvolvimento do prazer pela leitura envolve uma serie de fatores como: a linguagem, o falar, o ouvir, o sentir, o escutar e escrever. Tarefas que a criança desenvolve no seu convívio familiar. Desta forma, aponta que a família poderia colaborar com a escola motivando os seus filhos a ler bulas de remédios, elaborando listas de compras, lendo receitas de alimentos, placas de ruas e contando histórias.

                  Assim, observa-se que atividades simples praticadas pela família faram uma diferença significativa no processo de ensino aprendizado. Contudo é preciso que a escola esteja aberta para orientar os pais do seu papel neste processo. E para esclarecer essas ideias Rocha et al., (2012) enfatizam.

[...] diz que ninguém lê sem um motivo; a criança principalmente precisa de motivação para o exercício desses atos. Nem todos veem sentido para a leitura, pois essa pretensão depende também do contexto socioeconômico e cultural no qual o aluno está inserido. O jovem e a criança precisam ser seduzidos para a leitura, desconsiderando neste processo qualquer estratagema que possa tornar a leitura uma obrigação (ROCHA et al., 2012, p. 8).                     

                  Assim, a escola exerce um papel fundamental no processo de ensino aprendizagem, contudo a presença da família é inerente para esta construção.

2.4  O sistema educacional brasileiro e a promoção de leitores  

                      No contexto atual brasileiro vem sendo muito discutido as ações relacionadas à promoção do prazer pelo hábito de leitura, visto saber que a leitura tem a capacidade de melhor o aproveitamento escolar, pois alunos que leem com frequência possuem maior poder de concentração. Contudo, a forma com que se trabalha a leitura no Brasil tem mais afastado o educando do que o levando ao prazer de fazê-la, pois a leita textual é apresentada com um castigo ou obrigação. E para esclarecer essa ideia Pennac (1998) aborda.

Quando transformado em obrigação, a leitura se resume a simples enfado. Para suscitar esse desejo e garantir o prazer da leitura, prescrevendo alguns direitos do leitor, como de escolher o que quer ler, o de reler, o de ler em qualquer lugar, ou, até mesmo, o de não ler. Respeitando esses direitos, o leitor, da mesma forma, passa a respeitar e valorizar a leitura. Está criado, então, um vinculo indissociável. A leitura passa a ser um imã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da qual ele, por sua vez, não deseja desprende-se (PENNAC, 1998, p. 13).

                 Assim, é preciso que a escola recorra a técnicas que promova ações que proporcionem momentos de prazer através da leitura, e que esse não fique restrito apenas a sala de aula, mas que envolva o contexto familiar e social. Só assim, terá a capacidade de potencializar a formação de um sujeito crítico, participativo e acima de tudo que cultive o gosto pela leitura (ROCHA et al., 2012).   

                Para Rocha et al., (2012) a escola brasileira não esta desempenhando o seu papel no desenvolvimento das habilidade de leitura, o que fazem é apenas adestrar para a codificação de símbolos em sem levar em consideração a essência do enunciado. Desta forma Rocha et al., (2012) ilustram.        

Pesquisas apontam que o Brasil está cheio de analfabetos funcionais (terminologia que a UNESCO recomendou nos anos 70, e que o Brasil passou a usar somente a partir de 1990. Segundo a pesquisa, a pessoa apenas lê sem fazer o uso da leitura). Isso comprova que a escola não está trabalhando a leitura na sua essência, mas dando ênfase ao estudo superficial de decodificação. Fato muito presente na modalidade de trabalho com alfabetização (ROCHA et al., 2012, p. 5).

                 Mediante essas argumentações Oliveira et al., (2011) afirmam que a alfabetização praticada no país principalmente no primeiro ciclo tem deixado muito a desejar, viste estar estruturada em aspectos que não leva em consideração a condição cultural, social e psicológica dos educandos, além de adotar uma metodologia que trata o criança como sujeito passivo e não como agente construtor do conhecimento.

                 Assim, Moura et al., (2010) asseveram que a escola é a instancia legítima para a promoção do ensino e inserção do indivíduo na sociedade atual, contudo ela tem fracassado na excursão do seu papel e isso se dar principalmente pela falta de atualização e capacitação dos professores principalmente nas séries iniciais. Delimitando assim, o papel do professor como mediador do conhecimento e fragilizando desta forma o processo do ensino aprendizagem. 

                Apesar da falta de motivação e capacitação para os professores Angotti, apud Oliveira (2000) afirma que.

O professor precisa avivar em se mesmo o compromisso de uma constante busca de conhecimento pessoal e profissional. Isto poderá gerar-lhe segurança e confiabilidade na realização de seu trabalho docente. Esta busca poderá instrumentalizá-lo para assumir seus créditos, seus ideais, suas verdades, contribuindo para reverenda um corpo teórico que dê sustentação para a realização de seu fazer (ANGOTTI, apud OLIVEIRA, 2000, p. 64).                          

                 Diante dos fatos supramencionados, percebe-se que o professor é mais uma vítima do sistema educacional brasileiro, sistema que não valorizam um dos segmentos mais importante da sociedade que é a educação.  Desta forma, aqueles que mais necessitam de uma educação de qualidade para obterem uma acessão social, são penalizando pela falta de um direito que é fundamental para existência de sociedade mais justa. 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Através deste estudo fica evidente o quanto a promoção da leitura nas séries iniciais é fundamental para o sucesso do sistema educacional. Quando essa etapa é suprimida o sistema educacional entra em uma crise de identidade, pois esse deixa de exercer o papel de construir a educação embasada no prazer e passa a fazê-la como uma obrigação.

    Desta forma, para que a educação cumpra o seu objetivo de uma forma concisa é necessário esforço conjunto do poder público, comunidade escolar e principalmente da família. Cabendo aos gestores cumprir apenas o que preconiza a LDB, viabilizando o cumprimento e motivação de projetos que objetivem a melhoria da qualidade da educação, e principalmente que possa promover capacitações para que os educandos possam estar sempre atualizados e valorizados.

    Cabe à comunidade escolar não sucumbir diante de todos os entraves histórico pelos quais a educação perpassa, pois apesar destes, a comunidade escola e principalmente os professores devem perceber o poder transformador da educação, e que muito das atividades que é produzida na sala de aula reflete diretamente na formação da sociedade, desta forma, os educadores devem avivar-se na condução sua nobre função, só assim, a sociedade poderá coletar frutos como solidariedade, justiçam e igualdade.

    Já a família tem um papel de extrema relevância no processo de formação do educando, pois se observa que quando o aluno é acompanhado de perto pela família o desempenho acadêmico deste é superior ao dos alunos em que a família encontra-se ausente, isso independentemente da qualidade do sistema educacional em que o educando está inserido.

   Portanto, percebe-se que o sucesso educacional esta estruturada no tripé que são: Família, Comunidade escolar e Poder público (FCP), e que esses se encontram umbilicalmente ligadas de tal forma que a fragilidade de uma compromete todo processo educativo, assim, cabe a todos fazer uma leitura desse processo e buscar promover o encontro destes eixos para que o sistema educacional forme leitores de uma forma plena.                     

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Maria José de Azevedo. Escrita, Alfabetização e Letramento. 1ª ed. Aracaju: UNIT, 2010.

BAMBERGER, Richard.  Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Cultrix,1977.

BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Compreensão de leitura: da palavra ao texto. Campinas: Pontes, 2007, p. 99-107.  

CAGLIARI, Luiz Carlos.  Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Editora Scipione, 1995.

CÂMARA, Marineuza Tramontin. A importância da leitura na alfabetização. 2009. p. 17. Monografia (Especialização em Língua e Literatura), Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 20ª ed., São Paulo: Cortez, 1987.

JOSÉ, Maria. Projeto de Leitura e Escrita. 2007. Disponível em: www.projetodeleituraeescrita.zip.net/. Acesso em: 02 de novembro de 2014.

KATO, Olívia Misae. O aprendizado da leitura. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

MOURA, Ana Aparecida Vieira de et al. A sequência didática aplicada à leitura: Os explícitos, os implícitos e a mediação do professor. Congresso Latino-Americano de Compreensão Leitora, Universidade de Brasília (UnB), 2010.

OLIVEIRA, Cimária França de et al. Construção da leitura e escrita na 1ª fase do 1º ciclo na Escola Francisco Soares de Oliveira Jaciara –MT. Revista Científica da Faculdade de Ciências sociais aplicada do Vale de São Lourenço-Jaciara: 2011.  

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotski: Aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. 4 ed. São Paulo, SP. Editora Scipone, 2004.

PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

PERCÍLIA, Eliene. A importância da leitura. Brasil Escola. 2011. Disponível em: www.brasilescola.com/ferias/aimportancia-leitura.htm. Acesso em: 02 de novembro de 2014.

PRÓ LETRAMENTO (2008). Alfabetização e Linguagem. Ministério da Educação, Brasília, 2008.  

ROCHA, Érica Consuelo F  et al . A importância da leitura no processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança no ensino do fundamental I. Revista do Discente, 1ª ED., 2012.

SILVA, E. T. Elementos de pedagogia da leitura.  São Paulo: Martins Fontes, 1998.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler e formando leitores para a vida inteira. Rio de Janeiro: Qualitymark/Dunya Ed., 1999.


[1] Doutorando e Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFS), graduado em Ciências Biológicas e professor de Ciências e Biologia das Redes estadual e Municipal de Ensino. E-mail: [email protected]

[2] Graduada em Pedagogia pela Universidade Tiradentes. E-mail: [email protected]

[3] Graduada em Pedagogia pela Universidade Tiradentes.  E-mail: [email protected]